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 Jorge A. R.

Durán, 1

Disciplina:
ElementosTítulo
de Máquinas

Tema:
Engrenagens Cilíndricas de
Dentes Retos
(ver. Julho 2006)

 Jorge A. R. Durán
UFF – TMI – Volta Redonda
 Jorge A. R. Durán, 2
Lista de Símbolos
ω v e lo c id a d e a n g u la r m A g a n h o m e c â n ic o
φ â n g u lo d e p r e s s ã o m G r e la ç ã o d e tr a n s m is s ã o
ψ â n g u lo d a h é lic e
m V r a z ã o d e v e lo c id a d e s
a n g u la r e s
ρ r a io d e c u r v a tu r a d o s d e n te s N n ú m e r o d e c ic lo s
σ ar te n s ã o a lte r n a d a to ta lm e n te Q v
ín d ic e d e q u a lid a d e
re v e rsa (R = -1 )
σ b te n s õ e s d e fle x ã o
P “ d ia m e tr a l p itc h ” ( ta m b é m
u s a d o p a r a p o n to p r im itiv o )
σ b te n s õ e s d e fle x ã o pb passo de base
σ m te n s õ e s m é d ia s pc p a s s o c ir c u la r
ν c o e fic ie n te d e P o is s o n r r a io p r im itiv o
a a d e n d o , a ltu r a d a c a b e ç a d o ra r a io d a c ir c u n fe r ê n c ia d o
d e n te adendo
b la r g u r a d a fa c e rb r a io d e b a s e
C S ’ fb r e s is tê n c ia n ã o - c o r r ig id a à
d is tâ n c ia e n tr e c e n tr o s
fa d ig a p o r fle x ã o
C p S fb r e s is tê n c ia c o r r ig id a à
c o e fic ie n te e lá s tic o
fa d ig a p o r fle x ã o
C ´s fa to re s d e c o rre ç ã o d a s S ’ fc
r e s is tê n c ia n ã o - c o r r ig id a à
te n s õ e s ( e d a r e s is tê n c ia ) à
fa d ig a s u p e r fic ia l
fa d ig a s u p e r fic ia l
C R S fc r e s is tê n c ia c o r r ig id a à
ra z ã o d e c o n ta to
fa d ig a s u p e r fic ia l
d d iâ m e tr o p r im itiv o T T o rq u e
de d e d e n d o , a ltu r a d o p é d o V t
V e lo c id a d e lin e a r e m P
d e n te
E W fo rç a to ta l n o s d e n te s d a s
m ó d u lo d e e la s tic id a d e
e n g re n a g e n s
F S fa to r d e s e g u ra n ç a W a fo r ç a a x ia l
I fa to r g e o m é tr ic o d e W r
fo r ç a r a d ia l
s u p e r fíc ie a d im e n s io n a l
J fa to r A G M A d e g e o m e tr ia W t fo r ç a ta n g e n c ia l
K ´s fa to re s d e c o rre ç ã o d a s x
c o e fic ie n te s d e c o r r e ç ã o d o
te n s õ e s ( e d a r e s is tê n c ia ) à
adendo
fa d ig a p o r fle x ã o a lte r n a d a
m M ó d u lo Z n ú m e ro d e d e n te s
Y fa to r d e fo r m a d e L e w is
 Jorge A. R. Durán, 3

Introdução
Ö As engrenagens são utilizadas para transmitir torque de um eixo a
outro em uma ampla variedade de aplicações. Estão entre as mais
antigas invenções do homem.
Ö Os principais tipos de engrenagens se mostram nas figuras 1 e 2.
Ö Dentre os vários meios de transmissão de potência mecânica
(incluindo primariamente engrenagens, correntes e correias), as
engrenagens são as mais fortes e duráveis.
Ö Com a exceção do par de Coroa e Sem-Fim onde o atrito provoca
severas perdas de potência, a eficiência de transmissão de potência
das engrenagens chega aos 98 %.
Ö As engrenagens são, no entanto, mais custosas que as correntes e
correias. Quando requerido pela combinação de altas velocidades e
potências, as engrenagens tem que ser fabricadas com alta precisão, o
que aumenta muito seu custo.
 Jorge A. R. Durán, 4

Tipos de Engrenagens

Cilíndricas de Dentes Retos e Par de Coroa e Parafuso


Cônicas
Helicoidais. Sem-Fim

Figura 1 – Principais Tipos de Engrenagens


 Jorge A. R. Durán, 5

Figura 2 – De esquerda para direita, engrenagem cilíndrica reta,


cilíndrica bi-helicoidal e cilíndrica helicoidal.
 Jorge A. R. Durán, 6
Lei Fundamental de Engrenamento
Ö O requisito básico exigido à geometria dos dentes de engrenagens é
que cumpram a Lei Fundamental da Engrenamento , isto é, que
mantenham uma relação constante entre as velocidades angulares:
ω2 r1
mV = =± (1)
ω1 r2
Ö Onde mV é a relação de velocidades. Os raios na equação 1
correspondem aos raios primitivos. As circunferências primitivas de
duas engrenagens acopladas são tangentes. O sinal positivo é para
engrenagens que mantém o mesmo sentido de rotação (engrenagens
internas ou correias e correntes) e o negativo para engrenagens que
mudam o sentido de rotação (engrenagens externas).
Ö O ganho mecânico mA é o recíproco da relação de velocidades:
T2 1 ω1 r2
mA = = = =± (2)
T1 m V ω2 r1
 Jorge A. R. Durán, 7

Ação Conjugada
Ö A ação de dois dentes em contato para a produção de movimento
relativo pode ser igualada à ação de cames e seguidores.
Ö Os perfis de dentes ou de cames são projetados para cumprir a lei
fundamental da engrenagem, ou seja manter uma relação constante
entre as velocidades angulares durante o acoplamento. Quando isto
ocorre se diz que tem ação conjugada.
Ö Embora seja possível selecionar qualquer perfil de dente e então
determinar o perfil do dente com o qual será engrenado para
possibilitar a ação conjugada, a solução quase que universalmente
aceita é a do perfil de involuta.
Ö Quando uma superfície empurra à outra (Figura 3) o ponto de contato
ocorre na tangente às duas superfícies (ponto c), e as forças, em
qualquer instante, atuam perpendicularmente a esta tangente, ou seja,
na normal ab comum às duas superfícies.
 Jorge A. R. Durán, 8

Ö Figura 3 – Came A e
Seguidor B em contato
(Shigley, 2001).
Ö A linha ab é chamada
linha de ação. A linha
de ação interseta a
linha de centros O-O
em algum ponto P. A
relação de velocidades
angulares entre as duas
peças é inversamente
proporcional aos
respectivos raios até o
ponto P. Os círculos
desenhados a partir dos
centros até P são os
círculos primitivos.
 Jorge A. R. Durán, 9

Ö O ponto P é chamado de ponto primitivo.


Ö Para transmitir movimento a uma mV constante, o ponto primitivo
tem que permanecer fixo, isto é, todas as linhas de ação para cada
ponto instantâneo de contato tem que passar pelo mesmo ponto P.
Ö Da mesma forma, o ângulo de pressão φ (definido como o ângulo
entre o vetor velocidade e a linha de ação no ponto primitivo) tem
que permanecer constante.
Ö Será mostrado que no caso dos perfis de involuta todos os pontos de
contato ocorrem na mesma linha reta ab e que todas as normais ao
perfil do dente no ponto de contato coincidem também com a linha
ab, ou seja, que o perfil de involuta cumpre a lei fundamental de
engrenamento.
Perfil de Involuta  Jorge A. R. Durán, 10

Ö A involuta de uma circunferência (círculo de base no caso das


engrenagens) é a curva traçada pelo ponto da extremidade de um fio
quando o fio é mantido tenso e desenrolado de um carretel fixo
(figura 4).

Figura 4 – Geração da involuta de um círculo.


