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UNICAP

DISCIPLINA: DIREITO ADMINISTRATIVO I


PROFESSORA: MSC. ROBERTA CRUZ SILVA
TURMAS: 4º PERÍODO

UNIDADE 01
DIREITO ADMINISTRATIVO
Conteúdo Programático

Definição;

Direito Administrativo: origem e características gerais;

Relações com outros ramos do Direito e ciências afins;

Fontes do Direito Administrativo.


1.1 Definição

A discussão doutrinária, quando se trata da definição de


Direito Administrativo, é de extensão relevante;
Controvérsias à parte, em um ponto os estudiosos
concordam: não se pode falar em uma definição
universal de Direito Administrativo, posto que, a
Administração Pública, de cada país, tem suas
peculiaridades. Portanto, a definição deve se ater ao
direito pátrio; às características nacionais;
Destaque-se que a trajetória da disciplina não está
encerrada: a realidade é mutante, “as concepções
adotadas são provisórias e destinadas à futura
superação” (JUSTEN FILHO, 2016, p.27)
Definição interessante e didática é apresentada por
Edimur Ferreira de Faria:

“Direito Administrativo é o conjunto de normas jurídicas


pertencentes ao Direito Público, tendo por finalidade
disciplinar e harmonizar as relações das entidades e
órgãos públicos entre si, e desses com os agentes
públicos e com os administrados, prestadores de
serviços públicos ou fornecedores do Estado, na
realização da atividade estatal de prestar o bem-social,
excluídas as atividades legislativa e judiciária típicas”.
(2007, p. 22 e segs.)
Faz-se necessário ressaltar alguns aspectos:

 o Direito Administrativo, de acordo com a clássica divisão


do Direito, pertence ao ramo de Direito Público, onde
predominam os interesses estatais, coletivos, e não ao
Direito Privado, caracterizado pela prevalência dos
interesses dos particulares;

 não só os órgãos, agentes públicos e administrados estão


sujeitos às regras do Direito Administrativo, aqueles que,
apesar de serem empresas privadas, prestam serviços
públicos (Ex: empresas de ônibus que prestam, em nome
do Município, o serviço de transporte coletivo, sendo,
portanto, concessionárias de serviço público) também
seguem as regras da Administração, no caso em epígrafe,
a Lei n.º 8987/95;
 toda e qualquer atividade administrativa tem por escopo
atender aos interesses da coletividade;

 é de amplo conhecimento o Sistema de Organização dos


Poderes do Estado estabelecido pelo célebre Montesquieu
em sua obra “O Espírito das Leis”, onde se expõe a
existência dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário;

 o Direito Administrativo diz respeito primordialmente à


atuação da Administração Pública inserida no Poder
Executivo.
 Esse é o Poder estatal dotado da atribuição de exercer
atividades administrativas com repercussão imediata
(material/prestacional) na vida da sociedade, com suas
ações típicas (preponderantes) como coleta de lixo,
ensino público, calçamento de ruas, entre outras.
 o Poder Legislativo, por seu turno, tem como função
típica (preponderante) elaborar leis e controlar o
Executivo. Para dar sustentação à função típica deve
haver uma estrutura administrativa de apoio. A formação
de tal estrutura é chamada de atividade atípica.

 Ex: a Assembléia Legislativa dispõe de servidores – em


grande parte selecionados por concurso público – para
atividades que compõem a estrutura administrativa do
órgão, mas não dizem respeito à elaboração das leis.
 O mesmo ocorre no Poder Judiciário, que tem por função
típica aplicar o direito objetivo em busca da pacificação
social. Para que essa função seja bem desempenhada
também se faz necessária uma estrutura de apoio.

 Ex.: caso o Tribunal de Justiça resolva adquirir


computadores, em regra, deve realizar uma licitação, para
que sejam apurados os melhores preços, processo este
regido pelo Direito Administrativo, por meio da Lei de
Licitações e Contratos Públicos – nº 8666/93.

