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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE – UNESC

UNIDADE ACADÊMICA DE SAÚDE - UNASAU


CURSO DE PSICOLOGIA

O SIGNIFICADO DO TRABALHO PARA AS


MULHERES AGRICULTORAS

Morgana Velho Sartor


Msc. Rosimeri de Vieira da Cruz de Souza
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O SIGNIFICADO DO TRABALHO PARA AS
MULHERES AGRICULTORAS

ACADÊMICA: MORGANA VELHO SARTOR

MSC. ROSIMERI VIEIRA DA CRUZ DE SOUZA

ESP. ALESSANDRA MARTARELLO

ESP. ZOLNEI VARGAS ERNESTA DE CÓRDOVA

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INTRODUÇÃO E JUSTIFICATIVA
• Este estudo apresenta os significados do trabalho para as
mulheres agricultoras do município de Içara, Santa Catarina.

• Literatura evidencia como foco a desigualdade de gênero,


como Brumer (2004), Mesquita (2013), Silva e Valente
(2013), entre outros;

• Pouca literatura tenta compreender o significado e a


importância do trabalho para as mulheres;

• Fazer parte deste contexto;

• Valorização da Agricultura familiar.


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PROBLEMA

• Qual o significado do trabalho para as


mulheres agricultoras?

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OBJETIVO GERAL

• Compreender quais os significados das


atividades laborais para mulheres que vivem
na zona rural.

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar os fatores que levaram as mulheres a


trabalharem com agricultura familiar.

• Averiguar quais atividades laborais são desenvolvidas


por mulheres no labor rural.

• Compreender como ocorre a divisão sexual do


trabalho na família.

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OBJETIVOS ESPECÍFICOS

• Identificar se há reconhecimento social das


atividades laborais que são desenvolvidas por
mulheres que vivem no meio rural.

• Pesquisar quais os valores relacionados ao trabalho


foram passados às mulheres que vivem da
agricultura familiar.

• Investigar quais os significados que o trabalho possui


para as mulheres que vivem da agricultura familiar.

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METODOLOGIA
• Pesquisa qualitativa e descritiva, com mulheres agricultoras.

• Instrumento utilizado: entrevista semidirigida, de


modalidade estruturada com perguntas já formuladas,
orientadas pelos objetivos e feitas individualmente.

• Análise de dados: Análise de Conteúdo (Bardin, 1977).

• Registros da análise bibliográfica + entrevistas = dados para


análise.

• Categorias de forma equivalente aos objetivos.

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POPULAÇÃO ESTUDADA

Pseudônimo Idade

• Maria • 60 anos
• Sonia • 50 anos
• Vanessa • 47 anos
• Joana • 45 anos
• Julia • 37 anos

*as participantes foram identificadas por pseudônimos 9


ASPECTOS ÉTICOS

• O projeto foi encaminhado ao Comitê de ética em


Pesquisa da Universidade do Extremo Sul Catarinense
(UNESC) para apreciação, respeitando todas as normas
da Resolução nº 466/2012 do CONEP - Conselho
Nacional de Saúde e foi iniciado com concordância dos
sujeitos, obtida através do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido –TCLE.

• Conforme autorização, as entrevistas foram gravadas


em áudio.

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OS SENTIDOS DO TRABALHO

• O sentimento de estar realizado e o prazer dão


sentido ao trabalho (Morin, 2001).

• Valores, crenças e importância levam aos


significados do trabalho (Kilimnik, Neto, Santo,
Malta & Santos, 2015)

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AGRICULTURA FAMILIAR

• Família assume os meios de produção e o


trabalho.

• Na maioria dos casos, o casal familiar reside na


propriedade rural, sendo as tarefas divididas
entre homens e mulheres.

Wanderley, 2009
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DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO

• Trabalho “leve” e trabalho “pesado” (Paulilo, 1987).

• Trabalho produtivo e reprodutivo (Hirata & Kergoat, 2007;


Herrera, 2016).