 Jorge A. R. Durán, 11

Ö Não é difícil deduzir equações paramétricas para plotar uma involuta.


Por exemplo, para um carretel de raio a com centro na origem de um
sistema cartesiano de coordenadas, se o fio começa a desenrolar no
ponto A = (a, 0), utilizando o ângulo θ como parâmetro, teremos
x = a cos θ + a θ sen θ
y = a sen θ − a θ cos θ

P(x,y)
θ
O A=(a,0)
 Jorge A. R. Durán, 12

Ö Algumas das Propriedades do Perfil de Involuta são


Ö 1 - A corda é sempre tangente ao círculo de base, 2 - O centro de
curvatura da involuta está sempre no ponto de tangencia da corda
com o círculo de base e 3 - Uma tangente à involuta será sempre
normal à corda, que é o raio instantâneo de curvatura da involuta.
Ö Será mais fácil entender a ação conjugada de duas engrenagens com
dentes de perfil de involuta se analisarmos primeiramente uma
transmissão consistente em uma correia e duas polias de diâmetros
iguais aos círculos de base (figura 5).
Ö Se a polia superior é girada em sentido anti-horário a correia provoca
um movimento equivalente na polia inferior, de acordo com a
equação (1) (desde que não haja deslizamento relativo).
Ö Como sabemos o ângulo φ é o ângulo de pressão. Por similitude de
triângulos os diâmetros de base terão a mesma relação que os
diâmetros primitivos da equação (1).
rb1 r1 cos φ
 Jorge A. R. Durán, 13

= (3)
rb 2 r2 cos φ
Ö Ao girar as polias, se estas continuam tensas, o ângulo φ permanece
constante e os círculos de base (polias) têm a mesma relação de
velocidades que os círculos primitivos.
Ö Se cortarmos agora a correia no ponto c (e.g., ver figura 6)
poderemos usar os dois extremos para gerar perfis de involuta de no
pinhão e fg na engrenagem.
Ö O corte da correia em qualquer ponto entre a e b gera perfis de
involuta que simulam o contato de um par de dentes do início ao fim
do contato.
Ö Desprezando o atrito do deslizamento, a força de um dente de
involuta sobre o outro acontecerá sempre a um ângulo igual ao
ângulo de pressão e o ponto primitivo P (ponto de tangencia das
circunferências primitivas), permanece fixo. Fica claro agora por que
chamamos ao ângulo φ de ângulo de pressão.
 Jorge A. R. Durán, 14

Ö Figura 5 – Correia transmitindo torque entre duas polias de diâmetros


iguais aos círculos de base de duas engrenagens.
 Jorge A. R. Durán, 15

Ö Figura 6 – Correia cortada em c para gerar os perfis de involuta.


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Ö Como os perfis de involuta foram gerados pela correia cortada (ou


pela corda envolvendo o círculo de base), e este corte poderá ser feito
em qualquer ponto entre a e b, a tangente a qualquer ponto de
contato entre os perfis será sempre perpendicular ao raio instantâneo
de curvatura da involuta.
Ö Como a força entre duas superfícies em contato se transmite através
da normal comum a estas superfícies, a linha de ação (linha de
forças) coincide com o raio instantâneo de curvatura das involutas
(ou com a correia cortada de acordo com o nosso modelo) e estará
inclinada sempre a um ângulo φ com relação ao vetor velocidade no
ponto P.
Ö Como o ponto P permanece fixo, e é precisamente este ponto que
define os raios primitivos, a relação entre estes raios, ou seja, a
relação de velocidades permanecerá também constante.
Ö Em outras palavras, o perfil de involuta garante a lei fundamental do
engrenamento.
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Geometria do Engrenamento
Ö A ação conjugada da involuta acontece apenas fora dos círculos de
base. A figura 7 mostra o desenvolvimento continuado de uma
engrenagem com perfil do dente de involuta. Os perfis de involuta se
estendem fora do círculo primitivo uma distância chamada altura da
cabeça do dente (adendo). Similarmente o perfil do dente se estende
para dentro do círculo primitivo uma distância chamada altura do pé
do dente (dedendo). A involuta se estende para dentro do círculo
primitivo apenas até o círculo de base.
Ö A porção do perfil entre os círculos de base e do dedendo não pode
participar da ação conjugada mas deve existir para permitir a entrada
da ponta dos dentes das engrenagens durante o giro.
Ö A figura 7 mostra também a posição de uma dupla de dentes
engrenados desde o início até o final do contato. Existe um ângulo de
aproximação e um ângulo de saída tanto para o pinhão quanto para
a engrenagem.
 Jorge A. R. Durán, 18
Ö Figura 7 – Desenvol-
vimento continuado de
uma engrenagem com
perfil do dente de
involuta. (Juvinall 2000)
Ö O círculo do adendo da
engrenagem chega
exatamente até o ponto de
tangência a. Este círculo
corresponde ao máximo
valor teórico que não
produz interferência
(discutida mais adiante).
Ö As forças entre os dentes
em contato atua na linha
de ação (linha nn na
figura 7).
 Jorge A. R. Durán, 19
Nomenclatura dos Dentes
Ö A figura 8 mostra a nomenclatura dos dentes de uma engrenagem
cilíndrica reta. Alguns parâmetros, como o adendo, dedendo,
círculo primitivo e círculo de base foram definidos acima.

Figura 8 – Nomenclatura dos dentes de uma engrenagem cilíndrica reta


 Jorge A. R. Durán, 20

Ö O passo circular é o comprimento de arco ao longo da circunferência


do círculo primitivo entre dois pontos iguais de dentes contíguos:

πd
pc = (4)
Z

Ö É mais comum indicar o tamanho dos dentes relacionando-los com o


diâmetro primitivo e não com o comprimento de arco. Para isto se
usa o módulo m (SI), definido como o número de mm do diâmetro
primitivo por dente, e o diametral pitch P (Unidades Inglesas),
definido como o número de dentes por polegada do diâmetro
primitivo:

d Z 25.4
m= P= m= p c = πm (5)
Z d P
 Jorge A. R. Durán, 21

Ö As engrenagens são fabricadas com um valor padronizado de


módulo. Os mais comuns são:

0.2 .. 1.0 com incrementos de 0.1


1.0 .. 4.0 com incrementos de 0.25
4.0 .. 5.0 com incrementos de 0.5

Ö Os módulos podem chegar a valores tão altos quanto m = 25 mm.


Ö O ângulo de pressão φ mais comum, tanto em unidades inglesas
como no SI é 20o. O ângulo φ = 25o também se utiliza, sobretudo em
pinhões pequenos com poucos dentes, para evitar interferência. O
ângulo φ = 14.5o está em desuso.
Ö Como rb = r cos φ, na medida que φ aumenta para um mesmo raio
primitivo r, a distância linear entre r e rb aumenta. Como a involuta
se forma a partir do círculo de base, e este estará mais afastado do
círculo primitivo, o dente vai “afinando” com o aumento de φ.
Influencia do ângulo de pressão φ no perfil do dente  Jorge A. R. Durán, 22

