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AS CANTIGAS DE AMIGO

São de origem peninsular (galaico-portuguesas) e ligam-se a aspectos da época:


às romarias, às lutas pela reconquista (ao fossado), à vida doméstica...

Esta origem popular explica a escassez vocabular, com muitos arcaísmos, uma
analise psicológica rápida, recorrendo a repetição, quer pelo paralelismo, quer
pelo refrão.

Alem de traduzir os problemas psicológicos da mulher, é ainda uma forma de


expressão objectiva da coita amorosa do próprio autor. Sendo de feição acentuada
feminista, são feitas pelos trovadores, mas são postas na boca da donzela.

As cantigas d’ Amigo são dotadas de uma maior dose de originalidade porque são
cantigas próprias do contexto cultural português da Idade Media. São cantigas
dotadas de uma maior depuração sentimental, de uma exibição de sentimentos
que se pretendem mais sinceros e mais originais do que os das cantigas d' Amor.

Podemos detectar o próprio sistema de relações na vida doméstica da jovem, as


diferenças psicológica entre o cavaleiro e a donzela.
QUEM FALA?
A voz poética ou o “eu” lírico (não confundir com autoria)
Uma donzela expõe os seus sentimentos amorosos

PALAVRA CHAVE
amigo (“amado”)

TEMA(S)
Destaca a evocação do amigo, que costuma estar ausente, que se pode concretizar em
subtemas como o amor entre a donzela e o amigo, a oposição da mãe e das irmãs, a
ajuda das amigas para que intercedam, a coita ou a tristeza da ausência, a alegria pelo
retorno e o encontro com o amigo, o desejo de avistá-lo, etc.
VOZES
Monologadas Dialogadas
- Digades, filha, mia filha velida,
Ai, eu coitada, como vivo en gran cuidado porque tardastes na fontana fría.
por meu amigo que ei alongado! Os amores ei...
Muito me tarda - Tardei, mia madre, na fontana fría,
o meu amigo na Guarda! cervos do monte á augua volvían.
Os amores ei.

Afonso X Pero Meogo


COMO DIRIGIR-SE AO AMIGO
Directamente Indirectamente

Fals'amigo, per boa fe, Vistes, madre, quando meu amigo


m'eu sei que queredes gran ben pos que verría falar comigo?
outra molher e por mí ren Hoje día cuidades que venha?
non dades, mais, pois assí é

Afonso Mendez de Besteiros Joam Perez de Avoín


PERSONAGENS:
A donzela, o amigo, a mãe, a irmã, a(s) amiga(s) e a natureza.

AMBIENTES:
Rural e populares, domésticos ou cortesão

SÍMBOLOS:
São imagens próprias da lírica popular e nelas os elementos da natureza jogam um
papel fundamental como confidentes do amor ou como símbolos deste mesmo
amor: a água como símbolo de fertilidade; o mar como símbolo de separação entre
os amados; o vento e os cervos são símbolos viris; a fonte, a agua e os cabelos
símbolos femininos; etc.

São assim possíveis duas leituras: por um lado são descrições de cenas quotidianas,
por outro, são expressão da sensualidade e erotismo.
Feminismo - Os sentimentos que se exprimem são sempre de mulher, isto é, quem
exterioriza as intimidades é uma donzela.
Simplicidade - Possuem uma estrutura muito simples. Tanto as personagens como os
ambientes surgem impregnados de odor a campo, montanha ou mar.
Ruralismo - Os ambientes de trabalho e de diversão referidos nas cantigas
evidenciam também o seu ruralismo: o campo, a fonte, o baile, a romaria, etc.
Ligação com o canto e a dança - O trovador era frequentemente acompanhado por
um jogral que tocava o que ele recitava. Para além do jogral acompanhava também o
trovador a jogralesa que dançava.

Paralelismo - O paralelismo é uma das características mais típicas da poesia


trovadoresca e denuncia o carácter popular destas poesias.
Refrão - É a repetição do mesmo ou mesmos versos geralmente no fim de cada
estrofe.
Subgéneros quanto ao tema
Dentro deste género de poesia, devemos distinguir várias espécies de cantigas:

Albas, Alvas, Alvoradas ou serenas

Bailias ou Bailadas

Barcarolas ou marinhas

Cantigas de romaria

Pastorelas
A alva ou alba, terminologia tirada à lírica provençal, é a designação que os
estudiosos, à falta de outra melhor, dão às cantigas de amigo em que aparece o
tema da alvorada.

