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CONTRATO NO ACOMPANHAMENTO
DA EXECUÇÃO DE CONTRATOS
ADMINISTRATIVOS
OBJETIVOS
e
PROGRAMA
ABORDAGEM
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1.1. ATOS DE GESTÃO X ATOS DE FISCALIZAÇÃO
ATOS DE GESTÃO
10
1.1. ATOS DE GESTÃO X ATOS DE FISCALIZAÇÃO
11
1.1. ATOS DE GESTÃO X ATOS DE FISCALIZAÇÃO
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 2851/2016 – Plenário) Segregação de funções.
[VOTO]
27. Vê-se, pois, que o responsável foi presidente da
comissão de licitação da concorrência 01/2000-CEL/SAA-DF,
engenheiro executor do contrato decorrente do certame e
responsável por sua fiscalização.
28. Sem aprofundar no tema, esse fato, por si só, já
merece reprimenda por afrontar o princípio da segregação
de funções, ainda mais quando praticado juntamente com
outros fatos irregulares e que foram objeto de exame nestes
autos.
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1.2. NOMEAÇÃO DO FISCAL DE CONTRATO
A fiscalização da execução contratual é uma prerrogativa
da Administração: trata-se de um verdadeiro poder-dever
indeclinável.
Lei 8.666/93:
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos
instituído por esta Lei confere à Administração, em
relação a eles, a prerrogativa de:
[...]
III - fiscalizar-lhes a execução;
13
1.2. NOMEAÇÃO DO FISCAL DE CONTRATO
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 3378/2012 – Plenário) Fiscalização. Poder-
dever.
[VOTO]
32. Não se pode ignorar que a prerrogativa conferida à
Administração de fiscalizar a implementação da avença deve
ser interpretada também como uma obrigação. Por isso,
fala-se em um poder-dever, porquanto, em homenagem ao
princípio do interesse público, não pode a Administração
aguardar o término do contrato para verificar se o objeto
fora de fato concluído conforme o programado, uma vez que,
no momento do seu recebimento, muitos vícios podem já se
encontrar encobertos.
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1.2. NOMEAÇÃO DO FISCAL DE CONTRATO
Boa Prática: Para cada contrato deve ser designado
formalmente um servidor para atuar como fiscal.
Lei 8.666/93:
Art. 67. A execução do contrato deverá ser
acompanhada e fiscalizada por um representante da
Administração especialmente designado (...)
15
1.2. NOMEAÇÃO DO FISCAL DE CONTRATO
IN 05/2017:
Art. 41. A indicação do gestor, fiscal e seus substitutos
caberá aos setores requisitantes dos serviços ou poderá ser
estabelecida em normativo próprio de cada órgão ou
entidade, de acordo com o funcionamento de seus processos
de trabalho e sua estrutura organizacional.
[...]
Art. 42. Após indicação de que trata o art. 41, a autoridade
competente do setor de licitações deverá designar, por ato
formal, o gestor, o fiscal e os substitutos.
16
1.2. NOMEAÇÃO DO FISCAL DE CONTRATO
Atenção: A ausência de designação formal do fiscal pode resultar
em aplicação de penalidade ao responsável omisso.
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 6780/2011 – Segunda Câmara) Ausência de
designação formal de fiscal para contratos. Aplicação de multa
ao responsável.
4.1.3. pela ausência de designação formal de fiscal para os
contratos de limpeza, vigilância, prestação de serviços por
terceirizados, compra de passagens, confecção de chaves e
carimbos, fotocópias, serviços de engenharia, abastecimento de
água, fornecimento de energia, combustíveis e telefonia, em
descumprimento ao art. 67 da Lei nº 8.666, de 1993;
[...]
Contas julgadas irregulares com aplicação de multa;
17
1.2. NOMEAÇÃO DO FISCAL DE CONTRATO
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 100/2013 – Plenário) Designação de terceirizado
para exercer fiscalização de contrato. Ilicitude. Observância do
princípio da segregação de funções.
9.20. dar ciência à Furnas Centrais Elétricas S.A. quanto às
seguinte falhas:
9.20.1. à necessidade da substituição de fiscais e auxiliares
de fiscalização dos contratos que estejam na situação de
terceirizados ou outra análoga, não efetiva, por servidores do
quadro de pessoal de Furnas e que não tenham participação
direta ou indireta com a licitação que originou o contrato a ser
fiscalizado, de forma a atender ao princípio de controle de
segregação de funções e permitindo o aprimoramento do
controle interno;
18
1.2. NOMEAÇÃO DO FISCAL DE CONTRATO
PORTARIA MP 409/2016:
Art. 6º A contratante designará, formalmente, servidor ou
empregado de seu quadro próprio para atuar como gestor do
contrato de prestação de serviços, o qual, tendo como parâmetro
o objeto e os resultados previstos no contrato:
[...]
Parágrafo único. O gestor do contrato poderá, a qualquer tempo,
solicitar informações ou documentos para averiguar o
cumprimento das obrigações legais por parte da contratada,
podendo ser auxiliado por fiscais designados para esse fim, bem
como ser assistido por terceiro ou empresa, desde que justifique a
necessidade de assistência especializada.
19
1.2. NOMEAÇÃO DO FISCAL DE CONTRATO
IN 05/2017:
Art. 39. As atividades de gestão e fiscalização da execução
contratual são o conjunto de ações que tem por objetivo aferir o
cumprimento dos resultados previstos pela Administração para os
serviços contratados, verificar a regularidade das obrigações
previdenciárias, fiscais e trabalhistas, bem como prestar apoio à
instrução processual e o encaminhamento da documentação
pertinente ao setor de contratos para a formalização dos
procedimentos relativos a repactuação, alteração, reequilíbrio,
prorrogação, pagamento, eventual aplicação de sanções, extinção
dos contratos, dentre outras, com vista a assegurar o
cumprimento das cláusulas avençadas e a solução de problemas
relativos ao objeto.
20
1.2. NOMEAÇÃO DO FISCAL DE CONTRATO
IN 05/2017:
Art. 40. O conjunto de atividades de que trata o artigo anterior
compete ao gestor da execução dos contratos, auxiliado pela
fiscalização técnica, administrativa, setorial e pelo público usuário,
conforme o caso, de acordo com as seguintes disposições:
[...]
§ 3º As atividades de gestão e fiscalização da execução contratual
devem ser realizadas de forma preventiva, rotineira e sistemática,
podendo ser exercidas por servidores, equipe de fiscalização ou
único servidor, desde que, no exercício dessas atribuições, fique
assegurada a distinção dessas atividades e, em razão do volume
de trabalho, não comprometa o desempenho de todas as ações
relacionadas à Gestão do Contrato.
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1.2. NOMEAÇÃO DO FISCAL DE CONTRATO
Gestão da execução contratual (gestor): coordenação
das atividades de fiscalização
Fiscalização técnica: acompanha e avalia a execução do
objeto (qualidade, quantidade, prazos e modo)
Fiscalização administrativa: em contratos de
terceirização, verificação da regularidade documental
Fiscalização setorial: acompanhamento da execução,
quanto aos aspectos técnico e administrativo, quando a
execução dos serviços de ser de forma descentralizada,
em diversas unidades
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1.3. RESPONSABILIDADE DO FISCAL DE CONTRATO
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 2420/2015 – Plenário) Responsabilização. Teoria
subjetiva.
41. No âmbito dos processos nesta Corte de Contas, a
responsabilidade dos administradores de recursos públicos,
escorada no parágrafo único do art. 70 da Constituição Federal,
segue a regra geral da responsabilidade civil, ou seja, é de
natureza subjetiva. São exigidos simultaneamente três
pressupostos para a responsabilização, quais sejam: (i) o ato
ilícito na gestão dos recursos públicos; (ii) a conduta dolosa ou
culposa e; (iii) o nexo de causalidade entre o dano e o
comportamento do agente. Há de ser investigado, ainda, se
houve a ocorrência de algum eventual excludente de
culpabilidade, tal como a inexigibilidade de conduta diversa ou
a ausência de potencial conhecimento da ilicitude.
23
1.3. RESPONSABILIDADE DO FISCAL DE CONTRATO
Atenção: O fiscal negligente ou omisso no desempenho de suas
atribuições atrai para a responsabilidade por eventuais danos ao
Erário, caso estes pudessem ser evitados pela sua atuação eficaz.
