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A falácia da degradação do Ensino Básico - Aumento do Insucesso Escolar(?

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Não há ninguém, Ministério da Educação, Pais e Encarregados de Educação, Profissionais da
opinião pública e publicada e população em geral, que não encha a boca com o aumento do
insucesso escolar.
E é com base nesta premissa ou corolário, que se quer justificar todas as medidas “reformistas” no
Ensino Público: Estatuto da Carreira Docente, Estatuto do Aluno, Ensino Especial, Avaliação do
Desempenho Docente, novo modelo de Gestão Autocrática, Concursos, etc…
E ninguém contraria esta falácia do “mau estado da Educação”, que origina as falsas estratégias
adoptadas e contestadas, já que, se as estatísticas do Ministério da Educação são verdadeiras, o
insucesso no Ensino Básico tem vindo a descer paulatinamente, o que dizendo ao contrário, o
sucesso tem vindo paulatinamente a aumentar, nas condições em que se trabalha nas escolas que
tivemos e temos e independentemente do Governo, ou do Ministro da Educação. Factos…
Vejamos:
1. Entre 1995/96 (13,5%) e 2007/08 (8,3%), houve uma diminuição do insucesso de 5,2%
2. e entre 1996/97 (15,5%) e 2007/08 (8,3%) a descida foi de 7,2%.
3. No ano transacto o insucesso foi de 8,3%.

Variações do Insucesso em 12 anos

20,9 20,6 20,5


19,8 19,6 19,9
18,7 18,7 18,5
18,1 18,0
17,4
Percentagens

15,9
15,5
14,0 15,1 14,7
15,4 13,9 14,0 14,3
13,5 13,3
13,3 13,0 13,2 13,4
13,1 13,6 12,7 11,4
13,0 12,2 12,2
11,2
11,2 11,4
10,8
9,9 10,1
9,5
8,9 8,7 8,7
8,3
7,6
8,4
6,5
5,6
4,7
4,2 3,9
1995/96

2000/01

2004/05

2005/06

2007/08
1999/00

2003/04
1997/98

2002/03

2006/07
1996/97

1998/99

2001/02

Ensino Básico 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo

Taxas de Insucesso - Ensino Básico

15,5
13,9 14,0
13,5
Percentagens

13,3 13,0 13,2


12,7
12,2 12,2
11,4
10,8

8,3
1995/96

1999/00

2002/03

2005/06
1997/98

2000/01

2003/04

2004/05

2007/08
1998/99

2001/02
1996/97

2006/07

Ensino Básico

Ora, num sistema de ensino obrigatório e para todos, onde a taxa de sucesso obtido é de 91,7% não
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é verdade que a Educação esteja mal (o desemprego até é maior) nem é de envergonhar nenhum
país, se considerarmos a percentagem da população com deficiência intelectual, sem entrarmos com
o circunstancialismo dos alunos que temos, das condições socioeconómicas das famílias, da situação
económica do país e dos poucos apoios que o Estado oferece para debelar todas ou algumas destas
situações. Querer atingir-se 0% de insucesso nos próximos anos, meta anunciada pela tutela, apenas
com medidas pedagógico-didácticas (administrativamente pode-se) é pura utopia e não são só os
docentes que têm que pagar a factura de tal desiderato.

Tenhamos em conta a Síntese das questões críticas identificadas e algumas propostas do Relatório
do Debate Nacional Sobre Educação, organizado o ano lectivo transacto, pelo Conselho
Nacional de Educação e repartamos responsabilidades:
- Alargar a educação de infância, desenvolvendo a rede de educação de infância dos 0 aos 3
anos e intensificando o esforço de universalização da educação pré-escolar dos 3 aos 5 anos.
- Maior atenção e cuidado com as crianças e jovens com necessidades educativas especiais.
- Criação de ofertas formativas diversificadas que permitam satisfazer uma maior procura de
aprendizagem de jovens e adultos pouco escolarizados.
- Promoção de novas oportunidades de aprendizagem para os mais desfavorecidos.
- Incremento do reconhecimento, validação e certificação de importantes competências
adquiridas ao longo da vida e no exercício profissional, como estratégia de melhoria do nível
geral de qualificação da população e de estímulo à procura de mais educação e formação.
- Criação de condições de apoio às decisões familiares de maior investimento na educação
escolar dos filhos.
- Clarificação e reforço das responsabilidades dos municípios na educação.
- Melhoria da qualidade do ensino superior e da investigação científica e tecnológica.
- Um novo enquadramento da autonomia das escolas e da sua responsabilidade para que
possam agir com profissionalismo e competência.
- O reforço do papel do Estado na orientação das traves mestras e dos padrões de qualidade,
“eficaz e eficiente na sua missão de acompanhamento, avaliação e correcção de assimetrias”.
- Uma administração educacional nova, “menos omnipotente” e menos preocupada em tudo
controlar a priori, redimensionada e de elevada competência, apta a apoiar a melhoria das
escolas e a suportar a decisão política.
- “Mais e melhor avaliação” interna e externa das escolas, dos seus contextos, dos profissionais,
dos processos de ensino e aprendizagem e dos resultados que alcançam, com uma adequada
validação nacional de referenciais e de modelos de avaliação.
- Um clima de confiança, construído sobre uma política de valorização da qualidade existente, do
reconhecimento da dedicação e do brio profissional e de difusão das melhores práticas.
- O fim da instabilidade gerada por reformas sucessivas e não avaliadas.
- Uma urgente e profunda reestruturação dos planos de estudo e programas, considerados
demasiado extensos, desconexos e inadequados aos respectivos grupos etários.
- Alteração do modelo de elaboração e acompanhamento de currículos que deverá passar “a
repousar num aturado trabalho de avaliação, inscrito num serviço central de desenvolvimento
curricular, realizado por uma equipa técnica, altamente competente, desligada de
compromissos editoriais (...) apta, dentro de alguns anos, a propor as medidas adequadas
para, neste plano, melhorar a educação”.
- Inclusão de componentes práticas ao nível do 3º ciclo e reforço da componente profissional ao
nível do ensino secundário, apostando na dupla certificação escolar e profissional.
- Fomento da escolarização universal de nível secundário e melhorar a procura de ensino
superior.
- “Maior focagem da missão das escolas”, no que se refere à educação, ao ensino e à
aprendizagem.
Em síntese, muitos dos problemas que ocorrem nas escolas não são problemas escolares nem
podem ser resolvidos com a acção isolada das escolas e dos seus professores.
Dito isto, mais palavras para quê?
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Porque hão-de os docentes assacar responsabilidades de terceiros e carregar um sentimento de
culpa, que não é só sua, nem existe como a pintam?
A cada um o seu quinhão!
Nota: os dados constam no sítio do ME, em duas bases de dados, com resultados diferentes para os
mesmos anos.
Miguel Loureiro

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