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Centro de Estudos e Formação

11º Curso de Advogados Estagiários

Prática Processual Penal

Vicente Pongolola , Advogado com Ced. 878,


Mestre em Ciências Juridico-criminais, Tel.: 912203597
1
Introdução
A questão fundamental que justifica a
presente formação em matéria de processo penal,
tem que ver com o fito de conferir ao Advogado
Estagiário com uma abordagem diferenciada
daquilo que foram as lições em sede da
licenciatura, ou seja, tendo aqui uma
oportunidade para uma visão prática e crítica
dos processos penais quer em fase de instrução e
quer judicial.

2
Temas
 1 – O Processo Penal

 1.1 O Advogado no âmbito do processo penal
 2- A Queixa – Estrutura e técnica de redacção.
 2.1 Formalidades e Exigências –
 2.2 Crimes semipúblicos
 2.3 Crimes particulares
 2.4 Tempestividade do exercício do direito de queixa
 2.5 A Desistência e renúncia do direito de que

3
Temas cont…

 3- O Arguido

 3.1 Constituição, constituição obrigatória e
formalidades.
 3.2 Interesse do requerimento de constituição de
arguido
 3.4 Direitos e deveres;

 3.5 Garantias constitucionais
 3.6 O Defensor - Constituído - Nomeado

4
temas cont…

 4 - O Assistente
 4.1 Legitimidade para a constituição 

 4.2 O interesse jurídico penalmente protegido;

 4.3 Requerimento de constituição: 

 Oportunidade


 Tempestividade


 4.4 Representação judiciária, Obrigação


tributária

5
Temas cont….

 5- As Partes Civis:

 5.1 Princípio da adesão
 5.2 Pedido em separado

 6 - Os Actos Processuais

 6. 1 – Publicidade do processo e segredo de justiça

 6. 2 – Consulta do processo em segredo de justiça com
vista à preparação da acusação e da defesa

 6. 3 – Confiança do processo para preparação do
julgamento

6
Temas cont….
6. 4 – Língua dos actos 

 6. 5 – Forma escrita dos actos
 6. 6 – Os actos decisórios

 6. 7 – O auto e a acta

 6. 8 – Comunicação dos actos

 7- Actos processuais
 7.1 Quando se praticam
 7.2 Contagem de prazos -Prática do acto fora do

7
Temas cont…

7.3 Renúncia ao decurso do prazo



 7.4 Aceleração de processo atrasado

 8– Das Nulidades

 8.1 Breve abordagem das mais frequentes
nulidade em sede de processo penal,
 8.2 que em fase de instrução, quer em fase
judicial.

8
Temas…
 9- A Prova
 9.1 A livre apreciação da prova
 9.2 Métodos proibidos de prova
 9.3 Valor probatório
 9.4 Declarações ou depoimento do Arguido
 9.5 Declarações de testemunhas
 9.6 Reconhecimento de pessoas e objectos
 9.7 Perícia
 9.8 Documentos
 9.10 Prova documental .

9
Temas…
 10– Primeiro interrogatório judicial e não judicial
de arguido detido
 10.1 Outros interrogatórios

 10.2 Direitos do arguido consagrados na lei 


 11 Medidas de Coacção 

 11.1 O termo de identidade e residência 

 11.2 Requerimento para prestação de caução
 11.3 A Prisão Preventiva

10
 12– Modos de Impugnação das Medidas de Coacção :
 12.1 “Habeas corpus”
 12.2 Reclamação ao Juiz do turno

 13– A Detenção 

 13. 1 – A detenção em flagrante delito

 13. 2 – A detenção fora de flagrante delito

11

 14– Acusação

 14.1 Crimes públicos
 14.2 semipúblicos
 14.3 Crimes particulares


 15.1 Formalidades da acusação



 15.2 A alteração substancial de factos
 15.3 Notificações

12
 16- A alteração substancial de factos
 16.1 Notificações
 16.2 O Pedido de Indemnização Civil
 16.3 Dever de informação
 16.4 Manifestação do propósito de o deduzir e
Oportunidade de dedução

 16.5 Contestação

 16.6 Provas

13
 17 – Actos de instrução (
 17.1 – Nulidade da decisão instrutória

 17.2 Recursos: recorribilidade de todas as decisões
instrutórias

 18- Audiência de Julgamento:


 18.1 O Advogado antes e durante o julgamento
 Conselhos úteis a ter em conta na concepção de
estratégias de defesa e/ou acusação.
 18.2 Aconselhamentos ao constituinte e testemunhas
antes da audiência.