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 859/2006 – Plenário) Fiscal do contrato. Omissão
ou negligência. Responsabilidade pessoal pelo dano ao Erário.
[SUMÁRIO]
3. A negligência do fiscal da Administração na fiscalização
de obra ou acompanhamento de contrato atrai para si a
responsabilidade por eventuais danos que poderiam ter sido
evitados, bem como às penas previstas nos arts. 57 e 58 da Lei
n° 8.443/92.
24
1.3. RESPONSABILIDADE DO FISCAL DE CONTRATO
Doutrina :
(Sílvio Rodrigues) Responsabilização do agente
causador do dano. Critério do “homem médio”.
Inexigibilidade de conduta diversa.
Para se verificar se existiu, ou não, erro de conduta, e
portanto culpa, por parte do agente causador do dano,
mister se faz comparar o seu comportamento com aquele
que seria normal e correntio em um homem médio, fixado
como padrão. Se de tal comparação resultar que o dano
derivou de uma imprudência, imperícia ou negligência do
autor do dano, nos quais não incorreria o homem padrão,
criado in abstracto pelo julgador, caracteriza-se a culpa, ou
seja, o erro de conduta.
25
1.3. RESPONSABILIDADE DO FISCAL DE CONTRATO
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 43/2015 – Plenário – INFORMATIVO 228)
Fiscal do contrato. Responsabilidade. Critério do
“homem médio”.
O fiscal do contrato tem o dever de conhecer os
limites e as regras para alterações contratuais definidos
na Lei de Licitações, e, por conseguinte, a obrigação de
notificar seus superiores sobre a necessidade de realizar
o devido aditivo contratual, evitando a atestação da
execução de itens não previstos no ajuste, sob pena de
ser-lhe aplicada a multa do art. 58, inciso II, da Lei
8.443/92.
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2. PRIMEIRAS PROVIDÊNCIAS A
CARGO DO FISCAL/GESTOR DE
CONTRATO
2.1. MANUTENÇÃO DE REGISTROS DA FISCALIZAÇÃO
Boa Prática: A manutenção de registros da fiscalização é
obrigação imposta pela Lei. Normalmente é feita na forma de
processo. Os registros fidedignos legitimam a liquidação e
pagamento das despesas, bem como subsidiam a tomada de
decisões pela autoridade administrativa.
Lei 8.666/93:
Art. 67 .....
§ 1º O representante da Administração anotará em registro
próprio todas as ocorrências relacionadas com a execução
do contrato, determinando o que for necessário à
regularização das faltas ou defeitos observados.
28
2.1. MANUTENÇÃO DE REGISTROS DA FISCALIZAÇÃO
IN 05/2017:
Art. 46. As ocorrências acerca da execução contratual
deverão ser registradas durante toda a vigência da prestação
dos serviços, cabendo ao gestor e fiscais, observadas suas
atribuições, a adoção das providências necessárias ao fiel
cumprimento das cláusulas contratuais, conforme o disposto
nos §§ 1º e 2º do art. 67 da Lei nº 8.666, de 1993.
§ 1º O registro das ocorrências, as comunicações entre as
partes e demais documentos relacionados à execução do
objeto poderão ser organizados em processo de fiscalização,
instruído com os documentos de que trata o § 4º do art. 42.
29
2.1. MANUTENÇÃO DE REGISTROS DA FISCALIZAÇÃO
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 769/2013 – Plenário) Fiscalização. Registro
formal. O que deve ser registrado? Homenagem ao
princípio da eficiência.
9.2.9. formalizem processos de execução dos
contratos, reunindo a documentação física e financeira,
tais como solicitações de compras/serviços, aprovações de
compras/serviços, notas fiscais, atestos, pareceres e
relatórios de fiscalização e de acompanhamento do
contrato, comprovantes de pagamento, a fim de
aperfeiçoar a gestão e atender ao principio da eficiência;
30
2.1.1. QUE DOCUMENTOS JUNTAR AO PROCESSO?
IN 05/2017:
Art. 42.....
[...]
§ 4º Para o exercício da função, os fiscais deverão
receber cópias dos documentos essenciais da
contratação pelo setor de contratos, a exemplo dos
Estudos Preliminares, do ato convocatório e seus
anexos, do contrato, da proposta da contratada, da
garantia, quando houver, e demais documentos
indispensáveis à fiscalização.
31
2.1.2. QUE OCORRÊNCIAS REGISTRAR?
Exemplos de ocorrências que podem ser objeto de registro pelo
fiscal no processo de fiscalização e pagamento:
Atas de Reuniões
Comunicações com a Contratada
Fatos que Ensejam a Aplicação de Penalidades
Controles de Qualidade e Tempestividade da Execução dos
Serviços
Deficiências na Prestação dos Serviços, ou Inexecução
Verificação do Cumprimento das Obrigações Fiscais,
Trabalhistas e Previdenciárias
Pagamentos Mensais à Contratada
32
2.2. REUNIÃO INICIAL COM O PREPOSTO
IN 05/2017:
Art. 45. Após a assinatura do contrato, sempre que a
natureza da prestação dos serviços exigir, o órgão ou
entidade deverá promover reunião inicial para
apresentação do plano de fiscalização, que conterá
informações acerca das obrigações contratuais, dos
mecanismos de fiscalização, das estratégias para
execução do objeto, do plano complementar de
execução da contratada, quando houver, do método
de aferição dos resultados e das sanções aplicáveis,
dentre outros.
33
2.2. REUNIÃO INICIAL COM O PREPOSTO
IN 05/2017:
Art. 45. ...
§ 1º Os assuntos tratados na reunião inicial devem ser
registrados em ata e, preferencialmente, estarem
presentes o gestor, o fiscal ou equipe responsável pela
fiscalização do contrato, o preposto da empresa, e, se
for o caso, o servidor ou a equipe de Planejamento da
Contratação.
§ 2º O órgão ou entidade contratante deverá realizar
reuniões periódicas com o preposto, de modo a
garantir a qualidade da execução e os resultados
previstos para a prestação dos serviços.
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2.3. NÃO INTERFERÊNCIA NA SELEÇÃO DE PESSOAL
Boa Prática: A Administração contratante não deve interferir
na seleção de pessoal da contratada, praticando atos de
ingerência, tais como: participar de entrevistas; aplicar testes;
indicar, sugerir ou vetar nomes.
Decreto 7.203/2010:
Art. 7º Os editais de licitação para a contratação de empresa
prestadora de serviço terceirizado [...] deverão estabelecer
vedação de que familiar de agente público preste serviços
no órgão ou entidade em que este exerça cargo em comissão
ou função de confiança.
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2.3. NÃO INTERFERÊNCIA NA SELEÇÃO DE PESSOAL
RESOLUÇÃO CNJ 07/2005:
Art. 3º É vedada a manutenção, aditamento ou
prorrogação de contrato de prestação de serviços com
empresa que venha a contratar empregados que sejam
cônjuges, companheiros ou parentes em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive,
de ocupantes de cargos de direção e de assessoramento,
de membros ou juízes vinculados ao respectivo Tribunal
contratante, devendo tal condição constar
expressamente dos editais de licitação.
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2.3. NÃO INTERFERÊNCIA NA SELEÇÃO DE PESSOAL
IN 05/2017:
Art. 5º. É vedado à Administração ou aos seus
servidores praticar atos de ingerência na administração
da contratada, tais como:
[...]
II - direcionar a contratação de pessoas para trabalhar
nas empresas contratadas.
37
2.3. NÃO INTERFERÊNCIA NA SELEÇÃO DE PESSOAL
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 1332/2015 – Segunda Câmara) Fiscal de
contrato. Serviços prestados pelo filho. Vedação.
[VOTO]
Diferente é a situação do Sr. (...). Na posição de gestor
do contrato, cabia a ele a fiscalização dos serviços
prestados pela empresa e por seus colaboradores, inclusive
por seu filho (...), admitido na data da celebração do
contrato entre o hospital e a empresa terceirizada (...). Ao
acompanhar e atestar a prestação dos serviços, o gestor
afrontou os princípios da moralidade e da impessoalidade
insculpidos no art. 37 da Constituição Federal.