de involuta

rbi
Involutas
r

Figura 9 – Detalhe de três curvas involutas geradas a partir de três


círculos de base (rbi = r cos φi) com φi=[14.5o vermelho, 20o azul, 25o
verde] para um mesmo raio primitivo r. Observa-se o aumento da
distância radial entre r e rb com o aumento de φ
Ö Os dentes de profundidade completa têm adendo igual no pinhão
Jorge A. R. Durán, 23
e na
engrenagem. Também para todos os sistemas de unidades, o adendo
padrão é a = m (ou 1/P) e o dedendo padrão é de = 1.25 m.
Ö A largura da face b não está padronizada, mas se recomenda entre
9m e 14m. Quanto maior esta largura mais difícil de fabricar o dente
e de montar a engrenagem, mas ao mesmo tempo mais resistente o
dente.
Ö As engrenagens fabricadas de acordo com os sistemas padronizados
são intercambiáveis e estão geralmente em estoque. Por outra parte,
as engrenagens produzidas em massa para aplicações particulares
(como as engrenagens para a transmissão de automóveis) se desviam
dessas normas com o objetivo de lograr a máxima performance para
as aplicações específicas.
Ö A tendência atual é para o uso incrementado de engrenagens
especiais, devido a que os equipamentos e técnicas modernas de corte
dos dentes, assim como as facilidades da informática minimizam o
tempo de projeto necessário.
 Jorge A. R. Durán, 24
Interferência
Ö Como o perfil de involuta dos dentes de engrenagens só existe fora
do círculo de base, a interferência ocorre se qualquer um dos círculos
do adendo se entendem além dos pontos a e b (Figuras 5 e 6).
Ö A interferência pode ocorrer também durante o fresado para a
elaboração da engrenagem e neste caso a ferramenta removerá o
material do dente abaixo da circunferência de base, adelgaçando e
enfraquecendo o dente justo na região de maiores tensões de
trabalho.
Ö Interferência e adelgaçamento podem ser prevenidos evitando-se
engrenagens com poucos dentes. Quando um pinhão tem um número
de dentes relativamente grande, estes serão pequenos para um mesmo
diâmetro primitivo (m=d/Z). Da mesma forma, quando se reduz o
número de dentes para um diâmetro fixo, o módulo (tamanho do
dente) será maior. Para um certo valor de Z < Zmin o dedendo (de =
1.25 m) excederá a distância radial entre o círculo de base e o círculo
primitivo, provocando interferência.
 Jorge A. R. Durán, 25

Figura 10 –
Interferência de
engrenagens
retas (eliminada
removendo a
parte
sombreada).
(Juvinall 2000)
 Jorge A. R. Durán, 26
Ö A partir da geometria da figura 6 é possível deduzir uma expressão
para o raio máximo do círculo do adendo que não provoca
interferência ra(máx) :

ra (máx ) = 2
rb + C sen (φ )
2 2
(6)

Ö Na figura 6 (repetida a seguir) é fácil verificar que a distância


(ra(máx)-r)g< (ra(máx)-r)p. Isto significa que a possibilidade de que
ra(max)-ra<0, onde ra=r+a, ou seja, que haja interferência, é maior nos
dentes da coroa do que nos dentes do pinhão.
Ö Podemos estudar a influência do número de dentes do pinhão e da
coroa na interferência deixando a expressão ra(max)-ra em função de
Zp ou de Zg:
d mZ
ra (máx ) = r + C sen (φ )
2
b
2 2
m= ⇒r= ra = r + a
Z 2
ra (máx )p − rap = rp2 cos 2 (φ ) + (rp + rg ) sen 2 (φ ) − (rp + a )
2
 Jorge A. R. Durán, 27

(ramáx-r)p (ramáx-r)g

Ö Figura 6 (repetida)
 Jorge A. R. Durán, 28

2
 mZ p mZ p   mZ p 
ra (máx )p − rap =
1
(mZ p ) cos (φ) + 
2 2
+ mG  sen (φ ) − 
2
+ m 
4  2 2   2 
 Zp 
ra (máx )p − rap =
1
(mZ p ) cos (φ) + (mZ p ) (1 + mG ) sen (φ) − m + 1
2 2 1 2 2 2

4 4  2 
2
2 1   Zg 
ra (máx )g − rag =
1
( )2 2 1
( )
mZ g cos (φ ) + mZ g  1 +
 
 sen (φ ) − m
2
 + 1 
4 4  mG   2 
(7)
ÖFixando os valores de m, φ, mG obtemos curvas Zp (ou Zg) x
ra(máx)−ra. Como mencionado acima, a interferência ocorre quando esta
diferença for negativa, ou seja, quando o raio do adendo for maior do que
o máximo permitido. Para m=4, mG=3 e φ=20o, os números mínimos de
dentes do pinhão e da engrenagem que não provocam interferência são
Zpmín=3 e Zgmín=46, respectivamente, como mostrado na figura 11. O
aumento do ângulo φ, para os mesmos m e mG, de 20o para 25o, reduz os
valores até Zpmín=2 e Zgmín=30, como mostrado na figura 12.
 Jorge A. R. Durán, 29

Figura 11 – Curvas Zp (ou Zg) x ra(máx)-ra para m=4, mG=3 e φ=20o


mostrando o número mínimo de dentes do pinhão e da engrenagem,
neste caso Zpmín=3 e Zgmín=46,para evitar a interferência de acordo com
a equação 6.
 Jorge A. R. Durán, 30

Figura 12 – Curvas Zp (ou Zg) x ra(máx)-ra para m=4, mG=3 e φ=25o


mostrando o número mínimo de dentes do pinhão e da engrenagem,
neste caso Zpmín=2 e Zgmín=30, para evitar a interferência de acordo com
a equação 6.
 Jorge A. R. Durán, 31

ÖEm pinhões pequenos é possível evitar a interferência aumentando o


adendo do pinhão e diminuindo o adendo da engrenagem. A AGMA
define coeficientes de correção em adendos x1 e x2, cuja soma sempre
será zero. Os valores padronizados são ±0.25 e ±0.50 que adicionam /
subtraem 25 % e 50 % dos adendos padrão.
 Jorge A. R. Durán, 32
Razão de Contato
ÖÉ necessário projetar as engrenagens de forma que um segundo par de
dentes entre em contato antes de que o primeiro tenha saído do contato.
A razão de contato define o número médio de pares de dentes em contato
durante o engrenamento:

rap − rbp + rag − rbg − C sen(φ )


2 2 2 2

CR = (8)
pb
ÖO passo de base pb=πdb/Z mas como db=2rb=2rcos(φ)=dcos(φ), então
pb=πd/Z cos(φ)=pcos(φ).
ÖEm geral, quanto maior for a razão de contato mais suave e silenciosa
a transmissão. Uma razão de contato de 2 ou mais significa que, no
mínimo, dois pares de dentes estão teoricamente em contato ao mesmo
tempo. Se eles estão ou não realmente em contato depende da precisão
de fabricação, da rigidez do conjunto, etc. Razões de contato CR>1.4 são
desejáveis para aumentar a vida útil das engrenagens.
 Jorge A. R. Durán, 33

Observações Importantes
Ö Antes de passar aos exemplos devemos observar que existem
parâmetros geométricos que, embora tenham sido definidos durante o
projeto e utilizados na fabricação das engrenagens, e.g. diâmetros
primitivos d e ângulo de pressão φ, podem sofrer e na verdade
sofrem mudanças durante a montagem, devido a que na maioria da
vezes a distância entre centros C real difere da teórica.
Ö Obviamente que nesta situação as engrenagens já existem fisicamente
e parâmetros como módulo m, os raios de base rb, a largura do dente
b e o número de dentes Z, que foram calculados para os d e φ
teóricos, não podem mais serem mudados. O deslocamento do ponto
primitivo, P, quando muda a distância entre centros C faz com que
haja um novo ângulo de pressão φ. O perfil de involuta garante que a
linha de ação continue passando por P, conseqüentemente que o novo
φ seja constante e que as engrenagens ainda transmitam potência com
uma relação de velocidades angulares constante.
 Jorge A. R. Durán, 34

Exemplos de Cálculo Geométrico de Engrenagens


Ö Exemplo 1 – Dois eixos paralelos com uma distância entre eles de
C=100 mm serão conectados por engrenagens cilíndricas de dentes
retos de módulo m = 4 mm e ângulo de pressão = 20o (Figura E1).
A relação de torques será mA = –3. Calcular:
Ö 1)- Diâmetros primitivos no pinhão e na engrenagem
Ö 2)- Números de dentes no pinhão e na engrenagem
Ö 3)- Determine se haverá interferência utilizando dentes de
profundidade completa. Caso haja, decida o quê fazer para
corrigir o problema.
Ö 4)- Calcule a razão de contacto CR.
Ö Solução: Consideramos primeiramente que o acoplamento ocorre
exatamente nos círculos primitivos, ou seja rp + rg = C = 100 mm.
Como rg / rp = 3, obtemos rp = 25 mm e dg = 75 mm.
 Jorge A. R. Durán, 35
m = 4 mm
Figura E1 – Esquema das Engrenagens φ = 20o
Retas do Exemplo 1. rg ω1/ω2 = -3

Ö Sabendo que m = 2r/Z temos Zp

C = 100 mm
= 50/4 = 12.5 ≈ 13, Zg = 3·13=39
mm. Precisamos então recalcular
os raios primitivos e a distância
entre centros, rp = Zpm/2 = 26 rp
mm, rg = Zgm/2 = 78 mm e C =
106 mm.

