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Durán, 1
Disciplina:
ElementosTítulo
de Máquinas
Tema:
Engrenagens Cilíndricas de
Dentes Retos
(ver. Julho 2006)
Jorge A. R. Durán
UFF – TMI – Volta Redonda
Jorge A. R. Durán, 2
Lista de Símbolos
ω v e lo c id a d e a n g u la r m A g a n h o m e c â n ic o
φ â n g u lo d e p r e s s ã o m G r e la ç ã o d e tr a n s m is s ã o
ψ â n g u lo d a h é lic e
m V r a z ã o d e v e lo c id a d e s
a n g u la r e s
ρ r a io d e c u r v a tu r a d o s d e n te s N n ú m e r o d e c ic lo s
σ ar te n s ã o a lte r n a d a to ta lm e n te Q v
ín d ic e d e q u a lid a d e
re v e rsa (R = -1 )
σ b te n s õ e s d e fle x ã o
P “ d ia m e tr a l p itc h ” ( ta m b é m
u s a d o p a r a p o n to p r im itiv o )
σ b te n s õ e s d e fle x ã o pb passo de base
σ m te n s õ e s m é d ia s pc p a s s o c ir c u la r
ν c o e fic ie n te d e P o is s o n r r a io p r im itiv o
a a d e n d o , a ltu r a d a c a b e ç a d o ra r a io d a c ir c u n fe r ê n c ia d o
d e n te adendo
b la r g u r a d a fa c e rb r a io d e b a s e
C S ’ fb r e s is tê n c ia n ã o - c o r r ig id a à
d is tâ n c ia e n tr e c e n tr o s
fa d ig a p o r fle x ã o
C p S fb r e s is tê n c ia c o r r ig id a à
c o e fic ie n te e lá s tic o
fa d ig a p o r fle x ã o
C ´s fa to re s d e c o rre ç ã o d a s S ’ fc
r e s is tê n c ia n ã o - c o r r ig id a à
te n s õ e s ( e d a r e s is tê n c ia ) à
fa d ig a s u p e r fic ia l
fa d ig a s u p e r fic ia l
C R S fc r e s is tê n c ia c o r r ig id a à
ra z ã o d e c o n ta to
fa d ig a s u p e r fic ia l
d d iâ m e tr o p r im itiv o T T o rq u e
de d e d e n d o , a ltu r a d o p é d o V t
V e lo c id a d e lin e a r e m P
d e n te
E W fo rç a to ta l n o s d e n te s d a s
m ó d u lo d e e la s tic id a d e
e n g re n a g e n s
F S fa to r d e s e g u ra n ç a W a fo r ç a a x ia l
I fa to r g e o m é tr ic o d e W r
fo r ç a r a d ia l
s u p e r fíc ie a d im e n s io n a l
J fa to r A G M A d e g e o m e tr ia W t fo r ç a ta n g e n c ia l
K ´s fa to re s d e c o rre ç ã o d a s x
c o e fic ie n te s d e c o r r e ç ã o d o
te n s õ e s ( e d a r e s is tê n c ia ) à
adendo
fa d ig a p o r fle x ã o a lte r n a d a
m M ó d u lo Z n ú m e ro d e d e n te s
Y fa to r d e fo r m a d e L e w is
Jorge A. R. Durán, 3
Introdução
Ö As engrenagens são utilizadas para transmitir torque de um eixo a
outro em uma ampla variedade de aplicações. Estão entre as mais
antigas invenções do homem.
Ö Os principais tipos de engrenagens se mostram nas figuras 1 e 2.
Ö Dentre os vários meios de transmissão de potência mecânica
(incluindo primariamente engrenagens, correntes e correias), as
engrenagens são as mais fortes e duráveis.
Ö Com a exceção do par de Coroa e Sem-Fim onde o atrito provoca
severas perdas de potência, a eficiência de transmissão de potência
das engrenagens chega aos 98 %.
