Eduardo Almeida José Sivanildo Alexandria Alexandria era o polo da cultura cristã abertura ao humanismo helenístico.
Foi a partir de Alexandria que o cristianismo
assumiu as heranças da retórica e da filosofia antigas.
É deste e para este ambiente rico e erudito
que Orígenes elaborou seus escritos. Farol de Alexandria: uma das sete maravilhas do mundo antigo Biblioteca de Alexandria: a maior de toda a Antiguidade Orígenes de Alexandria Biografia Nasceu em Alexandria, em 185 dC., no seio de uma família cristã. Ainda jovem perdeu o pai, Leônidas, martirizado por ocasião da perseguição de Septimio Severo e viu todos os bens de sua família serem confiscados pelo Estado romano, como era de costume. Em virtude do extremo ascetismo que professava, optou pela castração em plena juventude. Viveu grande parte de sua vida vinculado à Escola de Alexandria, onde criou o Didaskaleion, um centro de ensino que oferecia aos alunos uma formação em filosofia e no conhecimento das Escrituras. Orígenes morreu em Tiro, por volta de 253 ou 254, devido aos maus tratos sofridos na prisão durante a perseguição de Décio. O contexto da obra Contra Celso Por volta de 170 a 180 aC. O filósofo pagão, Celso, redige a obra Αληθης Λογος [O verdadeiro lógos]
A obra tratava de provar a falsidade do
cristianismo e de sua matriz, o judaísmo.
As duas crenças monoteístas do Império que
estariam pondo em risco a pax deorum. Quem foi Celso? Acerca do filosofo pagão Celso não se sabe quase nada, sendo impossível definir com precisão a data e o local de seu nascimento, bem como a qual escola filosófica pertenceria. Ao que parece, sua terra natal teria sido o Egito, embora nem mesmo esta informação seja segura.
A sua obra, O verdadeiro lógos, teria sido redigida já em
finais do governo de Marco Aurélio, momento em que é constatado um acirramento do confronto entre cristãos e pagãos, tanto em termos físicos quanto em termos literários. Data de composição O Contra Celso, a refutação de Orígenes a Alethes Logos, foi composta em meados do século III dC., mais precisamente em 248, sob o governo de Filipe, o Árabe, um ano antes da perseguição aos cristãos decretada por Décio, em 249.
Em termos literários, a obra exibe grande complexidade,
pois nela o autor não se limita a refutar ponto por ponto as acusações formuladas pelo filósofo, mas também empreende um ataque ao judaísmo e ao próprio paganismo. Cristianismo do III séc. Como incansável comentador das Escrituras e professor devotado, Orígenes encarnou o cristianismo do III séc. cristianismo dos mártires, dos debates com os rabinos, com os cristãos gnósticos, com os filósofos.
Desenvolvendo, dessa forma, sua própria
cosmologia otimista de salvação por meio do Verbo encarnado. Intencionalidade Rebater as acusações de Celso;
Defender a doutrina cristã perante o Império;
Estabelecer uma separação/distinção teórico
sistemática do cristianismo em relação ao judaísmo e ao paganismo;
Traçar a identidade teológica dos cristãos.
Estrutura da obra Estrutura da Obra LIVRO I – A situação ilegal dos cristãos; LIVRO II – Os judeus e os cristãos; LIVRO III – Propaganda cristã; LIVRO IV – A descida divina e suas razões; LIVRO V – Adoração e o culto dos cristãos; LIVRO VI – O Reino de Deus; LIVRO VII – A esperança dos cristãos; LIVRO VIII – A eternidade de castigo/recompensa Seleção de textos & Comentários Por que uma pessoa se torna cristã? Acusação de Celso – cristianismo é fé irrefletida, de ignorantes.
Resposta de Orígenes: n. 10 do Contra Celso
Nascimento obscuro, glória universal Denota Celso: “convencida de adultério, foi expulsa por seu marido, carpinteiro de subcategoria social. Rejeitada por seu marido, vergonhosamente vagabunda, deu à luz Jesus ocultamente; que este foi obrigado, por pobreza, a prestar seus serviços no Egito; neste país adquiriu experiência de certos poderes mágicos de que se gabam os egípcios; voltou daí muito orgulhoso desses poderes, e graças a eles, proclamou-se Deus. (n. 29). De que maneira Jesus, sem possuir nenhum dos atributos que eram próprios das pessoas influentes, conseguiu atrair multidões?
