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Rafael Lopes Sales e Silva.

Mestrado Acadêmico em Planejamento


e Desenvolvimento Regional.
UNITAU
Apresentando Maio/2014.

O Enigma do Capital:
e as crises do capitalismo

David Harvey - 2011


DAVID HARVEY

Nascido em 07 de Dezembro de 1935, na


cidade de Gillingham, no condado de Kent,
situado no sudeste da Inglaterra.

Geófrafo marxista, formado pela


Universidade de Cambridge.

Professor da City University of NewYork .

Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/David_Harvey
DAVID HARVEY – Carreira Profissional

• B.A. (Hons) St John's College, Cambridge (1957).


• Doutorado. St John's College, Cambridge (1961).
• Pós-doutorado, Universidade de Uppsala, Suécia (1960-1961).
• Lecturer, Geografia, Universidade de Bristol, Reino Unido (1961-1969).
• Professor Associado, Departamento de Geografia e Engenharia
Ambiental, Universidade Johns Hopkins,(1969-1973).
• Professor, Departamento de Geografia e Engenharia Ambiental,
Universidade Johns Hopkins (1973-1987 e1993-2001).
• Halford Mackinder Professor de Geografia, Universidade Oxford (1987-1993).
•Distinguished Professor, Departamento de Antropologia, City University of
NewYork (desde 2001).
DAVID HARVEY - Livros

• Explanation in Geography, 1969.

• A Justiça Social e a Cidade, 1980.

• The Limits to Capital, 1980.

• Condição Pós-moderna. , 1993.

• Espaços de Esperança, 2004.

• O Novo Imperialismo, 2004.

• A produção capitalista do espaço, 2005.

• O enigma do capital: e as crises do capitalismo, 2011.

• Para entender O capital: Livro I, 2013.


David Harvey fala sobre os rumos do capital

[12-04-2010]
O geógrafo e professor David
Harvey, especialista em
sociologia urbana, conversou
sobre os rumos da economia
mundial nesta segunda
década do século XXI,
caracterizada por crises
imprevisíveis.
Disponível em:

http://vimeo.com/10933225
DAVID HARVEY
DAVID HARVEY
DAVID HARVEY
DAVID HARVEY
(Escrito em tempos de crise no fim
O Enigma do Capital do ano de 2009 nos Estados Unidos)
Pág.61

 Capítulo 2 – O capital reunido Páginas 41 – 54

 Capítulo 3 – O capital vai ao trabalho Páginas 55 – 90

 Capítulo 4 – O capital vai ao mercado Páginas 91 - 100

O enigma do capital é um livro sobre o fluxo do capital, afirma o próprio Harvey.


E a esse fluxo, para os que vivem sob e no capitalismo, o autor atribui a aquisição do
pão de cada dia, das casas, dos carros, dos celulares e de todos os bens e objetos de
consumo que faz parte da vida das sociedades integrantes desse sistema.

Fonte: Revista OKARA: Geografia em debate, v.6,


n.2, p. 273-286, http://www.okara.ufpb.br
O CAPITAL REUNIDO

 Como o capitalismo sobrevive e porque é tão propenso a crises?

Para entender :

• Condições necessárias para acumulação do capital florescer.

• Identificar possíveis barreiras que existem para o crescimento perpétuo.

• Como foram superadas as crises no passado.

• Quais os principais bloqueios desta vez.

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O CAPITAL REUNIDO

 “O capital não é uma coisa, mas um processo em que o


dinheiro é perpetuamente enviado em busca de mais
dinheiro”.
O CAPITAL REUNIDO

 Os Capitalistas:
 São aqueles que põem o processo de enviar o
dinheiro em busca de mais dinheiro em movimento.

Financistas:
Emprestam o dinheiro em troca de juros.
Comerciantes:
Compram barato e vendem caro.
Proprietários:
Cobram aluguéis sobre terra e imóveis.
Rentistas:
Ganham dinheiro com royalties e direito de
propriedade intelectual.
O CAPITAL REUNIDO

 Os Capitalistas:
São aqueles que põem o processo de enviar o
dinheiro em busca de mais dinheiro em movimento.