Ö As engrenagens são, no entanto, mais custosas que as correntes e
correias. Quando requerido pela combinação de altas velocidades e
potências, as engrenagens tem que ser fabricadas com alta precisão, o
que aumenta muito seu custo.
Jorge A. R. Durán, 4
Tipos de Engrenagens
Ação Conjugada
Ö A ação de dois dentes em contato para a produção de movimento
relativo pode ser igualada à ação de cames e seguidores.
Ö Os perfis de dentes ou de cames são projetados para cumprir a lei
fundamental da engrenagem, ou seja manter uma relação constante
entre as velocidades angulares durante o acoplamento. Quando isto
ocorre se diz que tem ação conjugada.
Ö Embora seja possível selecionar qualquer perfil de dente e então
determinar o perfil do dente com o qual será engrenado para
possibilitar a ação conjugada, a solução quase que universalmente
aceita é a do perfil de involuta.
Ö Quando uma superfície empurra à outra (Figura 3) o ponto de contato
ocorre na tangente às duas superfícies (ponto c), e as forças, em
qualquer instante, atuam perpendicularmente a esta tangente, ou seja,
na normal ab comum às duas superfícies.
Jorge A. R. Durán, 8
Ö Figura 3 – Came A e
Seguidor B em contato
(Shigley, 2001).
Ö A linha ab é chamada
linha de ação. A linha
de ação interseta a
linha de centros O-O
em algum ponto P. A
relação de velocidades
angulares entre as duas
peças é inversamente
proporcional aos
respectivos raios até o
ponto P. Os círculos
desenhados a partir dos
centros até P são os
círculos primitivos.
Jorge A. R. Durán, 9
P(x,y)
θ
O A=(a,0)
Jorge A. R. Durán, 12
= (3)
rb 2 r2 cos φ
Ö Ao girar as polias, se estas continuam tensas, o ângulo φ permanece
constante e os círculos de base (polias) têm a mesma relação de
velocidades que os círculos primitivos.
Ö Se cortarmos agora a correia no ponto c (e.g., ver figura 6)
poderemos usar os dois extremos para gerar perfis de involuta de no
pinhão e fg na engrenagem.
Ö O corte da correia em qualquer ponto entre a e b gera perfis de
involuta que simulam o contato de um par de dentes do início ao fim
do contato.
Ö Desprezando o atrito do deslizamento, a força de um dente de
involuta sobre o outro acontecerá sempre a um ângulo igual ao
ângulo de pressão e o ponto primitivo P (ponto de tangencia das
circunferências primitivas), permanece fixo. Fica claro agora por que
chamamos ao ângulo φ de ângulo de pressão.
Jorge A. R. Durán, 14
Geometria do Engrenamento
Ö A ação conjugada da involuta acontece apenas fora dos círculos de
base. A figura 7 mostra o desenvolvimento continuado de uma
engrenagem com perfil do dente de involuta. Os perfis de involuta se
estendem fora do círculo primitivo uma distância chamada altura da
cabeça do dente (adendo). Similarmente o perfil do dente se estende
para dentro do círculo primitivo uma distância chamada altura do pé
do dente (dedendo). A involuta se estende para dentro do círculo
primitivo apenas até o círculo de base.
Ö A porção do perfil entre os círculos de base e do dedendo não pode
participar da ação conjugada mas deve existir para permitir a entrada
da ponta dos dentes das engrenagens durante o giro.
Ö A figura 7 mostra também a posição de uma dupla de dentes
engrenados desde o início até o final do contato. Existe um ângulo de
aproximação e um ângulo de saída tanto para o pinhão quanto para
a engrenagem.
Jorge A. R. Durán, 18
Ö Figura 7 – Desenvol-
vimento continuado de
uma engrenagem com
perfil do dente de
involuta. (Juvinall 2000)
Ö O círculo do adendo da
engrenagem chega
exatamente até o ponto de
tangência a. Este círculo
corresponde ao máximo
valor teórico que não
produz interferência
(discutida mais adiante).