Ö Para saber se haverá interferência ou não utilizamos a equação 6.


Precisamos dos diâmetros das circunferências de base:

rbp = rp cos φ = 26 cos 20o = 24.43 mm


rbg = rg cos φ = 78 cos 20o = 73.29 mm
 Jorge A. R. Durán, 36
ra (max )p = (24.43) + (102) sen
2 2 2
20 = 43.15

ra (max )g = (73.29)2 + (102)2 sen 2 20 = 81.46


Ö O raio máximo do pinhão para que não haja interferência está bem
longe do rap = rp +m = 30 mm. Os dentes da coroa interferem com a
porção não involuta do pinhão pois rag = rg + m = 78 + 4 = 82 mm >
81.46.
Ö A solução está em utilizar coeficientes de correção dos dentes, neste
caso ±0.25. Assim ap = 1.25m = 5mm e ag = 0.75m = 3 mm. Assim
rap = rp + 1.25m = 31 mm < 43.15 e rag = rg + 0.75m = 81 mm <
81.46.
Ö Utilizando os novos valores de rp = 26 mm, ap = 5 mm, rg = 78 mm,
ag = 3 mm e C = 104 mm, poderemos calcular a razão de contacto
pela equação 8:
312 − 24.43 2 + 812 − 73.29 2 − 104 ⋅ sen 20
CR = = 1.52
4π cos 20
 Jorge A. R. Durán, 37
Ö O valor de CR = 1.52 se considera satisfatório. Se quisermos usar
dentes com dimensões standard (não corrigidos) teríamos que
diminuir o módulo (aumentando o número de dentes do pinhão) ou
aumentar o ângulo de pressão. Um valor, e.g. de φ = 25o já seria
suficiente para eliminar a interferência.
Ö Exemplo 2 – Uma transmissão consiste de um pinhão de 16 dentes
acionando uma engrenagem de 40 dentes. O módulo m = 12 mm. As
engrenagens foram usinadas utilizando-se um ângulo de pressão
frontal de 20o. Calcular:
Ö 1) – O passo circular, a distância entre eixos e os raios das
circunferências de base
Ö 2) – Na montagem das engrenagens a distância entre eixos ficou
6 mm maior do que a prevista. Calcular os novos valores do
ângulo de pressão φ e dos diâmetros primitivos.
Ö Solução: pc = πm = 12 π mm, dp = mZp = 192 mm e dg = mZg =
480 mm.
 Jorge A. R. Durán, 38

Ö A distância entre centros C = (dp + dg)/2 = 336 mm.


Ö Os raios das circunferências de base rbp = dp/2 cos φ = 90.21 mm e
rbg = dg/2 cos φ = 225.5 mm.
Ö A distância entre centros após a montagem é C’ = (d’p + d’g)/2 = 336
+ 6 = 342 mm. Felizmente estamos usando dentes com perfil de
involuta. Por isto a linha de ação ab continua passando pelo ponto
primitivo P, independentemente da mudança na distância entre
centros. Haverão novos valores dos diâmetros primitivos e do ângulo
de pressão, mas a relação de transmissão continua sendo a mesma:

Zg
40 d'g
mA = = = 2.5 = Ö Resolvendo o sistema de
Z p 16 d'p duas equações com duas
incógnitas temos: d’p =
d'p + d'g 195.43 mm e d’g =
C = 342 = 488.57 mm.
2
 Jorge A. R. Durán, 39

Ö Como mencionado anteriormente, o raio da circunferência de base rb


não pode mais ser mudado (a engrenagem já existe e o perfil de
involuta do dente foi cortado ou gerado para um rb de projeto).
Utilizando, e.g. o pinhão, temos:

rbp = rp, cos φ,


 r   r cos 20 o

φ = arccos ,  = arccos
, bp p 
r   r , 
 p   p 
 192 / 2 * cos 20 o

φ = arccos
,


 195 .43 / 2 
φ, = 22.6o
 Jorge A. R. Durán, 40

Trens de Engrenagens
Ö Um trem de engrenagens está formado por duas ou mais rodas
acopladas. Uma dupla de rodas é a forma mais simples de um trem
de engrenagens. Neste caso a relação de engrenagens está limitada a
(mG<10). Para mG>10 o conjunto fica grande demais, sobre tudo
levando em conta a necessidade de se ter um Zmin no pinhão para
evitar interferência.
Ö Os trens de engrenagens poderão ser simples, compostos ou
epicíclicos (planetários) (Figura 13). Os trens simples não fazem
sentido quando tem mais de três rodas. Isto porque os efeitos
numéricos das rodas intermediárias se cancelam na relação de
transmissão total:

 Z 2   Z 3  Z 4   Z i +1  Z i +1
m A =  −  −  −  ...  −  = ± (9)
 Z 1   Z 2  Z 3   Zi  Z1
 Jorge A. R. Durán, 41

Ö Para obter relações mG>10 se utilizam os trens compostos, os quais


se caracterizam pelo fato de que ao menos um dos eixos suporta mais
de uma engrenagem. Como as fontes de potência (motores elétricos,
de combustão interna, turbinas, etc) geralmente trabalham a altas
velocidades de rotação de forma a fornecer uma grande quantidade
de potência por unidade de tamanho da fonte, na maioria dos casos o
pinhão é o elemento motriz e a coroa o elemento movido, de forma a
produzir uma redução (redução de velocidade e aumento de torque).
Para um trem composto a relação de transmissão será:

 Z 2   Z 4  Z 6   Zi+2 
m A =  − 
 − 
 
 − 
 ...  − 
 Z 1   Z 3  Z 5   Zi+2 
Pr oduto dos Z movidos (10)
mA =
Pr oduto dos Z motrizes
 Jorge A. R. Durán, 42

Ö A diferença dos trens simples, nos trens compostos as relações


intermediárias não se cancelam, sendo possível obter altas relações
de transmissão.
Ö Os trens epicíclicos ou planetários são máquinas com dois graus de
liberdade que apresentam uma série de vantagens sobre os trens
convencionais, entre as quais estão a possibilidade de se obter
elevadas relações de transmissão em pequenos espaços, saídas
concêntricas e bidirecionais para uma única entrada, etc. Com todas
estas vantagens só poderiam ser mais caros que os convencionais.

