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Temas
1 – O Processo Penal
1.1 O Advogado no âmbito do processo penal
2- A Queixa – Estrutura e técnica de redacção.
2.1 Formalidades e Exigências –
2.2 Crimes semipúblicos
2.3 Crimes particulares
2.4 Tempestividade do exercício do direito de queixa
2.5 A Desistência e renúncia do direito de que
3
Temas cont…
3- O Arguido
3.1 Constituição, constituição obrigatória e
formalidades.
3.2 Interesse do requerimento de constituição de
arguido
3.4 Direitos e deveres;
3.5 Garantias constitucionais
3.6 O Defensor - Constituído - Nomeado
4
temas cont…
4 - O Assistente
4.1 Legitimidade para a constituição
4.2 O interesse jurídico penalmente protegido;
4.3 Requerimento de constituição:
Oportunidade
Tempestividade
5
Temas cont….
5- As Partes Civis:
5.1 Princípio da adesão
5.2 Pedido em separado
6 - Os Actos Processuais
6. 1 – Publicidade do processo e segredo de justiça
6. 2 – Consulta do processo em segredo de justiça com
vista à preparação da acusação e da defesa
6. 3 – Confiança do processo para preparação do
julgamento
6
Temas cont….
6. 4 – Língua dos actos
6. 5 – Forma escrita dos actos
6. 6 – Os actos decisórios
6. 7 – O auto e a acta
6. 8 – Comunicação dos actos
7- Actos processuais
7.1 Quando se praticam
7.2 Contagem de prazos -Prática do acto fora do
7
Temas cont…
8– Das Nulidades
8.1 Breve abordagem das mais frequentes
nulidade em sede de processo penal,
8.2 que em fase de instrução, quer em fase
judicial.
8
Temas…
9- A Prova
9.1 A livre apreciação da prova
9.2 Métodos proibidos de prova
9.3 Valor probatório
9.4 Declarações ou depoimento do Arguido
9.5 Declarações de testemunhas
9.6 Reconhecimento de pessoas e objectos
9.7 Perícia
9.8 Documentos
9.10 Prova documental .
9
Temas…
10– Primeiro interrogatório judicial e não judicial
de arguido detido
10.1 Outros interrogatórios
10.2 Direitos do arguido consagrados na lei
11 Medidas de Coacção
11.1 O termo de identidade e residência
11.2 Requerimento para prestação de caução
11.3 A Prisão Preventiva
10
12– Modos de Impugnação das Medidas de Coacção :
12.1 “Habeas corpus”
12.2 Reclamação ao Juiz do turno
13– A Detenção
13. 1 – A detenção em flagrante delito
13. 2 – A detenção fora de flagrante delito
11
14– Acusação
14.1 Crimes públicos
14.2 semipúblicos
14.3 Crimes particulares
12
16- A alteração substancial de factos
16.1 Notificações
16.2 O Pedido de Indemnização Civil
16.3 Dever de informação
16.4 Manifestação do propósito de o deduzir e
Oportunidade de dedução
16.5 Contestação
16.6 Provas
13
17 – Actos de instrução (
17.1 – Nulidade da decisão instrutória
17.2 Recursos: recorribilidade de todas as decisões
instrutórias
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18.3 – Contestação e rol de testemunhas (técnicas
de redacção), Prazo
18.4 Testemunhas
18.5 Declarações do arguido e perguntas sobre os
factos
18.6 Proibição de valoração de provas
18.7 Autos e declarações de leitura permitida e
proibida em audiência
18.8 Alteração substancial e não substancial de
factos no decurso da audiência
18.9 Alegações orais; duração; conteúdo; réplica;
interrupção, por outrem, das alegações
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19 – Recursos
19.1 Regra: recorribilidade
19.2 Decisões que não admitem recurso
19. 3 Técnicas de redacção)
19. 4 Tramitação:
19.5 subida imediata e subida diferida
19.6 subida nos próprios autos e subida em
separado
19.7 efeito suspensivo do processo e efeito
suspensivo da decisão recorrida
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I- O Processo Penal
1.1-O Advogado no âmbito do processo penal
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Art. 217.º do CPP, sob epigrafe ‘’ quem não é obrigado a
depor nem prestar declarações, no seu n.º 1, estaca
que, os ministros de qualquer culto, legalmente
permitido, os advogados, procuradores, notários,
médicos ou parteira sobre os factos que lhes tenham
sido confiados ou de que tenham conhecimento, no
exercício das suas ou profissões.
