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ELO CONSULTORIA EMPRESARIAL

E PRODUÇÃO DE EVENTOS

SANÇÕES ADMINISTRATIVAS NAS CONTRATAÇÕES PÚBLICAS


RESPONSABILIZAÇÃO DOS AGENTES PÚBLICOS
REFLEXOS DA LEI ANTICORRUPÇÃO

Edgar Guimarães
Brasília – dez/17 1
Regime sancionatório na Lei 8.666/93

2
1. Espécies de sanções

Lei 8.666/93
Art. 87 - Pela inexecução total ou parcial do contrato a Administração poderá,
garantida a prévia defesa, aplicar o contratado as seguintes sanções:

I - advertência;

II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;

3
Lei 8.666/93
Art. 87 - (...)

III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de


contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;
I
V - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração
Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que
seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a
penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a
Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção
aplicada com base no inciso anterior.

4
2. Ausência de tipificação de condutas reprováveis com a fixação das
respectivas sanções

Como solucionar?

TRF/5ª Região 1ª Turma AC 19303/RN, DJ 16/07/93


A dosimetria da pena administrativa deve levar em conta a lesividade do bem
protegido. Falta contratual de natureza leve não deve ser apenada
acirradamente com a proibição de licitar.

5
TCU Acórdão 137/2010 - 1ª Câmara
(...) j) em atenção ao disposto no art. 55, incisos VII, VIII e IX,
da Lei nº 8.666/1993, preveja, tanto no edital quanto no respectivo
contrato, situações claras para aplicação das penalidades, estabelecendo
gradações entre as sanções de acordo com o potencial de lesão que
poderá advir de cada conduta a ser penalizada;

TCU Acórdão 2.832/2012-Plenário


Recomendação à (...) para que, em observância aos princípios da
proporcionalidade e da razoabilidade, estabeleça, nos contratos relativos à
prestação de serviços de vigilância armada e desarmada e de segurança
patrimonial, cláusulas de penalidades específicas aos serviços executados
em desconformidade, prevendo punições proporcionais ao
descumprimento. 6
3. Sanção de multa
(Lei 8.666/93, art. 87, inc. II)

- Multa moratória versus compensatória

Multa moratória
Sanção aplicada pelo simples atraso no cumprimento da obrigação por parte do
devedor, cujo adimplemento, mesmo intempestivo, ainda interessa ao credor
(inadimplemento relativo).

Nesse caso, a obrigação cumprida em atraso sofre o acréscimo da eventual


cláusula penal moratória estabelecida no contrato (art. 411 do Código Civil e
art. 86 da Lei 8.666/93).
7
Multa compensatória
Sanção aplicada pelo descumprimento da obrigação por parte do devedor, cujo
adimplemento intempestivo não interessa mais ao credor (inadimplemento
absoluto).

Assim, a execução intempestiva tornou-se imprestável para o atendimento das


necessidades do credor. Não havendo mais interesse, o credor não exige o
cumprimento da obrigação, rescinde a relação jurídica e executa a cláusula
penal compensatória prevista no contrato (art. 410 do Código Civil e art. 87, inc.
II, da Lei 8.666/93).

8
Aplicação cumulativa (moratória + compensatória)
Impossibilidade da aplicação cumulativa da multa moratória e compensatória,
pois ou o credor aceita o cumprimento intempestivo da obrigação pelo devedor
(incidindo a multa de mora) ou não aceita e executa a multa compensatória em
face do inadimplemento absoluto da obrigação.

9
TCU Acórdão 6101/2009 – 2ª Câmara
Ementa: determinação ao (...) para que: a) abstenha-se de promover a rescisão
amigável de contratos, fundamentada no art. 79, inc. II, da Lei 8666/1993,
quando restar configurado o descumprimento, ainda que parcial, das condições
pactuadas pelas empresas contratadas, lembrando que estas, em tais
circunstâncias, respeitado o devido processo legal, estão sujeitas a uma das
sanções previstas no art. 87 do referido diploma legal; b) observe, no caso de
atraso injustificado na execução do contrato, o previsto no art. 86 da Lei
nº 8666/1993 e aplique ao contratado multa de mora, na forma prevista no
instrumento convocatório ou no contrato.