Vanessa (47 anos)


“O homem faz o serviço mais pesado e a mulher faz o mais
leve. O mais pesado... o plantá feijão, o plantá milho, trabalhá
no trator que a mulher não faz. E a mulher ajuda a ensacar
feijão quando colhe.”

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RECONHECIMENTO SOCIAL

• Invisibilidade (Mesquita 2013).

• Trabalho visto como “ajuda” (Paulilo, 1987; Mesquita


2013; Schmitz, 2014).

• Dupla jornada ou tripla jornada vista como secundária


(Paulilo, 1987).

Sonia (50 anos)


“Ajudo a plantar, ajudo a capinar. Só não passo veneno. Tipo
assim a tirar o broto, a grampear em casa, a classificação do
fumo.”
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RECONHECIMENTO SOCIAL
Atualmente:

•Jovens Homens
Reconhecimento Profissional ≠ Reconhecimento Social

Mesmo sem estudos são reconhecidos como agricultores.

•Jovens Mulheres
Estudos Reconhecimento profissional = Reconhecimento Social

São reconhecidas como agricultoras quando casam com um.

Strapasolas, 2011 15
FATORES E VALORES QUE LEVARAM AS
MULHERES AO TRABALHO NA AGRICULTURA
FAMILIAR
• Falta de continuidade dos estudos:

• Atualmente, a maioria das pessoas que vivem no


campo não possui nível superior; fantasia de que quem
não estuda não possui opções além de ficar no campo
(Strapasolas, 2011).

Vanessa (47 anos)


“Porque nóis não temu estudo. Nem eu nem o meu
marido. Só o que nóis subemo fazer é trabalhá na
agricultura mesmo”.
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FATORES E VALORES QUE LEVARAM AS
MULHERES AO TRABALHO NA AGRICULTURA
FAMILIAR

• Casamento com maridos que trabalham na agricultura:

• Geralmente as filhas mulheres não herdam as terras da


família, exceto quando se casa com um agricultor
(Brumer, 2004).

Julia (37 anos)


“Meu marido sempre trabalhou na roça e possui
propriedade e maquinário para trabalhar. Eu vim pra
trabalhar com ele. Eu tava cansada de trabalhar fora.”
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O SIGNIFICADO DO TRABALHO PARA AS
MULHERES AGRICULTORAS

Maria (60 anos)


“Eu para mim trabalhar é muito bom porque na roça é uma
coisa que tu fica trabalhando toda vida direto, né ali. Já em
casa não pára. Não pára nunca. E eu gosto de trabalhar na
roça. Gosto mesmo.”

• Trabalho: uma atividade programada, com uma rotina


diária e estruturação. Por meio dele as férias possuem
sentido. Atividade que coloca ordem na vida diária, e
consequentemente na história pessoal (Morin, 2001).

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O SIGNIFICADO DO TRABALHO PARA AS
MULHERES AGRICULTORAS

Sonia (50 anos)


“Pra mim é o valor da vida. Basicamente trabalhar é viver.”

Joana (45 anos)


Aprendeu que “trabalhar é importante e que era pra valorizar
o trabalho. A gente se criou na roça né!?”

• O trabalho leva as pessoas a encontrarem espaços para


realizar o seu modo de ser no mundo. As pessoas vêem o
trabalho como sua rotina e é trabalhando que elas
encontram o sentido da vida.
D’Acri, 2003 19
O SIGNIFICADO DO TRABALHO PARA AS
MULHERES AGRICULTORAS

Vanessa (47 anos)


O trabalho “é muito importante. Porque eu trabalho. Eu
gosto do meu serviço. Trabalhar na roça. Trabalho porque eu
gosto.”

• Apesar da dureza do trabalho agrícola e de seu papel


subalterno no mesmo, muitas mulheres preferem
exercer as atividades agrícolas a exercer o trabalho
doméstico (Brumer, 2004).

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O SIGNIFICADO DO TRABALHO PARA AS
MULHERES AGRICULTORAS

Julia (37 anos)


“Pelo menos tem uma ocupação. Não tem a cabeça vazia.
Trabalha perto de casa, não tem ninguém mandando.”