14
 18.3 – Contestação e rol de testemunhas (técnicas
de redacção), Prazo

 18.4 Testemunhas
 18.5 Declarações do arguido e perguntas sobre os
factos

 18.6 Proibição de valoração de provas

 18.7 Autos e declarações de leitura permitida e
proibida em audiência

 18.8 Alteração substancial e não substancial de
factos no decurso da audiência

 18.9 Alegações orais; duração; conteúdo; réplica;
interrupção, por outrem, das alegações

15
 19 – Recursos
 19.1 Regra: recorribilidade

 19.2 Decisões que não admitem recurso
 19. 3 Técnicas de redacção)

 19. 4 Tramitação:
 19.5 subida imediata e subida diferida

 19.6 subida nos próprios autos e subida em
separado

 19.7 efeito suspensivo do processo e efeito
suspensivo da decisão recorrida
16
I- O Processo Penal
1.1-O Advogado no âmbito do processo penal

 No âmbito do processo penal a intervenção do


Advogado é extrema importância, tanto é assim
que o legislador constituinte destaca que, a
advocacia é uma instituição essencial a
administração da justiça. Vide, n.º1 do art. 193.º da
CRA .
 A Constituição de República de Angola, sobretudo no
âmbito do processo penal consagra imunidades, vide
art. 194.º sob epígrafe Garantias do Advogado.

17
 Art. 217.º do CPP, sob epigrafe ‘’ quem não é obrigado a
depor nem prestar declarações, no seu n.º 1, estaca
que, os ministros de qualquer culto, legalmente
permitido, os advogados, procuradores, notários,
médicos ou parteira sobre os factos que lhes tenham
sido confiados ou de que tenham conhecimento, no
exercício das suas ou profissões.

18
Obrigações éticas e deontológicas do Advogado

 Para além das obrigações de natureza deontológicas,


estabelecido código de ética e deontologia profissional
do Advogado. (Aprovado em Assembleia Geral de Advogados, nos dias 20 e 21 de Novembro de 2003).

 no âmbito do processo penal, o Advogado tem outros


deveres a titulo de exemplo, o dever de agir com
urbanidade, vide art. 412.º CPP.

19
A Queixa – Estrutura e técnica de redacção
 A lei processual penal fala indiferentemente em
denúncia, queixa, e em participação, vide art. 6.º do
CPP e art. 3.º do DL 35007.
 Haverá alguma diferença estes conceitos ?
 a) A denúncia
 Entende-se que, a denuncia se refere aos crimes
públicos (art. 7.º e 8.º DL 35007). Tem legitimidade
para a fazer obrigatoriamente os órgãos de polícia
criminal e as autoridades judiciárias e ainda qualquer
pessoa que tenha a faculdade de denunciar um crime

20
 b) A queixa
 Refere-se essencialmente a crimes particulares e a
crimes semi-públicos.
 Têm legitimidade para a fazer os ofendidos ou as
pessoas a quem a lei confere legitimidade para tal.
 A queixa refere-se ao crime pelo qual não se pode
promover oficiosamente o processo penal. É o
ofendido que dá a notícia do crime ao Ministério
Público. A partir desse momento ele tem legitimidade
para promover o processo
21
 c) A participação
 No direito português a participação é tido como um
acto administrativo, ou um acto do Governo, através do
qual se vai transmitir ao Ministério Público a notícia
dum crime ocorrido no exercício das funções ou por
causa delas (art. 242º/1-b CPP).

22
 No contexto angolano, tendo em conta a legislação
penal em ainda em vigor em Angola, não fica claro a
questão da participação porque não temos elementos
que sustente a tese de que, a participação é um acto
administrativo através do qual se vai transmitir ao
M.ºP.º a noticia do crime.