Ö As forças entre os dentes
em contato atua na linha
de ação (linha nn na
figura 7).
Jorge A. R. Durán, 19
Nomenclatura dos Dentes
Ö A figura 8 mostra a nomenclatura dos dentes de uma engrenagem
cilíndrica reta. Alguns parâmetros, como o adendo, dedendo,
círculo primitivo e círculo de base foram definidos acima.
πd
pc = (4)
Z
d Z 25.4
m= P= m= p c = πm (5)
Z d P
Jorge A. R. Durán, 21
de involuta
rbi
Involutas
r
Figura 10 –
Interferência de
engrenagens
retas (eliminada
removendo a
parte
sombreada).
(Juvinall 2000)
Jorge A. R. Durán, 26
Ö A partir da geometria da figura 6 é possível deduzir uma expressão
para o raio máximo do círculo do adendo que não provoca
interferência ra(máx) :
ra (máx ) = 2
rb + C sen (φ )
2 2
(6)
(ramáx-r)p (ramáx-r)g
Ö Figura 6 (repetida)
Jorge A. R. Durán, 28
2
mZ p mZ p mZ p
ra (máx )p − rap =
1
(mZ p ) cos (φ) +
2 2
+ mG sen (φ ) −
2
+ m
4 2 2 2
Zp
ra (máx )p − rap =
1
(mZ p ) cos (φ) + (mZ p ) (1 + mG ) sen (φ) − m + 1
2 2 1 2 2 2
4 4 2
2
2 1 Zg
ra (máx )g − rag =
1
( )2 2 1
( )
mZ g cos (φ ) + mZ g 1 +
sen (φ ) − m
2
+ 1
4 4 mG 2
(7)
ÖFixando os valores de m, φ, mG obtemos curvas Zp (ou Zg) x
ra(máx)−ra. Como mencionado acima, a interferência ocorre quando esta
diferença for negativa, ou seja, quando o raio do adendo for maior do que
o máximo permitido. Para m=4, mG=3 e φ=20o, os números mínimos de
dentes do pinhão e da engrenagem que não provocam interferência são
Zpmín=3 e Zgmín=46, respectivamente, como mostrado na figura 11. O
aumento do ângulo φ, para os mesmos m e mG, de 20o para 25o, reduz os
valores até Zpmín=2 e Zgmín=30, como mostrado na figura 12.
Jorge A. R. Durán, 29
CR = (8)
pb
ÖO passo de base pb=πdb/Z mas como db=2rb=2rcos(φ)=dcos(φ), então
pb=πd/Z cos(φ)=pcos(φ).
ÖEm geral, quanto maior for a razão de contato mais suave e silenciosa
a transmissão. Uma razão de contato de 2 ou mais significa que, no
mínimo, dois pares de dentes estão teoricamente em contato ao mesmo
tempo. Se eles estão ou não realmente em contato depende da precisão
de fabricação, da rigidez do conjunto, etc. Razões de contato CR>1.4 são
desejáveis para aumentar a vida útil das engrenagens.
Jorge A. R. Durán, 33
Observações Importantes
Ö Antes de passar aos exemplos devemos observar que existem
parâmetros geométricos que, embora tenham sido definidos durante o
projeto e utilizados na fabricação das engrenagens, e.g. diâmetros
primitivos d e ângulo de pressão φ, podem sofrer e na verdade
sofrem mudanças durante a montagem, devido a que na maioria da
vezes a distância entre centros C real difere da teórica.
Ö Obviamente que nesta situação as engrenagens já existem fisicamente
e parâmetros como módulo m, os raios de base rb, a largura do dente
b e o número de dentes Z, que foram calculados para os d e φ
teóricos, não podem mais serem mudados. O deslocamento do ponto
primitivo, P, quando muda a distância entre centros C faz com que
haja um novo ângulo de pressão φ. O perfil de involuta garante que a
linha de ação continue passando por P, conseqüentemente que o novo
φ seja constante e que as engrenagens ainda transmitam potência com
uma relação de velocidades angulares constante.
