A nova desoneração da folha de pagamento na construção civil
com as alterações da Lei 13.161 de 31 de agosto de 2015
A desoneração da folha de pagamento é uma medida governamental
voltada para estimular o crescimento da produção. Os benefícios são vários, entre eles aumentar a formalização da mão de obra desvinculando o cálculo do tributo da remuneração do trabalhador, uma vez que a contribuição passa a ser calculada sobre a Receita Bruta.
Porém, a Lei 13.161 de 31 de agosto de 2015 altera a Lei nº
12.546/2011 aumentando a alíquota da contribuição substitutiva de 2% para 4,5%.
Ainda assim, a desoneração pode ser benéfica para muitas empresas,
dependendo da estrutura e organização de cada uma. O benefício acaba se concentrando na economia com a desoneração devida sobre a folha de pagamento do pessoal administrativo e sobre a folha do décimo terceiro. Primeiro exemplo: Considerando uma folha de pagamento equivalente a 25% da receita bruta (exemplo abaixo), a alíquota de 2% representa uma redução Segundo exemplo: A remuneração dos funcionários equivalente a 20% da Receita Bruta, porém com uma folha de pagamento do pessoal Terceiro exemplo: Com a folha de pagamento do pessoal administrativo e a folha de décimo terceiro uma economia de 13,46% de contribuição. Considerando Necessário considerar o valor da mão de obra do pessoal administrativo que também está desonerada, inclusive o pró- labore, para a decisão de optar ou não pela desoneração a partir de 2016.
Quando não vale a pena desonerar a folha de pagamento na
construção civil
No caso das construtoras que terceirizam toda mão de obra de
execução e a folha de pagamento do pessoal administrativo é muito pequena. No caso de empresas construtoras que também são incorporadoras, onde a contribuição substitutiva incide sobre a receita da venda de imóveis além da venda de serviços. Quando as empresas devem optar pela desoneração
A opção pela tributação substitutiva será manifestada mediante o
pagamento da contribuição incidente sobre a receita bruta relativa a janeiro de cada ano, ou à primeira competência subsequente para a qual haja receita bruta apurada, e será irretratável para todo o ano calendário.
Excepcionalmente, para o ano de 2015, a opção pela tributação
substitutiva será manifestada mediante o pagamento da contribuição incidente sobre a receita bruta relativa a novembro de 2015, ou à primeira competência subsequente para a qual haja receita bruta apurada, e será irretratável para o restante do ano.
O pagamento da CPRB com alíquota de 4,5% não será a partir do mês de
dezembro, mas sobre a receita bruta gerada no mês de novembro, que dependendo da forma de tributação das construtoras (lucro real ou presumido, regime de caixa ou competência) não necessariamente será no mês de dezembro de 2015, mas a folha de novembro já desonera ou não. Histórico da desoneração
A MP 601 de 28 de dezembro de 2012 incluiu o setor da construção civil na
desoneração da folha de pagamento a partir de 1º de abril de 2013, porém a MP 612 de 4 de abril de 2013 vinculou o benefício ao início da obra, ou seja, a desoneração só vai atingir as obras objeto de CEI abertas a partir de abril de 2013, portanto só vale para obras iniciadas em março, uma vez que a CEI deve ser tirada até 30 dias do início da obra.
O setor da construção civil é uma atividade complexa e onde a contribuição
previdenciária é vinculada ao produto nos termos da Lei nº 8.212 de 1991.
A vinculação da contribuição previdenciária ao produto é uma especificação
do setor da construção civil, esta particularidade dificultou a implantação dos atuais procedimentos da desoneração da folha de pagamento e a torna mais complexa em relação às outras atividades abrangidas pela desoneração.
Em 3 de junho de 2013 a MP 601 de 2012 perdeu a vigência por decurso
de prazo e somente em 22 de julho de 2013 quando foi publicada a Lei nº 12.844 que foi resolvida a insegurança jurídica instalada no setor. A Lei nº 12.844 publicada no DOU de 19 de julho de 2013 manteve as alterações introduzidas na Lei nº 12.546 de 14 de dezembro de 2011 pelas Medidas Provisórias nº 601 de 27 de dezembro de 2012 e 612 de 4 de abril de 2013.
A Lei nº 12.546 de 14 de dezembro de 2011 sofreu alteração em relação à
retenção para a previdência social prevista no art. 31 da lei nº 8.212 de 1991, para os setores abrangidos pela desoneração, quando houver contratação de serviços mediante cessão de mão de obra. Esta alteração foi introduzida pela Lei nº 12.715 de 17 de setembro de 2012 regulamentada pelo Decreto nº 7.828 de 15 de dezembro de 2012.
A Lei 12.995 de 18 de junho de 2014 altera parágrafo 6º do art. 7º da lei
12.546 de 2011 deixando claro que a retenção de 3,5% elide a responsabilidade solidária do contratante da mesma forma que a retenção de 11%.
A Receita Federal publicou no DOU de 02 de janeiro de 2014 a Instrução
Normativa no. 1.436, que entre outras orientações admitiu a desoneração da folha de pagamento das empresas do setor desvinculado da data da emissão da CEI- Cadastro Específico do INSS, exceto para as construtoras contratados por empreitada total, quando obrigatoriamente é responsável pela CEI perante a Receita Federal. Até então a desoneração da folha de pagamento era provisória com prazo até 31 de dezembro de 2014, mas a lei 13.043 de 13 de novembro de 2014 tornou definitiva a desoneração da folha de pagamento. Em função disto novos procedimentos se fizeram necessários inclusive o expurgo dos efeitos da medida nos contrato firmados anteriormente à vigência da lei.
