Igualdade de Género — Um Desafio para a JCV

A violência mais comum é a exercida sobre as mulheres. Segundo o Conse-

Edição 3
lho da Europa, a violência contra as mulheres no espaço doméstico é a maior causa
de morte e invalidez entre mulheres dos 16 aos 44 anos, ultrapassando o cancro,
Outubro, 2007
acidentes de viação e até a guerra. Este dado internacional, se relacionado com os
indicadores disponíveis em Portugal (embora apenas indicativos e ainda a necessitar
de confirmação mais rigorosa) que sugerem que semanalmente morrem mais de cin-
co mulheres por razões directas e indirectamente relacionadas com actos de violên-
cia doméstica, dá-nos uma fotografia de uma realidade que nos ofende na nossa dig-
Nesta edição: nidade humana enquanto pessoas, e na nossa condição de cidadãos portugueses.

A sociedade, mulheres e homens, partilha representações sociais sobre o

Reunião Nacional/Encontro
Formativo para Coordenado-
res
Voluntários na 1.ª Pessoa
Educador Social na
“Recomeçar”
Material Escolar para Todos
Serviço de Apoio Domiciliá-
rio
2 género e as relações entre os géneros, em todos os estratos sociais e profissionais. Os
testemunhos das mulheres são tidos como pouco credíveis pela sociedade em geral
e, por isso, muitas mulheres sentem-se prisioneiras isoladas no seu mundo de violên-
2
cia. Muitas vezes, de vítimas transformam-se em acusadas; poucas acreditam na
possibilidade de se libertarem da perseguição dos agressores ou de que estes venham
3 a ser punidos. Suportam o insustentável na convicção de que estão a proteger os seus
filhos, ignorando que, ao fazê-lo, estão a alimentar uma espiral de violência que
levará a que alguns deles sejam mais tarde, novos agressores.
3 Não mais poderemos continuar a fechar os olhos a estes factos, sob pena de
impedirmos Portugal de se afirmar como um país moderno, onde o respeito pelos
4 direitos humanos esteja garantido, onde homens e mulheres partilhem entre si, em
igualdade de circunstâncias, os direitos e deveres de cidadãos e cidadãs.

Posto isto, deixo um desafio à Juventude da Cruz Vermelha, não só à de

Breves 5 Matosinhos mas a nível nacional, para que desenvolvam actividades dirigidas aos
mais novos, trabalhando a igualdade de género, para que situações como a violência
doméstica possam um dia serem evitadas.

É urgente acções neste sentido…..

Dra. Joana Salinas

(Presidente da CVP Delegação de Matosinhos)

O Farol J |CVP Matosinhos — 1

Reunião Nacional/ Encontro Formativo para Coordenadores
O mês de Outubro foi eleito
para mais um encontro entre responsá-
veis da JCV, tendo Braga como cidade
anfitriã. Este encontro dividiu-se em
dois momentos distintos, um de âmbi-
to político e outro formativo, serviu
ainda para celebrar 3 anos de activida-
de da JCV em Portugal. Matosinhos
esteve presente.
Entre balanço das actividades
realizadas e apresentação de novas
ideias para projectos a consolidar, com
o intuito de as estruturas locais desen-
volverem em 2008, ainda houve tempo
para analisar os novos estatutos da
CVP, que em breve tencionamos
explicar em pormenor. Para além dis-
Foram dias exaustivos e cheios de
trabalho porém, no final todos fizeram um
balanço positivo do encontro, e foi unâni- Dezembro será o mês de
me a opinião que a Coordenação Nacional
uma edição especial do “ O
deveria continuar a investir na Formação
dos Coordenadores locais. Farol J”, que será dedicada
ao Natal.
A próxima reunião já está marcada
para Dezembro em Portalegre e na ordem
dos trabalhos estará a apresentação dos
projectos para 2008 e a apresentação das
actividades que foram desenvolvidas ao
ATÉ LÁ…….
longo do ano pelas estruturas locais.
Finalizo com os parabéns à coorde-
nação da JCV de Braga pelo excelente
trabalho que fizeram no papel de anfitriões.
Patrícia Ribeiro

to houve ainda lugar para a formação. (Coordenadora da JCV de Matosinhos)

Voluntários na 1.ª Pessoa

A definição no dicionário de
abrigo é: “acto ou efeito de abrigar,
lugar defendido das intempéries, guari-
da, refúgio, porto.”
Tudo que alguém precisa é de
abrigo.
cas, animadas, alegres e sempre dis-
postas a fazer qualquer que seja a acti-
vidades que lhes é proposta. “JUVENTUDE
Sinto-me bem quando brinca- NA RECOMEÇAR”
mos, é de facto uma experiência dife-
rente, mas compensadora e educativa.