23
 Na medida em que, no código penal Angola destaca no
seu art. 360.º CP e 359.º paragrafo único, ‘’ nos casos
previstos no n.º 1, haverá lugar a procedimento judicial
mediante a participação do ofendido.

 Analogamente podemos dizer que, A petição inicial no


processo penal terá o nome denúncia ou queixa ou
ainda participação criminal.

24
 Denúncia deve conter pelo menos quanto possível os
seguintes elementos[1]
 a) Ao Procurador a que é dirigida;
 b) A identificação do Arguido se conhecido ser for uma
pessoa certa (visto que, também poderá ser feita
participação criminal contra pessoas incerta)
 c) o fato imputado ao réu com todas as suas circunstâncias;
 d) A classificação do tipo de ilícito penal
 e) o requerimento
 __________________________________________________
[1] Nos termos do art. 9.º do DL. 35007, ‘’a denúncia pode ser feita
verbalmente ou por escrito e conterá, quanto possível: 1.º a exposição sucinta
dos factos e suas circunstâncias que possam interessar ao processo penal;
 2.º A indicação do autor da infracção ou dos seus sinais característicos, ou de
quaisquer elementos que possam concorrer para a sua identificação;
 3.º A identidade do ofendido, se for conhecido;
 4.º os nomes e residências das testesmunhas.

25
técnica de redacção de uma denúncia
 DIGNO MAGISTRADO DO
 MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO
 Cabeçalho a indicar AOS SERVIÇOS PROVINCIAL DE
a Entidade para o qual a
 Denúncia é dirigida INVESTIGAÇÃO CRIMINAL (SPIC)
 LUANDA

 Joana e Joana, maior, de 37 de idades, solteira, professora do


Ensino Geral, titular do B.I. nº 00xxxxxxxxx emitido a
12./12./2012 , com validade até aos 12/12/ 2018, NIF
1000xxxxxxxxx, residente nesta cidade de Luanda, Rua Cónego
Manuel da Neves, N.º 401, Apt. 23, 2 Andar. Com o n.º de
Telefone 912xxxxxxx, vem
DENUNCIAR CRIMINALMENTE Identificação do
Denunciado

26
Identificação do denunciado

 O Sr. JJ, maior, nascido aos 24/03/1965, casado, sem ocupação, ),


titular do B.I n.º 000xxxxxxx. emitido aos, 12/05/2011, NIF.:
000xxxxxx. Residente na Rua povo e Luta, casa S/N, com o n.º de
Telefone, 912xxxxxxx,

Fundamentação/
 Nos termos e com os fundamentos abaixo descritos:
descrição dos factos
 1º
 No dia 14 /02/2016, às 18h00, enquanto a denunciante passeava
tranquilamente pela Marginal de Luanda, o denunciado agarrou-
a firmemente pelo braço, e dando-lhe um empurrão e acto
continuo subtraiu-lhe os bens, com clara intenção de
apropriação as jóias, dinheiro e os cartões de débitos que
trazia(carregava).

27
 Após o facto, o denunciado pôs-se em fuga, correndo
velozmente na direcção do Hotel Presidente Maridiem, ao
lado do MINCO.
 3.º
 Importa salientar que, a Denunciante e o Denunciado não
se conheciam, nem nunca se tinham cruzado até então.

28
Enquadramento jurídico

 4º
 O denunciado esteve sempre ciente de que sua conduta
representava um facto típico, ilícito e doloso, punível pelo
Código Penal, e ainda assim, não hesitou em prosseguir,
realizando-o na sua completude.
5.º
 Pelo exposto, facilmente se conclui que, o denunciado
cometeu o Crime de Roubo, p. e p. no art.º 432.º
combinados com o art. 421.º n.º 5 do C.P.

29
Formulação do pedido

 6.º
 Nestes termos e nos mais de Direito, requer-se a V.ª
Ex.ª que se digne instaurar o competente
procedimento criminal contra o denunciado,
ordenando a respectiva abertura da instrução
preparatória.
 A denunciante, igualmente, ofendida, manifesta o
propósito de se constituir assistente, qua tale prevê o
art.º 4.º, do DL 35004, oportunamente deduzir pedido
de indemnização civil contra o denunciado, nos
moldes previstos no art. 29.º CPP.

