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As estrelas descem à Terra

Theodor W. Adorno

Bruno Guedes Ferreira


Theodor W. Adorno
• Nasce em 1903, em Frankfurt, Alemanha.
• Estudos em filosofia, sociologia, psicologia e
musicologia que influenciam toda sua obra.
• Sendo judeu, Adorno durante a Segunda Guerra
Mundial leciona nos Estados Unidos e Inglaterra
até 1949, e são nestes anos que publica A dialética
do esclarecimento e A personalisade autoritária.
• Tem como grandes influências autores como Karl
Marx, Max Weber, Georg Lukacs e Sigmund
Freud.
• Teve como grande parceiro acadêmico Max
Horkheimer.
• O livro analisado – As estrelas descem à Terra –
faz parte da teoria sobre a Industria Cultural.
As estrelas descem à Terra

• O livro trata de uma análise de conteúdo da


coluna de astrologia, escrita por Caroll Righter, do
jornal Los Angeles Times de novembro de 1952
até fevereiro de 1953.
• Adorno reconhece o limitado e especifico material
que tem para fazer uma analise e por estas razões
prefere não fazer nenhuma generalização durante
seus escritos.
• O autor se Baseia em teorias psicanalíticas de
Freud para traçar o perfil do leitor desta coluna de
astrologia.
• A base filosófica do estudo está ligada a obra
clássica de Adorno e Horkheimer, a Dialética do
esclarecimento, principalmente na discussão entre
racionalidade e irracionalidade que o autor busca
trazer neste livro.
As estrelas descem à Terra – o livro

• Adorno deixa claro a fraqueza de ego que os


leitores da coluna possuem em uma situação de
fragilidade social e econômica real. Essa fraqueza
é o ponto de apoio da coluna analisada, uma vez
que Righter utiliza, segundo Adorno, dessa
estratégia para manter a dependência, e um certo
poder, do leitor em relação à coluna.
• A coluna tem com seus leitores uma relação de
tutelamento, já que a mesma não visa emancipar
os leitores de suas fragilidades, e sim, explora-las
para que o leitor continue a ser dependente dos
seus “conhecimentos”.
• Adorno classifica a astrologia como “a
irracionalidade das relações entre a astronomia e a
psicologia, para as quais não existe um
denominador comum, uma ‘base lógica’” (p. 183)
As estrelas descem à Terra – o livro

• A base para a astrologia, segundo Adorno, não é


irracional uma vez que ela se baseia em dois
conhecimentos racionais. No entanto o que a torna
uma superstição é o fato de que a mesma tenta
afirmar, de forma decisiva, que tanto a astronomia
quanto a psicologia estão interconectadas.
• Adorno diz: “Esse mistério, entretanto, não é
meramente superstição. Ele é a expressão negativa
da organização do trabalho e, mais especificamente
da organização da ciência.” (p. 182)
• A astrologia é vista como uma “fábrica de sonhos”,
termo que também se aplica aos filmes, onde esta
“produz sua aparência de normalidade e sua
aceitação social”. (p.59) Isto é possível uma vez que
o conteúdo da coluna por vezes, segundo o autor, se
mostra exageradamente realista ao mesmo tempo em
que se baseia em fontes irracionais, como sugestões
de marcar encontros, reuniões ou entrevistas em
determinados dias.
As estrelas descem à Terra – o livro

• Quanto aos leitores da coluna –de um jornal


classificado como conservador, inclinado a ala
direita do Partido Republicano – Adorno é
bastante enfático em dizer a relação destes com a
astrologia: “o fato de que as pessoas ‘escolhem’ a
astrologia indica, de certa forma, uma falta de
integração intelectual, talvez oriunda tanto da
opacidade do mundo social de hoje, que exige
atalhos intelectuais, quanto da expansão de uma
pseudo-erudição”.
• A pseudo-erudição que Adorno relata não advêm
somente dos leitores, mas mais diretamente do
colunista que tenta transmiti-la para esses
primeiros, dando um ar de importância e
cientificidade para a astrologia.
As estrelas descem à Terra – a ideologia

• A questão do conceito de ideologia não é


discutida de forma profunda pelo autor nesse
texto, no entanto, existem diversas referências
sobre a mesma ao longo do livro.
• Adorno se utiliza da astrologia como maneira de
descobrir o que ela indica como sintoma de
algumas tendências da sociedade.
• A questão da dependência que o leitor tem com a
astrologia é o primeiro fato que chama atenção.
Algo que o autor prefere denominar de “ideologia
para a dependência” (p. 176) justificando que essa
relação é “uma tentativa de fortalecer e, de
alguma forma, justificar condições penosas que
parecem mais toleráveis quando se tornam alvo de
uma atitude afirmativa” (idem)
As estrelas descem à Terra – a ideologia