Ao trabalhar como voluntária na Espero que nunca lhes falte um

casa abrigo senti uma maior afinidade abrigo!
com esta palavra e o seu significado.

Todas as crianças com quem Ana Moreira

brinquei são realmente especiais, pois
(Voluntária da JCV de Matosinhos)
um sorriso ou abraço para elas é real-
mente algo bem vindo e necessário,
algo que falta.

Estas crianças que não têm as

mesmas histórias para contar que a
maioria das outras crianças são simpáti-

IMPARCIALIDADE: Não discriminamos em função da nacionalidade, raça,

religião, ideologia, estrato social ou pendor partidário. Empenhamo-nos no alívio do
Os Princípios
sofrimento humano, sendo somente guiados pelas carências dos mais vulneráveis,
da Cruz
priorizando as situações de sofrimento mais urgentes
Vermelha

(Texto retirado do site da CVP)

O Farol J |CVP Matosinhos — 2

O Educador Social na Recomeçar
O papel do Educador Social
numa estrutura que acolhe mulheres
vítimas de violência doméstica, acom-
panhadas ou não de seus filhos meno-
res, é sem dúvida muito profícuo e gra-
tificante. Trata-se de um desafio diário,
face a uma população-alvo em constan-
te mutação, cujas características são
muito díspares, mas que por outro lado,
tem em comum um objectivo último - a
elaboração de um novo projecto de
vida sustentado, que põe termo ao ciclo
de violência.
Tendo como ponto de partida, a
avaliação efectuada pela Equipa Técni-
ca, que tem como finalidade aferir todo
o conjunto de necessidades, constrangi-
mentos, bem como as capacidades e
aptidões dos utentes, procede-se à
Os Emblemas:
Cruz Vermelha
Crescente Vermelho
Cristal Vermelho
Material Escolar para Todos
Este é o projecto mais recente da
JCV de Matosinhos que tem como
objectivo principal que as famílias
carenciadas, apoiadas pela nossa dele-
gação, possam recolher para os seus
filhos algum material escolar ao longo
de todo o ano.
Esta campanha consiste na
recolha de material escolar pelos volun-
tários, através de amigos, vizinhos,
pessoas conhecidas e empresas, para
criar na CV um pequeno depósito de
material escolar a que as pessoas caren-
ciadas possam recorrer da mesma for-
ma que o fazem com a recolha de ali-
mentos, por exemplo.
Com este projecto já consegui-
construção de todo um processo, que São ainda trabalhadas áreas de
culmina na autonomização e reintegra- relevo, como a organização e gestão
ção dos mesmos. doméstica, os planos de vacinação, a
No desenvolvimento deste per- pesquisa de ofertas de trabalho e elabo-
curso, o Educador Social pauta-se pela ração de currículos, a informação e
implementação de estratégias de inter- orientação para consultas de planea-
venção, adequadas à especificidade de mento familiar ou o reforço dos laços
cada utente, que visam o desenvolvi- afectivos entre mães e filhos.
mento das suas competências pessoais,
profissionais e parentais. Para tal, dá-se
particular enfoque às questões que se
relacionam com a aquisição ou reforço
dos hábitos de higiene pessoal das uten- Dra. Nidia Monteiro
(Educadora Social da “Recomeçar”)
tes e dos seus filhos, higiene dos quartos
que ocupam, sendo se realçar a elabora-
ção quinzenal de um quadro de tarefas
que cada uma concretiza, nas diferentes
áreas comuns da Casa Abrigo
“Recomeçar”.
mos que todas as crianças da Casa Abri-
go “Recomeçar” tivessem acesso a
material escolar diverso. Conseguimos
ainda que fosse criado um pequeno
stock de material para as crianças da
Casa.
Agora a nossa intenção é conse-
guir chegar ao nosso objectivo principal