10
STJ – Resp Nº 330677/RS – 1ª TURMA – DJ 04.02.2002 CONTRATO
ADMINISTRATIVO – MULTA – MORA NA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS –
REDUÇÃO – INOCORRÊNCIA DE INVASÃO DE COMPETÊNCIA
ADMINISTRATIVA PELO JUDICIÁRIO – INTERPRETAÇÃO FINALÍSTICA DA
LEI – APLICAÇÃO SUPLETIVA DA LEGISLAÇÃO CIVIL – PRINCÍPIO DA
RAZOABILIDADE. Na hermenêutica jurídica, o aplicador do direito deve se ater
ao seu aspecto finalístico para saber o verdadeiro sentido e alcance da norma.
Os atos administrativos devem atender à sua finalidade, o que importa no dever
de o Poder Judiciário estar sempre atento aos excessos da Administração, o
que não implica em invasão de sua esfera de competência. O art. 86, da Lei nº
8.666/93, impõe multa administrativa pela mora no adimplemento do
serviço contratado por meio de certame licitatório, o que não autoriza sua
fixação em percentual exorbitante que importe em locupletamento ilícito
dos órgãos públicos. Possibilidade de aplicação supletiva das normas de
direito privado aos contratos administrativos (art. 54, da Lei de Licitações).
Princípio da razoabilidade. 11
“Em termos práticos, a experiência tem conduzido à fixação de percentuais
entre 5% e 30% para a multa compensatória, a depender da conduta a ser
sancionada. Para a multa moratória, os percentuais mais adotados têm ficado
entre 0,02% e 0,5%. Quanto à base de cálculo, julga-se como proporcional e
razoável a definição do valor total do contrato para a multa compensatória,
e o valor da parcela inadimplida em atraso para a multa moratória.”

(Sanções administrativas - Multa - Percentual - Fixação. Revista Zênite -


Informativo de Licitações e Contratos (ILC), Curitiba: Zênite, n. 231, p. 511,
maio 2013, seção Perguntas e Respostas)

12
4. Sanção de Suspensão e Declaração de Inidoneidade – efeitos
(Lei 8.666/93, art. 87, incs. III e IV)

a) Quanto ao prazo

- suspensão temporária do direito de licitar e contratar com a


Administração: prazo máximo de 2 (dois) anos;

- declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração


Pública: não há prazo máximo, ela perdura enquanto existirem os motivos
determinantes da sua aplicação ou até que seja promovida a reabilitação
perante a autoridade que aplicou essa penalidade. Para garantir mais
severidade à declaração de inidoneidade em relação à suspensão temporária,
há um prazo mínimo de 2 anos para o seu cumprimento; 13
b) Quanto ao alcance

- suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de


contratar com a Administração, por prazo não superior a 2 (dois) anos;

- declaração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Administração


Pública enquanto perdurarem os motivos determinantes da punição ou até que
seja promovida a reabilitação perante a própria autoridade que aplicou a
penalidade, que será concedida sempre que o contratado ressarcir a
Administração pelos prejuízos resultantes e após decorrido o prazo da sanção
aplicada com base no inciso anterior.

14
c) Efeitos da Suspensão do direito de licitar/contratar na visão do
Judiciário e do TCU