30
Junção de elementos de provas e procuração

 Meios de prova: Testemunhal


 1- Carlos e Carlos, maior, nascido a 10/03/1998, solteiro,
Estudante, titular do B.I. n.º 000xxxxxx, emitido a 20/10/2012,
Residente na Rua Pedras Negras, com o n.º de Telefone
912xxxxxx
 2- Domingos e Domingos, maior, nascido a 03/05//1990,
casado, pedreiro, titular do B.I. n.º 0000xxxxx, emitido a
11./12/2015, NIF.: 0000xxxxxx, residente na Rua António
agostinho Neto, Telefone 923xxxxxx

 Junta: Procuração Forense



 O (A) Advogado (a)
 ………………..

31
QUEIXA POR CRIME

 À
 DIRECÇÃO NACIONAL DE
 INVESTIGAÇÃO E ACÇÃO PENAL
 DA PROCURADORIA-GERAL DA
 REPÚBLICA
 LUANDA

 Maria mulata, maior, de 26 de idade, solteira, balconista, titular do B.I. nº000XXXXXX


emitido a 02/06/2015, NIF.: 000XXXXX, residente na Rua das rainhas, distrito de Maianga, N.º
99, Apat.12, 3.º Andar. Podendo ser contactada pelo Telefone n.º 912XXXXX, vem apresentar
 QUEIXA-CRIME
 Contra,
 Kota do Business, maior, nascido a 10/12/1964, casado, Secretario do Estado para a fauna, ,
titular do B.I n.º 000XXXXXXX, emitido a 10/08/2016, NIF.: 0000XXXXX Residente na Rua da
Mãe Preta, com o n.º de Telefone. 912XXXXXX.
 Nos termos e com os fundamentos abaixo descritos
 1.º

32
 No dia 14./02/2016, às 15h30, a Queixosa/Ofendida deslocou-se
à Praia do mussolo tendo conhecido o Kota do Business de
forma inusitada, enquanto tomavam banho no mar.
 2.º
 Kota do Business, Convidou a Queixosa/Ofendida para
passearem junto à costa, com vista a conhecerem-se um pouco
melhor, ao que esta aceitou, sem hesitações.
 3.º
 Sucede, porém, chegaram a uma zona sem vigia, apercebendo-se
que não havia ninguém nas redondezas, arrastou,
agressivamente, a Queixosa para um conjunto de penhascos, e,
por meio de violência física, e, para esse fim, compeliu-a à uma
cópula e coito vaginal.
 4.º

33
 A queixosa/ofendida esperneava contra o Kota do Business,
através de múltiplos empurrões, tentava afastá-lo, gritando para
que parasse, mas ele ignorou-a em absoluto, sabendo
plenamente que, a sua conduta representava um tipo de crime
punível pelo Código Penal.
 5.º
 O Kota do Business Mostrou-se totalmente indiferente quanto ao
estado emocional da Queixosa/Ofendida, o qual era de profundo
desassossego e medo.
 6.º
 No momento em que o Kota do Business deu por terminada a
relação sexual, levantou-se e abandonou-a no local.
34
 8.º
 A queixosa deslocou-se ao Hospital do Prenda tendo sido
assistida pelos serviços de urgência, onde, após o necessário
tratamento clínico, efectuado em internamento de 24H, foi
elaborado relatório médico, confirmativo de lesões corporais
próprias de relações sexual violenta e não consentida.

 Perante o exposto, verifica-se que o Kota Kota do Business agiu


de forma livre, deliberada e consciente, não restando, quaisquer
dúvidas quanto à respectiva prática de Crime de Violação, p. e p.
pelo art.º 393.º, do C.P.

 A denunciante, igualmente, ofendida, manifesta o propósito de


se constituir assistente, qua tale prevê o art.º 4.º, do DL 35004,
oportunamente deduzir pedido de indemnização civil contra o
denunciado, nos moldes previstos no art. 29.º CPP.