Jorge A. R. Durán, 34
C = 100 mm
= 50/4 = 12.5 ≈ 13, Zg = 3·13=39
mm. Precisamos então recalcular
os raios primitivos e a distância
entre centros, rp = Zpm/2 = 26 rp
mm, rg = Zgm/2 = 78 mm e C =
106 mm.
Zg
40 d'g
mA = = = 2.5 = Ö Resolvendo o sistema de
Z p 16 d'p duas equações com duas
incógnitas temos: d’p =
d'p + d'g 195.43 mm e d’g =
C = 342 = 488.57 mm.
2
Jorge A. R. Durán, 39
Trens de Engrenagens
Ö Um trem de engrenagens está formado por duas ou mais rodas
acopladas. Uma dupla de rodas é a forma mais simples de um trem
de engrenagens. Neste caso a relação de engrenagens está limitada a
(mG<10). Para mG>10 o conjunto fica grande demais, sobre tudo
levando em conta a necessidade de se ter um Zmin no pinhão para
evitar interferência.
Ö Os trens de engrenagens poderão ser simples, compostos ou
epicíclicos (planetários) (Figura 13). Os trens simples não fazem
sentido quando tem mais de três rodas. Isto porque os efeitos
numéricos das rodas intermediárias se cancelam na relação de
transmissão total:
Z 2 Z 3 Z 4 Z i +1 Z i +1
m A = − − − ... − = ± (9)
Z 1 Z 2 Z 3 Zi Z1
Jorge A. R. Durán, 41
Z 2 Z 4 Z 6 Zi+2
m A = −
−
−
... −
Z 1 Z 3 Z 5 Zi+2
Pr oduto dos Z movidos (10)
mA =
Pr oduto dos Z motrizes
Jorge A. R. Durán, 42
Figura 14 – Diagrama de
corpo livre do pinhão
e da engrenagem
mostrando a
decomposição da
força resultante W (F
na figura), que age na
linha de ação entre as
engrenagens, em
componentes radial
Wr e tangencial Wt.
Jorge A. R. Durán, 46
Ö Dependendo da relação de contato, um dente pode receber toda ou
parte da carga W em algum ponto entre os círculos do adendo e do
dedendo. Obviamente que a pior condição seria quando W atua na
ponta do dente. Nesse caso a força tangencial Wt teria o seu maior
braço de alavanca possível com relação à base do dente.
Ö Para CR = 2 considera-se que, no momento em que um dos pares em
contato separa-se, o maior momento de flexão se produz pela ação de
toda a carga W em um ponto ligeiramente abaixo da ponta, que
denominaremos HPSTC (highest point of single-tooth contact).
Ö Para engrenagens de pouca qualidade, independentemente da CR
considera-se que a carga W estará aplicada na ponta do dente (tip
loading). A norma de projeto para engrenagens da AGMA utiliza
estes termos em inglês, razão pela qual aparecem neste texto.
Ö Mesmo para torques constantes cada dente experimentará um
carregamento repetido quando entra e sai do contato, criando uma
situação de fadiga.
Jorge A. R. Durán, 47
Ö A figura 15 mostra esquematicamente a variação dos momentos com
o tempo, experimentados por dentes de engrenagens externas e
intermediárias.
Figura 15 – Esquema da
variação dos
momentos de flexão
com o tempo em
dentes de
engrenagens
1
2
Tensões em Engrenagens Cilíndricas de Jorge A. R. Durán, 48
Dentes Retos
Ö Engrenagens falham por dois modos principais: fadiga e fadiga
superficial. O projeto deverá se basear nestes dois mecanismos.
Ö As falhas por fadiga devido às tensões de flexão podem ser evitadas
mantendo o estado de tensões na região segura dos diagramas
normalizados de vida constante.
Ö Como a maioria das engrenagens para serviço pesado são feitas de
aço, e estes materiais exibem um limite de fadiga, será possível
projeta-as para vida infinita.