38
2.3. NÃO INTERFERÊNCIA NA SELEÇÃO DE PESSOAL
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 47/2013 – Plenário) Indicação de pessoas.
Vedação. Princípios da moralidade e impessoalidade.
9.4. determinar ao Tribunal Superior do Trabalho que,
em respeito aos princípios constitucionais da
impessoalidade e da moralidade, atente para a necessidade
de ser obstaculizada qualquer forma de interferência do
órgão, por meio de seus agentes públicos, sobre o
gerenciamento dos recursos humanos das empresas
contratadas para a prestação de serviços terceirizados, em
especial, no tocante à indicação dos empregados que
devem ser contratados por tais empresas para prestarem os
referidos serviços;
39
2.3. NÃO INTERFERÊNCIA NA SELEÇÃO DE PESSOAL
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 331/2010 – Plenário) Qualificação dos
terceirizados. Edital.
9.4.3. defina, nos editais, os cursos superiores e
técnicos requeridos, bem como a forma de
comprovação da aptidão dos profissionais prestadores
de serviço, visando a garantir a utilização de pessoal
devidamente qualificado na execução do contrato
(subitem 9.3.12 do Acórdão 667/2005-Plenário);
40
3. ATUAÇÃO DO FISCAL/GESTOR
QUANDO HOUVER NECESSIDADE
DE ALTERAÇÃO UNILATERAL
QUALITATIVA OU QUANTITATIVA
DO CONTRATO
3.1. PRESSUPOSTOS AUTORIZADORES
Lei 8.666/93:
Art. 58. O regime jurídico dos contratos administrativos
instituído por esta lei confere à Administração, em relação
a eles, a prerrogativa de:
I – modificá-los, unilateralmente, para melhor adequação
às finalidades de interesse público, respeitados os direitos
do contratado;
[...]
§ 2º Na hipótese do inciso I deste artigo, as cláusulas
econômico-financeiras do contrato deverão ser revistas
para que se mantenha o equilíbrio contratual.
42
3.1. PRESSUPOSTOS AUTORIZADORES
Pressupostos legitimadores das alterações contratuais:
As alterações são legítimas se atendidos os seguintes
pressupostos:
interesse da Administração;
justificativa por escrito;
fundadas em motivos supervenientes;
previamente autorizadas pela autoridade competente;
devidamente formalizadas por termo aditivo aprovado
pela assessoria jurídica.
43
3.2. ALTERAÇÕES UNILATERAIS QUALITATIVAS
Lei 8.666/93:
Art. 65. Os contratos regidos por esta Lei poderão ser
alterados, com as devidas justificativas, nos seguintes
casos:
I - unilateralmente pela Administração:
a) quando houver modificação do projeto ou das
especificações, para melhor adequação técnica aos seus
objetivos;
44
3.2. ALTERAÇÕES UNILATERAIS QUALITATIVAS
Pressuposto e finalidade: As alterações qualitativas decorrem da
constatação de que a solução técnica ou o produto originalmente
pactuados não são adequados.
45
3.2. ALTERAÇÕES UNILATERAIS QUALITATIVAS
Jurisprudência do TCU:
• Acórdão 172/2009 – Plenário: A Administração não tem liberdade
para impor a alteração como e quando melhor lhe aprouver; é
preciso apresentar o motivo justificador da alteração: fato
superveniente à contratação, a revelar que a solução identificada na
fase de planejamento não se revelou a mais adequada.
• Acórdão 1801/2008 – Plenário: A alteração em projeto de obra é
medida excepcional, devendo ser justificável tecnicamente e ter
como resultado “um ganho palpável, qualitativo ou quantitativo,
para o interesse público.”
• Acórdão 2352/2006 – Plenário: É possível a alteração no “objeto
do contrato, desde que não haja, evidentemente, desvirtuamento ou
alteração radical do que foi ajustado.”
46
3.2. ALTERAÇÕES UNILATERAIS QUALITATIVAS
As alterações qualitativas podem resultar em prorrogação de
prazos de execução ou, até mesmo, modificação do regime de
execução do contrato.
Lei 8.666/93:
Art. 57 .....
[...]
§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de
entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do
contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio
econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes
motivos, devidamente autuados em processo:
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
[...]
47
3.3. ALTERAÇÕES UNILATERAIS QUANTITATIVAS
Hipóteses e finalidade: As alterações quantitativas decorrem
da necessidade de se promover acréscimo ou supressão
quantitativa do objeto.
48
3.3. ALTERAÇÕES UNILATERAIS QUANTITATIVAS
Lei 8.666/93:
Art. 65 .....
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas
obras, serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do
valor inicial atualizado do contrato, e, no caso particular de
reforma de edifício ou de equipamento, até o limite de 50%
(cinqüenta por cento) para os seus acréscimos.
§ 2º Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites
estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:
I - (VETADO)
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os
contratantes.
49
3.3. ALTERAÇÕES UNILATERAIS QUANTITATIVAS
As alterações unilaterais quantitativas podem resultar em
necessidade de alteração de prazos de execução e atualização da
garantia de execução prestada.
Lei 8.666/93:
Art. 57 .....
[...]
§ 1º Os prazos de início de etapas de execução, de conclusão e de
entrega admitem prorrogação, mantidas as demais cláusulas do
contrato e assegurada a manutenção de seu equilíbrio
econômico-financeiro, desde que ocorra algum dos seguintes
motivos, devidamente autuados em processo:
I - alteração do projeto ou especificações, pela Administração;
[...]
50
3.3. ALTERAÇÕES UNILATERAIS QUANTITATIVAS
Lei 8.666/93:
Art. 56 ....
[...]
§ 2o A garantia a que se refere o caput deste artigo não
excederá a cinco por cento do valor do contrato e terá
seu valor atualizado nas mesmas condições daquele,
ressalvado o previsto no parágrafo 3odeste artigo
51
3.3.1. ACRÉSCIMOS E SUPRESSÕES: LIMITES,
DESVIRTUAMENTO DO OBJETO E COMPENSAÇÃO
A possibilidade de alteração unilateral do contrato não autoriza
abusos: É prerrogativa da Administração alterar unilateralmente o
contrato; entretanto, o exercício desse poder é limitado pela lei, na
que o condiciona:
54
3.3.1. ACRÉSCIMOS E SUPRESSÕES: LIMITES,
DESVIRTUAMENTO DO OBJETO E COMPENSAÇÃO
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 1733/2009 – Plenário) Alterações quantitativas não
autoriza abusos. Violação do princípio da isonomia.
A previsão normativa que autoriza à Administração exigir do
contratado acréscimos e supressões até os limites estabelecidos
nos §§ 1º e 2º do art. 65 da Lei nº 8.666/1993 não lhe legitima
agir contrariamente aos princípios que regem a licitação pública,
essencialmente o que busca preservar a execução contratual de
acordo com as características da proposta vencedora do certame,
sob pena de se ferir o princípio constitucional da isonomia;
referido comando legal teve como finalidade única viabilizar
correções quantitativas do objeto licitado, conferindo certa
flexibilidade ao contrato, mormente em função de eventuais erros
advindos dos levantamentos de quantitativos do projeto básico.
55
3.3.1. ACRÉSCIMOS E SUPRESSÕES: LIMITES,
DESVIRTUAMENTO DO OBJETO E COMPENSAÇÃO
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 103/2004 – Plenário) Alterações contratuais
decorrentes de falta de planejamento.Abuso da
Administração.
(...) se o fiscal tem a possibilidade de antever a
necessidade de quantidade maior, não deve instaurar
certame tendo por objeto quantidade inferior. O que é
reprovável, por certo, é a burla à sistemática instituída
pelo referido diploma legal, pela falsa estimativa do valor
do objeto a ser licitado, a menor, com o deliberado
propósito de selecionar determinada modalidade de
licitação, já sabendo, de antemão, a necessidade de
utilização dos acréscimos contratuais.
56
3.3.1. ACRÉSCIMOS E SUPRESSÕES: LIMITES,
DESVIRTUAMENTO DO OBJETO E COMPENSAÇÃO
Limites legalmente previstos para acréscimos e supressões: Os limites
estão definidos no art. 65 da Lei de Licitações e Contratos:
Lei 8.666/93:
Art. 65 .....