Focaliza o amanhecer depois de uma noite de amor. Devemos salientar, no


entanto, que há apreciável diferença entre a alba galego-portuguesa e a
occitânica, o que tem levado alguns a negar a existência do género no Ocidente
peninsular. Parece-nos apressado esse modo de ver radical, pois, no caso,
poderia ter havido a confluência de um motivo autóctone relacionado com a
alvorada com o da alba provençal. Se esta, durante certo tempo, se restringiu
ao motivo da separação, ao romper do dia, de dois amantes, acordados pelo
grito do vigia dos castelos, não faltam exemplos posteriores em que a
inoportuna intervenção do gaita é substituída pelo canto dos pássaros.
Subgénero das cantigas de amigo, composta para ser cantada e dançada,
caracterizada pelo grande investimento formal no seu carácter musical,
para o qual concorrem sobretudo o paralelismo e o refrão.

Tipo de cantiga de amigo, de origem provençal, próprio para a dança. A


bailia segue, em regra, uma estrutura paralelística, adequada à
dramatização da cantiga interpretada por um grupo de donzelas: a
protagonista ou cantadeira executa as principais estrofes; as restantes
cantoras, formando um coro, entoam o refrão. Em alternativa, cada uma
das estrofes da bailia pode ser executada por uma cantadeira diferente.
O tema é geralmente jovial e festivo. Distingue-se da balada por incluir o
convite à dança e por possuir uma estrutura formal mais regular e
autónoma. Dentro do contexto da lírica-galego-portuguesa, Airas Nunes
compôs uma das mais célebres bailias: Bailemos nós já todas três, ai
amigas.
É uma variedade de cantiga de amigo em que o mar, e por extensão um rio (frequente
sinónimo combinatório de mar), constituem o elemento essencial, pois são a causa da
separação e o meio para o reencontro dos apaixonados: a presença de ondas, ou de barcos
que chegam, é só mais uma achega ao conjunto. A fúria do mar ou a maré inesperada
funcionam em certas ocasiões como símbolos de isolamento da mulher.

Todas as cantigas de amigo que se podem adscrever a este género apresentam estribilho e
têm carácter paralelístico: em geral são de temática simples: a mulher lamenta-se, diante
das suas irmãs ou da mãe, da ausência do amado. O carácter arcaizante ou popular deste
tipo de cantigas não deixa lugar a dúvidas.

O simbolismo oculto sob o motivo da água (seja ela fonte, rio, mar ou lago) não é senão o
da fecundidade, ligado portanto de forma inseparável à figura da mulher. A frequente
presença de ermidas, ou as alusões a romarias, neste tipo de cantigas, serve para reforçar
esta mesma ideia, em que o mar se transforma em paixão amorosa e as margens não são
mais do que o lugar do encontro. Do mesmo modo, é frequente que o motivo deslize para
outras variedades, em que se recorre a símbolos não menos claros, como o cervo e a
lavagem das roupas.
Subgénero das cantigas de amigo que se distingue pela referência a romarias ou
santuários. Não se trata, contudo, de composições de temática religiosa, já que,
frequentemente, a peregrinação ou a capela são pretexto ou cenário do
desenvolvimento da temática amorosa e profana.
Normalmente considerada como variedade da cantiga de amigo, embora alguns
autores entendam que é um subgénero das cantigas de amor, na medida em que
geralmente é o cavaleiro que se dirige a uma pastora que encontra no caminho,
manifestando-lhe o seu amor.

Este género, entre nós, adquiriu algumas características das cantigas de amigo –
ambiente rústico, simplicidade da donzela –, pelo que se integram, habitualmente,
neste género de composições trovadorescas.

Segundo J. P. Coelho, a pastorela é "um género à parte de origem obscura" que


floresceu no Norte de França e foi trazido para o Ocidente da península. Aqui, nem
sempre a pastorela apresenta uma disputa amorosa entre a pastora e o cavaleiro,
evitando-se até, muitas vezes, o diálogo. Apresentam antes uma pastora
cantadeira, conferindo-lhe um colorido próprio das cantigas de amigo, limitando-
se, então, muitas vezes, a descrever o solilóquio da pastora que suspira pelo seu
amado, que não participa directamente da cena.
Subgénero de cantiga pouco referenciado.
A donzela é uma serrana.
Quanto à forma

Refrão - É a repetição do mesmo ou mesmos versos geralmente no fim de cada estrofe.


de estrutura popular (repetição do mesmo ou dos mesmos versos no fim de cada estrofe), o
refrão vem geralmente no final da estrofe, mas também pode surgir no meio.

Paralelismo - O paralelismo é uma das características mais típicas da poesia trovadoresca


e denuncia o carácter popular destas poesias.
O paralelismo é a repetição da ideia expressa numa estrofe na estrofe consequente,
substituindo-se apenas nos versos paralelos as palavras finais por outras que sejam
sinónimas.

