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CAMPUS DE VITÓRIA DA CONQUISTA

Disciplina: Língua Portuguesa


Profª.: Laikui Cardoso Lins

TEXTO E
TEXTUALIDADE
PARA INÍCIO DE CONVERSA...
EM CÓDIGO
__ Chega! Isso é uma palhaçada!
__ Recebi um telefonema do chefe Tá de onda comigo é?!
do meu irmão, pedindo para eu
__ Não, cara! Foi ele quem mandou
anotar um recado que ele havia me
te passar isso.
passado. Achei estranho mas não
contestei. Peguei papel e caneta e __ Deve ser carta em código ou
comecei a tomar nota do que dizia: algo parecido. Ou então ele vacilou.
__ Minha mãe precisa de uma nora. __ É, eu também não entendi, só
estou passando o recado. Vai, o
__ Precisa de quê?
próximo: Vou, mas volto!. Chega à
__ Vai rapaz, anota aí! Ele disse que janela, morena. Quem fala de mim
você já sabe. De uma nora. Pobre tem mágoa. Não sou pipoca, mas
vive de teimoso. Não chora, também dou meus pulinhos. Deus,
morena, que eu volto. Sou amarelo, eu e o Rocha.
mas não opilado.
__ Que Rocha?
__ Isso é alguma brincadeira?
__ Não sei! Será que não é a
__ Não, não é não, estou repetindo assinatura das coisas que me
o que ele mandou escrever. Anda, mandou escrever?
toma nota! O próximo: Não sou
__ Meu irmão não se chama Rocha,
Colgate, mas ando na boca de
essa é boa!
muita gente. Poeira é minha
penicilina. Carona, só de saia. __ É, mas foi ele que mandou
escrever. O recado tá dado. [...]
ENTENDENDO TEXTO E TEXTUALIDADE: DEFINIÇÕES

 Texto é:

“Uma ocorrência linguística falada ou escrita, de qualquer extensão,


dotada de unidade sociocomunicativa, semântica e formal.
[...] é uma unidade de linguagem em uso, cumprindo uma função
identificável num dado jogo de atuação sociocomunicativa. Tem
papel determinante em sua produção e recepção uma série de
fatores pragmáticos que contribuem para a construção de seu
sentido e possibilitam que seja reconhecido como um emprego
normal da língua.”

(Costa Val 1999, p.3)


ENTENDENDO TEXTO E TEXTUALIDADE: DEFINIÇÕES

“ [...] uma unidade linguística concreta (perceptível pela visão ou


audição), que é tomada pelos usuários da língua (falante,
escritor/ouvinte, leitor), em uma situação de interação
comunicativa específica, como uma unidade de sentido e
preenchendo uma função comunicativa reconhecível e
reconhecida, independente de sua extensão. Dessa forma, o
texto [é] o resultado, o produto concreto da atividade
comunicativa que se faz seguindo regras e princípios
sociohistoricamente reconhecidos que têm de ser
considerados.”

(Koch e Travaglia apud Travaglia 2006, p.67)


... ENTENDENDO MELHOR

[...] Desliguei atônito. Fui até refrescar o rosto, para poder pensar
melhor. Só então me lembrei: haviam-me encomendado uma
crônica sobre essas frases que os motoristas costumam pintar à
frente dos caminhões. Meu irmão, que é engenheiro e viaja pelo
interior prometera ajudar-me, recolhendo farto e variado material. E
ele viajou, o tempo passou, acabei esquecendo completamente o
trato, na suposição de que o mesmo lhe acontecera. Agora, o
material ali estava, era só fazer a crônica. Deus, eu e o Rocha! Tudo
explicado: Rocha era o motorista, Deus era Deus mesmo e eu, o
caminhão.

(Fernando Sabino. A mulher do Vizinho. Rio de Janeiro: Record,


1976, p. 171-173 adaptado)
ENTENDENDO TEXTO E TEXTUALIDADE: DEFINIÇÕES

Textualidade é:

Conjunto de características que fazem com que um texto seja um texto, e


não apenas uma sequência de frases;

A conjunção de uma série de fatores: semântico-cognitivos, formais e


pragmáticos, co-ocorreriam no sentido de promover a eficácia
comunicativa.

Sendo assim, um texto é classificado enquanto um todo significativo,


comunicativamente satisfatório e apropriado, em função da reunião de
certos elementos, que no conjunto, põem em prática uma série de fatores:
contextuais, cognitivos e estruturais específicos para atender a eficácia
de seu funcionamento. Essa conjugação de fatores é o que denominamos
textualidade.
FATORES DA TEXTUALIDADE
Princípios Constitutivos da Comunicação Textual

Semântico-cognitivo: Este fator age a partir das relações subjacentes à


superfície do texto e envolve não só aspectos lógicos e semânticos,
mas também cognitivos, na medida em que depende do partilhar de
conhecimentos entre os interlocutores;

 Estrutural: Caracteriza-se pela unidade formal, material do texto. A


partir de constituintes linguísticos esses elementos devem se mostrar
reconhecivelmente integrados, de modo a permitir que ele seja
percebido como um todo coeso.
FATORES DA TEXTUALIDADE
Princípios Constitutivos da Comunicação Textual