TRF da 1ª Região, 5ª Turma, AMS 2000.34.00.001228-5/DF, Rel. Des. SELENE


MARIA DE ALMEIDA, DJ de 25/11/2003
ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. INABILITAÇÃO. SUSPENSÃO TEMPORÁRIA
DO DIREITO DE LICITAR. ART. 87, III DA LEI Nº 8.666/93. ALCANCE DOS
EFEITOS DA SANÇÃO ADMINISTRATIVA. DIFERENCIAÇÃO ENTRE
ADMINISTRAÇÃO E ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. DESNECESSIDADE.
A diferenciação entre os termos Administração e Administração Pública
(art. 6º, XI e XII da Lei de Licitações) é desnecessária, pois dissonante da
Constituição Federal, artigo 37, caput e inciso XXI que atribui à lei reguladora
da matéria abrangência aos entes da administração direta e indireta da União,
dos Estados e dos Municípios. 15
TRF/1ª Região, 3ª Turma Suplementar, AMS 96.01.46857-9/DF. DJ de
04/08/2005. ADMINISTRATIVO. LICITAÇÃO. LEI 8.666/93, ART. 87, INCISOS
III E IV. DESCUMPRIMENTO DE CLÁUSULA CONTRATUAL. MULTA.
PROIBIÇÃO DE CONTRATAR COM A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. ÂMBITO
DE APLICABILIDADE.
A proibição de contratar com o Poder Público em decorrência de
descumprimento de cláusula contratual (art. 87, incisos III e IV, da Lei nº
8.666/93), se estende à Administração Pública em geral e não apenas ao
órgão aplicador da sanção. Precedentes. Apelação e remessa oficial a que se
dão provimento.”

16
STJ 2ª Turma, REsp 174.274/SP, Rel. Min. CASTRO MEIRA, v.u., DJU de
22/11/04, p. 294, RSTJ 187/205. ADMINISTRATIVO. SUSPENSÃO DE
PARTICIPAÇÃO EM LICITAÇÕES. MANDADO DE SEGURANÇA. ENTES OU
ÓRGÃOS DIVERSOS. EXTENSÃO DA PUNIÇÃO PARA TODA A
ADMINISTRAÇÃO. A punição prevista no inciso III do artigo 87 da Lei nº
8.666/93 não produz efeitos somente em relação ao órgão ou ente
federado que determinou a punição, mas a toda a Administração Pública,
pois, caso contrário, permitir-se-ia que empresa suspensa contratasse
novamente durante o período de suspensão, tirando desta a eficácia
necessária. Recurso especial provido.”

17
STJ – REP 151.567/RJ
É irrelevante a distinção entre os termos Administração Pública e
Administração, por isso que ambas as figuras (suspensão de participar em
licitação (inc. III) e declaração de inidoneidade (inc. IV) acarretam ao licitante a
não-participação em licitações e contratações futuras.
A Administração Pública é una, sendo descentralizadas as suas funções, para
melhor atender ao bem comum.
A limitação dos efeitos da suspensão de participar de licitação não pode
ficar restrita a um órgão do poder público, pois os efeitos do desvio de
conduta que inabilita o sujeito para contratar com a Administração se
entendem a qualquer órgão da Administração Pública.

18
TCU Acórdão 842/2013-Plenário
1. A sanção de suspensão temporária de participação em licitação e
impedimento de contratar com a Administração, prevista no art. 87, inciso
III, da Lei 8.666/1993, alcança apenas o órgão ou a entidade que a aplicou.
Representação formulada por empresa apontou suposta ilegalidade no edital
do Pregão Eletrônico 13/2013, conduzido pela (...), com o objetivo de contratar
empresa especializada em serviços de manutenção de instalações civis,
hidrossanitárias e de gás e rede de distribuição do sistema de combate a
incêndios.

TCU Acórdão 1017/2013-Plenário


A sanção prevista no art. 87, inciso III, da Lei 8.666/1993 (suspensão
temporária de participação em licitação e impedimento de contratar com a
Administração) tem aplicação restrita ao órgão ou entidade que a cominou.
19
d) Declaração de inidoneidade e a manutenção de outros contratos com a
empresa sancionada

STJ - MS Nº 13.964, 13.05.2009 Rel. Min. Teori Albino Zavascki


Ementa: ADMINSTRATIVO - DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE PARA
LICITAR E CONTRATAR A ADMINSTRAÇÃO PÚBLICA – VÍCIOS FORMAIS
DO PROCESSO ADMINSTRATIVO – INEXISTÊNCIA – EFEITOS EX TUNC DA
DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE. (...) 2. Segundo precedentes da 1ª Seção,
a declaração de inidoneidade “só produz efeito para o futuro (efeito ex
nunc), sem interferir nos contratos já existentes e em andamento (MS
13.101/DF, Min. Eliana Calmon, DJe de 09.12.2008).

