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1. Objetivos do Brasil
Para citar alguns: Al Gore, vice-presidente dos Estados Unidos, 1989; François
Mitterrand, presidente da França, 1989; John Major, primeiro-ministro da
Inglaterra, 1992; Mikhail Gorbatchev, presidente da URSS, 1992; General Patrick
Hugles, chefe do órgão central de informações das Forças Armadas dos Estados
Unidos, 1998; Pascal Lamy, da Comissão da União Européia, 2005, atual diretor-
geral da OMC.
Não move este trabalho antipatia pelas nacionalidades cujas oligarquias, movidas
por ilimitada cobiça, fazem do Brasil um país conquistado, não de hoje e não só na
Amazônia. Interessa-nos o destino dele e, em conseqüência, ter presentes os
objetivos que se deve buscar em relação à Amazônia: primeiro, conservá-la
integralmente como território nacional e com pleno exercício da soberania sobre
ela; segundo, utilizá-la em benefício da sociedade brasileira e da humanidade.
Esses objetivos são compatíveis e, mais que isso, complementares. Mas, para ter o
Brasil futuro na Amazônia, terá de encontrá-lo em todo o território nacional. A
perspectiva de perder, aos poucos, a Amazônia só se tornou possível, porque, desde
há mais de 50 anos, o País foi perdendo o comando de sua própria economia.
2. Vulnerabilidades
Por que a dívida pública e seu serviço, i.e., juros e amortizações? Porque esse
serviço tem sido o principal fator impeditivo de se realizarem no País investimentos
suscetíveis de valorizar os excepcionais recursos naturais do País em proveito da
economia nacional, em lugar de serem exportados sob forma primária ou com baixo
grau de transformação industrial e incorporação de tecnologia local, com isenções e
benefícios fiscais.
A dívida pública - a dívida externa e, a partir dos anos 80, também a interna - tem
sido usada como instrumento para determinar as políticas econômicas. Assim, as
condicionalidades impostas por meio de acordos com o Fundo Monetário
Internacional, das normas aplicadas nos contratos com o Banco Mundial e com o
BID, bem como dos acordos com governos estrangeiros, inclusive no âmbito do
Clube de Paris, sem falar nos acordos de renegociação de créditos junto a bancos do
exterior.
A promulgação, por instância do FMI, da lei dita de Responsabilidade Fiscal, Lei
Complementar nº 101, de 04.05.2000, consolidou a prioridade absoluta às despesas
financeiras no Orçamento da União e dos demais entes federativos, além de
enquadrar Estados e Municípios recalcitrantes na política da miséria administrada.
Dados oficiais mostram ter a União Federal despendido, de 1988 a 2007, R$ 4,5
trilhões (valor atualizado a preços de 2007) 2por juros, encargos e amortizações, não
contadas as referentes a rolagem de dívidas.
Os déficits externos foram agravados, nos anos 70, por dois choques nos preços do
petróleo, em 1973/74
3
e 1979, comandados pelo cartel anglo-americano das finanças
e do petróleo.
A decisão do Federal Reserve dos EUA, de elevar os juros nos EUA para acima de
20% aa., em agosto de 1979, agudizou a crise externa brasileira. Apesar de os
investimentos públicos minguarem, a dívida externa registrada mais que dobrou de
1977 a 1982, de US$ 32 bilhões para US$ 70 bilhões. De 1982 a 1987, na “década
perdida”, essa dívida cresceu mais 53%, atingindo US$ 107,5 bilhões.
De 1987 a 1991, caiu para US$ 93 bilhões, devido ao quantum brutal das
amortizações após a promulgação da Constituição de 1988, ademais de ter a União
assumido dívidas privadas por imposição dos bancos estrangeiros. O resultado de
tudo isso foi o brutal declínio, depois dos anos 1980, da taxa de investimentos fixos
em relação ao PIB no Brasil:
CRESCIMENTO DO
INVESTIMENTO
PERÍODOS PIB
FIXO/PIB %
%
4 – Vendas de terras
Se considerarmos o preço pago por Eliasch, cerca de US$ 93,75 por hectare, seria
viável comprar 400 milhões de hectares, i.e., quase metade do território nacional,
por US$ 37,5 bilhões. Essa quantia não chega sequer a 0,4% dos ativos financeiros
em vias de ser apagados dos discos rígidos do sistema (US$ 100 trilhões), e 0,06%
do estoque de derivativos ali contabilizados (mais de US$ 600 trilhões).
