Delitos – direito romano

DELICTUM- ato antijurídico praticado por um homem contra outro indivíduo, transgressão, ilicitude.
Ocorria qdo o autor infringindo a lei causava danos a uma pessoa ou ao patrimônio alheio.
Sanções- corporais; restritivas à liberdade, havia sanção indenizatória referente aos prejuízos causados-
delito fonte obrigacional.
Autor deveria sanar o dano material e a ofensa física ser compensada.

Espécies de delitos

Delitos privados- atos ilícitos que atingiam a pessoa ou bens do particular, acarretando o
pagamento de certa quantia de dinheiro, chamada poena em proveito da vítima. Esta solicitava
indenização pecuniária correspondente ao dano sofrido. Dos delitos privados nasciam ações penais com
as seguintes características:
1- eram intransmissíveis ativa ou passivamente (vítima e ofensor, exclusivamente), mais tarde passaram a
transmitir-se ativamente( herdeiros da vítima);
2- regime noxal- fillius familias , escravo ou animal do pater, era facultado: pagar a pena a que fosse
condenado; abandono do filho, escravo ou animal em favor da vítima;
3-não extinguiam com a capitis deminutio do ofensor, nem com sua manumissão;
4´podiam ser cumuladas com ações reipersecutórias (ações que vão buscar o objeto aonde estiverem-
restituição da coisa ou ressarcimento do prejuízo) e ações penais (visavam à punição do ofensor)
5- se vários autores, cada um estava obrigado a pagar à vitima o valor total da pena, objeto da
condenação, porque a pena não se divide entre eles (infratores), tem que cumpri-la totalmente;
6-as ações eram imprescritíveis nos delitos civis(jus civile); delitos pretorianos só eram concedidas dentro
de um ano a partir da ocorrência do ato ilícito reprimido pelo pretor
 Delitos- direito romano
• Os delitos privados eram de dois tipos :delitos civis e pretorianos
• delitos civis- previstos no direito civil- resultavam obrigações para quem os
cometia. Eram de 4 espécies:
• A) INJURIA- ato praticado sem que se tenha direito, violência física de natureza leve
ou moral , causada por uma pessoa à outra. Prazo prescricional 12 meses- após
esse tempo o réu seria perdoado. No direito antigo (lei decenviral) a pena era de
talião ou através de penas pecuniárias. O pretor alargou o entendimento , e a
injuria passou a abranger a ofensa moral com significado de difamação;
• B) FURTUM- subtração fraudulenta de coisa alheia. Espécies: furtum rei (subtrair
coisa de um proprietário); furtum possessionis- apropriação indevida da posse
(ex:penhor); furtum usus- uso de uma coisa com prejuízo ao titular (ex: depósito).
• Duas categorias de furto: furtum manifestum e furtum nec manifestum;
• C) RAPINA-era o furto qualificado pelo emprego da violência (roubo). Indenização
estimada no quádruplo do valor do objeto, além da ação reipersecutória;
• D) DAMNUM DATA INJURIA- dano injustamente causado, dano produzido contra o
direito. Eram danos materiais causados à propriedade alheia, era um delito que
empobrecia a vítima sem enriquecer seu autor (ofensor). Protegida pela Lex Aquilia
(SÉC. II ou III a. C)- princípio da indenização por danos (atentado material à coisa)
 Delitos- direito romano
• Delitos pretorianos- conhecidos pelos pretores (magistrados) romanos. Espécies:
• A) violência (vis)- é ação exercida por uma pessoa sobre outra, obrigando-a a
praticar um ato prejudicial.Metus é o estado de espírito causado pela vis. O pretor
considera sem valor os atos jurídicos praticados sob violência. Violência pode
consistir em fatos de natureza material concreta (vis absoluta) ou em simples
ameaça (vis compulsiva), devendo intimidar um homem equilibrado
• B) dolo (dolus)- é toda maquinação fraudulenta , todo procedimento que oculta ou
falseia a realidade. Emprego de artimanha ou má-fé que acarreta dano à vítima-
simulação;
• C) fraude (fraus)-palavra empregada com varios sentidos designando ato
desonesto visando enganar , ludibriar pessoas. Espécies: 1- fraude cometida pelo
liberto em detrimento dos direitos sucessórios do pater; 2- fraude contra credores-
ação cometida por um devedor insolvente em detrimento dos credores, é manobra
voluntária executada pelo devedor para tornar-se insolvente ou agravar seu estado
de insolvência, diminuindo seu patrimônio, lesando credores. Ação pauliana ou
revocatória visava proteger os credores ,podia ser dirigida também contra terceiro
que se beneficiava com a operação criminosa.
 Delitos –direito romano
• Delitos públicos
• Atos lesivos aos interesses da cidade ou ao Estado Romano. Os infratores estavam
sujeitos a punição do Estado que aplicava penas severas. EX: traição; assassinato de
um homem livre; falso testemunho; incendio voluntário. Esses delitos eram
julgados por tribunais especiais, nomeados por assembléias do povo ou pelo
Senado.
 Quase delito- direito romano
• Responsabilidade sem culpa= responsabilidade extracontratual ou aquiliana
• No direito romano era impossível estabelecer distinção nítida entre o delito e o
quase delito como ocorre no direito civil atual. No primeiro está a intenção de
prejudicar, ao ´passo que no segundo, o dano é decorrente de negligência,
imprudência ou imperícia.
• Em Roma, o delito nem sempre abriga a intenção de prejudicar, como por
exemplo o que é regulado pela Lei Aquilia e o quase delito, pode verificar-se
dolosamente quando o juiz desvirtua o processo, falseando a verdade,
intencionalmente, p/a beneficiar-se com o resultado. Espécies:
• 1- processo mal julgado pelo juiz- o juiz devia ser imparcial, qdo procedia de má-
fé ou fosse venal ou negligente, caberia em favor da vítima uma ação pretoriana
ex bono at aequo , baseada na equidade – apuração tinha interesse coletivo;
• 2-objeto atirado em via pública- o habitador é passível de ação pretoriana
independentemente de culpa- direito classifica como responsabilidade objetiva ou
responsabilidade sem culpa- cabia ação popular-ex bono et aequo por dano- havia
interesse econômico;
• 3-objeto suspenso em via pública de forma a causar ameaça aos transeuntes-
ação popular dirigida contra o habitador- actio positis et suspensis- multa e
remoção do objeto
 Quase delito- direito romano
• 4- prejuízos causados à coisa alheia por prepostos- se empregados de navios,
hospedarias, estábulos causavam danos aos objetos que lhes foram confiados, ou
os furtavam, a vítima podia pedir ao pretor que lhe concedesse contra o patrão
uma actio furti et damni- no valor do dobro do preço da coisa- culpa in eligendo-
interesse econômico