20
STJ - EDcl no MS 13101/DF, Rel. Ministra ELIANA CALMON, PRIMEIRA
SEÇÃO, julgado em 13/05/2009, DJe 25/05/2009
PROCESSUAL CIVIL – MANDADO DE SEGURANÇA – EMBARGOS DE
DECLARAÇÃO – OMISSÃO INEXISTENTE – TEORIA DA ENCAMPAÇÃO –
DECLARAÇÃO DE INIDONEIDADE – EFEITOS. 1. O aresto embargado (após
intenso debate na Primeira Seção) examinou de forma devida o ato impugnado,
adotando o entendimento de que a sanção de inidoneidade deve ser
aplicada com efeitos "ex nunc". (...) 3. A rescisão imediata de todos os
contratos firmados entre a embargada e a Administração Pública, em
razão de declaração de inidoneidade, pode representar prejuízo maior ao
erário e ao interesse público, já que se abrirá o risco de incidir sobre
contrato que esteja sendo devidamente cumprido, contrariando, assim, o
princípio da proporcionalidade, da eficiência e obrigando gasto de verba pública
com realização de novo procedimento licitatório.
21
TCU Acórdão 3.002/2010 – Plenário
Recursos de Reconsideração. Conhecimento. Provimento Parcial. Alterar
Redação do Item 9.3.1. do Acórdão 1262/2009-tcu-Plenário, de modo a
conferir efeitos ex-nunc à declaração de inidoneidade das empresas.

22
e) Declaração de inidoneidade e a extensão dos efeitos à sociedade com o
mesmo objeto social, os mesmos sócios e o mesmo endereço -
desconsideração da personalidade jurídica na esfera administrativa

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA Recurso Ordinário em MS n° 15.166,


Relator: Ministro Castro Meira APLICAÇÃO DE SANÇÕES DECLARAÇÃO DE
INIDONEIDADE – DESCONSIDERAÇÃO DA PESSOA JURÍDICA NA VIA
ADMINISTRATIVA – POSSIBILIDADE “Administrativo – Recurso ordinário em
Mandado de Segurança – Licitação. Sanção de inidoneidade para licitar –
Extensão de efeitos à sociedade com o mesmo objeto social, mesmos sócios e
mesmo endereço – Fraude à lei e abuso de forma – Desconsideração da
personalidade jurídica na esfera administrativa – Possibilidade – Princípio da
moralidade administrativa e da indisponibilidade dos interesses públicos. – (...)
23
A constituição de nova sociedade, com o mesmo objeto social, com os
mesmos sócios e com o mesmo endereço, em substituição a outra
declarada inidônea para licitar com a Administração Pública Estadual, com o
objetivo de burlar à aplicação da sanção administrativa, constitui abuso de
forma e fraude à Lei de Licitações Lei n° 8.666/93, de modo a possibilitar a
aplicação da teoria da desconsideração da personalidade jurídica para
estenderem-se os efeitos da sanção administrativa à nova sociedade
constituída.
(...) A Administração Pública pode, em observância ao princípio da moralidade
administrativa e da indisponibilidade dos interesses públicos tutelados,
desconsiderar a personalidade jurídica de sociedade constituída com
abuso de forma e fraude à lei, desde que facultado ao administrado o
contraditório e a ampla defesa em processo administrativo regular. -
Recurso a que se nega provimento”.
24
f) Declaração de Inidoneidade aplicada pela Administração e pelo TCU

TCU Acórdão 2.421/2009 – Plenário


Não há contradição entre os arts. 46 da Lei 8.443/92 e art. 87, inc. IV e § 3º,
da Lei nº 8.666/93, pois apesar de ambos atribuírem a dois entes distintos – ao
TCU e ao Ministro de Estado, respectivamente – o poder de exarar declaração
de inidoneidade para licitar com a Administração, tratam de situações
distintas, quais sejam, a de sanção por constatação de fraude à licitação e,
de outro lado, a de sanção por inexecução total ou parcial do contrato
administrativo.