Comerciantes de bens:
Trocam títulos (ações e participações,
dívidas e contratos) por lucro.
Estado:
Também pode atuar como capitalista, por
exemplo, quando usa as receitas fiscais para
investir em infraestruturas que estimulem o
crescimento e gerem mais receitas em impostos.
O CAPITAL REUNIDO

 Mas a forma de circulação de capital que passou a dominar a partir de


meados do século XVIII é a do capital industrial ou de produção.

Supervisão
capitalista
Meios de produção

Mercadoria

Força de trabalho
O CAPITAL REUNIDO

 No setor de Serviços e Entretenimento


 Não há intervalo de tempo entre a produção e a venda da mercadoria
(embora possa haver muito tempo de preparação envolvido) .
O CAPITAL REUNIDO

 A continuidade do fluxo na circulação é muito importante.


 O processo não pode ser interrompido sem incorrer em perdas.
 Aqueles que podem se mover mais rapidamente pelas diversas fases
da circulação do capital acumulam lucros superiores aos de seus
concorrentes. A aceleração quase sempre leva a maiores lucros.
O CAPITAL REUNIDO

Qualquer interrupção no processo ameaça levar à


perda ou desvalorização do capital investido. Os
ataques de 11 de setembro de 2001 nos Estados
Unidos, interromperam o fluxo de bens, serviços e
pessoas dentro e fora de Nova York e fecharam
mercados financeiros por um tempo.

A falta de movimento a longo prazo prenuncia uma crise do capitalismo.


O CAPITAL REUNIDO

 O dinheiro reunido em certa região (por exemplo por bancos) é


investido em outra região do globo, por exemplo em uma fábrica
distante para gerar lucro.
 Para manter o crescimento é importante derrubar as barreiras de
distância e comunicação, aumentar a abertura das fronteiras
comerciais e financeiras e assinar acordos de livre comércio.

Como seria hoje a Europa com barreiras comerciais?


O CAPITAL REUNIDO

 Porque os capitalistas reinvestem na expansão, em vez de consumir


seus lucros em prazeres? Reinvestir para permanecer capitalista.
 Concorrência – Se eu não reinvestir meu concorrente o fará!
 Dinheiro como forma de poder social.
Existe limite para acumulação de bens (terra, iates
e até sapatos) mas não existem limites inerentes para
acumulação de dinheiro. Imelda Marcos e sua coleção
de 6000 sapatos nas Filipinas.

A ganância pessoal pelo ouro não é nada nova, é claro.


O CAPITAL REUNIDO

 Na ausência de quaisquer limites ou barreiras, a necessidade de


reinvestir a fim de continuar a ser um capitalista impulsiona o
capitalismo a se expandir.
 Isso cria então uma necessidade permanente de encontrar novos
campos de atividade para absorver o capital reinvestido. Daí “o
problema da absorção do excedente de capital”.

De onde virão as novas oportunidades de investimento?

Se os obstáculos à circulação do capital se tornarem instransponíveis


ocorrerá a crise.
O CAPITAL REUNIDO

(definida como uma condição em que os excedentes


Crise: de produção e reinvestimentos estão bloqueados).

 Se o crescimento não recomeça, então o capital


superacumulado se desvaloriza ou é destruído.
Exemplos:
Queda dos bancos suecos em 1992, recessão japonesa desde 1990 e
outras crises globais (como em 1848, 1929, 1973 e 2008).
 Numa crise geral, uma grande quantidade de capital fica
desvalorizada, estima-se que 50 trilhões de dólares na crise atual. (2011)
O CAPITAL REUNIDO

 Capital desvalorizado pode existir de muitas formas:


Fábricas desertas e abandonadas; áreas de escritório e lojas de varejo
vazias; mercadorias excedentes que não podem ser vendidas;
dinheiro ocioso sem ganhar nenhuma taxa de retorno; declínio dos
valores de ativos e ações; terras, propriedades, objetos de arte, etc.
O CAPITAL REUNIDO

 Joseph Schumpeter e Karl Marx escreveram detalhadamente sobre


as tendências “criativo-destrutivas” do capitalismo.
 Os schumpeterianos têm vangloriado a criatividade sem fim do
capitalismo, tratando a destrutividade como uma questão de custos
normais dos negócios (embora às vezes esta fuja ao controle).