5. MEIO-AMBIENTE
5.1 Desmatamento
3º, o eminente professor Luiz Carlos Molion, de São Paulo, sustenta que a
temperatura do Planeta não está subindo e que a ação do homem, com a emissão
crescente de gás carbônico
9
(CO2) e outros poluentes, não tem relação com as
variações térmicas.
4º, isso não quer dizer não serem nocivas à saúde as emissões de CO2 e de outros
gases altamente tóxicos. O grosso delas decorre das indústrias do carvão e do
petróleo e seus derivados, das indústrias químicas e metalúrgicas. Os plásticos,
derivados do petróleo, causam gravíssima poluição nos oceanos, e os fertilizantes
químicos e petroquímicos levam à esterilização dos solos. As sementes transgênicas
constituem a maior ameaça direta à vida no Planeta.
5º, fica claro, portanto, que o pretenso desmatamento da Amazônia nada tem que
ver com qualquer dessas terríveis fontes de deterioração do Planeta. Ademais, é
falsa a idéia de que a floresta amazônica intacta contribua para o equilíbrio
ecológico. Este depende dos oceanos, que, de resto, estão sendo contaminados por
aquelas indústrias poluidoras, as mesmas que financiam fundações e ONGs
ambientalistas.
6º, além de o desmatamento não ter relação com os flagelos apontados, são as
plantas em crescimento que seqüestram o óxido de carbono da atmosfera, por meio
da fotossíntese. Ora, para que as plantas cresçam, há que abater árvores, muitas
naturalmente substituídas por seus filhotes. O importante para realizar a captação
do carbono é o plantio de novas árvores e o conseqüente crescimento de suas
folhas.
O dendê dá 6.000 litros de óleo por hectare/ano, i.e., quinze vezes mais que a soja.
Seu cultivo faria economizar grande parte das terras do País ocupadas na pecuária
extensiva (mais de três vezes o total das lavouras) e faria reduzir a área plantada
com soja, que usa 43% das terras empregadas na agricultura.
Para produzir óleo em quantidade suficiente para substituir todo o atual consumo do
País de óleo diesel, bastariam 7,5 milhões de hectares, num total de 10 milhões de
ha., levando em conta as produções agropecuárias associadas. Tornar-se-ia
disponível para reflorestamento área bem maior, resultando, portanto, redução
líquida na ocupação de terras graças à liberação de áreas de soja e de pecuária
extensiva.
A Lei não estabelece limite de extensão das áreas a ser concedidas, nem
restringe a habilitação de estrangeiros. Essa restrição seria, de resto,
inconstitucional até que se restabeleça na CF a distinção entre empresas de
capital estrangeiro e de capital nacional.
Quem pagar mais terá direito a explorar a floresta de acordo com o plano de manejo
anualmente aprovado, não havendo dúvida de que o Banco Mundial velará para que
grandes grupos internacionais sejam bem atendidos nos editais referentes às áreas
oferecidas.
Na realidade, está-se discriminando contra a sociedade nacional, uma vez que
são totalmente díspares as condições de acesso aos mercados e às
concorrências públicas das transnacionais e de produtores brasileiros médios e
pequenos. Essa é a experiência verificada na indústria, no comércio e nos
serviços, inclusive financeiros, e em curso no agronegócio.
Claro que na atividade florestal, além de poder fornecer garantias para obter
as concessões, as firmas mundiais gozarão das vantagens dadas à exportação e
importação de bens e serviços e às movimentações financeiras relacionadas
com a mineração, o agronegócio etc.