25
5. Publicidade das sanções aplicadas de acordo com a Lei 8.666/93

Lei 12.846/13 (Lei Anticorrupção)


Art. 23. Os órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário de todas as esferas de governo deverão informar e manter
atualizados, para fins de publicidade, no Cadastro Nacional de Empresas
Inidôneas e Suspensas - CEIS, de caráter público, instituído no âmbito do
Poder Executivo federal, os dados relativos às sanções por eles aplicadas,
nos termos do disposto nos arts. 87 e 88 da Lei no 8.666, de 21 de junho
de 1993.

26
Regime sancionatório na Lei 10.520/02

27
1. Espécies de sanções na Lei 10.520/02

Lei 10.520/02
Art. 7º - Quem, convocado dentro do prazo de validade da sua proposta, não
celebrar o contrato, deixar de entregar ou apresentar documentação falsa
exigida para o certame, ensejar o retardamento da execução de seu objeto, não
mantiver a proposta, falhar ou fraudar na execução do contrato, comportar-se
de modo inidôneo ou cometer fraude fiscal, ficará impedido de licitar e
contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou Municípios e, será
descredenciado no SICAF, ou nos sistemas de cadastramento de
fornecedores a que se refere o inciso XIV do art. 4º desta Lei, pelo prazo de
até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das multas previstas em edital e no contrato
e das demais cominações legais.
28
2. Efeitos da sanção restritiva da atividade licitatória e contratual
(Lei 10.520/02, art. 7º)

a) Quanto ao prazo
- impedimento de licitar/contratar e descredenciamento no Serviço Cadastral
pelo prazo de até 5 (cinco) anos;

b) Quanto ao alcance
- impedimento de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios

29
TCU Acórdão 2242/2013-Plenário
A sanção prevista no art. 87, inciso III, da Lei 8.666/93 produz efeitos apenas
em relação ao órgão ou entidade sancionador, enquanto a prevista no art. 7º
da Lei 10.520/02 produz efeitos no âmbito do ente federativo que a aplicar.

30
Regime sancionatório na Lei 12.462/11

31
1. As sanções na Lei 12.462/11

Art. 47. Ficará impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito
Federal ou Municípios, pelo prazo de até 5 (cinco) anos, sem prejuízo das
multas previstas no instrumento convocatório e no contrato, bem como das
demais cominações legais, o licitante que:
(...)
§ 1o A aplicação da sanção de que trata o caput deste artigo implicará ainda o
descredenciamento do licitante, pelo prazo estabelecido no caput deste
artigo, dos sistemas de cadastramento dos entes federativos que
compõem a Autoridade Pública Olímpica.
§ 2o As sanções administrativas, criminais e demais regras previstas no
Capítulo IV da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, aplicam-se às
licitações e aos contratos regidos por esta Lei. 32
2. Espécies de sanções administrativas positivadas no RDC

- Advertência

- Multa (moratória e compensatória);

- Impedimento de licitar e de contratar;

- Descredenciamento dos sistemas de cadastramento dos entes federativos


que compõem a Autoridade Pública Olímpica;

- Declaração de inidoneidade.

33
3. Efeitos da sanção restritiva da atividade licitatória e contratual
(Lei 12.462/11, art. 47, caput)

a) Quanto ao prazo
- até 5 (cinco) anos (impedimento de licitar/contratar)

b) Quanto ao alcance
- impedido de licitar e contratar com a União, Estados, Distrito Federal ou
Municípios

34
Regime sancionatório na Lei 13.303/16

35
1. Espécies de sanções na Lei 13.303/16

Art. 83. Pela inexecução total ou parcial do contrato a empresa pública ou a


sociedade de economia mista poderá, garantida a prévia defesa, aplicar ao
contratado as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa, na forma prevista no instrumento convocatório ou no contrato;
III - suspensão temporária de participação em licitação e impedimento de
contratar com a entidade sancionadora, por prazo não superior a 2 (dois)
anos.