Ö Para tensões de contato repetidas os materiais de engenharia não tem
um limite de fadiga. Por esta razão é impossível projetar para vida
infinita contra a fadiga superficial.
Ö O modo de fadiga superficial mais comum é o pitting, embora o
desgaste por abrasão e por adesão sejam também encontrados em
engrenagens pouco lubrificadas.
Jorge A. R. Durán, 49
Ö Para uma 1 < CR < 2, e.g., cada novo par de dentes entra em contato
quando ainda o par prévio está engrenado. Apenas quando o ponto de
contato encontra-se a uma certa distância da ponta é que o par prévio
se separa. Neste caso o novo par suporta toda a carga, mas não mais
na sua ponta e sim no HPSTC, onde o braço de alavanca da força W
é menor.
Ö 2) A componente radial Wr é desprezível.
Ö 3) A carga se distribui uniformemente na largura da face do dente.
Ö 4) As forças devidas ao atrito por deslizamento são desprezíveis.
Ö 5) A concentração de tensões na base do dente é desprezível.
Ö Continuando com a figura 16, nota-se que fora da parábola que
representa uma tensão constante na superfície (igual à tensão na base
do dente) as tensões são menores que este valor e por tanto o dente
será mais resistente. No ponto de tangência da parábola de tensão
constante e o perfil do dente (ponto a) teremos:
Jorge A. R. Durán, 52
Mc 6 Wt h
σb = = (a)
I bt 2
Ö Por similitude de triângulos temos:
2
t/2 h t
= , ou = 4x (b)
x t/2 h
Ö Substituindo b em a e definindo o fator de forma de Lewis como
y=2x/3p, onde p é o passo circular, tem-se.:
Wt Wt
σb = , σb = (c)
bpy mbΥ
Ö A expressão anterior (direita) foi obtida definindo o fator de forma de
Lewis Y em função do módulo e do passo circular Y=p*y/m.
Jorge A. R. Durán, 53
Wt K a K m
σb = K sK I (12)
bmJ K v
Jorge A. R. Durán, 54
Ö O fator de geometria J pode ser calculado por um algoritmo definido
na norma AGMA 908-B-89. Este fator depende do número de dentes
do pinhão e da coroa, do tipo de dentes (corrigidos ou normais), do
ângulo de pressão e do tipo de carregamento (HPSTC ou tip loading).
Ö As tabelas 11.8 – 11.15 das páginas 624-626 do Norton apresentam
um extrato das tabelas da norma AGMA com os fatores J para
diferentes combinações das variáveis acima mencionadas.
Ö O fator dinâmico Kv leva em conta as vibrações internas geradas pelo
impacto entre os dentes de engrenagens de baixa precisão. Pode ser
calculado por equações empíricas:
B
A
Kv =
A + 200Vt
A = 50 + 56 (1 − B ) (13)
B=
(12 − Q v )
2/ 3
6 ≤ Q v ≤ 11
4
Jorge A. R. Durán, 55
Ö onde Qv é o índice de qualidade do conjunto e Vt a velocidade linear
no ponto primitivo. Para engrenagens com um Qv <= 5 utiliza-se
outra equação:
50
Kv = (14)
50 + 200Vt
= ⇒ + =1
Su 2 2σ ar 2 2
(16)
1 σ~ 2
σ ar 2 = a1 = σ~ ≈ 0 .6 σ
~ ≈ 0 .6 σ
a1 a1 ar 1
1
2 1 − 3
4
Ö Ou seja, para 106 ciclos, as tensões máximas em engrenagens de
entrada e saída podem ser até 40% mais altas do que as tensões nas
engrenagens intermediárias.
Jorge A. R. Durán, 59
KL
Sfb = S'fb (1E7 ) (17)
K TK R
Ö Onde S’fb(1E7) é a resistência à fadiga por flexão tabelada (não
corrigida) em 1E7 ciclos. KL, KR e KT são os fatores de correção da
vida, confiabilidade e temperatura, respectivamente, e Sfb é a
resistência à fadiga por tensões de flexão da peça.