• Trabalho : organizar o tempo - se manter ocupado -


defesa contra a ansiedade da morte e do vazio
(Morin, 2001).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS
• A vida e a história destas mulheres se entrelaçam com
trabalho, sendo visto por elas como basicamente a
mesma coisa.

• As entrevistadas aprenderam as atividades desenvolvidas


no campo desde sua infância, sendo que desde esse
período é passado a elas a concepção de que o trabalho
é importante e que é necessário valorizá-lo.

• A reprodução destes valores é presente nas falas, onde


as mesmas mostram o trabalho como uma atividade
significativa.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS

• A visão do seu trabalho como ajuda está enraizada na fala


das mulheres entrevistadas.

• “Ajudar” não é visto como certo, o errado, ou como algo


feito puramente para rebaixá-las socialmente, mas é uma
reprodução social e de valores, passados de geração para
geração, e vista por toda a família desta forma.

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LIMITAÇÕES

• Simplificar e repetir as perguntas para que as


entrevistadas entendessem, pois as mesmas
apresentam dificuldade de compreensão.

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SUGESTÕES E ENCAMINHAMENTOS

• Desenvolvimento de maiores estudos da relação das


mulheres agricultoras com o trabalho, assim como a
agricultura familiar em geral.

• Desenvolvimento de programas que incentivem as


mulheres que optaram pela agricultura familiar a
permanecer desenvolvendo suas atividades laborais.

• Difusão de conhecimento sobre economia, maquinários


agrícolas, vendas e outros aspectos que contribuam para
uma maior flexibilidade e independência de seu papel na
agricultura.
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REFERÊNCIAS
Bardin, L. (1997). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70.

Brumer, A. (2004). Gênero e agricultura: a situação da mulher na agricultura


do Rio Grande do Sul. Estudos Feministas, 12(1), 205-227.

D’acri, V. (2003). Trabalho e saúde na indústria têxtil de amianto. São Paulo em


perspectiva, 17(2), 13-22.
Herrera, K. M. (2016). Da invisibilidade ao reconhecimento: mulheres rurais,
trabalho produtivo, doméstico e de care. Política & Sociedade. 15, 208-233.

Hirata, H. & Kergoat, D. (2007). Novas configurações da divisão sexual do


trabalho. Cadernos de Pesquisa, 37(132), 595-609.

Kilimnik, Z.M. Neto, M.T.R. Santos, G.S. Malta, V.D. & Santos , M.F.( 2015). O
significado do trabalho: um estudo com professores de administração em
uma Universidade. Revista Lugares de Educação [RLE], 5(1),3-27.

26
Mesquita, L. A. P. (2013). O papel das mulheres na agricultura familiar: a
comunidade rancharia. Campo Alegre de Goiás. 135 f. Dissertação (Mestrado
em Geografia) - Universidade Federal de Goiás, GO.

Morin, E.M. (2001). Os sentidos do trabalho. RAE - Revista de Administração de


Empresas, 41(3), 8-19.

Paulilo, M. I. S. (1987). O peso do Trabalho Leve. Revista Ciência Hoje, 28, 1-7.

Schmitz, A. M.(2014). O trabalho das mulheres agricultoras familiares na atividade


leiteira. Dissertação (Mestrado em Geografia). Universidade Estadual do Oeste
do Paraná., PR.

Silva, C. M. V. & Valente, A. L. E. F. (2013). Agricultura familiar, gênero e dinâmicas


sociais: um estudo sobre a construção territorial do assentamento Nova Lagoa
Rica. In: Revista de Economia e Sociologia Rural,51(2), 387-399.

Strapasolas, V. L. (2011). Os desafios da sucessão geracional na agricultura


familiar. In: Revista agriculturas: Experiências em Agroecologia, 8, 26-29.

Wanderley, M.N.B. (2009). Mundo rural como um espaço de vida. Porto Alegre:
Editora UFRGS.
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Obrigada. 28
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UNIDADE ACADÊMICA DE SAÚDE - UNASAU
CURSO DE PSICOLOGIA

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