§ 1º O contratado fica obrigado a aceitar, nas mesmas condições
contratuais, os acréscimos ou supressões que se fizerem nas obras,
serviços ou compras, até 25% (vinte e cinco por cento) do valor inicial
atualizado do contrato, e, no caso particular de reforma de edifício ou
de equipamento, até o limite de 50% (cinqüenta por cento) para os seus
acréscimos.
[...]
§ 2o Nenhum acréscimo ou supressão poderá exceder os limites
estabelecidos no parágrafo anterior, salvo:
[...]
II - as supressões resultantes de acordo celebrado entre os contratantes.
57
3.3.1. ACRÉSCIMOS E SUPRESSÕES: LIMITES,
DESVIRTUAMENTO DO OBJETO E COMPENSAÇÃO
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 2302/2013 – Plenário)
"9.2. dar ciência à Petrobras das seguintes
ocorrências, para que adote as medidas corretivas cabíveis:
(...)
9.2.2. o limite de 25% para os acréscimos
contratuais em obras ou serviços de engenharia deve ser
calculado apenas sobre o valor da planilha de preço global
(...);"
58
VIC = 100 UM
100
+15
+15%
115
+25%
(ACRÉSC. +10
QUANT.) 125
+10%
(VFC)
VIC = 100 UM
100
-15% -15
-25% 85
(SUPRES.
QUANT.) -10
-10% 75
(VFC)
VIC = 100 UM
100
+15%
+15
115,0
+2%
(IREF) +2,3
+25% 117,3
(ALT.
QUANT.)
VIAC = 102 UM
+10% 117,3
+10,2
127,5
(VFC)
3.3.1. ACRÉSCIMOS E SUPRESSÕES: LIMITES,
DESVIRTUAMENTO DO OBJETO E COMPENSAÇÃO
Impossibilidade de compensações de percentuais: Não se admite
compensação entre acréscimos e supressões, que devem ser
verificados separadamente, considerado, sempre, o valor inicial
atualizado do contrato.
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 1498/2015 – Plenário – INFORMATIVO 247)
As reduções ou supressões de quantitativos devem ser
consideradas de forma isolada, ou seja, o conjunto de reduções e
o conjunto de acréscimos devem ser sempre calculados sobre o
valor original do contrato, aplicando-se a cada um desses
conjuntos, individualmente e sem nenhum tipo de compensação
entre eles, os limites de alteração estabelecidos no art. 65 da Lei
8.666/93.
61
3.3.1. ACRÉSCIMOS E SUPRESSÕES: LIMITES,
DESVIRTUAMENTO DO OBJETO E COMPENSAÇÃO
Impossibilidade de desvirtuamento do objeto: Não se admite, em
hipótese alguma, que, a propósito de alterações qualitativas ou
quantitativas, o objeto do contrato seja desvirtuado.
62
VIC = 100 UM
100
ACIMA
+80% +80
DOS 180
LIMITES
LEGAIS
-60
-60% 120
(VFC)
3.3.2. APLICAÇÃO DO LIMITE DE 25% EM
CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS CONTÍNUOS
Entendimento: Os contratos de serviços contínuos podem, nos
termos do art. 57, II, da Lei de Licitações e Contratos, ter sua vigência
estendida até 60 meses. Os contratos de serviços contínuos podem,
também, ser repactuados.
64
3.3.2. APLICAÇÃO DO LIMITE DE 25% EM
CONTRATOS DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS CONTÍNUOS
Assim, o limite legal de 25% é válido para todo o período de
vigência contratual, consideradas as prorrogações.
65
3.4. REEQUILÍBRIO ECONÔMICO FINANCEIRO
Lei 8.666/93:
Art. 65 .....
[...]
§ 6o Em havendo alteração unilateral do contrato que
aumente os encargos do contratado, a Administração
deverá restabelecer, por aditamento, o equilíbrio
econômico-financeiro inicial.
66
3.5. ATUAÇÃO DO FISCAL DE CONTRATO
Propor as necessárias alterações do contrato,
quando presentes os pressupostos autorizadores;
Não oferecer proposta de alteração que desnature o
objeto pactuado;
Manifestar-se quanto aos aspectos técnicos da
alteração pretendida (pertinência, necessidade,
preço e outros fundamentos necessários);
Manifestar-se quanto ao pedido de alteração
formulado pela contratada;
67
3.5. ATUAÇÃO DO FISCAL DE CONTRATO
Fornecer todos os elementos de informação técnica
necessários, de modo a subsidiar a decisão da
autoridade competente;
Atuar tempestivamente, de modo a não haver
paralisações ou qualquer espécie de
comprometimento à boa execução do objeto, em
virtude da não alteração do contrato;
Não solicitar a execução de serviços antes da
formalização da alteração contratual.
68
3.5. ATUAÇÃO DO FISCAL DE CONTRATO
IN 05/2017 (Anexo X – Da Alteração dos
Contratos):
2.3. É vedado promover modificação no
contrato sem prévio procedimento por
aditamento ou apostilamento contratual
69
4. APLICAÇÃO DE PENALIDADES
ADMINISTRATIVAS: NOÇÕES
BÁSICAS E ATUAÇÃO DO FISCAL DE
CONTRATO
4.1. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS E
CONSTITUCIONAIS
Aplicação de Penalidades – Princípios Regentes: As
penalidades administrativas se assemelham às de natureza penal,
sujeitando-se a regime jurídico semelhante. Aplicam-se os
seguintes princípios:
73
4.1. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS E
CONSTITUCIONAIS
4.1.3. Princípio da proporcionalidade:
a penalidade (sanção) imputada ao infrator deve ser
compatível com a gravidade e a reprovabilidade da
conduta ilícita por ele praticada (infração)
a Lei nº 8.666/93 apresenta elenco de sanções dotadas
de grau diverso de severidade (gradação entre as
sanções)
faz-se necessária a proporcionalidade entre a sanção e a
ilicitude praticada; condutas mais reprováveis (infrações
mais graves) exigem sanções mais severas
74
4.1. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS E
CONSTITUCIONAIS
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 137/2010– Primeira Câmara – Relação).
Sanções contratuais. Necessidade de previsão no edital e
no contrato. Observância do princípio da
proporcionalidade.
Preveja, tanto no edital quanto no respectivo contrato,
situações claras para aplicação das penalidades,
estabelecendo gradações entre as sanções de acordo com
o potencial de lesão que poderá advir de cada conduta a
ser apenada, em atenção ao disposto no art. 55, incisos
VII, VIII e IX, da Lei nº 8.666/1993.
75
4.1. PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS E
CONSTITUCIONAIS
4.1.4. Princípio da culpabilidade:
a configuração do ilícito (penal ou administrativo) não se
restringe à ocorrência de um evento material danoso, mas
depende da presença de um elemento subjetivo
a aplicação de qualquer sanção pressupõe o elemento
subjetivo da culpabilidade
não há necessidade de comprovação do dolo, sendo
suficiente a presença da culpa em sentido estrito (ausência
da diligência necessária e inerente ao sujeito contratado para
executar uma certa prestação)
76
4.2. PODER-DEVER DE APLICAR PENALIDADES
Entendimento: A aplicação da pena não é ato
discricionário, mas é um poder-dever da Administração;
ocorridas as infrações legais ou contratuais, é obrigatória a
instauração de procedimento administrativo e aplicação da
pena, salvo se razões de interesse público elidirem a punição,
devidamente registradas no processo.
77
4.2. PODER-DEVER DE APLICAR PENALIDADES
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 754/2015 – Plenário). Sanções contratuais.
Obrigatoriedade de previsão e aplicação.
9.5. determinar ao [...] que:
9.5.1. orientem os gestores das áreas responsáveis
por conduzir licitações, inclusive os dos órgãos sob seu
controle de atuação administrativa e financeira, para
que autuem processo administrativo com vistas à
apenação das empresas que praticarem,
injustificadamente, ato ilegal tipificado no art. 7º da [...]
78
4.2. PODER-DEVER DE APLICAR PENALIDADES
(Acórdão 754/2015 – Plenário). Continuação...
[...] Lei 10.520/2002 e alertem-nos de que tal dispositivo
tem caráter abrangente e abarca condutas relacionadas
não apenas à contratação em si, mas também ao
procedimento licitatório e à execução da avença;
9.5.2. divulguem que estão sujeitos a sanções os
responsáveis por licitações que não observarem a
orientação do item 9.5.1 deste acórdão;
79
4.3. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA
Constituição Federal:
Art. 5º .....