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Obrigações éticas e deontológicas do Advogado
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A Queixa – Estrutura e técnica de redacção
A lei processual penal fala indiferentemente em
denúncia, queixa, e em participação, vide art. 6.º do
CPP e art. 3.º do DL 35007.
Haverá alguma diferença estes conceitos ?
a) A denúncia
Entende-se que, a denuncia se refere aos crimes
públicos (art. 7.º e 8.º DL 35007). Tem legitimidade
para a fazer obrigatoriamente os órgãos de polícia
criminal e as autoridades judiciárias e ainda qualquer
pessoa que tenha a faculdade de denunciar um crime
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b) A queixa
Refere-se essencialmente a crimes particulares e a
crimes semi-públicos.
Têm legitimidade para a fazer os ofendidos ou as
pessoas a quem a lei confere legitimidade para tal.
A queixa refere-se ao crime pelo qual não se pode
promover oficiosamente o processo penal. É o
ofendido que dá a notícia do crime ao Ministério
Público. A partir desse momento ele tem legitimidade
para promover o processo
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c) A participação
No direito português a participação é tido como um
acto administrativo, ou um acto do Governo, através do
qual se vai transmitir ao Ministério Público a notícia
dum crime ocorrido no exercício das funções ou por
causa delas (art. 242º/1-b CPP).
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No contexto angolano, tendo em conta a legislação
penal em ainda em vigor em Angola, não fica claro a
questão da participação porque não temos elementos
que sustente a tese de que, a participação é um acto
administrativo através do qual se vai transmitir ao
M.ºP.º a noticia do crime.
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Na medida em que, no código penal Angola destaca no
seu art. 360.º CP e 359.º paragrafo único, ‘’ nos casos
previstos no n.º 1, haverá lugar a procedimento judicial
mediante a participação do ofendido.
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Denúncia deve conter pelo menos quanto possível os
seguintes elementos[1]
a) Ao Procurador a que é dirigida;
b) A identificação do Arguido se conhecido ser for uma
pessoa certa (visto que, também poderá ser feita
participação criminal contra pessoas incerta)
c) o fato imputado ao réu com todas as suas circunstâncias;
d) A classificação do tipo de ilícito penal
e) o requerimento
__________________________________________________
[1] Nos termos do art. 9.º do DL. 35007, ‘’a denúncia pode ser feita
verbalmente ou por escrito e conterá, quanto possível: 1.º a exposição sucinta
dos factos e suas circunstâncias que possam interessar ao processo penal;
2.º A indicação do autor da infracção ou dos seus sinais característicos, ou de
quaisquer elementos que possam concorrer para a sua identificação;
3.º A identidade do ofendido, se for conhecido;
4.º os nomes e residências das testesmunhas.
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técnica de redacção de uma denúncia
DIGNO MAGISTRADO DO
MINISTÉRIO PÚBLICO JUNTO
Cabeçalho a indicar AOS SERVIÇOS PROVINCIAL DE
a Entidade para o qual a
Denúncia é dirigida INVESTIGAÇÃO CRIMINAL (SPIC)
LUANDA
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Identificação do denunciado
Fundamentação/
Nos termos e com os fundamentos abaixo descritos:
descrição dos factos
1º
No dia 14 /02/2016, às 18h00, enquanto a denunciante passeava
tranquilamente pela Marginal de Luanda, o denunciado agarrou-
a firmemente pelo braço, e dando-lhe um empurrão e acto
continuo subtraiu-lhe os bens, com clara intenção de
apropriação as jóias, dinheiro e os cartões de débitos que
trazia(carregava).
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Após o facto, o denunciado pôs-se em fuga, correndo
velozmente na direcção do Hotel Presidente Maridiem, ao
lado do MINCO.