mas para isso precisamos de conseguir
mais apoios, nomeadamente de empre-
sas, como tal agradecemos à MBA-
Nobrinde pois foi a primeira empresa a
aderir ao projecto tendo já oferecido
vários artigos escolares, esperamos que
outras seguiam o exemplo.
Patrícia Ribeiro
(Coordenadora da JCV de Matosinhos)
O Farol J |CVP Matosinhos — 3
Serviço de Apoio Domiciliário
Através do crescente contacto com
a população do Concelho de Matosinhos,
a Delegação passou a estar mais próximo
das necessidades da população, tendo-se
constatado existir um elevado défice de
oferta de serviços direccionados para a 3ª
idade, agravado pela intensificação da
procura. Desta forma, paulatinamente, foi
-se estruturando um Serviço de Apoio
Domiciliário, o qual entrou em funciona-
mento aquando da celebração do Acordo
de Cooperação com o Centro Regional da
Segurança Social do Norte em 18 de
Novembro de 2000. Esta resposta social
integra o fornecimento de refeições, trata-
mento de roupa, higiene pessoal e do
domicílio e apoio psicossocial para um
total de 15 utentes.
Em Setembro de 2000 foi apresen-
tado candidatura ao Programa de Apoio
Integrado a Idosos, com o objectivo de
alargar o número de utentes apoiados em
Serviço de Apoio Domiciliário, tendo
este passado de 20 utentes, já em
acordo, para 30 utentes no seu total.
Com a implementação deste Progra-
ma, aprovado em Julho de 2001, os
utentes do mesmo passaram a usufruir
do apoio aos fins-de-semana e feria-
dos e serviço de enfermagem no
domicilio prestado pelos profissionais
do Posto de Socorro .
A partir de 1 de Outubro de
2001, a Delegação aumentou a sua
capacidade de Serviço de Apoio Domici-
liário, com Acordo de Cooperação, para
20 utentes. Posteriormente, a 30 Junho de
2003, na sequência de uma 2ª revisão do
acordo inicial foi solicitado que 10 dos 20
utentes apoiados, usufruíssem do Serviço
de Apoio Domiciliário ao fim de semana e
feriados à semelhança do Serviço efectua-
do pelo PAII.
Na sequência do término do PAII
que ocorreu a 30 de Abril de 2004, a
Delegação, com o intuito de não cessar
esta resposta social, efectuou uma 3ª revi-
são do acordo em Julho de 2004 , a fim
de alargar a capacidade para 28 utentes.
Actualmente o Serviço de Apoio
Domiciliário apoia 47 pessoas no âmbito
de higiene pessoal, 12 no tratamento de
roupa, 23 no fornecimento de refeições e
12 na higiene de habitação.
Dra. Mónica Henriques
(Directora de Serviços da CVP de Matosinhos)
O Farol J |CVP Matosinhos — 4
 Breves
Entre os dias 15 e 18 de Novembro a CVP de Matosinhos
vai marcar presença na “VIDA NATURA” na Exponor. Visita o blog, para mais
Durante o dia vai ser a Juventude que vai lá estar, com acti- notícias e fotos.
vidades destinadas ao público mais jovem e a partir das 19
horas estará a Unidade de Socorro.

APAREÇAM!!!!! http://jcvmatosinhos.blogspot.com/

Não podia deixar de ser referido que no próximo dia 23 de Mais um Feirão (11 e 12 de Outubro) foi realizado pela
Novembro, a agora Delegação de Matosinhos faz 9 anos de CVP de Matosinhos e mais uma vez a iniciativa traduziu-se
existência. num sucesso, esperasse outras iniciativas deste estilo.
Na próxima edição este tema vai ser desenvolvido.

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Cruz Vermelha Portuguesa—Matosinhos

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Blog: http://jcvmatosinhos.blogspot.com Voluntários e Funcionários da CVP- Núcleo
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O Farol J |CVP Matosinhos — 5