35
 Meios de prova: Documental
 Solicita-se, a V.ª Ex.ª que se oficie ao Director do
Hospital de Prenda no sentido de fornecer o relatório
médico e toda a documentação concernente à
assistência e internamento da queixosa/ofendida no
dia 14/02/2016
 Junta: Procuração forense
 O Advogado

36
 AO
 DIGNISSIMO SUBPROCURADOR DA
 Cabeçalho a indicar REPÚBLICA ADSTRITO AOS SERVIÇOS
 a Entidade para o qual a PROVINCIAL DE INVESTTIGAÇÃO
 Participação é dirigida CRIMINAL DE LUANDA
 LUANDA

 Chico e Chico, de 32 anos de idade, de nacionalidade angolana, natural de


Sambizanga, Província de Luanda, residente nesta cidade de Luanda, Bairro dos
ossos Paulo, Rua 10 Portador do B.I 00000000000 com validade até 24 de Outubro
de 2018, podendo ser contactado por meio do seguinte terminal telefónico:
912xxxxxxx, vem apresentar,

PARTICIPAÇÃO CRIMINAL
 Contra, Identificação do
Participante

37
Contra,
Identificação do participado

 JJ, residente na centralidade de Kilamba, no Bloco BB,


apartamento n. º 99, 3º andar, com telefone 99xxxxx,

 O que faz nos termos e com os fundamentos seguintes:


Seguem os fundamentos da

participação
 O Participante e o Participado conheceram-se através duma amiga
do Participante.
 2º
 Com efeito, tudo começou em 2012 quando o Participante
pretendeu adquirir uma residência, o que é naturalmente sonho
de todos os homens.
 3.º
38
 O Participado assegurou que tinha formas de
conseguir um apartamento em menos de 15 dias, ou
seja, em 15 dias faria a entrega das chaves da casa ao
Participado.
 4.º
 o Participado exigiu que ao participante fizesse um
pagamento de 7.500usd (sete e quinhentos mil dólares
Americanos), numa primeira fase, só teria acesso as a
chaves da casa depois do pagamento.
 5.º

39
Para persuadir o Participante de que o Participado tem
influências para aquisição do imóvel, entregou-lhe uma
declaração em nome da Sra. MMM, supostamente
trabalhadora da Sonangol, tendo o mesmo assinado como
testemunhas, (vide doc. 1).
 6.º
 Depois de um tempo, o Participante fez exigências para
conhecer a pessoa que supostamente assinou declaração tendo
o participado alegado que, a senhora em causa trabalhava com
agente muito importante, por isso não deveria ter acesso a ela.
 7.º
 Só muito mais tarde a percebeu-se que apesar do participado
ter anexado o BI da Sra. MMM, a mesma não tinha nada a ver
com a tramóia.
 8.º

40
 Foi daí que se apercebeu que tinha sido burlado.
Sempre que o participado é solicitado a reembolsar os
dinheiros, o mesmo arranja sempre estapafúrdias. Na
sequência disto o mesmo foi interpelado
extrajudicialmente, (vide doc.2).

41
 Acto continuo o mesmo deixou de atende os
telefonemas do Participante.
 11.º
 Na verdade, isso demonstra claramente a intenção
criminosa do participado tudo indica que o mesmo é
useiro e vezeiros de tais práticas, até porque o mesmo
já teve detido sob o proc. Nº 111/14-04.

42
 Em nosso entender a conduta do participado é
perfeitamente subsumível ao crime de Burla por
Defraudação abuso previsto e punível pelo art. 451.º do
C.P. de confiança, previsto e punível pelo art. 453.º do
C.P. conjugado com o art. 421.º n.º 5 do mesmo
diploma, porquanto usando de falsa qualidade fez com
que lhe fossem entregues valores monetários;
 também a conduta do participado é subsumível no
crime de falsificação, P. e P. pelo art. 216, n.º 2 do CP.
na medida em que, falsificou uma declaração em nome
da Sra. SSSS;


43
 Atendendo ao facto de que os valores em causa,
estarem avaliados em cerca do equivalente em
kwanzas ao valor USD 7.500,00 (sete mil e quinhentos
dólares americanos), o referido crime não admite
liberdade provisória, uma vez a penalidade prevista na
lei nunca seria inferior à estabelecida no 4 do art. 55º
do C.P (oito a doze anos).?????