[...]
LV – aos litigantes, em processo judicial ou
administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os
meios e recursos a ela inerentes.
80
4.3. CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA
Assim: Além da observância dos princípios regentes,
mencionados anteriormente, anotam-se os seguintes critérios e
pressupostos na aplicação das sanções:
81
4.4. ATUAÇÃO DO FISCAL DE CONTRATO
Ao fiscal não é dado decidir pela aplicação ou não da sanção
ou pela rescisão contratual. É seu dever consignar no processo
de fiscalização e pagamento as informações pertinentes e
submeter o assunto à consideração superior.
82
4.4. ATUAÇÃO DO FISCAL DE CONTRATO
Notificar a contratada para apresentar justificativa no
prazo de 5 dias úteis;
83
4.4. ATUAÇÃO DO FISCAL DE CONTRATO
Elementos mínimos de informação que deverão constar do
processo específico a ser encaminhado à autoridade superior para
deliberação:
narrativa pormenorizada do fato;
cópias das notificações para correção dos serviços ou sua
execução tempestiva, conforme o caso;
síntese da resposta apresentada pela contratada;
indicação das cláusulas contratuais violadas;
descrição e quantificação dos danos provocados pela conduta
da contratada, se for o caso;
proposta de penalidade a aplicar ou proposta de rescisão
contratual.
84
5. Responsabilidade da
Administração Pública na
Terceirização de Serviços
5.1. CARACTERES DO CONTRATO DE TERCEIRIZAÇÃO
Serviço de Executado
Natureza Mediante Cessão
Continuada de Mão de Obra
86
5.1. CARACTERES DO CONTRATO DE TERCEIRIZAÇÃO
5.1.1. O que são serviços de natureza continuada?
IN 05/2017:
Art. 15. Os serviços prestados de forma contínua são
aqueles que, pela sua essencialidade, visam atender à
necessidade pública de forma permanente e contínua,
por mais de um exercício financeiro, assegurando a
integridade do patrimônio público ou o funcionamento
das atividades finalísticas do órgão ou entidade, de
modo que sua interrupção possa comprometer a
prestação de um serviço público ou o cumprimento da
missão institucional.
87
5.1. CARACTERES DO CONTRATO DE TERCEIRIZAÇÃO
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 4614/2008 – Segunda Câmara) Serviços
contínuos. Elementos. Análise casuística.
[SUMÁRIO]
A natureza do serviço, sob o aspecto da execução de
forma continuada ou não, questão abordada no inciso II,
do art. 57, da Lei nº 8.666/1993, não pode ser definida
de forma genérica, e sim vinculada às características e
necessidades do órgão ou entidade contratante.
88
5.1. CARACTERES DO CONTRATO DE TERCEIRIZAÇÃO
5.1.2. Cessão da mão de obra:
IN RFB 971/2009:
Art. 115. Cessão de mão de obra é a colocação à
disposição da empresa contratante, em suas
dependências ou nas de terceiros, de trabalhadores que
realizem serviços contínuos, relacionados ou não com sua
atividade fim, quaisquer que sejam a natureza e a forma
de contratação, inclusive por meio de trabalho temporário
na forma da Lei nº 6.019, de 1974.
[...]
§ 3º Por colocação à disposição da empresa contratante,
entende-se a cessão do trabalhador, em caráter não
eventual, respeitados os limites do contrato.
89
5.2. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
Contribuições Previdenciárias
Lei 8.666/93:
Art. 71. .....
[...]
§ 2º A Administração Pública responde solidariamente
com o contratado pelos encargos previdenciários
resultantes da execução do contrato, nos termos do
art. 31 da Lei n.º 8.212, de 24 de julho de 1991.
90
5.2. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
Contribuições Previdenciárias
Lei 8.212/91:
Art. 31. A empresa contratante de serviços executados
mediante cessão de mão de obra, inclusive em regime
de trabalho temporário, deverá reter onze por cento do
valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de
serviços e recolher, em nome da empresa cedente da
mão de obra, a importância retida até o dia vinte do mês
subsequente ao da emissão da respectiva nota fiscal ou
fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não
houver expediente bancário naquele dia, observado o
disposto no § 5º do art. 33 desta Lei.
91
5.2. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
Contribuições Previdenciárias
Em que espécie de contrato há responsabilidade solidária da
Administração?: O STJ, ao interpretar o § 2º do art. 71 da Lei
8.666/93, c/c o art. 31 da Lei 8.212/91, fixou entendimento de que a
responsabilidade solidária pelos encargos previdenciários só se dá
em contratos de terceirização.
Jurisprudência do STJ:
(REsp 866.152/SC, DJe 01/09/2010) Responsabilidade
solidária. Encargos previdenciários. Incidência: contratos de
terceirização.
TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA.
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA.
EMPREITADA GLOBAL POR OBRA. ART. 71, § 2º, DA LEI N.
8.666/91. NÃO INCIDÊNCIA. CONTRATO DE CESSÃO DE MÃO DE
OBRA NÃO CARACTERIZADO (ART. 31 DA LEI N. 8.212/91).
92
5.2. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
Contribuições Previdenciárias
Jurisprudência do STJ:
(Medida Cautelar 15.410/RJ, DJe 08/10/2009)
Responsabilidade solidária. Encargos previdenciários.
Incidência: contratos de terceirização.
[...] seja do ponto de vista da literalidade do disposto
no art. 71, § 2º, que faz expressa remissão ao art. 31, da
Lei 8.212/91, seja do ponto de vista da interpretação
histórica e teleológica deste dispositivo, da mesma lei, a
única conclusão possível é aquela segundo a qual a
atribuição da responsabilidade por débitos
previdenciários ao Poder Público restringiu-se aos
contratos de prestação de serviços mediante cessão de
mão de obra, [...] 93
5.3. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA
5.3.1. Encargos Trabalhistas
Lei 8.666/93:
Art. 71 O contratado é responsável pelos encargos
trabalhistas, previdenciários, fiscais e comerciais
resultantes da execução do contrato
§ 1º A inadimplência do contratado com referência
aos encargos trabalhistas, fiscais e comerciais não
transfere à Administração Pública a responsabilidade
por seu pagamento, nem poderá onerar o objeto do
contrato ou restringir a regularização e o uso das obras
e edificações, inclusive perante o registro de imóveis.
94
5.3. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA
5.3.1. Encargos Trabalhistas
Jurisprudência do TST:
(Súmula 331 – nova redação – p. 106-107)
Responsabilidade subsidiária da Administração.
Inadimplência da contratada. Encargos trabalhistas.
IV - O inadimplemento das obrigações trabalhistas,
por parte do empregador, implica a responsabilidade
subsidiária do tomador dos serviços quanto àquelas
obrigações, desde que haja participado da relação
processual e conste também do título executivo judicial.
95
5.3. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA
5.3.1. Encargos Trabalhistas
V - Os entes integrantes da Administração Pública
direta e indireta respondem subsidiariamente, nas
mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua
conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei
n.º 8.666, de 21.06.1993, especialmente na fiscalização
do cumprimento das obrigações contratuais e legais da
prestadora de serviço como empregadora. A aludida
responsabilidade não decorre de mero inadimplemento
das obrigações trabalhistas assumidas pela empresa
regularmente contratada.
96
5.3. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA
5.3.1. Encargos Trabalhistas
Boa Prática: O STJ e o TCU têm historicamente reconhecido a
possibilidade de responsabilização subsidiária; razão pela qual tem
determinado aos gestores exercer fiscalização efetiva quanto ao
cumprimento das obrigações trabalhistas pela contratada.
Jurisprudência do STJ:
(REsp 542.203/SC) Responsabilidade subsidiária.
Fiscalização.
9. O tomador de serviços tem o poder-dever de exigir
da empresa locadora de mão-de-obra que comprove,
mensalmente, o registro dos trabalhadores, e que vem
cumprindo as obrigações trabalhistas e previdenciárias,
porquanto responde subsidiariamente em caso de ausência
de idoneidade econômica ou financeira da empregadora.
(Precedente do STJ).
97
5.3. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA
5.3.1. Encargos Trabalhistas
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 1391/2009 – Plenário) Responsabilidade
subsidiária. Fiscalização.