Ö O fator KL = f(N,HB) foi a forma encontrada pela AGMA para
descrever toda a curva SN ao tempo que apresenta um único valor
tabelado de S’fb(1E7), isto é:
9 / 5 ⋅ TC + 492
KT = (19)
620
Ö Onde Tc é a temperatura do óleo (oC).
Ö Os dados da AGMA referem-se a uma confiabilidade de 99 % (1
falha em 100 espécimes). Neste caso KR = 1. Se se deseja uma
confiabilidade diferente devemos usar a tabela 3.
Confiabilidade KR
90 0.85
99 1
99.9 1.25
99.99 1.5
Jorge A. R. Durán, 62
Wt CaCm
σ C = Cp Cs Cf (20)
b I d Cv
Ö Onde Wt é a força tangencial no dente, d é o diâmetro primitivo do
pinhão, b é a largura do dente, I é um fator de geometria superficial
para resistência ao pitting e Cp é um coeficiente elástico que leva em
conta as diferenças entre as constantes dos materiais do pinhão e da
coroa.
Jorge A. R. Durán, 63
cos φ
I=
1 1
± dp
ρ ρ
p g (21)
1
Cp = [MPa ]
1 − ν p2 1 − ν g2
π +
E
(22)
E p g
Ö Ep e Eg são os módulos de elasticidade do pinhão e da coroa,
enquanto que νp e νg são os respectivos coeficientes de Poisson.
Jorge A. R. Durán, 65
CLCH
S fc = S'fc (23)
CTC R
Jorge A. R. Durán, 66
C H = 1 + A(m G − 1)
HB p
0 < 1.2
HB g
HB p HB p
A = 0.00898 − 0.00829 1.2 ≤ ≤ 1.7 (24)
HB g HB g
HB p
0.00698 > 1.7
HB g
C H = 1 + B(450 − HB g )
(25)
− 0.052 R q
B = 0.00075e
Jorge A. R. Durán, 69
Exemplo de Cálculo
Zi Zg
mG = ⇒ Z g = 3.5 ⋅ 14 = 49
Zp Zi
Ö O Torque no pinhão será:
P = Tp ωp ⇒ Tp = P / ωp = 56.96N − m
Ö A carga tangencial Wt será a mesma nas três rodas e pode ser
calculada da relação torque/raio primitivo em qualquer uma destas.
Precisamos por tanto dos diâmetros primitivos:
d p = Z p * m = 14 * 4 = 56 mm
d i = Z i * m = 17 * 4 = 68 mm
d g = Z g * m = 49 * 4 = 196 mm
Jorge A. R. Durán, 71
Tp 56.96
Wt = = = 2035 N
rp 28e − 3
Wr = Wt * tan(φ) = 2034.2 * tan( 25) = 948.5 N
Wt 2034.2
W= = = 2244.5 N
cos(φ) cos( 25)
J p = 0.33
J i = 0.36
J g = 0.471
Jorge A. R. Durán, 73
Ö O fator dinâmico Kv depende da qualidade das engrenagens e da
velocidade linear do ponto primitivo, logo será o mesmo nos três
casos:
B=
(12 − Q v )
2/ 3
=
(12 − 6)
2/ 3
= 0.826
4 4
A = 50 + 56 (1 − B ) = 50 + 56 (1 − 0.826) = 59.74
B
A 59.74
0.826
Kv = = = 0.66
A + 200 Vt 59.74 + 200 ⋅ 7.33
2034.2 1 ⋅ 1.6
σbp = 1 ⋅ 1 ⋅ 1 = 93.4 MPa
40 ⋅ 4 ⋅ 033 066
2034.2 1 ⋅ 1.6
σbi = 1 ⋅ 1 ⋅ 1.42 = 121.6 MPa
40 ⋅ 4 ⋅ 0.36 066
2034.2 1 ⋅ 1.6
σbg = 1 ⋅ 1 ⋅ 1 = 65.43 MPa
40 ⋅ 4 ⋅ 0471 066
Cálculo da Resistência à Fadiga por Flexão
Ö Da tabela 11-20 página 638 do Norton temos S’fb = 250 .. 325 MPa
para o aço 4340. Para mais segurança trabalhamos com o limite
inferior.