3.º
Importa salientar que, a Denunciante e o Denunciado não
se conheciam, nem nunca se tinham cruzado até então.
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Enquadramento jurídico
4º
O denunciado esteve sempre ciente de que sua conduta
representava um facto típico, ilícito e doloso, punível pelo
Código Penal, e ainda assim, não hesitou em prosseguir,
realizando-o na sua completude.
5.º
Pelo exposto, facilmente se conclui que, o denunciado
cometeu o Crime de Roubo, p. e p. no art.º 432.º
combinados com o art. 421.º n.º 5 do C.P.
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Formulação do pedido
6.º
Nestes termos e nos mais de Direito, requer-se a V.ª
Ex.ª que se digne instaurar o competente
procedimento criminal contra o denunciado,
ordenando a respectiva abertura da instrução
preparatória.
A denunciante, igualmente, ofendida, manifesta o
propósito de se constituir assistente, qua tale prevê o
art.º 4.º, do DL 35004, oportunamente deduzir pedido
de indemnização civil contra o denunciado, nos
moldes previstos no art. 29.º CPP.
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Junção de elementos de provas e procuração
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QUEIXA POR CRIME
À
DIRECÇÃO NACIONAL DE
INVESTIGAÇÃO E ACÇÃO PENAL
DA PROCURADORIA-GERAL DA
REPÚBLICA
LUANDA
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No dia 14./02/2016, às 15h30, a Queixosa/Ofendida deslocou-se
à Praia do mussolo tendo conhecido o Kota do Business de
forma inusitada, enquanto tomavam banho no mar.
2.º
Kota do Business, Convidou a Queixosa/Ofendida para
passearem junto à costa, com vista a conhecerem-se um pouco
melhor, ao que esta aceitou, sem hesitações.
3.º
Sucede, porém, chegaram a uma zona sem vigia, apercebendo-se
que não havia ninguém nas redondezas, arrastou,
agressivamente, a Queixosa para um conjunto de penhascos, e,
por meio de violência física, e, para esse fim, compeliu-a à uma
cópula e coito vaginal.
4.º
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A queixosa/ofendida esperneava contra o Kota do Business,
através de múltiplos empurrões, tentava afastá-lo, gritando para
que parasse, mas ele ignorou-a em absoluto, sabendo
plenamente que, a sua conduta representava um tipo de crime
punível pelo Código Penal.
5.º
O Kota do Business Mostrou-se totalmente indiferente quanto ao
estado emocional da Queixosa/Ofendida, o qual era de profundo
desassossego e medo.
6.º
No momento em que o Kota do Business deu por terminada a
relação sexual, levantou-se e abandonou-a no local.
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8.º
A queixosa deslocou-se ao Hospital do Prenda tendo sido
assistida pelos serviços de urgência, onde, após o necessário
tratamento clínico, efectuado em internamento de 24H, foi
elaborado relatório médico, confirmativo de lesões corporais
próprias de relações sexual violenta e não consentida.
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Meios de prova: Documental
Solicita-se, a V.ª Ex.ª que se oficie ao Director do
Hospital de Prenda no sentido de fornecer o relatório
médico e toda a documentação concernente à
assistência e internamento da queixosa/ofendida no
dia 14/02/2016
Junta: Procuração forense
O Advogado
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AO
DIGNISSIMO SUBPROCURADOR DA
Cabeçalho a indicar REPÚBLICA ADSTRITO AOS SERVIÇOS
a Entidade para o qual a PROVINCIAL DE INVESTTIGAÇÃO
Participação é dirigida CRIMINAL DE LUANDA
LUANDA
PARTICIPAÇÃO CRIMINAL
Contra, Identificação do
Participante
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Contra,
Identificação do participado
39
Para persuadir o Participante de que o Participado tem
influências para aquisição do imóvel, entregou-lhe uma
declaração em nome da Sra. MMM, supostamente
trabalhadora da Sonangol, tendo o mesmo assinado como
testemunhas, (vide doc. 1).
6.º
Depois de um tempo, o Participante fez exigências para
conhecer a pessoa que supostamente assinou declaração tendo
o participado alegado que, a senhora em causa trabalhava com
agente muito importante, por isso não deveria ter acesso a ela.