36
2. Efeitos da sanção restritiva da atividade licitatória e contratual
(Lei 13.303/16, art. 83)

a) Quanto ao prazo
- até 2 (dois) anos (suspensão de licitar/impedimento de contratar)

b) Quanto ao alcance
- suspensão de licitar e impedimento de contratar apenas com a entidade
sancionadora

37
3. Sanção em face de condutas não vinculadas ao contrato

Art. 84. As sanções previstas no inciso III do art. 83 poderão também ser
aplicadas às empresas ou aos profissionais que, em razão dos contratos
regidos por esta Lei:
I - tenham sofrido condenação definitiva por praticarem, por meios
dolosos, fraude fiscal no recolhimento de quaisquer tributos;
II - tenham praticado atos ilícitos visando a frustrar os objetivos da
licitação;
III - demonstrem não possuir idoneidade para contratar com a empresa
pública ou a sociedade de economia mista em virtude de atos ilícitos
praticados.
38
4. Publicidade das sanções

Art. 37. A empresa pública e a sociedade de economia mista deverão


informar os dados relativos às sanções por elas aplicadas aos contratados,
nos termos definidos no art. 83, de forma a manter atualizado o cadastro de
empresas inidôneas de que trata o art. 23 da Lei no 12.846, de 1o de agosto
de 2013.

39
Regime sancionatório na Lei 12.846/13

40
1. Espécies de sanções administrativas na Lei 12.846/13

Art. 6o Na esfera administrativa, serão aplicadas às pessoas jurídicas


consideradas responsáveis pelos atos lesivos previstos nesta Lei as seguintes
sanções:
I - multa, no valor de 0,1% (um décimo por cento) a 20% (vinte por cento)
do faturamento bruto do último exercício anterior ao da instauração do
processo administrativo, excluídos os tributos, a qual nunca será inferior à
vantagem auferida, quando for possível sua estimação; e
II - publicação extraordinária da decisão condenatória.
§ 1o As sanções serão aplicadas fundamentadamente, isolada ou
cumulativamente, de acordo com as peculiaridades do caso concreto e com a
gravidade e natureza das infrações.
41
a) Multa fixada em valor

Art. 6o (...)
§ 4o Na hipótese do inciso I do caput, caso não seja possível utilizar o
critério do valor do faturamento bruto da pessoa jurídica, a multa será de
R$ 6.000,00 (seis mil reais) a R$ 60.000.000,00 (sessenta milhões de reais).

b) Publicidade da decisão condenatória

§ 5o A publicação extraordinária da decisão condenatória ocorrerá na


forma de extrato de sentença, a expensas da pessoa jurídica, em meios de
comunicação de grande circulação na área da prática da infração e de atuação
da pessoa jurídica ou, na sua falta, em publicação de circulação nacional, bem
como por meio de afixação de edital, pelo prazo mínimo de 30 (trinta) dias,
no próprio estabelecimento ou no local de exercício da atividade, de modo
visível ao público, e no sítio eletrônico na rede mundial de computadores. 42
2. Elementos a serem considerados na aplicação de sanções

Art. 7o Serão levados em consideração na aplicação das sanções:


I - a gravidade da infração;
II - a vantagem auferida ou pretendida pelo infrator;
III - a consumação ou não da infração;
IV - o grau de lesão ou perigo de lesão;
V - o efeito negativo produzido pela infração;
VI - a situação econômica do infrator;
VII - a cooperação da pessoa jurídica para a apuração das infrações;
(...)

43
Art. 7o (...)
VIII - a existência de mecanismos e procedimentos internos de
integridade, auditoria e incentivo à denúncia de irregularidades e a
aplicação efetiva de códigos de ética e de conduta no âmbito da pessoa
jurídica;
IX - o valor dos contratos mantidos pela pessoa jurídica com o órgão ou
entidade pública lesados; e
X - (VETADO).
Parágrafo único. Os parâmetros de avaliação de mecanismos e procedimentos
previstos no inciso VIII do caput serão estabelecidos em regulamento do Poder
Executivo federal.

