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GASTON BACHELARD

“Todas as obras claras têm uma margem


de sombra”

A análise da imaginação:
Da epistemologia à poética
• Filósofo, cientista, ensaísta e poeta
Biografia francês nascido em Bas-sur-Aube em
Junho de 1884, Gaston Bachelard
dedicou grande parte da sua obra à
filosofia da ciência (epistemologia*) e à
filosofia da criação artística.
• Primeiro trabalha no Correios, depois
licencia-se em matemática em Paris, e é
mobilizado na IGG. Com o fim da guerra,
passa a ensinar física num colégio da
sua terra. Mais tarde faz a sua
licenciatura em filosofia e ensina-a
também.
• Em 1930 ensina na Universidade de Dijon
e dez anos depois é professor na
Sorbonne até 1954.
• Morre em Paris em 1962.
• * filosofia do conhecimento científico,
métodos, validade.; para B. é uma
disciplina autónoma, uma ciência da
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ciência.
A epistemologia
• Bachelard integra os epistemólogos cumulativistas que
afirmam que a ciência se faz por progresso, por acréscimo de
saber ao longo de tempo, e que portanto está cada vez
próxima da verdade, mas este processo é dialéctico e implica
descontinuidades.
• A filosofia feita por filósofos está sempre desfasada
relativamente à ciência que se pratica, pois os cientistas
praticam uma filosofia espontânea.
• Bachelard defende a construção de um novo espírito científico
capaz de ultrapassar os obstáculos epistemológicos que
impedem a ciência de progredir como o senso comum e o
pensamento tradicional.
• Defende a ideia das rupturas epistemológicas pois condena as
concepções continuistas da história da ciência para assinalar a
dupla descontinuidade da histórica e epistemológica. A ciência
tem que rectificar os conhecimentos anteriores, pois ocorrem
rupturas progressivas.
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• Partindo do relativismo, do determinismo e das teorias
dos conjuntos, que constituíram momentos de crise
para a ciência Bachelard, avança com a metodologia
de analisar os obstáculos epistemológicos que
existem no inconsciente do cientista, culturais e
psicológicas.
• O que pretende é desmontar o funcionamento da
ciência, perceber as rupturas e os mecanismos
psicológicos que intervêm no processo de pesquisa,
daí que enverede por uma metafísica do imaginário.
• A ideia de ruptura é a pedra de toque do pensamento
de Bachelard. E a construção do novo espírito
científico parte sobretudo da teoria da relatividade
onde a matemática tem um papel determinante, e o
grau de abstracção é cada vez maior.
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• As obras A Formação do Espírito Científico e A
Psicanálise do Fogo, que datam do mesmo ano
(1938) são fundamentais para a desmontagem das
concepções deturpadas da ciência, alguns exemplos
de situações podem ser o recurso à opinião, a
obsessão pelo geral, a experiência sensível, a certeza
imediata, (filosofia do não que se oponha aos abusos
da razão= filosofia do novo espírito científico), indo ao
encontro da imaginação.
• Bachelard inicia uma autêntica psicanálise da ilusão,
de modo a nos conduzir até ao inconsciente colectivo.
É por isso que é necessário trazer à luz do dia os
temas inconscientes que são factores de
bloqueamento do trabalho científico.
• Sendo assim a epistemologia apresenta-se como uma
terapia da razão científica, encarregue de psicanalizar
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as noções que perturbam o conhecimento científico.
• Entre 1937/47 com base na
releitura de Freud e a partir • *Baseia-se em Carl Jung que dizia
existir um inconsciente comum a
dos 4 elementos de toda a humanidade, albergado
Empédocles, no relacio –
namento entre o
inconsciente colectivo* e as
imagens arquetípicas **,
Bachelard analisa obras de
vários autores: William
Blake, Edgar Allan Poe,
Lewis Carrol que eram
conhecidos pela sua
imaginação e fantasia. no inconsciente individual, e que em
fantasmas, personificações, imagens
primitivas surge nos sonhos.
** Exemplos: o princípio masculino, o
feminino, a sombra que são imagens
primordiais. Os demónios, dragões,
heróis são formas de um pensamento
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primitivo.
A imaginação
• A análise da imaginação é também a defesa da liberdade
criativa aproximando-se quer da psicanálise, quer da
fenomenologia ( Surge no séc.XIX com Brentano e estuda a
relação do sujeito e do objecto, intencionalidade da
consciência, os fenómenos que são percepcionados pela
consciência indo à redução transcendental intuir a essência
dos mesmos).
• Bachelard rejeita uma interpretação da imagem como coisa e
salienta, a importância da imaginação como força psíquica,
anterior a qualquer predeterminação: é por assim dizer a
experiência da novidade do espírito, é a manifestação do
espírito nas coisas e das coisas no sujeito. É assim que o
sujeito se individualiza (modo de falar, vestir, estar).
• As palavras na construção da linguagem são um invento e
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compreensão do mundo, são um canal da imaginação: poesia.
Funções da imaginação
que se aplicam à produção poética
• 1.Imaginação formal: desdobramento do ver; metáforas
visuais.
• 2. Imaginação material e dinâmica: primeira criadora e vital.
Aqui a imaginação liga-se aos 4 elementos de Empédocles,
“as quatro raízes de todas as coisas” que permitem a
criação de múltiplos devaneios pois são fontes
inesgotáveis. Há uma tipologia da imaginação conforme o
elemento a que está ligada. (“A água e os sonhos”) O
devaneio deve encontrar a sua matéria e baseia-se no
pensamento pré-socrático.
• A imaginação é defendida face à tirania da percepção
visual, contra a ocularidade (conhecer=ver), apoia-se no
inconsciente colectivo. 8
• 1. Elogio da mão – “O mundo trabalha. Na imaginação do
gravador trabalhador, tudo que possui forma tem força, tudo
que tem forma de mão adquire valor de ferramenta.” (L’eaux
et les rêves”)
• 2. Matéria e mão – “Para o gravador a matéria existe. E a
matéria existe imediatamente sob sua mão obrante. Ela é
pedra, ardósia, madeira, cobre, zinco… O próprio papel,
com seu grão e sua fibra, provoca a mão sonhadora para
uma rivalidade da delicadeza. A matéria é, assim, o primeiro
adversário do poeta da mão. Possui todas as
multiplicidades do mundo hostil, do mundo a dominar. O
verdadeiro gravador começa sua obra num devaneio da
vontade. É um trabalhador. Um artesão. Possui toda a glória
do operário. Essa consciência da mão no trabalho renasce
em nós na participação no ofício do gravador. Não se
contempla a gravura; a ela se reage, ela nos traz imagens
de despertar. Todos os sonhos dinâmicos, dos mais
violentos aos mais insidiosos, do sulco metálico aos traços
mais finos, vivem na mão humana, síntese da força e da
destreza.”(Idem, ibidem)
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Conclusões
• Bachelard opõe-se à concepção tradicional da
imaginação como reprodutora ligada à memória e à
percepção. Filia-se junto aos autores que defendem a
imaginação produtiva recorrendo à psicanálise e à
fenomenologia.
• Coloca-se ao lado de Jung e não de Freud, criticando a
posição burguesa deste. Defende inversamente o
trabalho humano sobre a matéria, a mão que transforma.
• Apoia a função irrealizante da imaginação em Sartre,
mas condena a submissão da sua filosofia à ocularidade.
• O novo espírito científico tem que abandonar a filosofia
da ocularidade para a materialidade, questão do
inconsciente.
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