 Concluindo: as atividades administrativas ocorridas no


Poder Legislativo e Judiciário (atípicas a esses Poderes)
também são reguladas pelo Direito Administrativo.
 Lembrete Final: As teorias sobre a Separação dos Poderes
estatais devem promover fins distintos, mas afins: a
democracia, a competência profissional e a
proteção/ampliação dos direitos fundamentais. (ACKERMAN,
2009)
1.2 Direito Administrativo: origem e
características gerais
 O Direito Administrativo começou a se formar, com
autonomia do Direito Constitucional, nas primeiras
décadas do século XIX, tendo na França e nas
concepções político-institucionais que afloravam, nessa
época, pós Revolução Francesa (1789), seu grande
berço.

 A disciplina passou a ser lecionada de forma autônoma


em 1819, na Universidade de Paris.

 Sem dúvida, as obras dos autores franceses e as


jurisprudências do Conselho de Estado Francês, têm
importância ímpar para o desenvolvimento da matéria.
Universidade de Paris
Aula na Universidade de
Paris...ontem
Aula na Universidade de
Paris...hoje
 A criação do Direito Administrativo no Brasil deu-se com
o Decreto nº 608, de 16 de agosto de 1851, e a
disciplina era ministrada nas Faculdades de Direito de
São Paulo e Recife (Obs.: há obras com datas diversas).

 Quando passou a ser ministrado no Brasil, sofreu forte


influência da doutrina europeia, principalmente da
escola francesa.

 Porém, com o passar do tempo, o Direito pátrio foi se


fortalecendo e adquirindo características próprias, sendo
que a primeira obra nacional foi lançada em 1857 –
“Elementos de Direito Administrativo” , pelo professor
Vicente Pereira do Rego, docente da Faculdade de
Direito do Recife.
Faculdade de Direito do Recife
Faculdade de Direito de São Paulo
Características gerais do Direito Administrativo:

 É uma disciplina de criação recente para os padrões


jurídicos, pois foi teve sua elaboração inicial há,
aproximadamente, um século e meio;

 Antes de se formar um conjunto sistematizado para reger a


atividade administrativa estatal, havia a Administração
Pública e preceitos normativos esparsos que não formavam
um conjunto harmônico e, principalmente, não podiam ser
invocados pelos indivíduos na defesa de seus direitos, pois
destinavam-se, apenas, à gestão interna;

 Inicialmente, na França, o Direito Administrativo tinha como


base a jurisprudência. Hoje, seu grande fundamento é a
legislação;
 No Brasil, a disciplina não se encontra codificada, ou seja,
não tem suas normas englobadas em um único texto, como
o Código Civil ou Penal. Há debates acerca da
possibilidade e conveniência da codificação do Direito
Administrativo, estabelecendo-se 3 (três) correntes básicas:

 Contrários à codificação: argumentam que a legislação


administrativa muda constantemente, o que torna inviável a
sua apresentação em um Código;
 Intermediários: defendem uma codificação parcial,
tratando apenas dos temas mais importantes;
 Favoráveis à codificação: afirmam que a codificação torna
as normas mais conhecidas e facilitam o estudo e a defesa
dos direitos.
 Muitos países, como Argentina, Alemanha, Itália, Portugal,
possuem codificação.

 No Brasil, há uma vasta legislação.

Exs.:
 Lei das Licitações e Contratos Administrativos (n.º 8666/93);
 Regime Jurídico dos Servidores Públicos Civis da União,
autarquias e fundações federais – REJU (n.º 8112/90);
 Lei de Improbidade Administrativa (n.º 8429/92);
 Lei do Processo Administrativo (n.º 9784/99);
 Lei do Pregão (n.º 10520/02);
 Lei das Parcerias Público-Privadas (n.º 11079/04);
 Lei do Regime Diferenciado de Contratação (n.º 12462/11).
1.3 Relações com outros ramos do
Direito e ciências afins
De acordo com o exposto, sabe-se que o Direito
Administrativo pertence ao Direito Público, mantendo,
portanto, estreitas relações com outras disciplinas do citado
ramo, tais como:

 Direito Constitucional: informa todas as disciplinas, sejam


públicas ou privadas.