“Se eu tivesse nascido em Serifos, não seria tão
célebre; mas se tivesses tu a sorte de nascer em Atenas, não serias Temístocles!” (n.29) Orígenes apresenta o modo de agir de Jesus: “mas ele agiu como mestre da doutrina do Deus do universo, do culto a lhe ser prestado e de toda a lei moral, doutrina capaz de unir familiarmente ao Deus supremo todo aquele que por ela pauta sua vida.” (n. 30)
Como explicar o seguimento a Jesus por partes dos
seus discípulos? (n. 31) Mãe de Jesus Segundo Orígenes a fábula de adultério da Virgem Maria tem a intenção de negar a ação salvífica do Espírito Santo;
Nascimento miraculoso ou o mais ilegítimo e
vergonhoso de todos os nascimentos? “Aquele que faz as almas descerem aos corpos dos seres humanos acaso levará ao nascimento mais vergonhoso do que qualquer outro, sem mesmo o introduzir na vida humana por um matrimônio legítimo, o ser que arrostaria tantos perigos, instruiria tantos discípulos, afastaria para longe a onda de vício da massa humana?”
“Trata-se de uma alma que recebeu um corpo milagroso,
com algo de comum aos homens para poder viver entre eles, mas igualmente algo de excepcional para poder ficar isenta de pecado” (n.32) Orígenes aclara: “E a quem melhor convém dar à luz o Emanuel, o Deus conosco: à mulher que teve relações sexuais e que concebeu por paixão feminina, ou àquela que ainda é pura, santa e virgem?” (n. 33) Necessidade dos profetas Denota Orígenes a respeito da profecia: “assim me parece, não só que nosso Salvador nasceria de virgem, mas ainda que havia profetas entre os judeus.” (n 37)
E ainda acrescenta aos gregos que não creem que Jesus
nasceu de virgem: “o Criador mostrou no nascimento de animais diversos que aquilo que ele faz por um animal pode também fazer por outros e pelos próprios seres humanos, se quiser”. (n 37) Afirma Celso: afirma: “ele foi educado ocultamente, dirigiu-se ao Egito para alugar seus serviços e, depois de adquirir neste país a experiência de certos poderes, voltou proclamando que era Deus, graças a tais poderes.” (n. 39) O Batismo de Jesus Para Celso o pomba que pousara em Jesus, no dia do Batismo, não passa de uma ficção;
Celso não segue a lógica narrativa dos Evangelhos em suas
objeções;
“O Espírito que ensinou a Moisés a história mais antiga
do que ele, a que começa na criação e vai até a história de Abraão, seu antepassado, ensinou da mesma forma aos evangelistas o milagre que aconteceu no momento do batismo de Jesus.” (n. 42) Eis o paradoxo: “que as provas que valem para Jesus na Lei e nos Profetas provem igualmente que Moisés e os profetas eram profetas de Deus.” (n 45). Historicidade da vida de Jesus Jesus é o Messias anunciado pelos profetas do antigo testamento.
Temas que interligam em uma história corrente...
Aqui segui alguns tópicos que confirmam essa vida
messiânica de Jesus e seu profetismo. n. 49 – 69 As Profecias - 49 Em Belém de Judá - 51 A Paixão - 54 As duas vindas de Cristo - 56 Filiação Divina - 57 Os Magos e as Estrelas - 58 Os Apóstolos - 62 Verdadeiros e falsos feitos maravilhosos - 66 O Corpo de Jesus - 69 Os Profetas dizem que ele é da descendência de Davi (Mq 5,2) (Gn 49,10) A Paixão de Cristo tem uma razão de Fé (Is 52) As Profecias falam de duas vindas: Humana e Gloriosa Somos filhos adotivos, (Rm 8,14-15) e Cristo é superior a nós.
Cristo é o alfa e o ômega. Origem e
princípio
Seus atos são absolutamente divinos; At
5, 38-39 Os magos seriam feiticeiros A estrela representa algo novo que irá acontecer no mundo terrestre. Novos caminhos para a raça humana, assim como observou o patriarca Moisés (Nm 24,17). O Reino de Cristo é diferente do de Herodes... Quanto aos Apóstolos: Cristo escolheu homens sensatos, simples, que ensinavam o cristianismo e conseguiam submeter os homens a palavra de Deus. Não eram homens intelectuais, eloquentes como os gregos. Conquistavam os fieis pelo poder divino (Mt 9,37-38) Divindade de Jesus; corpo e alma. (Jo 14,6) Seus feitos são de conversão: reformar os costumes, hábitos e doutrinas antigas. Nasceu de uma mulher, contudo, não conheceu o pecado (Hb 4,15) (Is 5,3-9). Jesus veio evidenciar a existência de um único Deus. Bibliografia ALTANER, Berthold; STUIBER, Alfred. Patrologia: Vida, Obras e Doutrinas dos Padres da Igreja. Tradução Monjas Beneditinas. São Paulo: Paulus, 1988.