• A comparação que o autor faz é com a percepção


a qual a maioria das pessoas tem do sistema em
que vivem como sendo algo irracional, e disto ele
conclui: “elas se sentem como se tudo estivesse
ligado com todo o resto, como se não houvesse
saída, mas, ao mesmo tempo, percebem que o
mecanismo completo é tão complicado que sua
razão de ser é incompreensível e, mais ainda,
suspeitam que essa organização sistemática e
fechada da sociedade não serve realmente aos
seus desejos e necessidades, mas possui uma
qualidade fetichista e ‘irracional’ que se
autoperpetua, estranhamente alienada da vida que,
dessa forma, está sendo construída”. (p. 177)
• Dessa forma o pensamento astrológico indicaria,
por um lado, um mundo ‘desiludido’ e, por outro
lado, um aumento da desilusão, uma vez que essa
submete o humano, mais ainda, à natureza cega.
As estrelas descem à Terra – a ideologia

• A questão da dominação que o pensar astrológico


traz para seus seguidores é justamente a tentativa
destes de transcenderem a realidade existente,
uma vez que, para o autor, essas pessoas se
tornaram incapazes de pensar ou conceber
qualquer coisa que não o que já existe.
• Mas o que a astrologia faz é o contrario, como
exemplifica Adorno. “No lugar de um processo
intelectual complicado, extenuante e difícil, que
poderia superar a sensação de insipidez pela
compreensão do que é que torna o mundo tão
insípido, busca-se um atalho desesperado que
oferece um entendimento espúrio e uma fuga para
um reino supostamente superior” (p. 181)
As estrelas descem à Terra – a ideologia

• A explicação que o autor encontra para a


existência da astrologia é a divisão do trabalho.
• O autor reconhece que a divisão do trabalho está
na base de todo o processo vital da sociedade e
que a astrologia é produto da brecha existente
entre a vida empírica do homem e a ciência da
astronomia (que Adorno classifica como conexão
arbitrária do que está desconectado) e, sendo
assim, “pode-se dizer que a própria
irracionalidade brota do princípio de
racionalização que evolui em nome da maior
eficiência, a divisão do trabalho.” (p. 183)
• Além disto Adorno consegue enxergar na
astrologia um nível da divisão existente dentro da
sociedade no trecho que segue.
As estrelas descem à Terra – a ideologia

• “ Aspessoas ingênuas, que mais ou menos aceitam


sem questionar tudo que acontece, dificilmente
fazem as perguntas que a astrologia pretende
responder; as pessoas realmente educadas e
inteiramente desenvolvidas intelectualmente, por
sua vez, são capazes de enxergar a falácia da
astrologia.” (p.185)
• E conclui como este fato pode ser relacionado
com a divisão do trabalho “Assim, a astrologia pe
uma expressão do impasse alcançado pela divisão
do trabalho intelectual não apenas em termos
objetivos, mas também subjetivamente, sendo
direcionada àqueles cujas mentes foram
condicionadas e distorcidas pela divisão do
trabalho” (p. 186)
As estrelas descem à Terra – a ideologia
• É de se destacar que Adorno coloca a astrologia como um
dos produtos da Indústria Cultural, assim como filmes e a
televisão, então ela não possui uma ideologia própria e sim
a mesma inerente à da Industria Cultural.
• Desta forma Adorno enxerga esta como “ a síndrome
psicológica expressa pela astrologia e propagandeada por
seu aconselhamento é apenas um meio para um fim, a
promoção da ideologia social. Ela oferece a vantagem de
encobrir todas as causas profundas de angústia,
promovendo assim uma aceitação do que está dado” (p.
187)
• Assim sendo a astrologia aparece como um forte
instrumento de dominação para a manutenção do status
quo, já que ela fortalece um sentimento de fatalidade,
dependência e obediência o que castra a vontade de
mudança em qualquer dimensão da vida desses seguidores.
Ou seja, ela “relega todas as preocupações a um plano
privado que promete uma cura para tudo por intermédio da
mesma conformidade frente às coisas que impede uma
mudança das condições” (p. 188)
As estrelas descem à Terra – Ideologia critica ou neutra?

• Por fim, podemos detectar que Adorno se utiliza


do conceito crítico de ideologia, já que é
apresentado ao leitor a ideia de que a astrologia é
um (dos) instrumentos de dominação da Industria
Cultural.
• E, ao mesmo tempo, serve para alienar os seus
seguidores e coloca-los em um estado de
conformidade e falsa desilusão.

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