 Marx, em 1941, contrastou o ilimitado potencial de


acumulação monetária, com os aspectos limitadores de
atividade material (produção, troca e consumo de
mercadorias).
Ele sugere que o capital não consegue tolerar tais limites.
O CAPITAL REUNIDO

 O mundo tem sido feito e refeito desde 1750.


 O desempenho do capitalismo nos últimos 200 anos tem sido nada
além de surpreendentemente criativo.
 O capitalismo tem sobrevivido até agora apesar de muitas previsões
sobre sua morte iminente.
 Há, portanto, uma luta perpétua para converter limites
aparentemente absolutos em barreiras que possam ser
transcendidas ou contornadas.

Como isso acontece e quais são seus limites principais?


O CAPITAL REUNIDO
 Seis barreiras potenciais à acumulação devem ser negociadas para o
capital ser reproduzido:
 1 – Capital inicial sob a forma de dinheiro insuficiente.
 2 – Escassez de oferta de trabalho ou dificuldades políticas com esta.
 3 – Meios de produção inadequados, incluindo os “limites naturais”.
 4 – Tecnologias e formas organizacionais inadequadas.
 5 – Resistências ou ineficiências no processo de trabalho.
 6 – Falta de demanda de dinheiro para pagar no mercado.
Um bloqueio prolongado de qualquer um desses pontos interrompe a
continuidade de fluxo de capital e acaba produzindo uma crise de desvalorização.
O CAPITAL REUNIDO

 A acumulação inicial do capital no fim da época medieval na Europa


se conseguiu por meios extralegais, o roubo espanhol de ouro do império
Inca foi um exemplo.
 Nos estágios iniciais o capital não
circulou diretamente por meio da
produção, assumindo outras diversas
formas, como capital agrário,
comerciante, fundiário e, por vezes,
mercantilista de Estado.
 Com ouro demais e bens de menos o
resultado foi a “grande inflação” do
século XVI na Europa.
O CAPITAL REUNIDO

 Somente em torno de 1750 é que os capitalistas


aprenderam a circular o capital através da produção
empregando trabalho assalariado.
 A ascensão progressiva da burguesia lhe deu poder para
influenciar e reconstruir as formas de estado, dominando
inclusive instituições militares e administrativas, além
dos sistemas jurídicos.

 Estabelecendo‐se uma relação estreita entre estado e


finanças, através de estruturas de governança nas que a
gestão do Estado e parte integrante da criação e da
circulação do capital.
O CAPITAL REUNIDO

 O sistema de crédito e as instituições especializadas na reunião e


distribuição do poder do dinheiro por meio do sistema de credito dá a
uma classe privilegiada de financistas um poder social imenso em
relação aos produtores.
 Objetivando superar qualquer obstrução potencial à livre circulação
de capitais, grandes construções e investimentos externos são feitos;
os exemplos se entendem ao longo da história chegando a época
atual.
O CAPITAL REUNIDO

O Canal da Mancha é um braço de mar


que é parte do Oceano Atlântico e que
separa a ilha da Grã-Bretanha do norte da
França e une o Mar do Norte ao Atlântico.

• Inaugurado em Maio de 1994, o


Eurotunnel custou 4,650 bilhões de
libras esterlinas.
• Os trens, que transportam cargas
e passageiros, são os maiores trens
de alta velocidade do mundo.
O CAPITAL REUNIDO

 Despossuir pequenos operadores (lojas de bairro ou agricultura


familiar) para abrir caminho para grandes empresas também é
prática frequente .
 O capital excedente na Grã-Bretanha no fim do século XIX; foi
enviado para os Estados Unidos, a Argentina, a África do Sul, ou
qualquer outro lugar onde não ficasse parado e pudesse ser usado
com rentabilidade;. Hoje pode-se financiar fábricas que exploram
trabalhadores na China ou Vietnã.
 Para isto funcionar bem é que foram criados acordos para facilitar e
regulamentar os fluxos internacionais de capital.
O CAPITAL REUNIDO

 O nexo Estado‐finanças funciona há muito tempo como “sistema


nervoso central” da acumulação de capital, compartilhando
características de uma instituição feudal, exercendo poderes
totalmente antidemocráticos sobre como o capital circula ou se
acumula e sobre a maioria dos aspectos da vida social.