7.º
Só muito mais tarde a percebeu-se que apesar do participado
ter anexado o BI da Sra. MMM, a mesma não tinha nada a ver
com a tramóia.
8.º
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Foi daí que se apercebeu que tinha sido burlado.
Sempre que o participado é solicitado a reembolsar os
dinheiros, o mesmo arranja sempre estapafúrdias. Na
sequência disto o mesmo foi interpelado
extrajudicialmente, (vide doc.2).
41
Acto continuo o mesmo deixou de atende os
telefonemas do Participante.
11.º
Na verdade, isso demonstra claramente a intenção
criminosa do participado tudo indica que o mesmo é
useiro e vezeiros de tais práticas, até porque o mesmo
já teve detido sob o proc. Nº 111/14-04.
42
Em nosso entender a conduta do participado é
perfeitamente subsumível ao crime de Burla por
Defraudação abuso previsto e punível pelo art. 451.º do
C.P. de confiança, previsto e punível pelo art. 453.º do
C.P. conjugado com o art. 421.º n.º 5 do mesmo
diploma, porquanto usando de falsa qualidade fez com
que lhe fossem entregues valores monetários;
também a conduta do participado é subsumível no
crime de falsificação, P. e P. pelo art. 216, n.º 2 do CP.
na medida em que, falsificou uma declaração em nome
da Sra. SSSS;
43
Atendendo ao facto de que os valores em causa,
estarem avaliados em cerca do equivalente em
kwanzas ao valor USD 7.500,00 (sete mil e quinhentos
dólares americanos), o referido crime não admite
liberdade provisória, uma vez a penalidade prevista na
lei nunca seria inferior à estabelecida no 4 do art. 55º
do C.P (oito a doze anos).?????
44
Segue a conclusão e formula-se requerimentos
45
Tempestividade do exercício do direito de queixa
46
Mas importante ter atenções no regime de
Imprescritibilidade, previsto na CRA. Vide 61.º ‘’São
imprescritíveis e insusceptíveis de amnistia e liberdade
provisória, mediante a aplicação de medidas de
coacção processual: a) O genocídio e os crimes contra
a humanidade previstos na lei; b) Os crimes como tal
previstos na lei’’. Convém estacar que, este preceito
constitucional vai ipso facto de acordo com o Artigo
29.º do Estatuto de Roma do Tribunal Penal
Internacional.
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- O Arguido
Na verdade, o Arguido é o sujeito processual
essencial para o processo penal, de tal sorte que se
não houver arguido não há acusação não pode
haver julgamento[1]. Regra geral, Assume a
qualidade de arguido todo aquele contra quem for
deduzida acusação ou requerida instrução num
processo penal. À luz do ordenamento jurídico
angolano.
[1]
48
Obrigatória e formalidades
Manda lei que, não deve ser interrogado como
testemunha ou declarante a todo aquele a respeito de
quem se procure na instrução averiguar dos
fundamentos da suspeita de ter cometido uma
infracção, vide art. 252.º CPP.
Interesse do requerimento de constituição de arguido.
A constituição de arguido pode ser feita a pedido da
pessoa sobre quem recaía suspeita de ter cometido o
crime, ocorrendo assim conversão de mero suspeita à
Arguido. Vide § único do art. 252.º CPP.
49
Direitos e deveres
O entre o arguido e defensor há sempre
uma ligação imprescindível , ou seja, nunca
poderá haver audiência de julgamento sem a
presença do defensor. Importa salientar que,
o arguido tem uma serie de direitos.
50
Deveres
1-Dever de comparência perante os órgãos de polícia de
investigação criminal, o Ministério Público, ou, o juiz, sempre
que a lei o exija ou que tenha sido para isso devidamente
convocado por alguma dessas entidades (art. 283.º CPP, vide
também art. 419.º CPP).
2-Deve de responder com a verdade às perguntas feitas sobre a
identidade (vide n.º 1 do arts. 254.º CPP). O arguido apenas está
obrigado a responder com verdade às perguntas que lhe forem
colocadas quanto à sua identificação pessoal; quanto ao mais, o
arguido pode remeter-se ao silêncio e até faltar à verdade sem
qualquer consequência legal, vide n.º 3 do art. 254.º CPP. Direito
à constituir advogado.