A novidade foi trazida pela MP 669 publicada em 27 de fevereiro de 2015, não
convertida em lei e recusada pelo Senado, que tornava a desoneração da folha de pagamento opcional a partir da competência junho/15 e a majoração da alíquota da CPRB de 2% para 4,5%.
Com a publicação da lei 13.161 de 31 de agosto de 2015 a desoneração da folha
de pagamento passa a ser opcional e a contribuição substitutiva teve sua alíquota majorada para 4,5%.
Duas questões como, desoneração opcional e a majoração da alíquota, entram
em vigor somente em 2016, pois a alíquota d 4,5% da CPRB somente se aplica a partir da receita gerada em dezembro de 2015.
Com estas medidas se torna muito importante entender toda sistemática da
desoneração já que caberá a cada empresa optar ou não a cada início de ano. RESUMO - Desoneração da folha de pagamento na construção civil de acordo com a IN RFB nº 1.436 de 2013
Nos termos da Instrução Normativa da Receita Federal, acima identificada, as regras
abaixo só se aplicam à CONSTRUTORA contratada por empreitada total, exceto as CONSTRUTORAS que executam obras de infraestrutura, quando obrigatoriamente é responsável pela CEI da obra de acordo com a IN RFB nº 971 de 2009. a) CEIS ABERTAS ATÉ 31 DE MARÇO DE 2013 - Nada muda para a CONSTRUTORA responsável pela CEI perante a Receita Federal, continua pagando 20% sobre a remuneração dos trabalhadores e não é devida a Contribuição sobre Receita Bruta de 2%. Nos casos em que couber retenção para a previdência social esta será de 11%. O procedimento será o mesmo até o final da obra.
b) CEIS ABERTAS DE 1º DE ABRIL A 31 DE MAIO DE 2013 - A desoneração da
folha de pagamento é obrigatória, para a CONSTRUTORA responsável pela CEI perante a Receita Federal devendo pagar a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta de 2% e retenção de 3,5% quando for o caso. Exclusivamente para a empresa construtora responsável pela CEI a desoneração da folha de pagamento ocorrerá até a conclusão da obra.
c) CEIS ABERTAS ENTRE 1º DE JUNHO DE 2013 E 31 DE OUTUBRO DE 2013
- A desoneração da folha de pagamento é opcional exclusivamente para a CONSTRUTORA responsável pela CEI perante a Receita Federal. A opção é irretratável e perdurará até a conclusão da obra. d) CEIS ABERTAS A PARTIR DE 1º DE NOVEMBRO DE 2013 - A desoneração da folha de pagamento é obrigatória para a CONSTRUTORA responsável pela CEI devendo pagar a Contribuição para a Previdência Social sobre a Receita Bruta de 2% e em havendo retenção para a previdência social esta será de 3,5%. Exclusivamente para a empresa construtora responsável pela CEI a desoneração da folha de pagamento ocorrerá até a conclusão da obra.
TODAS AS EMPRESAS CUJO CNAE PRINCIPAL ESTEJA NOS GRUPOS
412, 432, 433 e 439. Nos termos da IN RFB nº 1.436/13
CNAE 42 - Entrou em vigor a partir de 1º de janeiro de 2014
1º de abril de 2013 a 31 de maio de 2013 - Desoneração da folha é
obrigatória. Não paga 20% sobre a remuneração e deve pagar 2% da receita bruta. Retenção de 3,5%.
1º de junho a 31 de outubro de 2013 - Desoneração não obrigatória.
Podendo optar em pagar 20% na folha e não deve pagar o tributo novo CPSRB de 2% e a retenção é de 11%, opcionalmente paga 2% da CPSRB não paga 20% da folha e a retenção é 3,5%.
1º de novembro de 2013 - A desoneração é obrigatória, devendo pagar o
tributo novo denominado CPSRB de 2% e a retenção é de 3,5% Em recente estudo realizado pelo Tribunal de Contas da União, aprovado pelo Acórdão 2.369/2011 - Plenário, foi adotada a equação acima para o cálculo do BDI.Onde:
AC é a taxa de rateio da Administração Central;
S é uma taxa representativa de Seguros; R corresponde aos riscos e imprevistos; G é a taxa que representa o ônus das garantias exigidas em edital; DF é a taxa representativa das despesas financeiras; L corresponde ao lucro e; I é a taxa representativa dos impostos (PIS, Cofins e ISS) A referida equação é aplicável apenas para obras públicas, motivo pelo qual as despesas de comercialização não são computadas na taxa de BDI. As despesas com seguros e garantias foram incluídas no cálculo do BDI, pois, quando forem expressamente exigidas nos editais dos órgãos licitantes, devem compor o preço final de venda ofertado pelo construtor.
Também se pode observar que não há incidência cumulativa entre a taxa
de riscos e imprevistos e a taxa de administração central e outras despesas indiretas.
Porém, existem outras metodologias distintas para formação de preço de
venda. Num mercado competitivo, situação vivenciada em alguns segmentos da indústria da construção civil, os preços de venda são formados pela lei da oferta e procura.