Figura 13 – Esquemas de Trens de Engrenagens Compostos e Planetários


 Jorge A. R. Durán, 43
Ö Exemplo 3 – Projetar um trem composto para uma relação total mG
= 29. Utilizar engrenagens retas com φ = 25o e m = 3 mm, em todos
os estágios. Limitar a relação máxima em cada estágio a mG = 10.
Ö A relação mG = 29 não pode ser conseguida em um único estágio.
Dois estágios com uma relação 290.5 = 5.385 poderão ser utilizados.
Ö O número de dentes têm que ser um inteiro, por isso poderemos
verificar o quanto o quociente de dois inteiros se aproxima de 5.385,
começando pelo Zmin = 12 do pinhão para evitar adelgaçamento do
dente pela fresa durante a usinagem (Norton 2000):
12 * 5.385 = 64.622
13 * 5.385 = 70.007
14 * 5.385 = 75.392
Ö Com dois trens de 70 e 13 dentes obteremos uma relação bem
próxima da desejada:
 70  70 
   = 28.994
 13  13 
 Jorge A. R. Durán, 44

Forças em Engrenagens Cilíndricas de


Dentes Retos
Ö A análise de forças em engrenagens cilíndricas de dentes retos se faz
utilizando a clássica mecânica newtoniana. A figura 14 mostra o
diagrama de corpo livre de duas rodas em contato no ponto primitivo.
Ö Desprezando o atrito a força transmitida será W, atuando ao longo da
linha de ação (que pela sua vez está inclinada um ângulo φ com
relação ao vetor velocidade em P). Poderemos resolver W em
componentes radial Wr e tangencial Wt:
Tp
Wt = , Wr = Wt tan φ, W = Wt sec φ (11)
rp
Ö As equações 11 poderiam ter sido escritas também para a
engrenagem, já que a carga transmitida W é a mesma. As forças de
reação no apoio são iguais e de sentido contrário àquelas atuando no
ponto primitivo.
 Jorge A. R. Durán, 45

Figura 14 – Diagrama de
corpo livre do pinhão
e da engrenagem
mostrando a
decomposição da
força resultante W (F
na figura), que age na
linha de ação entre as
engrenagens, em
componentes radial
Wr e tangencial Wt.
 Jorge A. R. Durán, 46
Ö Dependendo da relação de contato, um dente pode receber toda ou
parte da carga W em algum ponto entre os círculos do adendo e do
dedendo. Obviamente que a pior condição seria quando W atua na
ponta do dente. Nesse caso a força tangencial Wt teria o seu maior
braço de alavanca possível com relação à base do dente.
Ö Para CR = 2 considera-se que, no momento em que um dos pares em
contato separa-se, o maior momento de flexão se produz pela ação de
toda a carga W em um ponto ligeiramente abaixo da ponta, que
denominaremos HPSTC (highest point of single-tooth contact).
Ö Para engrenagens de pouca qualidade, independentemente da CR
considera-se que a carga W estará aplicada na ponta do dente (tip
loading). A norma de projeto para engrenagens da AGMA utiliza
estes termos em inglês, razão pela qual aparecem neste texto.
Ö Mesmo para torques constantes cada dente experimentará um
carregamento repetido quando entra e sai do contato, criando uma
situação de fadiga.
 Jorge A. R. Durán, 47
Ö A figura 15 mostra esquematicamente a variação dos momentos com
o tempo, experimentados por dentes de engrenagens externas e
intermediárias.

Figura 15 – Esquema da
variação dos
momentos de flexão
com o tempo em
dentes de
engrenagens
1

2
Tensões em Engrenagens Cilíndricas de  Jorge A. R. Durán, 48

Dentes Retos
Ö Engrenagens falham por dois modos principais: fadiga e fadiga
superficial. O projeto deverá se basear nestes dois mecanismos.
Ö As falhas por fadiga devido às tensões de flexão podem ser evitadas
mantendo o estado de tensões na região segura dos diagramas
normalizados de vida constante.
Ö Como a maioria das engrenagens para serviço pesado são feitas de
aço, e estes materiais exibem um limite de fadiga, será possível
projeta-as para vida infinita.
Ö Para tensões de contato repetidas os materiais de engenharia não tem
um limite de fadiga. Por esta razão é impossível projetar para vida
infinita contra a fadiga superficial.
Ö O modo de fadiga superficial mais comum é o pitting, embora o
desgaste por abrasão e por adesão sejam também encontrados em
engrenagens pouco lubrificadas.
 Jorge A. R. Durán, 49

Ö Serão abordados os dois principais modos de falha utilizando os


procedimentos recomendados pela AGMA.

Cálculo à Fadiga por Tensões de Flexão


Ö A primeira equação útil para tensões de flexão em dentes de
engrenagens foi proposta por Wilfred Lewis ao Clube de
Engenheiros da Philadelphia em 1892. Ainda hoje, a equação de
Lewis serve de base à análise de tensões em dentes de engrenagens.
Ö A figura 16 mostra um dente de uma engrenagem carregado como
uma viga em balanço, com a carga resultante W aplicada na ponta.
Mr. Lewis fez as seguintes simplificações:
Ö 1) Toda a carga está aplicada na ponta de um único dente. Esta é
obviamente a mais severa condição e serve para engrenagens de
qualidade ordinária. Para engrenagens mais precisas nunca a carga
total será aplicada na ponta de um único dente.
 Jorge A. R. Durán, 50

Figura 16 – Tensões de Flexão no dente de uma engrenagem reta.


Comparação com uma parábola de tensão constante. (Juvinall 2000)
 Jorge A. R. Durán, 51

Ö Para uma 1 < CR < 2, e.g., cada novo par de dentes entra em contato
quando ainda o par prévio está engrenado. Apenas quando o ponto de
contato encontra-se a uma certa distância da ponta é que o par prévio
se separa. Neste caso o novo par suporta toda a carga, mas não mais
na sua ponta e sim no HPSTC, onde o braço de alavanca da força W
é menor.
Ö 2) A componente radial Wr é desprezível.
Ö 3) A carga se distribui uniformemente na largura da face do dente.
Ö 4) As forças devidas ao atrito por deslizamento são desprezíveis.
Ö 5) A concentração de tensões na base do dente é desprezível.
Ö Continuando com a figura 16, nota-se que fora da parábola que
representa uma tensão constante na superfície (igual à tensão na base
do dente) as tensões são menores que este valor e por tanto o dente
será mais resistente. No ponto de tangência da parábola de tensão
constante e o perfil do dente (ponto a) teremos:
 Jorge A. R. Durán, 52

Mc 6 Wt h
σb = = (a)
I bt 2
Ö Por similitude de triângulos temos:

2
t/2 h t
= , ou = 4x (b)
x t/2 h
Ö Substituindo b em a e definindo o fator de forma de Lewis como
y=2x/3p, onde p é o passo circular, tem-se.:

Wt Wt
σb = , σb = (c)
bpy mbΥ
Ö A expressão anterior (direita) foi obtida definindo o fator de forma de
Lewis Y em função do módulo e do passo circular Y=p*y/m.
 Jorge A. R. Durán, 53

Ö A equação proposta pela AGMA (Norma 2001-B88), está baseada na


equação de Lewis. Certas considerações são necessárias para utilizar
este procedimento:
Ö 1) A relação de contato está entre 1 e 2.
Ö 2) Não existe interferência entre os dentes e nem enfraquecimento da
base do dente pela ferramenta.
Ö 3) A raiz dos dentes é normal, assumida lisa e obtida por um
processo de geração.
Ö 4) As forças de atrito são desprezíveis.
Ö Por fim, a equação da AGMA para tensões de flexão em dentes de
engrenagem é:

Wt K a K m
σb = K sK I (12)
bmJ K v
 Jorge A. R. Durán, 54
Ö O fator de geometria J pode ser calculado por um algoritmo definido
na norma AGMA 908-B-89. Este fator depende do número de dentes
do pinhão e da coroa, do tipo de dentes (corrigidos ou normais), do
ângulo de pressão e do tipo de carregamento (HPSTC ou tip loading).
Ö As tabelas 11.8 – 11.15 das páginas 624-626 do Norton apresentam
um extrato das tabelas da norma AGMA com os fatores J para
diferentes combinações das variáveis acima mencionadas.
Ö O fator dinâmico Kv leva em conta as vibrações internas geradas pelo
impacto entre os dentes de engrenagens de baixa precisão. Pode ser
calculado por equações empíricas:
B
 A 

Kv =  

 A + 200Vt 
A = 50 + 56 (1 − B ) (13)

B=
(12 − Q v )
2/ 3
6 ≤ Q v ≤ 11
4
 Jorge A. R. Durán, 55
Ö onde Qv é o índice de qualidade do conjunto e Vt a velocidade linear
no ponto primitivo. Para engrenagens com um Qv <= 5 utiliza-se
outra equação:
50
Kv = (14)
50 + 200Vt

Ö Esta relação é valida para Vt < 13 m/s. Para maiores velocidades


deverá se usar um conjunto com um maior índice de qualidade.
Ö O fator de distribuição de carga Km leva em conta potenciais erros de
alinhamento axial durante a montagem o que causará uma
distribuição desigual da carga Wt na face do dente. Quanto maior a
largura da face b maior a probabilidade que aconteçam estes erros e
maior o valor de Km, como mostrado na tabela 1.
Ö O fator de aplicação Ka destina-se a incrementar as tensões nos
dentes devido às variações da carga Wt com o tempo devido à falta
de “suavidade” na transmissão provocada tanto pelo elemento motriz
como pelo elemento movido. A tabela 2 mostra os valores de Ka.
 Jorge A. R. Durán, 56

Tabela 1 – Fatores de Distribuição de Carga Km.