“...toda circulação de capital é especulativa de cabo a rabo”

 Espera-se que o dinheiro lançado para circular no


início do dia retorne com lucro no fim do dia, mas nem
sempre é assim; desta forma temos o empresário
criativo de um lado (quando ganha) e do outro o vil
especulador capitalista (que lucra sobre as perdas do
empresário).
O CAPITAL REUNIDO
 Cada Estado tem uma forma particular de nexo Estado-finanças. As
variações geográficas nos arranjos institucionais são consideráveis; as
potências envolvidas, são normalmente da elite, peritos, altamente
tecnocráticos e antidemocráticos.
 Quando se tende a favorecer interesses particulares em vez de gerais, a
indignação popular ocorre tentando restabelecer o equilíbrio.
A simpatia popular com os ladrões
de banco “Bonnie e Clyde” ocorreu
frente a indignação do povo dos
Estados Unidos contra os bancos e
financistas que foram
responsabilizados pelos males da
década de 1930.
33
O CAPITAL VAI AO TRABALHO

 Estando o dinheiro reunido nas mão corretas, no lugar correto e no


momento correto, então deve ser colocado para trabalhar, mobilizando
as matérias primas, as instalações e equipamentos, os fluxos de energia e
a força de trabalho para produzir uma mercadoria.
 A acumulação contínua a uma taxa composta depende da disponibilidade
permanente de reservas suficientes de acesso à força de trabalho.

Força de trabalho “exército industrial de reserva”


para Marx
O CAPITAL VAI AO TRABALHO

 Sendo a força de trabalho necessária para a expansão do capital,


esse exército deve ser: - Acessível,
- Socializado,
- Disciplinado,
- Flexível,
- Dócil,
- Manipulável,
- Qualificado quando necessário.
Sem essas condições o capital estará
sujeito a um sério obstáculo.
O CAPITAL VAI AO TRABALHO

A massa da população tem que trabalhar para o capital poder sobreviver.

 Despossuir camponeses de suas terras faz parte desse processo, deixando


a população disponível nas cidades para ser força de trabalho, como uma
mercadoria no mercado.

 A mobilização de mulheres, que hoje forma a espinha


dorsal da força de trabalho global, criou uma piscina
enorme de força de trabalho para a expansão
capitalista.
O CAPITAL VAI AO TRABALHO

 Para manipular simultaneamente a oferta e a demanda de trabalho o


capital precisa de um exército “flutuante” de trabalhadores
desempregados e prontos a aceitar uma vaga de emprego mesmo
por um salário baixo.
Escassez de trabalho significa aumento dos salários.
Salários mais altos são um corte na rentabilidade do capitalista.
 Para manter esse controle existem políticas de imigração e inclusive
políticas pró-natalidade.
Altas taxas de desemprego redisciplinam o trabalho,
fazendo-o aceitar uma taxa de salário menor.
O CAPITAL VAI AO TRABALHO

 As tecnologias de economia de trabalho e as inovações organizacionais


podem mandar as pessoas para fora do trabalho, de volta à reserva
industrial.
 Sabendo disto, o trabalho luta com frequência contra a implementação
de novas tecnologias.
 “Acordos de produtividade” para aceitar as novas tecnologias em troca
de segurança no trabalho, tornaram-se importantes no processo de
negociação sindical depois de 1945 nos países capitalistas avançados.
O CAPITAL VAI AO TRABALHO