44
3. Processo administrativo para apuração de responsabilidade

Art. 8o A instauração e o julgamento de processo administrativo para


apuração da responsabilidade de pessoa jurídica cabem à autoridade
máxima de cada órgão ou entidade dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário, que agirá de ofício ou mediante provocação, observados o
contraditório e a ampla defesa.

45
4. Comissão processante

Art. 10. O processo administrativo para apuração da responsabilidade de


pessoa jurídica será conduzido por comissão designada pela autoridade
instauradora e composta por 2 (dois) ou mais servidores estáveis.

§ 1o O ente público, por meio do seu órgão de representação judicial, ou


equivalente, a pedido da comissão a que se refere o caput, poderá requerer
as medidas judiciais necessárias para a investigação e o processamento
das infrações, inclusive de busca e apreensão.

46
5. Acordo de Leniência em face de ilícitos da Lei 12.846/13

Art. 16. A autoridade máxima de cada órgão ou entidade pública poderá


celebrar acordo de leniência com as pessoas jurídicas responsáveis pela
prática dos atos previstos nesta Lei que colaborem efetivamente com as
investigações e o processo administrativo, sendo que dessa colaboração
resulte:
I - a identificação dos demais envolvidos na infração, quando couber; e
II - a obtenção célere de informações e documentos que comprovem o ilícito
sob apuração.

47
6. Acordo de Leniência em face de ilícitos da Lei 8.666/93

Art. 17. A administração pública poderá também celebrar acordo de


leniência com a pessoa jurídica responsável pela prática de ilícitos
previstos na Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, com vistas à isenção ou
atenuação das sanções administrativas estabelecidas em seus arts. 86 a 88.

48
7. Incomunicabilidade das sanções da Lei 12.846/13

Art. 30. A aplicação das sanções previstas nesta Lei não afeta os
processos de responsabilização e aplicação de penalidades decorrentes
de:
I - ato de improbidade administrativa nos termos da Lei no 8.429, de 2 de
junho de 1992; e

II - atos ilícitos alcançados pela Lei no 8.666, de 21 de junho de 1993, ou


outras normas de licitações e contratos da administração pública,
inclusive no tocante ao Regime Diferenciado de Contratações Públicas -
RDC instituído pela Lei no 12.462, de 4 de agosto de 2011.

49
8. Publicidade das sanções aplicadas de acordo com a Lei 12.846/13

Art. 22. Fica criado no âmbito do Poder Executivo federal o Cadastro Nacional
de Empresas Punidas - CNEP, que reunirá e dará publicidade às sanções
aplicadas pelos órgãos ou entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e
Judiciário de todas as esferas de governo com base nesta Lei.

§ 1o Os órgãos e entidades referidos no caput deverão informar e manter


atualizados, no Cnep, os dados relativos às sanções por eles aplicadas.

50
Dever sancionatório e processo administrativo

51
1. Dever sancionatório

“Doutra parte, a aplicação de sanções, unilateralmente, pela Administração


também não é prerrogativa à disposição do administrador, algo a ser
desfrutado pelo administrador. Bem ao contrário. Entendemos a imposição
de sanções como dever administrativo. A omissão, em determinados casos,
dará ensejo, por exemplo, à ação popular. Aplicar penalidades é dever.
Insistimos, não é direito. É traço característico do contrato administrativo.
Porém, é dever.”

(Lúcia Valle Figueiredo. Curso de Direito Administrativo. 8ª. ed., São Paulo:
Malheiros, 2008, p. 527)
52
TCU Acórdão 4.852/2010-2ª Câmara
CONTRATOS e LICITAÇÕES. DOU de 27.08.2010.
Ementa: determinação ao (...) para que: (...) b) aplique tempestivamente as
sanções administrativas previstas nos editais e contratos, no caso de
inexecução total ou parcial do objeto contratado, observando a possibilidade de
aplicação conjunta de determinadas sanções, em consonância com o teor dos
arts. 86 e 87 da Lei nº 8.666/1993;