51
3- Sujeição a medidas de coacção e diligências de
prova, nos termos da lei das medidas de cautelar, vide
lei 25/15, de18 de Setembro) desde estas medidas sejam
especificadas na lei e ordenadas e efectuadas por
entidade com competente, ou seja, Estas medidas de
coacção têm de ser as especificadas na lei, por
consequência do princípio da legalidade, no toca
prisão preventiva esta deve ser utilizada quando for
absolutamente necessárias (princípio da necessidade),
vide arts.º 17.º e 18.º da lei n.º 25/15, 18 de Setembro.
52
Garantias Constitucionais do Arguido
53
3.1 O Defensor - Constituído
A constituição da República de Angola consagra a
Defesa pública, art. 196.º todavia, Defensória Pública,
importa salientar que, ainda não está materializada
ocorrendo assim inconstitucionalidade por omissão.
Importa destacar que, a função do defensor será não só
de carrear para os autos tudo quanto seja favorável ao
arguido mas também e especialmente fazer realçar no
processo tudo o que for útil de modo a favorecer ao
arguido. Em síntese trazer provas que possam afastar a
imputabilidade, ou diminuir a pena a aplicar ao
arguido.
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Nomeação
Defensor, isto é, a defensa do arguido pode ser por constituição. Regra geral o
Arguido, constitui seu mandatário forense por via de uma procuração[1], com a
assinatura reconhecida em cartório notarial, todavia, se o arguido se encontrar
[1] PROCURAÇÃO
Nome……………………………..,Estado civil , maior, de ……..anos de idade, filho de
……………………….e de ……………………………………, natural
do……………………..Província de , residente nesta cidade, na
rua………………………….., casa n.º……. bairro……………………… Portador do BI
nº…………………………,com validade até…………………., serve-se desta para constituir
o ilustre Dr. Correia Vicente Pongolola, cédula profissional nº 878, NIF:
100056775HO0190, e Dra…………………………..cedula profissional …………….,
NIF.:………………………… com domícilio profissional em Luanda, na Rua Cónego
Manuel das Neves, nº 401 – no Bairro de S. Paulo - 2º andar, apartamento 23,
terminal telefónico n.º 222 039 418 , como seus bastantes mandatários forenses,
com os plenos poderes estabelecidos por Lei de o representar em juízo de forma
separada, alternada ou conjunta e ainda com os poderes especiais de negociar,
substabelecer e transigir.
Luanda, 5 de Novembro de 2015
_______________________________________
55
poderá a sua assinatura na procuração ser reconhecida
pela reeducação dos serviços prisional
56
Há uma forma simplificada de constituição de
Advogado que se consubstancia na constituição verbal
pelo detido, consignado o facto nos autos, ou pelo
cônjuge, companheiro de união de facto, pelos seus
ascendente, descendente, ou outros parentes até ao 6.º
grau da linha colateral e respectivo afins. Vide art. 14.º
da lei 25/15, de 18 Setembro.
57
Ou ainda por nomeação, ou seja, pode ser feita
oficiosamente ou a requerimento. Aquando do
pronúncia é obrigatória a nomeação de um defensor
oficioso, se o arguido não tiver constituído
nenhum. vide art. § 2.º do art. 22.º do CPP. Na falta de
advogado, a juiz nomeará pessoa idónea. Todavia, De
qualquer forma, seja qual for a denominação dada ao
advogado na posição processual que a defesa técnica
do arguido deve ser exercida de forma efectiva, por
profissional.
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Importa realçar que, nos termos do n.º3 do art.12.º da
lei 25/15, de 18 de Setembro, determina que, na falta de
advogado constituído ou se o advogado construído não
puder ser convocado ou se convocado, não comparecer
em tempo útil é nomeado ao arguido detido um
defensor de preferência entre os Advogado, Advogado
estagiário ou licenciado em Direito.