 Os capitalistas procuram controlar o trabalho colocando os


trabalhadores em concorrência uns com os outros.
 A força de trabalho tem gênero, raça, etnia e tribo ou se divide pela
língua, política, orientação sexual e crença religiosa. Essas diferenças
são fundamentais para o funcionamento do mercado de trabalho.
São ferramentas para os capitalistas administrarem a oferta de
trabalho em conjunto com os setores que usam o racismo e o
machismo para minimizar a competição.
“Salário igual para trabalho igual”
Continua sendo irreal, mesmo nos Estados Unidos com a diferença
entre asiáticos e hispânicos e principalmente no Leste Asiático.
O CAPITAL VAI AO TRABALHO
 Sendo o mercado de trabalho local, mais ainda para os trabalhadores do que para
os capitalistas, ações de solidariedade social e política de igualdade só funcionariam
se fossem construídas em primeiro lugar numa base geográfica local (região) antes
de se pensar em qualquer movimento nacional ou mesmo internacional.
 A taxa de salário real deve ser definida pelos custos
de fornecimento dos bens e serviços necessários para
reproduzir a força de trabalho em um determinado
padrão de vida aceitável.
Como os mercados são locais, e os padrões de vida
diferenciados, o governo federal dos Estados Unidos ,
na segunda metade da década de 1990 foi oposto ao
aumento do salário mínimo nacional; por outro lado
cresceu o advento Wal-Mart e os bens de varejo
baratos chineses.
O CAPITAL VAI AO TRABALHO

 A relação capital-trabalho sempre tem um papel central na dinâmica


do capitalismo e pode estar na origem das crises.
 Atualmente os problemas encontrados estão no fato do capital ser
muito poderoso e o trabalho muito fraco, não o contrário.
O CAPITAL VAI AO TRABALHO

 O capital tem que produzir as condições para sua própria expansão


continuada antes mesmo de expandir.
 Para evitar ficar parado e se desvalorizar o capital, por exemplo de
uma indústria automobilística , precisa contar com a força de
trabalho além de aço, plástico, componentes eletrônicos e pneus de
borracha.
 Os modernos carros que contam com central multimídia e GPS não
pode esperar pelo fornecedor, desta forma os fluxos de
abastecimento devem ser confiáveis para garantir a continuidade do
fluxo do capital.
O CAPITAL VAI AO TRABALHO

 Cada vez mais os Os produtores sinalizam antes quantos meios de


produção vão precisar, as empresas fornecedoras
produtores lidam calculam sua produção de acordo com esse sinal.
diretamente com os
fornecedores que
assumem a entrega de
componentes com
qualidade dentro do
sistema “na hora certa”
que minimizam o custo
de estoques ociosos.
O CAPITAL VAI AO TRABALHO

 Além da força de
trabalho e do
fornecimento de
insumos , uma
indústria também
deve lidar com
energia, água e
outros fatores ,
alguns destes
relacionados ao
Estado.
O CAPITAL VAI AO TRABALHO

 Internacionalmente, acordos mercantis e capitalistas derrubam


barreiras para a acumulação de capital.
 Esses acordos visam garantir uma taxa de crescimento composto
de 3% que constitui a força motriz capitalista.
 Essa taxa de crescimento inevitavelmente sugere modificações
ambientais (na busca de recursos naturais e para abrir espaço) e
adequação de países não mercantilistas ou capitalistas.
O CAPITAL VAI AO TRABALHO

 São missões prioritárias do FMI e do Banco Mundial garantir um bom


clima de negócios (incluindo a supressão da corrupção e da
ilegalidade) mesmo com Estados fracassados.
 A OMC tem acordos de “bom comportamento” comercial, regulando
o comercio entre os países que assinam estes acordos e a Europa e os
EUA.
O CAPITAL VAI AO TRABALHO

 A natureza tem sido modificada pela ação humana ao longo dos tempos.

 A vasta infraestrutura que constitui o ambiente construído é um pressuposto


material necessário para a produção capitalista, a circulação e a acumulação
avançarem.
O CAPITAL VAI AO TRABALHO

 Mas não só de concorrência vive o capitalismo. Outras instâncias como a


promoção da inovação são decisivas.
 Assim, em 1648, na Europa se consolidou um sistema interestadual putativo.
 A partir de então as “sociedades
Significado de Putativo http://www.dicio.com.br/putativo/w.dicio.com.br/putativo/
científicas” começaram a busca por
tecnologia militares, formas adj. O que é suposto, julgado.
organizacionais, transportes e Concedido de maneira falsa a algo ou alguém:
Título putativo. Título cuja existência admite um proprietário para um bem que talvez não exista.
comunicações.