9.3. recomendar ao [...] que fiscalize a execução dos
contratos de prestação de serviços, em especial no que
diz respeito à obrigatoriedade de a contratada arcar com
todas as despesas decorrentes de obrigações
trabalhistas relativas a seus empregados, de modo a
evitar a responsabilização subsidiária da entidade
pública, uma vez que a ausência de pendência por
ocasião da assinatura do contrato não assegura que isso
não venha a ocorrer durante a execução do contrato;
98
5.3.2. DECISÃO DO STF NA ADC-16
Importância da fiscalização efetiva: O STF, ao julgar a ADC 16,
legitimou, indiretamente, a condenação subsidiária da
Administração em face da negligência na fiscalização dos
contratos de terceirização.
Jurisprudência do STF:
(ADC 16/DF, Dje 08-09-2011)
Responsabilidade contratual. Subsidiária. Contrato com
a administração pública. Inadimplência negocial do outro
contraente. Transferência consequente e automática dos
seus encargos trabalhistas, fiscais e comerciais, resultantes
da execução do contrato, à administração. Impossibilidade
jurídica. Consequência proibida pelo art., 71, § 1º, da Lei
federal nº 8.666/93.
99
5.3.2. DECISÃO DO STF NA ADC-16
Jurisprudência do STF:
(Rcl 14729 AgR, DJe-025 PUBLIC 06-02-2015)
Responsabilidade subsidiária. Culpa da Administração.
Possibilidade.
1. A Administração tem o dever de fiscalizar o fiel
cumprimento do contrato pelas empresas prestadoras de
serviço, também no que diz respeito às obrigações trabalhistas
referentes aos empregados vinculados ao contrato celebrado,
sob pena de atuar com culpa in eligendo ou in vigilando.
A aplicação do artigo 71, § 1º, da Lei n. 8.666/93, declarado
constitucional pelo Supremo Tribunal Federal, no julgamento da
ADC 16, não exime a entidade da Administração Pública do
dever de observar os princípios constitucionais a ela referentes,
entre os quais os da legalidade e da moralidade administrativa..
100
5.3.2. DECISÃO DO STF NA ADC-16
Jurisprudência do STF:
(Rcl 20905 AgR, Segunda Turma, DJe PUBLIC 10-
08-2015) Responsabilidade subsidiária. Culpa da
Administração não demonstrada. Impossibilidade.
1. Afronta a autoridade da decisão proferida no
julgamento da ADC 16 (Min. Cezar Peluso, Pleno,
DJe 9/9/2011) a transferência à Administração
Pública da responsabilidade pelo pagamento de
encargos trabalhistas sem a indicação de específica
conduta que fundamente o reconhecimento de sua
culpa.
101
5.3.2. DECISÃO DO STF NA ADC-16
Consequências da decisão do STF ADC 16 e da Súmula 331:
102
5.3.2. DECISÃO DO STF NA ADC-16
Jurisprudência do STF:
(RE 760.931/DF. Julgamento: 26.04.2017. DJe PUBLIC
12-09-2017) Responsabilidade subsidiária. Terceirização.
9. Recurso Extraordinário parcialmente conhecido e, na
parte admitida, julgado procedente para fixar a seguinte
tese para casos semelhantes: “O inadimplemento dos
encargos trabalhistas dos empregados do contratado não
transfere automaticamente ao Poder Público contratante a
responsabilidade pelo seu pagamento, seja em caráter
solidário ou subsidiário, nos termos do art. 71, § 1º, da Lei
nº 8.666/93”.
103
5.3.3. ALCANCE DA RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA
Alcance da responsabilidade subsidiária: A responsabilidade
subsidiária alcança todas as verbas devidas ao trabalhador [tanto as
exigíveis pela legislação trabalhista quanto as prescritas em normas
coletivas de trabalho], incluindo indenização decorrente de desvio de
função.
Jurisprudência do TST:
(Súmula 331) Responsabilidade subsidiária da
Administração. Inadimplência da contratada. Encargos
trabalhistas. Alcance.
VI – A responsabilidade subsidiária do tomador de
serviços abrange todas as verbas decorrentes da
condenação referentes ao período da prestação laboral.
104
6. FISCALIZAÇÃO DO
CUMPRIMENTO DAS OBRIGAÇÕES
PREVIDENCIÁRIAS
FISCALIZAÇÃO DA REGULARIDADE PREVIDENCIÁRIA
6.1. Regularidade na Contratação e na Execução
Constituição Federal:
Art. 195. .....
[...]
§ 3º A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade
social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o
Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais
ou creditícios
Lei 9.012/95:
Art. 2º As pessoas jurídicas em débito com o FGTS não poderão
celebrar contratos de prestação de serviços ou realizar
transação comercial de compra e venda com qualquer órgão da
administração direta, indireta, autárquica e fundacional, bem
como participar de concorrência pública
FISCALIZAÇÃO DA REGULARIDADE PREVIDENCIÁRIA
6.1. Regularidade na Contratação e na Execução
Lei 8.666/93:
Art. 55. São cláusulas necessárias em todo contrato as
que estabeleçam:
[...]
XIII – a obrigação do contratado de manter, durante toda
a execução do contrato, em compatibilidade com as
obrigações por ele assumidas, todas as condições de
habilitação e qualificação exigidas na licitação.
FISCALIZAÇÃO DA REGULARIDADE PREVIDENCIÁRIA
6.1. Regularidade na Contratação e na Execução
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 2254/2008 – Plenário) Regularidade previdenciária e
com o FGTS. Durante a execução do contrato.
Fiscalize os contratos de prestação de serviços, em
especial no que diz respeito à regularidade fiscal e à
obrigatoriedade de a contratada arcar com todas as
despesas decorrentes das obrigações trabalhistas
relativas a seus empregados, devendo constar, ainda,
dos respectivos processos de pagamento, os
comprovantes de recolhimento dos correspondentes
encargos sociais (INSS e FGTS), de modo a evitar a
responsabilização subsidiária dos entes públicos.
FISCALIZAÇÃO DA REGULARIDADE PREVIDENCIÁRIA
6.1. Regularidade na Contratação e na Execução
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 2884/2014 – Plenário) Regularidade previdenciária
e com o FGTS. Durante a execução do contrato.
9.3.4. condicionar o pagamento dos serviços
contratados à apresentação de documento comprobatório
do recolhimento mensal do INSS e do FGTS a cargo da
empresa contratada, gerado pelo SEFIP - Sistema Empresa de
Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência Social
(Guia de Recolhimento do Fundo de Garantia por Tempo de
Serviço e Informações à Previdência Social - GFIP; Guia de
Recolhimento do FGTS - GRF ou documento equivalente), de
acordo com a legislação e os padrões estabelecidos pela
Previdência Social e pela Caixa Econômica Federal;
FISCALIZAÇÃO DA REGULARIDADE PREVIDENCIÁRIA
6.2. Documentos Comprobatórios
Boa Prática: A fim de se certificar da regularidade
previdenciária da contratada, o contrato deve prever a
exigência de apresentação dos seguintes documentos
comprobatórios (a serem cotejados com a planilha-
resumo):
Folha de pagamento;
Relatórios integrantes da GFIP;
Guia da Previdência Social – GPS;
Guia de Recolhimento do FGTS – GRF.
FISCALIZAÇÃO DA REGULARIDADE PREVIDENCIÁRIA
6.2.1. Folha de Pagamento / 6.2.2. GFIP
Lei 8.212/91:
Art. 31 .....
[...]
§ 5º O cedente da mão de obra deverá elaborar
folhas de pagamento distintas para cada
contratante .
FISCALIZAÇÃO DA REGULARIDADE PREVIDENCIÁRIA
6.2.1. Folha de Pagamento / 6.2.2. GFIP
Lei 8.212/91:
Art. 32. A empresa é também obrigada a:
[...]