59
É neste sentido que, a ponta a CRA, nos termos do
qual: o Estado assegura, às pessoas com insuficiência
de meios financeiros, mecanismos de defesa pública
com vista à assistência jurídica e ao patrocínio forense
oficioso, a todos os níveis. 2. A lei regula a organização
e funcionamento da Defesa Pública.
Importa salientar que, O defensor, não deve ser visto
como do defensor do crime ou da ilegalidade, apenas
actua na defesa do arguido tendo em vista a dignidade
deste, ou seja, deve actuar com destemor, mas de forma
leal, para com o seu cliente e para com os órgãos da
justiça, buscando sempre elementos para melhorar a
situação processual do seu patrocinado, quando não
for possível absolvê-lo.
60
Se só ao Estado é dado o poder-dever de
punir (Uis puniendi), ao Arguido é
previsto o princípio Constitucional da
Ampla Defesa e do Contraditório, com
os meios e recursos a ela inerentes, vide
art. 67.º n.º 1 da CRA.
61
O Assistente
Poderá ser uma pessoa ou pessoas quer física (s) ou
colectiva que, por serem ofendidas ou porque a lei lhes
confere legitimidade para se constituírem como tal o
estabelecido no (art. 4.º do DL 35007), o (s) assistente (s),
deve(m) requereram ao juiz a sua intervenção no processo
penal para fazerem valer os seus interesses de natureza
penal ou conjuntamente interesses de natureza cível, quer
em colaboração com o M. P. ‘’crimes públicos e semi-
públicos´´, quer autonomamente nos casos previstos dos
crimes particulares, e que por despacho judicial foram
admitidas como tal. Importa destacar que, para se
constituir assistente nos autos. São necessários os seguintes
requisitos.
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a) Legitimidade para a constituição
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b) O interesse jurídico penalmente
protegido
Entretanto, o lesado é aquela pessoa que não
sofre directamente o crime, mas por efeito
dele sofre danos em fica prejudicado os
interesses seus juridicamente protegidos,
desta perspectiva se alcançando um conceito
lacto ou extensivo de ofendido, que
abrangerá todas as pessoas civilmente
lesadas pela infracção penal. Importa
salientar que, o assistente tem que estar
sempre numa relação directa com o crime.
64
b) Requerimento de constituição
-Tem que fazer um requerimento dirigido ao M.P ou
juiz dependendo da fase em que se requerer;
-O requerimento é acompanhado da respectiva
procuração que constitui o mandatário[1] e é depois
concluso ao juiz para proferir um despacho de
deferimento ou de indeferimento;
-Se faltar algum dos requisitos, então o juiz deverá
proferir um despacho de indeferimento
fundamentado.
65
[1] MERITÍSSIMO JUIZ DE DIREITO DO
TRIBUNAL PROVINCIAL DE LUANDA
SALA DOS CRIMES COMUNS
LUANDA
11.ª Secção
Proc. N.º
Assunto: Constituição de Assistente
Mata-Bicho, Lda., Sociedade de direito angolano, lesada,
representada pelo Senhor José e José, devidamente identificado nos autos,
acima epigrafados, neste acto representado pelo seu mandatário forense
que in fine assina, vem a com devida vénia requerer a Constituição de
Assistente qua tale prevêem os art.4.º e 5.º do DL 35007, de 13 de Outubro
de 1945.
Outrossim, por imperativo do princípio de economia processual
requerer-se a emissão das respectivas guias para a liquidação da taxa
devida.
Junta: Procuração
E.D
O Advogado, Ced. 878 e NiF: 100056775HO0190
66
Manda o $ 5.º Oportunidade
do art. 4 do DL 35007 que, os
assistentes podem intervir em qualquer
altura do processo aceitando-o no estado
em que se encontre, desde o requeiram até
5 dias antes da audiência de discussão e
julgamento. Todavia, nos processo de
policia correccional, não havendo réus
presos acusação dos assistente, também
quando não for precedida de instrução
contraditória poderá ser formulado até três
dias após o termo do prazo para a acusação
do M.P vide $ 3.º segunda parte.
67
tempestividade
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69
70
71
72
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74
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Conclusão
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Conclusão
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78