44
Segue a conclusão e formula-se requerimentos

 Nestes termos e noutros que certamente suprirá, digno


magistrado do Ministério Público, requer-se que seja instaurado
o competente procedimento criminal contra JJ pela prática do
crime abuso de confiança e falsificação de documentos e em
consequência sejam:
 Ordenada a interdição de saída do território nacional, caso ainda
se encontrem em Angola;
 E sejam emitidos mandados de captura dada a gravidade dos
factos.

 Junta: 3 documentos e Procuração Forense.


 O Advogado

45
Tempestividade do exercício do direito de queixa

 assim nos casos de crimes puníveis com a pena de


prisão maior estes prescrevem decorrido 15 anos; nos
caso de crime punível com penal correccional estes
prescrevem passado 5 anos, vide § 2.º do art. 125.º CP.

 Quais são os prazos prescricionais do direito a queixa?


46
 Mas importante ter atenções no regime de
Imprescritibilidade, previsto na CRA. Vide 61.º ‘’São
imprescritíveis e insusceptíveis de amnistia e liberdade
provisória, mediante a aplicação de medidas de
coacção processual: a) O genocídio e os crimes contra
a humanidade previstos na lei; b) Os crimes como tal
previstos na lei’’. Convém estacar que, este preceito
constitucional vai ipso facto de acordo com o Artigo
29.º do Estatuto de Roma do Tribunal Penal
Internacional.

47
- O Arguido
 Na verdade, o Arguido é o sujeito processual
essencial para o processo penal, de tal sorte que se
não houver arguido não há acusação não pode
haver julgamento[1]. Regra geral, Assume a
qualidade de arguido todo aquele contra quem for
deduzida acusação ou requerida instrução num
processo penal. À luz do ordenamento jurídico
angolano.

[1]

48
Obrigatória e formalidades
 Manda lei que, não deve ser interrogado como
testemunha ou declarante a todo aquele a respeito de
quem se procure na instrução averiguar dos
fundamentos da suspeita de ter cometido uma
infracção, vide art. 252.º CPP.
 Interesse do requerimento de constituição de arguido.
A constituição de arguido pode ser feita a pedido da
pessoa sobre quem recaía suspeita de ter cometido o
crime, ocorrendo assim conversão de mero suspeita à
Arguido. Vide § único do art. 252.º CPP.

49
Direitos e deveres
 O entre o arguido e defensor há sempre
uma ligação imprescindível , ou seja, nunca
poderá haver audiência de julgamento sem a
presença do defensor. Importa salientar que,
o arguido tem uma serie de direitos.

50
Deveres
 1-Dever de comparência perante os órgãos de polícia de
investigação criminal, o Ministério Público, ou, o juiz, sempre
que a lei o exija ou que tenha sido para isso devidamente
convocado por alguma dessas entidades (art. 283.º CPP, vide
também art. 419.º CPP).
 2-Deve de responder com a verdade às perguntas feitas sobre a
identidade (vide n.º 1 do arts. 254.º CPP). O arguido apenas está
obrigado a responder com verdade às perguntas que lhe forem
colocadas quanto à sua identificação pessoal; quanto ao mais, o
arguido pode remeter-se ao silêncio e até faltar à verdade sem
qualquer consequência legal, vide n.º 3 do art. 254.º CPP. Direito
à constituir advogado.

51
 3- Sujeição a medidas de coacção e diligências de
prova, nos termos da lei das medidas de cautelar, vide
lei 25/15, de18 de Setembro) desde estas medidas sejam
especificadas na lei e ordenadas e efectuadas por
entidade com competente, ou seja, Estas medidas de
coacção têm de ser as especificadas na lei, por
consequência do princípio da legalidade, no toca
prisão preventiva esta deve ser utilizada quando for
absolutamente necessárias (princípio da necessidade),
vide arts.º 17.º e 18.º da lei n.º 25/15, 18 de Setembro.