A Lei das Florestas prevê, no art. 67, a autonomia de um órgão gestor, a saber, o
Serviço Florestal Brasileiro (SFB), financiado por taxas pagas pelos
concessionários da floresta.
7. Unidades de conservação
Em agosto de 2002, foi assinado o decreto que criou o maior parque de florestas
tropicais do mundo, o Parque Nacional das Montanhas de Tumucumaque, com 3,9
milhões de hectares, no Amapá, abrangendo a faixa de fronteira com a Guiana
Francesa.
Os dólares captados para o projeto ARPA pelo Banco Mundial, pelo WWF e pelo
KfW (Kreditanstalt für Wiederaufbau), o Banco de Reconstrução, da Alemanha,
têm contrapartida do governo federal do Brasil, também em dólares, a ser
congelados no ARPA. O governo deixa o País à míngua de investimentos da União,
sacrifica o próprio custeio, e inexplicavelmente obriga-se a co-financiar projetos
segregacionistas que 11
tornam indisponíveis aos brasileiros imensas porções do
território nacional.
8. Reservas indígenas
A área da reserva Serra Raposa do Sol mede 17 mil km2. Somada à ianomâmi são
111 mil km.2 (11,1 milhões de hectares), e há mais reservas colossais por toda a
Amazônia, como a do rio Javari, com mais de 8 milhões de hectares para 3.600
índios.
Que quer dizer “não-índio”? Se for uma questão de etnia, admitir a distinção atenta
contra a Constituição, cujo art. 3º proscreve esse tipo de discriminação:
“Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: .... IV -
promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e
quaisquer outras formas de discriminação.”
Isso é disposto no art. 20, § 2º da CF. Na prática, o controle das Forças Armadas
está sendo usurpado pelos que comandam líderes indígenas, por meio de cooptação
e corrupção.
Incoerentemente, o editor da Folha entende ser constitucional o decreto
presidencial que homologou a terra indígena Raposa/Serra do Sol. Se condena
a adesão do Brasil à Declaração, deveria repudiar também o decreto,
provavelmente ainda mais danoso.
9. CONCLUSÃO
Isso não é de admirar, uma vez que os brasileiros, em todo o País, vêm sendo
excluídos, pelo modelo e pela política econômica, de direitos constitucionais, como
o direito ao trabalho, decentemente remunerado, à saúde e à educação e o de
propriedade.
1 O modo como foi esse dispositivo inserido na Carta Magna é exposto em: Adriano Benayon e
Pedro Rezende – Anatomia de uma Fraude à Constituição, agosto de 2006, na página http://paginas/
terra.com.br/educacao/adrianobenayon
2 SIAFI, STN (Secretaria do Tesouro Nacional). Despesas da União por grupo.
3 O público está desinformado de que a City de Londres tem influência muito maior do que a OPEP
no preço do petróleo. Ademais, países de peso na OPEP agem em consonância com a finança anglo-
americana, junto à qual aplicam seus haveres.
4 O Banco Mundial (BM), o BID e as agências e bancos oficiais dos países exportadores favorecem
os fornecimentos de cartéis formados por transnacionais, que determinavam as especificações das
licitações internacionais.
5 Baseadas na Lei de Desestatização (8.031, de 12 de abril de 1990), promulgada sob Collor e
mantida sob governos subseqüentes.
6 São, para esse fim, as transnacionais coadjuvadas pela ANP, como as demais agências ditas
reguladoras, uma instituição criada para esvaziar a autoridade do Estado.
11 Alegam-se compromissos que o País teria assumido em função da Convenção Quadro das
Nações Unidas sobre Mudanças de Clima, ratificada em 1994.
12 A GZT é empresa vinculada ao governo da Alemanha, que gere e realiza a cooperação técnica
desse país.
13 Essa se destina a pesquisa sobre áreas de proteção ambiental, para elevar
programas ao nível de doutorado, passo para que a UFAC siga obtendo fundos
governamentais para a pesquisa aplicada sobre esse tema.