Largura da Face Fator de Distribuição
b [mm] de Carga Km
<50 1.6
150 1.7
250 1.8
500 2.0

Tabela 2 – Fatores de Aplicação Ka.


Máquina Movida
Máquina Motriz Uniforme Impacto Moderado Impacto Severo
Uniforme
1.00 1.25 1.75 ou maior
(Motor Elétrico, Turbina)
Impacto Leve
1.25 1.5 2.0 ou maior
(Motor Multi-Cilindro)
Impacto Médio
1.5 1.75 2.25 ou maior
(Motor Mono-Cilindro)
 Jorge A. R. Durán, 57
Ö Quando os testes de fadiga por flexão se fazem em espécimes
pequenos comparados com o tamanho real da peça é necessário
incrementar as tensões por um fator de tamanho Ks. Este, no entanto,
não costuma ser o caso das engrenagens, onde geralmente os testes
são feitos em espécimes de tamanho real. Por esta razão Ks se
considera quase sempre igual a 1, a menos que em situações
especiais o projetista considere necessário utilizar Ks = 1.25 ou 1.5.
Ö Por último, o fator de rodas intermediárias KI leva em conta as
características dos ciclos de tensão em dentes de rodas
intermediárias. Este tipo de engrenagens está submetida a
carregamentos completamente reversos com tensões médias que são
zero (figura 15), ou seja, os dentes sofrem com um estado tensional
mais severo e por conseguinte KI = 1.42. Já para engrenagens de
entrada e saída KI = 1.0.
Ö Para explicar esta diferença suponha o DVC da figura 15 como sendo
normalizado com coordenadas σm/Su x σa/σar. No ponto 1 teremos
σm1=0 e σar1=σa1 e no ponto 2 σa2= σm2= σa1/2.
 Jorge A. R. Durán, 58
Ö Por Goodman e considerando um FS=1 temos para o ponto 2:
~
σ ~
σ ~
σ ~
σ
a2
+ m 2 = 1 ⇒ a1 + a1 = 1 (15)
σ ar 2 S u 2σ ar 2 2S u
Ö Usando a estimativa (para aços) da resistência à fadiga em 106 ciclos
temos:
~
σ a1 1 ~
σ a1  1 
2

= ⇒ +  =1
Su 2 2σ ar 2  2 
(16)
 
1 σ~  2
σ ar 2 =  a1  = σ~ ≈ 0 .6 σ
~ ≈ 0 .6 σ
a1 a1 ar 1
1
2 1 −  3
 4
Ö Ou seja, para 106 ciclos, as tensões máximas em engrenagens de
entrada e saída podem ser até 40% mais altas do que as tensões nas
engrenagens intermediárias.
 Jorge A. R. Durán, 59

Resistência à Fadiga por Tensões de Flexão

Ö Os métodos de cálculo à fadiga estudados no capítulo de “Projeto de


Eixos” são perfeitamente aplicáveis ao caso das engrenagens, devido
a que os princípios envolvidos são os mesmos. Existem, no entanto,
dados mais precisos de resistência à fadiga dos materiais utilizados
em engrenagens, devido a extensos programas de testes efetuados nas
últimas décadas. Estes dados foram coletados pela AGMA e para
alguns materiais podem ser encontrados na tabela 11-20 da página
638 do Norton.
Ö Os dados estão parcialmente corrigidos devido a que foram gerados
com espécimes muito mais próximos das peças reais. Correspondem
a 1E7 ciclos de tensão, temperatura ambiente e 99 % de
confiabilidade. A fórmula de correção incluirá estes três fatores:
 Jorge A. R. Durán, 60

KL
Sfb = S'fb (1E7 ) (17)
K TK R
Ö Onde S’fb(1E7) é a resistência à fadiga por flexão tabelada (não
corrigida) em 1E7 ciclos. KL, KR e KT são os fatores de correção da
vida, confiabilidade e temperatura, respectivamente, e Sfb é a
resistência à fadiga por tensões de flexão da peça.
Ö O fator KL = f(N,HB) foi a forma encontrada pela AGMA para
descrever toda a curva SN ao tempo que apresenta um único valor
tabelado de S’fb(1E7), isto é:

S'fb (1E7 ) ⋅ K L = S'fb ( N ) (18)

Ö Para aços encontramos o KL na figura 11-24 página 637 do Norton.


Ö Também para aços, o fator de temperatura KT = 1 quando a
temperatura do óleo não ultrapassa os 120oC e
 Jorge A. R. Durán, 61

9 / 5 ⋅ TC + 492
KT = (19)
620
Ö Onde Tc é a temperatura do óleo (oC).
Ö Os dados da AGMA referem-se a uma confiabilidade de 99 % (1
falha em 100 espécimes). Neste caso KR = 1. Se se deseja uma
confiabilidade diferente devemos usar a tabela 3.

Ö Tabela 3 – Fatores de Confiabilidade para correção do S’fb

Confiabilidade KR
90 0.85
99 1
99.9 1.25
99.99 1.5
 Jorge A. R. Durán, 62

Cálculo à Fadiga por Tensões de Contato


Ö Na interface entre os dentes de duas engrenagens acopladas existe
uma combinação de rolamento com deslizamento. No ponto
primitivo P existe rolamento puro, enquanto que na medida que nos
afastamos deste ponto a quantidade de deslizamento aumenta. Com
boa aproximação considera-se um 9 % de deslizamento para
representar a ação combinada destes dois tipos de contato. A equação
da AGMA para as tensões de contato entre os dentes é:

Wt CaCm
σ C = Cp Cs Cf (20)
b I d Cv
Ö Onde Wt é a força tangencial no dente, d é o diâmetro primitivo do
pinhão, b é a largura do dente, I é um fator de geometria superficial
para resistência ao pitting e Cp é um coeficiente elástico que leva em
conta as diferenças entre as constantes dos materiais do pinhão e da
coroa.
 Jorge A. R. Durán, 63

Ö Os fatores Ca, Cm, Cv e Cs são iguais, respectivamente, aos fatores


Ka, Km, Kv e Ks já definidos para as tensões de flexão. Serão
definidos a seguir os novos fatores I, Cp e Cf.
Ö O fator de geometria superficial I, leva em conta o raio de curvatura
do dente da engrenagem e o ângulo de pressão. A equação da AGMA
para I é:

cos φ
I=
 1 1 
 ±  dp
ρ ρ 
 p g (21)

ρp = (rp + m(1 + xp ))2 − (rp cos φ)2 − mπ cos φ


ρ g = C sen φ m ρp
 Jorge A. R. Durán, 64

Ö Nas equações anteriores ρp e ρg são os raios de curvatura dos dentes


do pinhão e da engrenagem, respectivamente, xp é o coeficiente de
correção do adendo do pinhão. Se for um pinhão não corrigido xp =
0. Se for um pinhão com um adendo incrementado em 25 % xp =
0.25. O sinal superior indica engrenagens externas e o inferior
engrenagens internas. Notar que esta convenção não tem nada a ver
com o sistema adotado para a relação de transmissão.
Ö O coeficiente elástico Cp se calcula pela seguinte fórmula:

1
Cp = [MPa ]
 1 − ν p2   1 − ν g2  
π  +
  E 
 (22)
 E p   g  
Ö Ep e Eg são os módulos de elasticidade do pinhão e da coroa,
enquanto que νp e νg são os respectivos coeficientes de Poisson.
 Jorge A. R. Durán, 65

Ö O coeficiente Cf leva em conta a presença de superfícies com um


acabamento superficial bem abaixo da média daquele conseguido
pelos métodos convencionais de fabricação de engrenagens.
Normalmente se considera igual a Cf = 1, embora possa ser
incrementado pelo projetista na presença de acabamentos de baixa
qualidade e/ou a suspeita de tensões residuais.