52
Garantias Constitucionais do Arguido

 O arguido é um sujeito processual, a ele se reconhece


os direitos e cabem-lhe também deveres; nos
processos do tipo acusatório, o arguido deixou de ser
um mero objecto do processo e passou a ter todos os
direitos, liberdade e garantias que a Constituição lhe
consagra. É importante salientar que, traz um
catálogo de direito com dignidade constitucional,
previsto na CRA. art. 63.º da CRA. art. 67.º Também
conhecidos como Garantias do processo criminal.

53
3.1 O Defensor - Constituído
 A constituição da República de Angola consagra a
Defesa pública, art. 196.º todavia, Defensória Pública,
importa salientar que, ainda não está materializada
ocorrendo assim inconstitucionalidade por omissão.
Importa destacar que, a função do defensor será não só
de carrear para os autos tudo quanto seja favorável ao
arguido mas também e especialmente fazer realçar no
processo tudo o que for útil de modo a favorecer ao
arguido. Em síntese trazer provas que possam afastar a
imputabilidade, ou diminuir a pena a aplicar ao
arguido.

54
Nomeação
 Defensor, isto é, a defensa do arguido pode ser por constituição. Regra geral o
Arguido, constitui seu mandatário forense por via de uma procuração[1], com a
assinatura reconhecida em cartório notarial, todavia, se o arguido se encontrar

 [1] PROCURAÇÃO
 Nome……………………………..,Estado civil , maior, de ……..anos de idade, filho de
……………………….e de ……………………………………, natural
do……………………..Província de , residente nesta cidade, na
rua………………………….., casa n.º……. bairro……………………… Portador do BI
nº…………………………,com validade até…………………., serve-se desta para constituir
o ilustre Dr. Correia Vicente Pongolola, cédula profissional nº 878, NIF:
100056775HO0190, e Dra…………………………..cedula profissional …………….,
NIF.:………………………… com domícilio profissional em Luanda, na Rua Cónego
Manuel das Neves, nº 401 – no Bairro de S. Paulo - 2º andar, apartamento 23,
terminal telefónico n.º 222 039 418 , como seus bastantes mandatários forenses,
com os plenos poderes estabelecidos por Lei de o representar em juízo de forma
separada, alternada ou conjunta e ainda com os poderes especiais de negociar,
substabelecer e transigir.
 Luanda, 5 de Novembro de 2015
 _______________________________________

55
poderá a sua assinatura na procuração ser reconhecida
pela reeducação dos serviços prisional

56
Há uma forma simplificada de constituição de
Advogado que se consubstancia na constituição verbal
pelo detido, consignado o facto nos autos, ou pelo
cônjuge, companheiro de união de facto, pelos seus
ascendente, descendente, ou outros parentes até ao 6.º
grau da linha colateral e respectivo afins. Vide art. 14.º
da lei 25/15, de 18 Setembro.

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 Ou ainda por nomeação, ou seja, pode ser feita
oficiosamente ou a requerimento. Aquando do
pronúncia é obrigatória a nomeação de um defensor
oficioso, se o arguido não tiver constituído
nenhum. vide art. § 2.º do art. 22.º do CPP. Na falta de
advogado, a juiz nomeará pessoa idónea. Todavia, De
qualquer forma, seja qual for a denominação dada ao
advogado na posição processual que a defesa técnica
do arguido deve ser exercida de forma efectiva, por
profissional.

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 Importa realçar que, nos termos do n.º3 do art.12.º da
lei 25/15, de 18 de Setembro, determina que, na falta de
advogado constituído ou se o advogado construído não
puder ser convocado ou se convocado, não comparecer
em tempo útil é nomeado ao arguido detido um
defensor de preferência entre os Advogado, Advogado
estagiário ou licenciado em Direito.

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 É neste sentido que, a ponta a CRA, nos termos do
qual: o Estado assegura, às pessoas com insuficiência
de meios financeiros, mecanismos de defesa pública
com vista à assistência jurídica e ao patrocínio forense
oficioso, a todos os níveis. 2. A lei regula a organização
e funcionamento da Defesa Pública.
 Importa salientar que, O defensor, não deve ser visto
como do defensor do crime ou da ilegalidade, apenas
actua na defesa do arguido tendo em vista a dignidade
deste, ou seja, deve actuar com destemor, mas de forma
leal, para com o seu cliente e para com os órgãos da
justiça, buscando sempre elementos para melhorar a
situação processual do seu patrocinado, quando não
for possível absolvê-lo.