Na Constituição Federal, o Direito Administrativo tem suas


bases, nela são enunciados alguns dos seus princípios (Ex:
eficiência, art. 37, caput) e são previstos alguns institutos
administrativos (Ex: concessões de serviços públicos, art.
175);
 Direito Penal: há delitos contra a Administração Pública,
elencados no Código Penal, que dependem de conceitos
que são extraídos do Direito Administrativo. Ex.: peculato,
art. 312. (Apropriar-se o agente público de dinheiro, valor ou qualquer outro
bem móvel, público ou particular, de que tem a posse em razão do cargo, ou
desviá-lo, em proveito próprio ou alheio).

Ademais, existem as normas penais em branco no Código


Penal, que precisam de complementação para que sejam
aplicadas. Ex: há um delito chamado omissão de
notificação de doença (art. 269), que pode ser praticado
pelo médico que não leva ao conhecimento da Secretaria
de Saúde a ocorrência de doenças graves, por exemplo, a
Síndrome da Imunodeficiência Adquirida. Acontece, que o
rol de doenças que devem ser notificadas não está contido
no Código Penal, ele é fornecido pela Administração
Pública;
 Processo Civil: a Administração Pública pode ser
demandada perante o Judiciário, e se movimenta,
substancialmente, por meio das regras do Processo Civil;

 Processo Penal: o administrador, antes de aplicar penas


disciplinares para punir servidores que cometeram infrações
administrativas, faz uso de princípios do Processo Penal,
como o direito à ampla defesa e contraditório, por parte do
servidor.
Há, também, relações do Direito Administrativo com o
Direito Privado:

 Direito Civil: fornece as bases para certos institutos de


Direito Administrativo, por exemplo, a teoria dos atos
jurídicos inspira a teoria dos atos administrativos;

 Direito Empresarial: o Estado ao criar entidades –


empresas públicas e sociedades de economia mista –
segue, em muitos aspectos, a legislação do ramo em
questão;

 Ademais, o Direito Administrativo interage com outras


disciplinas não jurídicas: Estatística, Economia,
Contabilidade, buscando, constantemente, o
aperfeiçoamento.
1.4 Fontes do Direito Administrativo
1.4.1 Definição

O assunto “fontes” do Direito Administrativo, sempre que


estudado, gera controvérsias.

Muitos não utilizam o termo fontes, preferem raízes ou formas


de expressão.

Enfim, este é assunto que deve ser abordado em outras


disciplinas, posto que, o que nos interessa é entender que
fonte é a forma mediante a qual o Direito Administrativo se
revela no ordenamento brasileiro; é a exteriorização do
Direito Administrativo, ou seja, como este adquire forma.
1.4.2 Principais Formas de Expressão

 Lei: fonte primária, impondo seu poder normativo ao


indivíduo e ao próprio Estado. Na categoria “lei”, em sentido
amplo, pode-se citar:

-Constituição Federal, onde há disposições sobre vários


temas de Direito Administrativo;

-Constituição Estadual, que prevê normas para aplicar no


âmbito estadual, de acordo com os ditames da Carta
Federal;

-Leis Ordinárias, que na esfera federal são muito utilizadas


para questões administrativas;
-Leis Complementares;

-Leis Delegadas, que são emitidas pelo Presidente da


República, ante prévio consentimento do Legislativo;

-Medidas provisórias, que têm força de lei e podem ser


adotadas pelo Presidente em caso de relevância e
urgência.

 Jurisprudência: decisões reiteradas dos tribunais em


determinado tema, servindo como um importante
subsídio, sobretudo em questões controvertidas;
 Doutrina: trabalhos dos especialistas, como livros, revistas,
pareceres, teses, dissertações que, muitas vezes, servem de
base para textos legais ou decisões judiciais;

 Costumes: fonte não escrita, definida como prática reiterada


de um comportamento por um grupo determinado.
Praticamente não é utilizado, devido à crescente
normatização; e

 Princípios Gerais do Direito: são proposições fundamentais


que se encontram na base de todo sistema jurídico, servindo
de norte para a elaboração, interpretação e aplicação do corpo
normativo. Ex.: presunção de inocência; vedação ao
enriquecimento ilícito; entre outros.

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