IV – declarar à Secretaria da Receita Federal do Brasil e
ao Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo
de Serviço – FGTS, na forma, prazo e condições
estabelecidos por esses órgãos, dados relacionados a
fatos geradores, base de cálculo e valores devidos da
contribuição previdenciária e outras informações de
interesse do INSS ou do Conselho Curador do FGTS;
FISCALIZAÇÃO DA REGULARIDADE PREVIDENCIÁRIA
6.2.1. Folha de Pagamento / 6.2.2. GFIP
Contratação:
Um ano sem faltas injustificadas Aquisição do Direito:
12.4.2018 11.4.2019
Período Aquisitivo
Período Concessivo
Pagamento do salário e Pagamento após o
1/3 de férias = até 2 dias período concessivo: férias
antes do início do vencidas – em dobro
período de gozo
7.3. QUE DOCUMENTOS EXIGIR E COMO ANALISÁ-LOS
7.3.3. Concessão e Pagamento de Férias
Jurisprudência do TST:
(Súmula 450) Férias. Concessão tempestiva.
Pagamento fora do prazo legalmente previsto. Dobra.
FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA. PAGAMENTO
FORA DO PRAZO. DOBRA DEVIDA. ARTS. 137 E 145 DA
CLT.
É devido o pagamento em dobro da remuneração
de férias, incluído o terço constitucional, com base no
art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na época
própria, o empregador tenha descumprido o prazo
previsto no art. 145 do mesmo diploma legal
[pagamento até 2 dias antes do início das férias].
Exame da Documentação
Férias
(Roteiro: subitem 7.3.3.1)
7.3. QUE DOCUMENTOS EXIGIR E COMO ANALISÁ-LOS
7.3.4. Vale-Transporte e Auxílio-Alimentação
Vale-Transporte:
Lei 7.418/85 (regulamentada pelo Decreto 95.247/87)
Valor do benefício
Participação do trabalhador no custeio
Auxílio-Alimentação:
PAT – Lei 6.321/76 (regulamentada pelo Decreto 5/91)
Valor do benefício
Participação do trabalhador no custeio
7.3. QUE DOCUMENTOS EXIGIR E COMO ANALISÁ-LOS
7.3.4. Vale-Transporte e Auxílio-Alimentação
CLT:
Art. 457 - ....
[...]
§2º As importâncias, ainda que habituais, pagas a título
de ajuda de custo, limitadas a cinquenta por cento da
remuneração mensal, o auxílio-alimentação, vedado o
seu pagamento em dinheiro, as diárias para viagem e os
prêmios não integram a remuneração do empregado,
não se incorporam ao contrato de trabalho e não
constituem base de incidência de encargo trabalhista e
previdenciário.
Exame da Documentação
Vale-Transporte e
Auxílio-Alimentação
(Roteiro: subitem 7.3.4.1)
7.3. QUE DOCUMENTOS EXIGIR E COMO ANALISÁ-LOS
7.3.5. Demissão de Pessoal
Boa Prática: A fiscalização deve exigir da contratada a
apresentação da seguinte documentação, a fim de verificar
a regularidade das demissões de pessoal:
notificação de aviso prévio – ou da indenização – ao
empregado demitido (art. 487, CLT), com observância da
concessão do aviso prévio proporcionalmente ao tempo
de serviço (Lei 12.506/2011)
CTPS devidamente anotada (art. 29, § 2º, c, CLT)
Quando da ocorrência:
Pagamento de férias
FISCALIZAÇÃO DA REGULARIDADE TRABALHISTA
7.3.8. PORTARIA MPDG N.º 409/2016
Férias, 13º salário, ausências legais e verbas rescisórias:
Pagamento à contratada, mediante a comprovação da
“ocorrência do fato gerador”; OU
Depósito em conta vinculada.
Lei 8.666/93:
Art. 67 .....
[...]
§ 1º O representante da Administração anotará em
registro próprio todas as ocorrências relacionadas com a
execução do contrato, determinando o que for necessário
à regularização das faltas ou defeitos observados.
177
8.1 ATESTAÇÃO
8.1.1. Importância dos registros da fiscalização
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 4593/2010 – Segunda Câmara) Registro
fidedigno. Subsidia a liquidação e o pagamento.
[VOTO]
6. O registro da fiscalização, na forma prescrita em lei,
não é ato discricionário. É elemento essencial que
autoriza as ações subsequentes e informa os
procedimentos de liquidação e pagamento dos serviços. É
controle fundamental que a administração exerce sobre o
contratado. Propiciará aos gestores informações sobre o
cumprimento do cronograma das obras e a conformidade
da quantidade e qualidade contratadas e executadas.
178
8.1 ATESTAÇÃO
8.1.1. Importância dos registros da fiscalização
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 1163/2008 – Plenário) Fiscalização.
Controles formais. Verificação do cumprimento da
obrigação antes do pagamento.
9.4.19. adote processo formal para acompanhar a
execução contratual, em atenção ao princípio
constitucional da eficiência, incluindo controles que
permitam aos fiscalizadores dos contratos identificarem
se todas as obrigações do contratado foram cumpridas
antes de autorizar o pagamento, em observância ao
disposto no art. 6º, IX, "e", da Lei nº 8.666/1993;
179
8.1 ATESTAÇÃO
8.1.2. Instrumentos formais de acompanhamento
Lei 4.320/64:
Art. 62. O pagamento da despesa só será efetuado quando
ordenado após sua regular liquidação.
Art. 63. A liquidação da despesa consiste na verificação do direito
adquirido pelo credor tendo por base os títulos e documentos
comprobatórios do respectivo crédito.
§ 2º A liquidação da despesa por fornecimentos feitos ou serviços
prestados terá por base:
I – o contrato, ajuste ou acordo respectivo;
II – a nota de empenho;
III – os comprovantes de entrega de material ou da prestação
efetiva do serviço.
180
8.1 ATESTAÇÃO
8.1.2. Instrumentos formais de acompanhamento
Lei 8.666/93:
Art. 40 .....
[...]
§ 3º Para efeito do disposto nesta Lei, considera-se
como adimplemento da obrigação contratual a
prestação do serviço, a realização da obra, a entrega do
bem ou de parcela destes, bem como qualquer outro
evento contratual a cuja ocorrência esteja vinculada a
emissão de documento de cobrança.
181
8.1 ATESTAÇÃO
8.1.2. Instrumentos formais de acompanhamento
IN 05/2017 (Anexo XI – Do Processo de Pagamento):
1. Após recebimento definitivo dos serviços, conforme
previsto nos arts. 49 e 50 desta Instrução Normativa, o
gestor do contrato deve instruir o processo de pagamento
com a Nota Fiscal ou Fatura e os demais documentos
comprobatórios da prestação dos serviços e encaminhar
para o setor competente para pagamento.
[...]
4.2. Observado o disposto na alínea “c” do inciso II do art. 50
desta Instrução Normativa, quando houver glosa parcial dos
serviços, a contratante deverá comunicar a empresa para
que emita a nota fiscal ou fatura com o valor exato
dimensionado, evitando, assim, efeitos tributários sobre
valor glosado pela Administração. 182
8.2. BOAS PRÁTICAS – JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 3966/2009 – Segunda Câmara) Atestação.
Instrumentos formais de acompanhamento.
9.3.5 adote providências no sentido de orientar o
servidor responsável pela fiscalização de todos os
contratos na unidade para que elabore, periodicamente,
relatórios de acompanhamento de execução dos
referidos instrumentos, bem como exerça efetiva
fiscalização dos contratos, consoante preconiza o art. 67,
caput, da Lei nº 8.666/93;
183
8.2. BOAS PRÁTICAS – JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 1450/2011 – Plenário) Atestação. Serviços
não prestados.
“É dever do gestor público responsável pela
condução e fiscalização de contrato administrativo a
adoção de providências tempestivas a fim de suspender
pagamentos ao primeiro sinal de incompatibilidade
entre os produtos e serviços entregues pelo contratado
e o objeto do contrato, cabendo-lhe ainda propor a
formalização de alterações qualitativas quando de
interesse da Administração, ou a rescisão da avença, nos
termos estabelecidos na Lei nº 8.666/1993”.
184
8.2. BOAS PRÁTICAS – JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 526/2013 – Plenário) Recebimento do objeto. Atestação.
Registro no processo. Identificação do fiscal responsável.
