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ideias em
psiquiatria
Como
devo
pensar?
Das raízes da Psiquiatria
A história de qualquer ciência não se resume a
uma sucessão de fenómenos isolados.
Usualmente comprova-se que uma série de
ocorrências, que se desenrolam no tempo,
criam as condições para que surjam os
acontecimentos seguintes.
No percurso da Psiquiatria encontram-se quatro
fases distintas, que passaram:
- Pelo conhecimento dos transtornos
psiquiátricos.
- Pela sua descrição clínica.
- Pela sua compreensão e
- Pela capacidade de resposta terapêutica.
Das raízes da Psiquiatria
Constantino, o Africano,
Africano que viveu no século XI, referiu
que a doença de um órgão altera a sua função.
E acrescentou: Desde que esteja provado
experimentalmente que a lesão de uma região cerebral
traga consigo a perda de determinada faculdade,
conservando-se íntegras as restantes, deve inferir-se
que é naquele local que se localiza a função de
determinado órgão.
Explicação biológica
Abordados estes
aspectos vamos
agora considerar o
“peso que é mais
pesado”
O “peso mais pesado”
A Organização Mundial de Saúde (OMS), calcula que no mundo
inteiro existem 400 milhões de pessoas que manifestam
transtornos mediados pela ansiedade,
ansiedade 250 milhões que
apresentam distúrbios de personalidade,
personalidade 60 milhões que
revelam um grau qualquer de atraso mental,
mental 45 milhões
que sofrem de Esquizofrenia e 22 milhões de demência.
demência
A mesma instituição calcula que há mil e cem milhões de
pessoas que são dependentes da nicotina,
nicotina cem milhões
dependentes de bebidas alcoólicas e quinze milhões
dependentes de outras substâncias psicoactivas.
psicoactivas
O “peso mais pesado”
A mesma instituição atribui às perturbações mentais 8,1%
da carga mundial de morbilidade,
morbilidade maior do que aquela
que se encontra, por exemplo, em todos os tipos de
cancro, que representam apenas 5,8%.
A percentagem mencionada aumenta para um número
substancialmente maior, de 45%,
45% se forem consideradas
as perturbações do comportamento associadas ao abuso
de substâncias, à violência e ao suicídio.
De acordo com a OMS a incapacidade induzida pelas
perturbações mentais é acentuadamente maior do que
aquela que é provocada por doenças físicas crónicas - tais
como a Diabetes, raquialgias, hipertensão e artrite.
O “peso mais pesado”
As afecções psiquiátricas correspondem a um fardo mundial pesado.
Num documento da O.M.S. (ano 2000) é reproduzido textualmente:
“Sabemos através das estatísticas da mortalidade que a expectativa
de vida, no século XX, aumentou como nunca se tinha verificado
anteriormente, excepto nos países pobres do planeta que continuam
a ser vítimas dos depredadores habituais”.
Utilizando instrumentos que analisam as incapacidades ajustadas
em função dos anos de vida,
vida actualmente o foco tem vindo a ser
deslocado da forma como as pessoas morrem para a forma
como as pessoas vivem.
vivem
Em termos de mortes a malária e a tuberculose continuam num lugar
de proeminência. Contudo a doença mental começa a avolumar-se,
subitamente, de forma muito acentuada.
O “peso mais pesado”
Em si mesma pode não ser fatal. Mas causa uma
incapacidade muito marcada. Porquê?
- O aumento da expectativa de vida,
- A saúde do corpo ultrapassa com frequência a saúde da
mente (é o caso da D. de Alzheimer e outras formas de
demência que têm aumentado em Portugal).
- Muitas comunidades não oferecem o apoio aos seus
membros mais necessitados, através de laços sociais e
familiares, que antigamente existiam.
- Há a ocorrência em várias partes do mundo, de guerra
civil e uma desorganização social caótica.
- 5 das 10 principais causas de incapacidade em
todo o mundo residem em problemas mentais
(depressão endógena, esquizofrenia, doença bipolar,
alcoolismo e T.O.C.).