Resistência à Fadiga Superficial

Ö Designaremos os dados de resistência à Fadiga superficial publicados


pela AGMA como S’fc. São necessários quatro fatores de correção
para obter a resistência à fadiga superficial da peça Sfc:

CLCH
S fc = S'fc (23)
CTC R
 Jorge A. R. Durán, 66

Ö Os fatores CT e CR são idênticos àqueles definidos como KT e KR


para a resistência à fadiga por flexão e devem ser selecionados da
mesma forma. O fator de vida CL também tem o mesmo sentido que
o KL definido anteriormente, só que referenciando, obviamente, um
gráfico SN diferente. Mais uma vez os dados disponíveis referem-se
a uma vida de 1E7 ciclos, de forma que para projetar a vidas
diferentes deve-se selecionar o CL da figura 11-26 da página 639 do
Norton.
Ö O fator de dureza superficial CH depende da relação de transmissão e
das durezas relativas entre o pinhão e a coroa. Como está no
numerador da equação 23 e é sempre maior do que 1 atua de forma a
incrementar a resistência aparente do material das engrenagens. È
utilizado quando a dureza do pinhão é maior do que a dureza da
coroa, o que provoca o encruamento desta última durante o
acoplamento, incrementando a sua resistência. CH se aplica só para a
coroa.
 Jorge A. R. Durán, 67

Ö A norma da AGMA recomenda duas fórmulas para calcular CH,


dependendo das durezas relativas entre o pinhão e a coroa.
Ö A equação 24 aplica-se a pinhões endurecidos volumétricamente
enquanto que a equação 25 é para pinhões com endurecimento
superficial.
Ö HB com o respectivo sub-índice representa a dureza Brinell das
engrenagens e Rq é a raiz média quadrática (rms) da rugosidade
superficial do dente do pinhão em µmm.
Ö Uma coleção de valores S’fc da AGMA para os materiais mais
comumente utilizados em engrenagens podem ser encontrados na
tabela 11-21 página 641 do Norton.
 Jorge A. R. Durán, 68

C H = 1 + A(m G − 1)
 HB p
0 < 1.2
 HB g
 HB p HB p

A = 0.00898 − 0.00829 1.2 ≤ ≤ 1.7 (24)
 HB g HB g
 HB p
0.00698 > 1.7
 HB g

C H = 1 + B(450 − HB g )
(25)
− 0.052 R q
B = 0.00075e
 Jorge A. R. Durán, 69

Exemplo de Cálculo

Ö Um trem simples consistindo de um pinhão (p), uma roda


intermediária (i) e uma engrenagem (g) transmite 20 HP com uma
relação de 3.5. O pinhão gira a 2500 rpm e tem 14 dentes. As rodas
foram fabricadas com um ângulo de pressão de 25 graus, índice de
qualidade de 6, módulo m = 4 mm e acabamento superficial normal.
A largura dos dentes b = 10m em todos os casos. A coroa
intermediária tem 17 dentes. O material de todas as rodas é o aço
4340. A vida requerida será de 5 anos trabalhando 10 horas por dia.
A temperatura de operação é de 100oC. Tanto a fonte do movimento
como a saída são uniformes. Calcular os torques e cargas
transmitidas, os diâmetros primitivos e os fatores de segurança (para
99 % de confiabilidade) contra a falha por tensões de flexão (fadiga)
e por tensões de contato (fadiga superficial).
 Jorge A. R. Durán, 70
Ö Solução: O número de dentes da engrenagem pode ser calculado
utilizando a fórmula da relação de transmissão para um trem simples:

Zi Zg
mG = ⇒ Z g = 3.5 ⋅ 14 = 49
Zp Zi
Ö O Torque no pinhão será:

P = Tp ωp ⇒ Tp = P / ωp = 56.96N − m
Ö A carga tangencial Wt será a mesma nas três rodas e pode ser
calculada da relação torque/raio primitivo em qualquer uma destas.
Precisamos por tanto dos diâmetros primitivos:
d p = Z p * m = 14 * 4 = 56 mm
d i = Z i * m = 17 * 4 = 68 mm
d g = Z g * m = 49 * 4 = 196 mm
 Jorge A. R. Durán, 71

Tp 56.96
Wt = = = 2035 N
rp 28e − 3
Wr = Wt * tan(φ) = 2034.2 * tan( 25) = 948.5 N
Wt 2034.2
W= = = 2244.5 N
cos(φ) cos( 25)

Ö Calculamos o torque na engrenagem intermediária pela equação


Ti=Wt x ri. Já o torque na engrenagem Tg pode ser calculado também
utilizando a equação Tg=Wt x rg ou pela relação de transmissão mG.

Ti = Wt ⋅ ri = 2034.2 ⋅ 34e − 3 = 69.1 N − m


Tg = m G ⋅ Tp = 3.5 ⋅ 56.96 = 200 N − m
 Jorge A. R. Durán, 72

Cálculo das Tensões de Flexão


Ö Serão calculadas nos dentes de cada roda utilizando a equação da
AGMA:
Wt K a K m
σb = K sK BK I
bmJ K v
Ö Como a relação de contato 1<CR<2 nas duas interfaces (o aluno
deverá verificar este resultado) e as engrenagens são de qualidade
média Qv = 6 podemos assumir que um dente suporta toda a carga no
ponto HPSTC. Na tabela 11-13 pág. 626 do Norton 2004, para
dentes de profundidade completa e φ = 25o tem-se:

J p = 0.33
J i = 0.36
J g = 0.471
 Jorge A. R. Durán, 73
Ö O fator dinâmico Kv depende da qualidade das engrenagens e da
velocidade linear do ponto primitivo, logo será o mesmo nos três
casos:

Vt = rp ⋅ ωp = 28e − 3 ⋅ 2500 / 9.5493 = 7.33 m / s

B=
(12 − Q v )
2/ 3

=
(12 − 6)
2/ 3

= 0.826
4 4
A = 50 + 56 (1 − B ) = 50 + 56 (1 − 0.826) = 59.74
B
 A   59.74 
0.826

Kv =   =  = 0.66
 A + 200 Vt   59.74 + 200 ⋅ 7.33 

Ö Para a largura b = 10m = 40 mm o fator de distribuição de carga Km


= 1.6 para todas as rodas (tabela 1).
Ö Dos dados do exemplo sabemos que o carregamento será uniforme
na saída e na entrada, ou seja Ka = 1. O fator de tamanho também
será o mesmo para as três engrenagens Ks = 1.
 Jorge A. R. Durán, 74

Ö Obviamente que KI = 1.42 para a engrenagem intermediária e KI = 1


para as outras rodas. Calculando as tensões de flexão temos:

2034.2 1 ⋅ 1.6
σbp = 1 ⋅ 1 ⋅ 1 = 93.4 MPa
40 ⋅ 4 ⋅ 033 066
2034.2 1 ⋅ 1.6
σbi = 1 ⋅ 1 ⋅ 1.42 = 121.6 MPa
40 ⋅ 4 ⋅ 0.36 066
2034.2 1 ⋅ 1.6
σbg = 1 ⋅ 1 ⋅ 1 = 65.43 MPa
40 ⋅ 4 ⋅ 0471 066
Cálculo da Resistência à Fadiga por Flexão
Ö Da tabela 11-20 página 638 do Norton temos S’fb = 250 .. 325 MPa
para o aço 4340. Para mais segurança trabalhamos com o limite
inferior.
 Jorge A. R. Durán, 75
Ö O fator KL = f(N,HB). Das três engrenagens o pinhão é o que sofre a
maior quantidade de ciclos de fadiga:
rev min h dias
Np = 2500 ⋅ 60 ⋅ 10 ⋅ 365 ⋅ 5 anos
min h dia ano
Np = 2.73E9 ciclos
Ö Como a vida requerida Np > 1E7 utilizamos o seguinte fator KL:

K L = 1.3558 N − 0.0178 = 0.92


Ö Os fatores de segurança serão calculados para 99 % de
confiabilidade, ou seja, KR = 1. Para uma temperatura inferior aos
120oC KT = 1.
Ö A resistência à fadiga da peça será:
0.92
Sfb = ⋅ 250 = 230 MPa
1⋅1
 Jorge A. R. Durán, 76

Ö Como as tensões estão linearmente relacionadas às cargas (equação


de Lewis) o fator de segurança se obtém simplesmente dividindo a
resistência pela tensão atuante. Haverá um fator diferente para cada
engrenagem, visto que as tensões são diferentes em cada uma delas.

Sfb 230
FS p = = = 2.46
σ bp 93.4
Sfb 230
FS i = = = 1.89
σ bi 121.6
Sfb 230
FS g = = = 3.51
σ bg 65.4

Ö Embora aceitáveis estes valores poderão ser maiores se aumentarmos


a largura da face do dente ou utilizarmos um material mais resistente.
 Jorge A. R. Durán, 77

Cálculo das Tensões de Contato


Ö Utilizamos a equação da AGMA para tensões de contato em dentes
de engrenagens:

Wt CaCm
σ C = Cp Cs Cf
bId C v
Ö O coeficiente elástico será o mesmo nas três engrenagens:
1
Cp = = 187 MPa
  1 − 0 .3   1 − 0 .3  
2 2
π   +   
 2E5   2E5  
Ö Os coeficientes Ca, Cm, Cv e Cs são iguais àqueles utilizados para
tensões de flexão:
Ca = 1, Cm = 1.6, Cv = 0.66, Cs = 1
 Jorge A. R. Durán, 78

Ö Para engrenagens com acabamento superficial normal Cf = 1.


Ö As tensões de contato em cada interface serão diferentes. Por este
motivo daqui para frente utilizaremos o sub-índice p_i para
referirmos à interface pinhão – intermediária, e o sub-índice i_g para
referirmos à interface intermediária – coroa. Os coeficientes de
correção xp = 0 e xi = 0.

ρp _ p _ i = (28 + 4(1 + 0)) − (28 cos 25 )


2 o 2
− 4π cos 25 o

ρ p _ p _ i = 8.105 mm
ρ g _ p _ i = 62 sen 25o − ρ p _ p _ i = 18.097 mm
o
cos 25
Ip _ i = = 0.091
 1 1 
 +  56
 8.105 18.097 
 Jorge A. R. Durán, 79

ρp _ i _ g = (34 + 4(1 + 0)) 2


(
− 34 cos 25 )
o 2
− 4π cos 25o
ρp _ i _ g = 10.848 mm
ρg _ i _ g = 62 sen 25o − ρp _ i _ g = 44.938 mm
cos 25o
Ii _ g = = 0.116
 1 1 
 ±  di
ρ ρ 
 p _ i _ g g _ i _ g 
Ö Já estamos em condições de calcular as tensões de contato:

2034.2 1.6
σc _ p _ i = 187.027 ⋅ ⋅1⋅ ⋅ 1 ⋅ 1 = 921.9 MPa
40 ⋅ 0.091 ⋅ 56 0.66
2034.2 1.6
σc _ i _ g = 187.027 ⋅ ⋅1⋅ ⋅ 1 ⋅ 1 = 737.9 MPa
40 ⋅ 0.116 ⋅ 68 0.66
 Jorge A. R. Durán, 80

Resistência à Fadiga Superficial


Ö Como visto anteriormente calculamos uma resistência à fadiga
superficial da peça modificando a resistência à fadiga superficial do
material da engrenagem:

CLC H
S fc = S'fc
CTC R
Ö Como T < 120oC, a confiabilidade será de 99% e o material das três
engrenagens é o mesmo, o que significa que terão a mesma dureza,
os coeficientes de correção serão CT = 1, CR = 1 e CH = 1.
Ö O maior número de contatos, e por tanto as maiores chances de
ocorrência da fadiga superficial estão no pinhão, onde N = 2.73E9
ciclos. Da figura 11-26 página 639 do Norton temos:
−0.023
CL = 1.4488 ⋅ N = 0.879
 Jorge A. R. Durán, 81
Ö Da tabela 11-21 página 641 do Norton, para o aço 4340, o menor
valor de resistência à fadiga superficial é S’fc = 1050 MPa. Por tanto:
0.879 ⋅ 1
Sfc = ⋅ 1050 = 922.9 MPa
1⋅1
Ö Os fatores de segurança contra a falha por fadiga superficial devem
ser calculados comparando a carga atuante (Wt) com a carga que
produz uma tensão de contato igual à resistência à fadiga superficial
da peça. Como as tensões de contato se relacionam com a raiz
quadrada das cargas, os fatores de segurança se calculam como o
quadrado do quociente da resistência à fadiga superficial da peça
dividida pela tensão de contato em cada interface:
2
 Sfc   922.9  2
FS c _ p _ i =  =  = 1.002
σ   921.9 
 c _ p _ i 
2
 Sfc   922.9  2
FS c _ i _ g =  =  = 1.564
σ   737.9 
 c _ i _ g 
 Jorge A. R. Durán, 82

Ö São fatores de segurança muito baixos, que podem ser melhorados


com pequenas mudanças de projeto. A mais obvia delas seria
aumentar um pouco a largura das engrenagens para diminuir todas as
tensões. Utilizando, e.g. o limite superior da largura recomendada b
= 14 m = 56 mm os novos fatores de segurança contra a falha por
tensões de flexão e por tensões de contato são:

FS p = 3.44 FS i = 2.64 FS g = 4.92


FS c _ p _ i = 1.403 FS c _ i _ g = 2.19

Ö Podemos afirmar, com um fator de segurança de, no mínimo 2.64,


que há um 99% de probabilidade de que os dentes das engrenagens
não quebrem por fadiga nos próximos 5 anos.
Ö Da mesma forma, afirmamos com um fator de segurança de, no
mínimo 1.4, que existe apenas 1% de chances de que as engrenagens
sofram fadiga superficial durante sua vida útil.
 Jorge A. R. Durán, 83

BIBLIOGRAFIA

1. SHIGLEY, J.E. MISCHKE, C.R. (2001). Mechanical Engineering


Design. McGraw-Hill Book Company, 6ed., New York.
2.
Bibliografia
NORTON, R. L. (2000). Machine Design, An Integrated Approach.
Prentice Hall Inc., 2ed., New Jersey.
3. JUVINALL, R. C. (2000). Fundamentals of Machine Component
Design. John Wiley & Sons, Inc. 3ed., United States.
4. COLLINS, J.A. Projeto mecânico de Elementos de Máquinas: uma
perspectiva de prevenção de falha. 1a ed., John Wiley & Sons, Inc.,
United States

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