• Paralelísticas imperfeitas - são as cantigas que possuem, como o nome indica, um


paralelismo imperfeito. O paralelismo diz-se imperfeito se está isolado em cada par de
estrofes, sem qualquer ligação aos outros pares.
• Paralelísticas puras - São cantigas de molde tradicional e com paralelismo perfeito.
Cantigas paralelísticas
1ª copla:
Quando a paralelística é perfeita, segue 1 ---------------------------- a
o seguinte esquema: 2 ---------------------------- b
Refrão

2ª copla
3 ---------------------------- a’
4 ---------------------------- b’
Refrão

3ª copla
5 ---------------------------- b
6 ---------------------------- c
Refrão

4ª copla
5 ---------------------------- b’
6 ---------------------------- c’
Refrão

(... ...)
Sempre em número par de coplas ou estrofes
Tipologia da cantiga de amigo quanto à estrutura

Cantiga de mestria: Cantiga de influência provençal, sem refrão, que evita


repetições e com frequência tem três coblas ou estrofes regulares.

. Cantiga dialogada ou tenção: Com diálogo da donzela com a mãe, amigas,


irmã, natureza personificada
Os sentimentos que predominam nas Cantigas de Amigo são sobretudo os
seguintes:
O sofrimento de amor
Cuidados e ansiedade - o amigo está ausente, demora-se e isso preocupa
a amada. São frequentes as perguntas da donzela : será vivo? será morto?
Tristeza e saudade - a donzela sente-se triste pelo facto de o amigo estar
ausente, o que lhe provoca muita saudade.
Alegria na volta do amigo - Terminada a guerra, o amigo da donzela está
de volta. Voltou o amigo e voltou também uma enorme alegria.
Estado psicológico (Feminismo)- os sentimentos que se exprimem nas cantigas de
Amigo, são sempre de mulher que exterioriza os seus sentimentos mais íntimos.
Tratando-se de diálogo, é ela que fala em primeiro lugar.

Romance Sentimental - a ausência do amigo na guerra do fossado. Nestas cantigas


detectamos o próprio sistema de relações na vida doméstica da jovem, as diferenças
psicológicas entre o cavaleiro e a donzela que o espera, a situação social depende da
ocorrência de guerras (guerra do fossado), o contacto com a natureza cujos
elementos são seus confidentes.

Estado Social - a situação doméstica da filha sob a vigilância da mãe.

A problemática Religiosa - ir à igreja ou à romaria para pedir pelo amigo ou para


se encontrar com ele, enquanto a mãe vai rezar.

Confidências - a donzela confia os seus desgostos ou a sua felicidade à mãe, às


irmãs, às amigas, à natureza, ao mar, às aves, às flores, etc.
As Cantigas de Amigo exprimem pequenos dramas da vida amorosa das donzelas cujo
ambiente é frequentemente a romaria a uma capela. A donzela vai ali, acompanhada da
mãe e das amigas. Mas nem todos os dias há romarias e a moça procura outros locais para
namorar: a fonte, a ribeira ou a praia.

A fonte e o rio - são bastantes as Cantigas de Amigo que se relacionam com a fonte, com o
lavadouro, com o rio. A fonte era, muitas vezes, pretexto para a donzela se encontrar com o
namorado. Como era de prever, a donzela enamorada demorava-se junto do amigo e,
quando chegava a casa, desculpava-se com os cervos do monte.

A praia e o campo - muitas canções situam a donzela a gemer na praia os seus sofrimentos
de amor. Umas vão aguardar com impaciência e certo receio a volta do amado; outras ali
derramam lágrimas, vendo alongar-se e perder-se na imensidão o barco do namorado.
Também o campo é cenário de amor. A rapariga corajosa não tem receio de se afastar das
casas e ir, pelos campos, à procura do amigo.

A casa: os diálogos líricos da donzela com a mãe, a irmã e as amigas têm sempre lugar em
casa. Desde já nos apercebemos de que, para além dos monólogos líricos, a donzela
entretêm-se a dialogar acerca dos seus sentimentos. Aquelas são, pois, as suas confidentes.
Também a natureza pode surgir como confidente da donzela.
Os símbolos são uma constante na poesia trovadoresca. Os que ocorrem com mais
frequência nas cantigas de amigo são:
a fonte é origem da vida, da maternidade e da graça; as suas águas límpidas
podem indicar também a pureza da donzela;
a alva (alvorecer) é símbolo da inocência, da pureza e da virgindade;
os cervos simbolizam a fecundidade, do ritmo do crescimento ou da virilidade (do
amigo) e do ardor amoroso; no entanto, quando os cervos turvam a água, pretende-
se simbolizar a confusão e o aturdimento de espírito que os encontros amorosos
provocam;
as flores podem remeter-nos para a delicadeza e feminilidade;
as ondas traduzem o tumulto interior;
as aves, com a beleza do seu canto, representam a sedução e o enamoramento
que podem ressurgir em qualquer momento;
o vento também pode relacionar-se com as inquietações ou representar a
fecundidade...
a luz traduz o deslumbramento do amor e, tal como a luz nos pode cegar, também
o amor nos pode impedir de ver as situações com clarividência e com sensatez;
a noite (longa, escura, silenciosa e misteriosa) representa as incertezas do amor...

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