 Mas somente após a Segunda Guerra Mundial, com a corrida por armas da
Guerra Fria, a Corrida ao Espaço, entre outros, que o Estado se envolveu
diretamente na atividade de P&D (pesquisa e desenvolvimento).
O CAPITAL VAI AO TRABALHO

 Períodos de guerra tiveram um papel crucial na orientação dos


caminhos da inovação. A segurança torna-se assim um grande negócio.
 A P&D, sustentando vantagens comparativas na economia global lida
então com um vasto leque que inclui:
Saúde, alimentação, agricultura, transportes, comunicações e energia,
além das tradicionais militares e segurança.
O CAPITAL VAI AO TRABALHO

 As ondas de inovação acelerando o ritmo de mudanças podem ser


perigosas, inclusive para o capital assim, desde a década de 1950, o
consumismo foi incentivado para manter a crescente demanda
efetivamente no centro da sustentabilidade do capitalismo.
 Frequentemente os trabalhadores se mostram contra a introdução
de novas tecnologias industriais, desta forma os sindicatos e o
capital devem fazer acordos.
O CAPITAL VAI AO TRABALHO

 O capitalista portanto é dependente do trabalhador no processo de


trabalho.
 A regulação jurídica trabalhista é local, variando imensamente de
uma região para outra, podemos falar inclusive em cultura local de
trabalho que inclui valores culturais mais amplos – como o
patriarcado, o respeito à autoridade, as relações sociais de
denominação e de submissão.
Vá a um hospital ou restaurante e note
gênero, raça e etnia dos que fazem diferentes
tarefas e torna-se evidente como as relações
de poder dentro do processo coletivo de
trabalho são distribuídas entre diferentes
grupos sociais.
O CAPITAL VAI AO TRABALHO
As lutas sociais no chão de fábricas e nos
campos, nos escritórios, nas lojas e nos
canteiros de obra, bem como na produção
dos espaços, nos lugares e ambientes
construídos, definem um ponto de
bloqueio potencial para a acumulação do
capital que está perpetuamente presente
e que precisa ser perpetuamente
contornado para o capitalismo sobreviver.
O CAPITAL VAI AO MERCADO

 O último obstáculo para a acumulação


perpétua está no mercado.
 O Produto entra no Mercado para ser trocado
pelo dinheiro que o gerou acrescido de Lucro.
 É mais fácil converter o dinheiro em
mercadoria do que reconverter a mercadoria
em dinheiro novamente.
 Isso porque alguém tem que querer, precisar
ou necessitar daquela mercadoria e ainda
tem que ter dinheiro para comprá-la.

53
O CAPITAL VAI AO MERCADO

 Se ninguém quiser ou puder comprar, então não há venda, o lucro


não é realizado, e o capital inicial é perdido.
 Para estimular as vendas uma vasta indústria de publicidade foi
criada, isso permitiu a absorção de um conjunto de mercadorias e
serviços, a fim de sustentar o capital.

 Após a Segunda Guerra Mundial, a


emergência do estilo de vida
suburbano trouxe desejos por
equipamentos que apoiassem o novo
estilo de vida, estes desejos/vontades
passaram rapidamente a necessidade
absoluta.
O CAPITAL VAI AO MERCADO

 A criação perpétua de novas necessidades é uma condição essencial


para a continuidade da acumulação do capital.
70% da atividade econômica dos EUA dependem do consumismo.
 Caso não exista consumo, ocorre a chamada Crise de Subconsumo.
 A massa salarial é sempre menor do que o capital total em circulação,
uma política de repressão salarial aumenta a possibilidade de crise.
O CAPITAL VAI AO MERCADO

 Para Marx, a solução reside no consumo capitalista.


 Para Keynes, a “armadilha da liquidez” é quanto mais pessoas
acumularem dinheiro ao invés de gastá-lo maior será a probabilidade
de a demanda efetiva entrar em colapso e menor será a rentabilidade
do reinvestimento na produção.
 De acordo com o relatório da ONU de 1996, 300 famílias controlam
40% da riqueza do mundo. Estes bilionários gastam, mas existe
limite para o número de iates e sapatos assim, acabam acumulando
muito mais do que gastando. (1)
O CAPITAL VAI AO MERCADO