9.2.2. nos procedimentos de recebimento e de atesto de
produtos e serviços, principalmente em contratações de objetos de
maior complexidade, façam constar do processo de pagamento
documento assinado pelo responsável pela fiscalização do contrato,
com a devida identificação (nome, cargo e matrícula) desse agente,
que contenha análise com detalhamento dos requisitos
considerados para o aceite ou o atesto, com demonstração de que
os produtos ou serviços entregues atenderam ao objeto contratado,
ou, quando for o caso, o detalhamento dos serviços prestados ou
memória de cálculo do valor a ser pago, de forma a assegurar
transparência ao processo de liquidação da despesa;
185
8.2. BOAS PRÁTICAS – JURISPRUDÊNCIA DO TCU
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 1181/2013 – Plenário). Falhas no acompanhamento
da execução dos serviços. Atestação irregular. Responsabilidade.
[VOTO]
29. [...] o fiscal tem o dever de acompanhar o cumprimento
do que foi contratado e propor à autoridade competente a
adoção de providências corretivas das falhas detectadas, sob
pena de avocar para si a responsabilidade por eventuais danos
sofridos pela Administração Pública.
30. [...] Não é demais ressaltar que a produção de provas
constitui ônus do recorrente (como gestor público), que, na
qualidade de fiscal de contrato, devia ter anotado, em registro
próprio, todas as ocorrências relacionadas com a fiel execução
do ajuste, em atenção ao disposto no art. 67, § 1º, da Lei nº
8.666/1993.
186
9. Retenção dos Pagamentos
Devidos à Contratada
9.1. IMPOSSIBILIDADE DE RETENÇÃO, EM CASO DE
IRREGULARIDADE FISCAL
Jurisprudência do STJ:
(AgRg no AREsp 275.744/BA, DJe 17/06/2014)
Irregularidade fiscal. Retenção de pagamento.
1. O entendimento dominante desta Corte é no
sentido de que, apesar da exigência de regularidade
fiscal para a contratação com a Administração Pública,
não é possível a retenção de pagamento de serviços já
executados em razão do não cumprimento da referida
exigência, sob pena de enriquecimento ilícito da
Administração e violação do princípio da legalidade, haja
vista que tal providência não se encontra abarcada pelo
artigo 87 da Lei 8.666/93.
9.1. IMPOSSIBILIDADE DE RETENÇÃO, EM CASO DE
IRREGULARIDADE FISCAL
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 964/2012 – Plenário) CONSULTA.
Irregularidade fiscal. Retenção de pagamento.
Impossibilidade.
3. Verificada a irregular situação fiscal da
contratada, incluindo a seguridade social, é vedada a
retenção de pagamento por serviço já executado, ou
fornecimento já entregue, sob pena de
enriquecimento sem causa da Administração.
9.2. POSSIBILIDADE DE RETENÇÃO, EM CASO DE
IRREGULARIDADE TRABALHISTA/PREVIDENCIÁRIA
Jurisprudência do STJ:
(REsp 1010824/MG) Irregularidade previdenciária.
Retenção de pagamento. Licitude.
1. Havendo cláusula contratual no sentido de que os
serviços ajustados, após realizados, serão liquidados pela
sociedade de economia mista mediante a apresentação de
nota fiscal e comprovantes de guias de recolhimento do INSS e
do FGTS, justificado está o fato da negação do cumprimento do
pagamento quando essas obrigações não forem adimplidas.
2. O fato em si da prestação dos serviços prevista em
contrato, com cláusula contendo as exigências acima
registradas, não é suficiente para se ter como procedente
ação de cobrança.
9.2. POSSIBILIDADE DE RETENÇÃO, EM CASO DE
IRREGULARIDADE TRABALHISTA/PREVIDENCIÁRIA
Jurisprudência do STJ:
(REsp 1241862/RS, DJe 03/08/2011) Irregularidade
trabalhista. Retenção de pagamento. Licitude.
2. Nesse contexto, se a Administração pode arcar com
as obrigações trabalhistas tidas como não cumpridas
quando incorre em culpa in vigilando (mesmo que
subsidiariamente, a fim de proteger o empregado, bem
como não ferir os princípios da moralidade e da vedação
do enriquecimento sem causa), é legítimo pensar que ela
adote medidas acauteladoras do erário, retendo o
pagamento de verbas devidas a particular que, a priori,
teria dado causa ao sangramento de dinheiro público.
Precedente;
9.2. POSSIBILIDADE DE RETENÇÃO, EM CASO DE
IRREGULARIDADE TRABALHISTA/PREVIDENCIÁRIA
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 446/2011 – Plenário) Irregularidade
previdenciária. Retenção de pagamento. Licitude.
9.1.1.1. limite o pagamento dos serviços contratados à
apresentação de documento comprobatório do recolhimento
mensal do INSS e do FGTS, a cargo das empresas contratadas,
gerado pelo SEFIP - Sistema Empresa de Recolhimento do FGTS
e Informações à Previdência Social (Guia de Recolhimento do
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço e Informações à
Previdência Social - GFIP; Guia de Recolhimento do FGTS - GRF
ou documento equivalente), de acordo com a legislação e os
padrões estabelecidos pela Previdência Social e pela Caixa
Econômica Federal;
9.2. POSSIBILIDADE DE RETENÇÃO, EM CASO DE
IRREGULARIDADE TRABALHISTA/PREVIDENCIÁRIA
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 947/2010 – Plenário) Irregularidade
trabalhista. Retenção de pagamento. Licitude.
9.3.4 explicite, em atendimento ao caput do art. 71
c/c alínea “b” do inciso I do art. 73 da Lei nº 8.666/1993,
que, independentemente do uso do serviço de folha de
pagamento do Banco, qualquer pagamento está
condicionado à comprovação pela contratada de
regularidade quanto ao cumprimento das obrigações
trabalhistas - incluindo o depósito de salários -,
previdenciárias, fiscais e comerciais resultantes da
execução do contrato;
9.2. POSSIBILIDADE DE RETENÇÃO, EM CASO DE
IRREGULARIDADE TRABALHISTA/PREVIDENCIÁRIA
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 3301/2015-Plenário) Irregularidade
trabalhista e previdenciária. Retenção de pagamento.
Licitude.
É lícita a previsão contratual de retenção pela
Administração de pagamentos devidos à contratada em
valores correspondentes às obrigações trabalhistas e
previdenciárias inadimplidas, incluindo salários, demais
verbas trabalhistas e FGTS, relativas aos empregados
dedicados à execução do contrato.
9.2. POSSIBILIDADE DE RETENÇÃO, EM CASO DE
IRREGULARIDADE TRABALHISTA/PREVIDENCIÁRIA
Jurisprudência do TCU:
(Acórdão 567/2015 – Plenário) Irregularidade trabalhista e
previdenciária. Retenção de pagamento. Licitude.
[VOTO]
[...] o item 9.2.3 do Acórdão nº 964/2012-Plenário não deve
ser automaticamente aplicado a contratos em que se evidencia a
responsabilidade subsidiária do ente público contratante por
encargos trabalhistas não adimplidos pela contratada, quais
sejam, contratos de prestação de serviços terceirizados (serviços
contínuos prestados mediante cessão – ou dedicação – exclusiva
da mão de obra). No âmbito de tais contratos, a não retenção de
pagamento ante o descumprimento de obrigações trabalhistas
por parte da contratada pode caracterizar culpa por omissão da
Administração contratante. É justamente esse o entendimento
tanto do TST quanto do STJ, senão vejamos: [omissis]
9.3. RETENÇÃO DE PAGAMENTO NA IN 05/2017
IN 05/2017:
Art. 65. Até que a contratada comprove o disposto no
artigo anterior [pagamento das verbas rescisórias], o
órgão ou entidade contratante deverá reter:
[...]
II - os valores das Notas fiscais ou Faturas
correspondentes em valor proporcional ao
inadimplemento, até que a situação seja regularizada.
9.3. RETENÇÃO DE PAGAMENTO NA IN 05/2017
IN 05/2017:
Art. 66. O órgão ou entidade poderá ainda:
[...]
II - nos casos em que houver necessidade de ressarcimento
de prejuízos causados à Administração, nos termos do inciso
IV do art. 80 da Lei n.º 8.666, de 1993, reter os eventuais
créditos existentes em favor da contratada decorrentes do
contrato.
Parágrafo único. Se a multa for de valor superior ao valor da
garantia prestada, além da perda desta, responderá a
contratada pela sua diferença, a qual será descontada dos
pagamentos eventualmente devidos pela Administração ou
ainda, quando for o caso, cobrada judicialmente.