Jorge A. R. Durán, 75
Ö O fator KL = f(N,HB). Das três engrenagens o pinhão é o que sofre a
maior quantidade de ciclos de fadiga:
rev min h dias
Np = 2500 ⋅ 60 ⋅ 10 ⋅ 365 ⋅ 5 anos
min h dia ano
Np = 2.73E9 ciclos
Ö Como a vida requerida Np > 1E7 utilizamos o seguinte fator KL:
Sfb 230
FS p = = = 2.46
σ bp 93.4
Sfb 230
FS i = = = 1.89
σ bi 121.6
Sfb 230
FS g = = = 3.51
σ bg 65.4
Wt CaCm
σ C = Cp Cs Cf
bId C v
Ö O coeficiente elástico será o mesmo nas três engrenagens:
1
Cp = = 187 MPa
1 − 0 .3 1 − 0 .3
2 2
π +
2E5 2E5
Ö Os coeficientes Ca, Cm, Cv e Cs são iguais àqueles utilizados para
tensões de flexão:
Ca = 1, Cm = 1.6, Cv = 0.66, Cs = 1
Jorge A. R. Durán, 78
ρ p _ p _ i = 8.105 mm
ρ g _ p _ i = 62 sen 25o − ρ p _ p _ i = 18.097 mm
o
cos 25
Ip _ i = = 0.091
1 1
+ 56
8.105 18.097
Jorge A. R. Durán, 79
2034.2 1.6
σc _ p _ i = 187.027 ⋅ ⋅1⋅ ⋅ 1 ⋅ 1 = 921.9 MPa
40 ⋅ 0.091 ⋅ 56 0.66
2034.2 1.6
σc _ i _ g = 187.027 ⋅ ⋅1⋅ ⋅ 1 ⋅ 1 = 737.9 MPa
40 ⋅ 0.116 ⋅ 68 0.66
Jorge A. R. Durán, 80
CLC H
S fc = S'fc
CTC R
Ö Como T < 120oC, a confiabilidade será de 99% e o material das três
engrenagens é o mesmo, o que significa que terão a mesma dureza,
os coeficientes de correção serão CT = 1, CR = 1 e CH = 1.
Ö O maior número de contatos, e por tanto as maiores chances de
ocorrência da fadiga superficial estão no pinhão, onde N = 2.73E9
ciclos. Da figura 11-26 página 639 do Norton temos:
−0.023
CL = 1.4488 ⋅ N = 0.879
Jorge A. R. Durán, 81
Ö Da tabela 11-21 página 641 do Norton, para o aço 4340, o menor
valor de resistência à fadiga superficial é S’fc = 1050 MPa. Por tanto:
0.879 ⋅ 1
Sfc = ⋅ 1050 = 922.9 MPa
1⋅1
Ö Os fatores de segurança contra a falha por fadiga superficial devem
ser calculados comparando a carga atuante (Wt) com a carga que
produz uma tensão de contato igual à resistência à fadiga superficial
da peça. Como as tensões de contato se relacionam com a raiz
quadrada das cargas, os fatores de segurança se calculam como o
quadrado do quociente da resistência à fadiga superficial da peça
dividida pela tensão de contato em cada interface:
2
Sfc 922.9 2
FS c _ p _ i = = = 1.002
σ 921.9
c _ p _ i
2
Sfc 922.9 2
FS c _ i _ g = = = 1.564
σ 737.9
c _ i _ g
Jorge A. R. Durán, 82
BIBLIOGRAFIA