Pragmático: Existe uma série de fatores estabelecidos no contexto da


linguagem em funcionamento (em uso), que contribuem para a construção
e reconhecimento do texto, ou seja, para sua produção e recepção:

I As intenções do produtor/redator;

II Jogo de imagens mentais que cada um dos interlocutores faz de si, do


outro e do outro com relação a si mesmo e ao tema do discurso/texto;

III O espaço de perceptibilidade visual na comunicação, na comunicação


face a face;

IV O contexto sociocultural em que se insere o discurso, delimitando os


conhecimentos compartilhados pelos interlocutores, inclusive quanto às
regras sociais de interação comunicativa (uma certa ‘etiqueta’
sociocomunicativa, que determina variação de registro, tom de voz, de
postura....).
FATORES DA TEXTUALIDADE
Princípios Constitutivos da Comunicação Textual

Tomando, dessa forma, os textos enquanto ocorrências comunicativas,


postas em funcionamento a partir da interação humana, pelo uso da
linguagem, afirma-se serem sete os fatores da textualidade:

1. A coerência – Fator semântico-cognitivo


A coerência do texto deriva de sua lógica interna resultante dos
significados que sua rede de conceitos e relações põe em jogo, mas
também da compatibilidade entre essa rede conceitual – mundo textual –
e o conhecimento de mundo de quem processa o texto.

2. A coesão – Fator estrutural


A coesão é a manifestação linguística da coerência. Advém da maneira
como os conceitos e relações subjacentes são expressos na superfície
textual, constrói-se através de mecanismos gramaticais e lexicais.
FATORES DA TEXTUALIDADE
Princípios Constitutivos da Comunicação Textual

3. Intencionalidade – Fator pragmático (redator/produtor/emissor)


Satisfazer os objetivos que tem em mente numa determinada situação
comunicativa: informar, impressionar, alarmar, convencer, pedir, ofender,
etc.

4. Aceitabilidade – Fator pragmático (receptor/recebedor/leitor)


Conjunto de ocorrências de um texto coerente, capaz de levar o leitor a
adquirir conhecimentos ou a cooperar com os objetivos do produtor. A
aceitabilidade depende da autenticidade – qualidade e da veracidade.

5. Situacionalidade – Fator pragmático


Diz respeito aos elementos responsáveis pela pertinência e RELEVÂNCIA
- importância da informação – do texto quanto ao contexto em que ocorre.
É a adequação do texto à situação sociocomunicativa. O contexto pode,
realmente, definir o sentido do discurso e, normalmente, orienta tanto a
produção quanto a recepção.
FATORES DA TEXTUALIDADE
Princípios Constitutivos da Comunicação Textual

6. Informatividade – Fator pragmático


Diz respeito à quantidade de informações para que seja compreendido um
texto com o sentido que o redator pretende. Não é possível nem desejável
que o texto explicite todas as informações necessárias; é preciso que
deixe inequívocos os dados para o receptor compreender a mensagem.

7. Intertextualidade – Fator pragmático


Concerne aos fatores que fazem a utilização de um texto dependente de
outro(s) texto(s). “[U]m discurso não vem ao mundo numa inocente
solitude, mas constrói-se através de um já dito em relação ao qual ele
toma posição”.
FATORES DA TEXTUALIDADE
Princípios Reguladores da Comunicação Textual

Eficiência
A eficiência de um texto diz respeito à sua capacidade de comunicar
com o mínimo de esforço, tanto do produtor como do recebedor. E está
ligada à capacidade de ‘impressionar’ o recebedor;

 Eficácia
Está intimamente ligada a eficiência, pois, ao passo que o produtor
atinge seus objetivos junto ao recebedor, pode-se concluir que foi eficaz
na transmissão e inter-relação de dados, argumentos e idéias com o seu
receptor;

 Adequação
Tem a ver com a pertinência e relevância do arranjo que constitui sua
textualidade com relação ao contexto em que ele ocorre.

(Beaugrande & Dressler, 1981)


REFERÊNCIAS:

ANTUNES, Irandé. Aula de Português: encontro & interação. São Paulo:


Parábola Editorial, 2003.
GERALDI, João Wanderley (org.). O texto na sala de aula. Campinas: Ática,
2002.
GUIMARÃES, Eduardo. Textualidade e Enunciação. In: VALENTE, André
(org). Aulas de Português: perspectivas inovadoras. Rio de Janeiro: Vozes,
1999, pp.112-121.
VAL, Maria da Graça Costa. Redação e Textualidade. São Paulo: Martins
Fontes, 1999.
VAL, Maria da Graça Costa. Repensando a Textualidade. In: AZEREDO, José
Carlos de (org). Língua Portuguesa em Debate. Rio de Janeiro: Vozes, 2000,
pp.34-51.
SABINO, Fernando. A Mulher do Vizinho. Rio de Janeiro: Record, 1976, p.
171-173.
TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Gramática e Interação: uma proposta para o
ensino de gramática. São Paulo: Cortez, 2006.

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