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 Se só ao Estado é dado o poder-dever de
punir (Uis puniendi), ao Arguido é
previsto o princípio Constitucional da
Ampla Defesa e do Contraditório, com
os meios e recursos a ela inerentes, vide
art. 67.º n.º 1 da CRA.

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O Assistente
 Poderá ser uma pessoa ou pessoas quer física (s) ou
colectiva que, por serem ofendidas ou porque a lei lhes
confere legitimidade para se constituírem como tal o
estabelecido no (art. 4.º do DL 35007), o (s) assistente (s),
deve(m) requereram ao juiz a sua intervenção no processo
penal para fazerem valer os seus interesses de natureza
penal ou conjuntamente interesses de natureza cível, quer
em colaboração com o M. P. ‘’crimes públicos e semi-
públicos´´, quer autonomamente nos casos previstos dos
crimes particulares, e que por despacho judicial foram
admitidas como tal. Importa destacar que, para se
constituir assistente nos autos. São necessários os seguintes
requisitos.

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 a) Legitimidade para a constituição

 É necessário que tenha legitimidade, e para


isso tem de ser o ofendido ou alguma das
pessoas a que se refere o art. 4.º do DL
35007;

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 b) O interesse jurídico penalmente
protegido
 Entretanto, o lesado é aquela pessoa que não
sofre directamente o crime, mas por efeito
dele sofre danos em fica prejudicado os
interesses seus juridicamente protegidos,
desta perspectiva se alcançando um conceito
lacto ou extensivo de ofendido, que
abrangerá todas as pessoas civilmente
lesadas pela infracção penal. Importa
salientar que, o assistente tem que estar
sempre numa relação directa com o crime.
64
b) Requerimento de constituição
 -Tem que fazer um requerimento dirigido ao M.P ou
juiz dependendo da fase em que se requerer;
 -O requerimento é acompanhado da respectiva
procuração que constitui o mandatário[1] e é depois
concluso ao juiz para proferir um despacho de
deferimento ou de indeferimento;
 -Se faltar algum dos requisitos, então o juiz deverá
proferir um despacho de indeferimento
fundamentado.

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 [1] MERITÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DO
 TRIBUNAL PROVINCIAL DE LUANDA
 SALA DOS CRIMES COMUNS
 LUANDA

 11.ª Secção
 Proc. N.º

 Assunto: Constituição de Assistente
 Mata-Bicho, Lda., Sociedade de direito angolano, lesada,
representada pelo Senhor José e José, devidamente identificado nos autos,
acima epigrafados, neste acto representado pelo seu mandatário forense
que in fine assina, vem a com devida vénia requerer a Constituição de
Assistente qua tale prevêem os art.4.º e 5.º do DL 35007, de 13 de Outubro
de 1945.
 Outrossim, por imperativo do princípio de economia processual
requerer-se a emissão das respectivas guias para a liquidação da taxa
devida.
 Junta: Procuração
 E.D
 O Advogado, Ced. 878 e NiF: 100056775HO0190

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 Manda o $ 5.º Oportunidade
do art. 4 do DL 35007 que, os
assistentes podem intervir em qualquer
altura do processo aceitando-o no estado
em que se encontre, desde o requeiram até
5 dias antes da audiência de discussão e
julgamento. Todavia, nos processo de
policia correccional, não havendo réus
presos acusação dos assistente, também
quando não for precedida de instrução
contraditória poderá ser formulado até três
dias após o termo do prazo para a acusação
do M.P vide $ 3.º segunda parte.

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tempestividade

 Importa sublinhar que, regra geral, os


assistentes formulam a sua acusação
no mesmo prazo que o M.P. e, se for
necessariamente provisória,
independentemente da notificação.
Vide doc. primeira parte do paragrafo
3.º do art.4.º do mesmo diploma
legal.

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Conclusão

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