 Para o reinvestimento acontecer, três condições fundamentais devem


ser realizadas:
1 - Os capitalistas devem colocar imediatamente o dinheiro que ganharam
ontem outra vez em circulação como novo capital.
2 – O intervalo de tempo entre o reinvestimento de hoje e a produção de
excedente de ontem deve ser superado de alguma forma. (crédito)
3 – O dinheiro sob forma de crédito recebido deve ser gasto com a compra
de bens de base e meios de produção extras que já foram produzidos.
O CAPITAL VAI AO MERCADO

 Se o capitalismo quiser sobreviver, deve gerar e


internalizar sua própria demanda efetiva.
Razão pela qual 3% de crescimento requerem
3% de reinvestimento.
 A preservação da competitividade é necessária
para a sobrevivência do capitalismo.
 A fé no sistema é fundamental e a perda da
confiança, como aconteceu em 2008, pode ser
fatal.
O CAPITAL VAI AO MERCADO

 Há uma tendência natural das pessoas guardarem


dinheiro, precisamente porque é uma forma de
poder social. Mas quanto mais pessoas guardam
dinheiro maior a ameaça contra a continuidade da
circulação. Img bolsa
de valores
 Para soltar o dinheiro novamente para a circulação
as pessoas precisam de instituições seguras e
confiáveis na qual possa colocar seu dinheiro
pessoal à disposição de outra pessoa em busca de
aventuras lucrativas. A confiança no sistema
torna-se crucial.
O CAPITAL VAI AO MERCADO

 O sistema de crédito veio para manter a circulação do capital e


resolver o problema da demanda efetiva insuficiente.
 Em curto prazo, o crédito serve para suavizar pequenos problemas,
mas, em longo prazo, tende a acumular as contradições e tensões. Ele
espalha os riscos, ao mesmo tempo que acumula.
 Quando a bolha de crédito estoura, o que inevitavelmente ocorre, a
economia toda mergulha em um espiral descendente do tipo do que
ocorreu em 2007 nos EUA. O capitalismo precisou então recriar o
equivalente à reserva de ouro, como acontecia na época feudal; neste
caso recorreu a instituições neofeudais como a Federal Reserve.
O CAPITAL VAI AO MERCADO

 Buscando na teorização das crises explicações para a propensão do


capitalismo às crises, os três campos de pensamento são:
1 - O esmagamento do lucro - os lucros caem porque os salários reais
aumentam.
2 - A queda da taxa de lucro - mudanças tecnológicas que poupam
trabalho se voltam contra o capitalista e a concorrência “ruinosa”
derruba os preços.
3 – As tradições do subconsumo – a falta de demanda efetiva e a
tendência para a estagnação associadas com a monopolização
excessiva.
CONCLUSÃO

 O capitalismo precisa manter o capital em circulação para se manter,


acontece que as crises ocorrem frequentemente e cada vez que surgem
novas formas de enfrentá-las são criadas, o que mantém o sistema ativo.
 Alguns dos bloqueios ao capital são conhecidos e de domínio previsto, mas
outros surpreendem.
 Aparentemente as crises não tem apenas facetas negativas, no sentido que
servem para disciplinar o proletariado e devolver o poder aos capitalistas.
 Vejo o crescimento do capital como uma espiral ascendente e crescente
(um vortex) com muitos obstáculos (como nós em uma corda) em suas
trajetórias, que atrapalham, mas até o momento não o derrubaram.

62
CONCLUSÃO

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montada do
labirinto + vortice
com emprego, casa,
terra, jóias...
Principais consultas Bibliográficas:

 O enigma do capital: e as crises do capitalismo. HARVEY, David. São Paulo:


Ed. Boitempo, 2011. Capítulos 02 a 04.
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 Revista OKARA: Geografia em debate. V.6. n.2. p. 273-286, 2012. ISSN 1982-
3878. João Pessoa, PB. http://www.okara.ufpb.br.
Acessado em : 30 de Abril de 2014.
 As vantagens logísticas e tributárias obtidas com a implantação do RECOF na
indústria automobilística. GUARNIERI; BORTOLLI; DUTRA e HATAKEYAMA.
http://dx.doi.org/10.1590/S0103-65132008000100008
Acessado em: 30 de Abril de 2014. ISSN 0103-6513.
 The Next Stage – Society after Capitalism. DAVIS , Nathan. 2003. PDF File.

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