O “peso mais pesado”
Os transtornos psiquiátricos são frequentes,
frequentes incapacitantes e
invalidantes.
invalidantes Têm uma característica comum: não são
detectáveis ao Rx nem através de qualquer análise específica.
Na maior parte dos casos a etiopatogenia não é orgânica mas
funcional. São reconhecidos apenas pelas alterações que
induzem no comportamento.
As atitudes da população perante estes transtornos variam de país
para país, de período etário para período etário e de estrato
social para estrato social. Algumas vezes são reconhecidos
como um sinal de fraqueza moral ou de falta de força de
vontade. Raramente são aceites como aquilo que de facto
representam: o ponto de encontro, num grau maior ou menor,
de factores biológicos, psicológicos e sociais.
sociais
O “peso mais pesado”
Os transtornos psiquiátricos são mal
identificados e frequentemente negados.
Falta-lhes a objectividade que tem por
exemplo um fémur partido, um
electrocardiograma com um traçado
suspeito ou uma glicémia demasiado
elevada.
O “peso mais pesado”
A Depressão, por exemplo, como todos reconhecem, é um
quadro clínico muito comum, que integra o dia-a-dia da
prática psiquiátrica.
Ziad Kronfol (1999) menciona que uma em cinco
mulheres e um em cada dez homens virão a sofrer de
uma Depressão Major pelo menos uma vez ao longo da
vida. Boyd e Weissman afirmam (1981) que entre 13 a
23 % da população em geral apresenta, em qualquer
momento, sintomas depressivos. Para a globalidade dos
síndromas depressivos alguns autores referem que a
prevalência anual ultrapassa os 15 %.
O “peso mais pesado”
O que é inquietante reconhecer é que, na população em geral,
há muitos casos de Depressão que não são identificados nem
tratados devido ao espectro muito vasto de expressão
sintomatológica que estes quadros clínicos podem ter.
Lépine et al. (1997), num estudo em 6 países europeus,
comprovaram que de 13.359 indivíduos, reconhecidamente
deprimidos, 43 % não procuraram tratamento para a
Depressão. Dos 57 % restantes a maioria procurou ajuda
junto de um Médico dos cuidados de saúde primários, sendo a
busca de auxílio proporcional à gravidade da Depressão. A 69
% destes casos não foi prescrito qualquer tratamento.
tratamento
Dos 31% restantes apenas 25% receberam terapêutica
antidepressiva.
O “peso mais pesado”
Os estudos epidemiológicos comprovam que entre 5 a 10
% dos enfermos dos cuidados de saúde primários têm
critérios que levam ao diagnóstico de "Depressão
Major". Mais 10 a 30 % de casos apresentam um
estado significativo de Depressão subclínica. Contudo
apenas 18-50 % dos doentes deprimidos dos cuidados
de saúde primários são identificados como tal pelos
seus médicos (Carmin e Klocek, 1998)
Factos como os assinalados revelam que a Depressão,
apesar de estarmos numa época de assinaláveis
recursos, constitui uma entidade clínica que passa
muitas vezes despercebida.
O “peso mais pesado”
Para além dos problemas enunciados há um outro
que nos tem de trazer, necessariamente, graves
preocupações: a toxicodependência.
Comprova-se, actualmente, que tem havido um
alastramento imparável da droga. droga Num
relatório elaborado pela Organização das Nações
Unidas, em 2000, calcula-se que existem cerca de
180 milhões de pessoas em todo o mundo que
consomem drogas regularmente.
Num estudo realizado pela O.M.S. (1993) prevê-se
que 20-30% dos doentes psiquiátricos sejam
toxicodependentes.
O “peso mais pesado”
O “peso da doença mental” pode ser aliviado
por diversos técnicos de saúde:
- Os Psiquiatras,
Psiquiatras com a preparação
específica que receberam.
- Os Psicólogos Clínicos,
Clínicos com a sua
compreensão e técnicas de intervenção.
- Os Enfermeiros,
Enfermeiros com a sua abnegação,
disponibilidade e espírito de sacrifício.
- Os Assistentes Sociais,
Sociais com o apoio que
podem dar na reintegração social do
doente.