TCU Acórdão 4.262/2012-1ª Câmara


CONTRATOS. DOU de 31.07.2012, S. 1, p. 90.
Ementa: impropriedades, no âmbito do (...), caracterizadas pela: (...) b) não
aplicação das penalidades previstas em contrato em todas as situações
em que se verificou descumprimento de cláusulas acordadas.
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TCU Acórdão 1793/2011
Contratações públicas: no caso de indícios de fraude à licitação, deve a
Administração autuar processo administrativo contra as empresas participantes
do esquema fraudulento, com o fim de declará-las inidôneas, sendo que a não
autuação sem justificativa dos referidos processos poderá ensejar a aplicação
de sanções aos servidores omissos. Para coibir a prática, a unidade técnica
sugeriu, e o relator acolheu, que os gestores públicos fossem alertados sobre a
necessidade de autuarem processo administrativo contra as empresas
participantes da fraude, com o fim de declará-las inidôneas, deixando claro,
ainda, que a não autuação sem justificativa dos referidos processos
poderá ensejar a aplicação de sanções aos servidores omissos, conforme
previsão do art. 82 da Lei 8.666/1993. Precedentes citados: Acórdãos nos
2143/2007, 785/2008 e 1433/2010, todos do Plenário.
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TCU Acórdão 2445/2012 - Plenário
A aplicação de multa a empresa pela Administração Pública, quando
verificada a ocorrência de infração especificada em contrato, configura
obrigação e não faculdade do gestor .
(...) c) “não se encontra na esfera de disponibilidade do gestor da (...)
deixar de multar a contratada, eis que lhe incumbe agir pró-ativamente,
respaldado no ordenamento jurídico e nas previsões legais, editalícias e
contratuais que regem a avença com a recorrente, não lhe sendo legítimo
omitir-se nem renunciar às prerrogativas conferidas à administração em
situações da espécie.

55
TCU Acórdão 754/2015 - Plenário
1. Os gestores das áreas responsáveis por conduzir licitações devem autuar
processo administrativo com vistas à apenação das empresas que
praticarem, injustificadamente, na licitação, na contratação ou na execução
contratual, ato ilegal tipificado no art. 7º da Lei 10.520/02, sob pena de
responsabilização.

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2. Processo administrativo: procedimento para aplicação de sanções

1. o gestor/fiscal do contrato encaminha expediente à autoridade competente


para aplicação de sanções solicitando instauração de processo
administrativo sancionatório;

2. autoridade competente autoriza a instauração do processo;

3. o ato de instauração deve indicar os fatos em que se baseia, as normas


pertinentes à infração e à sanção aplicável;

4. o processado é intimado e abre-se prazo de 10 dias úteis para


oferecimento de defesa prévia e apresentação de provas, conforme o caso;
(...)
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5. caso haja requerimento para produção de provas, a comissão processante
deve apreciar sua pertinência em despacho motivado;

6. quando necessário, as provas serão produzidas em audiência,


previamente designada para este fim;

7. concluída a instrução processual, o processado será intimado para


apresentar rões finais, no prazo de 10 dias úteis;

8. transcorrido o prazo previsto no inciso anterior, a comissão elaborará o


relatório final e remeterá os autos para deliberação da autoridade
competente, após o pronunciamento da assessoria jurídica;

9. todas as decisões do processo devem ser motivadas; e

10. da decisão cabe recurso à autoridade superior, no prazo de 5 dias úteis.


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3. Elementos a serem observados na aplicação de sanções

a) proporcionalidade entre a sanção, a gravidade da infração e o vulto


econômico da contratação;

b) danos resultantes da infração;

c) situação econômico-financeira da sancionada, em especial sua


capacidade de geração de receitas e seu patrimônio, no caso de aplicação de
multa;

d) reincidência, assim entendida a repetição de infração de igual natureza


após aplicação da sanção anterior; e

e) circunstâncias gerais agravantes ou atenuantes da infração. 59


4. Excludentes da punibilidade

 força maior;

 caso fortuito;

 fato do príncipe;

 culpa exclusiva da Administração;

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OBRIGADO

Edgar Guimarães
www.edgarguimaraes.com.br
advocacia@edgarguimaraes.com.br
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