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Relações de Gênero e História das

Mulheres na Educação Básica. Experiência


de Luta Política e Cultural na Docência.

Juliana Ferreira –
Pedagogia – Fasp
Ousadia e Medo: a sala de aula como campo
de produção do conhecimento

“Um momento é a produção do conhecimento novo e


o segundo é aquele em que você conhece o
conhecimento existente. O que acontece,
geralmente, é que dicotomizamos esses dois
momentos, isolamos um do outro. (...) Reduzimos o
ato de conhecer do conhecimento existente a uma
mera transferência do conhecimento existente. E o
professor se torna exatamente o especialista em
transferir conhecimento. Então, ele perde algumas
qualidades necessárias, indispensáveis, requeridas
na produção do conhecimento, assim como no
conhecer o conhecimento existente.
Ousadia e Medo: a sala de aula como campo
de produção do conhecimento

Algumas dessas qualidades são, por exemplo, a


ação, a reflexão crítica, a curiosidade,o
questionamento exigente, a inquietação, a incerteza
– todas essas virtudes são indispensáveis aos
sujeitos cognoscentes! O ceticismo e o olhar crítico,
o envolvimento apaixonado com a aprendizagem...a
motivação de saber que você está descobrindo
novos territórios. O professor precisa ser um
aprendiz ativo e cético na sala de aula, que convida
os estudantes a serem curiosos e críticos...e
criativos. (Paulo Freire e Ira Shor. Medo e ousadia: o
cotidiano do professor).
A Abordagem de Gênero

Gênero tem sido, desde a década de


1970, o termo usado para teorizar a
questão da diferença sexual. Foi
utilizado pelas feministas americanas
com vistas a acentuar o caráter
fundamentalmente social das
distinções baseadas no sexo.
Gênero: uma construção cultural

Sexualidade e gênero são dimensões diferentes que


integram a identidade pessoal de cada indivíduo.
Elas surgem, são afetadas e se transformam
conforme os valores sociais vigentes em uma dada
época. São parte, assim, da cultura, construídas em
determinado período histórico, e ajudam a organizar
a vida individual e coletiva das pessoas. Em síntese,
é a cultura que constrói o gênero, simbolizando
as atividades como masculinas e femininas.
Gênero: uma categoria útil de análise
histórica

O conceito de Gênero é importante para os estudos


históricos por seu caráter relacional pois, os estudos
sobre as mulheres são também estudos sobre os
homens e ao contrário. Procura-se contextualizar
evitando as afirmações generalizantes. O conceito
exige uma pluralidade ao pensar as representações
sobre mulheres e homens levando em consideração
as suas diversidades.
História das Mulheres e Relações de Gênero
na Educação Básica

Este relato pretende apresentar e discutir a


inserção da História das Mulheres e da
Abordagem de Gênero na Educação Básica,
mais especificamente por meio de
experimentações didático-pedagógicas
desenvolvidas na disciplina História do
Colégio de Aplicação da Universidade
Federal de Pernambuco durante o ano letivo
2007.
História das Mulheres e Relações de Gênero
na Educação Básica

Na disciplina História, por meio da seleção


dos conteúdos, das abordagens em sala de
aula e do uso dos materiais didáticos
contribuímos com a manutenção ou
transformação de práticas e representações
de homens e mulheres.
História das Mulheres e Relações de Gênero
na Educação Básica

 Por que o avanço das pesquisas sobre relações de gênero e


história das mulheres na Academia não tem alcançado as
salas de aulas de história? Já entendemos que a pouca
participação das meninas nos debates é fruto de uma histórica
educação para o silêncio? Será que ouvimos as meninas?
Será que entendemos que o ritmo da fala delas é diferente?
Foram alguns dos questionamentos que nortearam a
proposição da disciplina História das Mulheres no Brasil como
Parte Diversificada do currículo de uma turma de 9º ano e das
intervenções didáticas realizadas numa turma de 8º ano
durante o 8 de março que marca o Dia Internacional da Mulher.
História das Mulheres e Relações de Gênero
na Educação Básica

 A inclusão da História das Mulheres e das


relações de gênero dá-se de forma contínua
em todos os conteúdos da disciplina História.
Principalmente por utilizarmos a Abordagem
de Gênero como referencial analítico para
leitura do livro didático, filmes ou outros
recursos usados em sala de aula.
História das Mulheres e Relações de Gênero
na Educação Básica: experimentações

Para a construção desse relato,


focalizaremos duas situações específicas:
 1. Aplicação de um questionário em 2007 no
Dia Internacional da Mulher para uma turma
do 8º ano. As duas perguntas foram: a)
Como você percebe a apresentação
feminina na mídia e nas aulas de História; b)
Fale da importância do 8 de Março. Qual a
importância desse dia? O que ele significa?
História das Mulheres e Relações de Gênero
na Educação Básica: experimentações

 2. A inserção da disciplina História das


Mulheres no Brasil proposta, em 2007, como
Parte Diversificada (PD) do Currículo de
História de uma turma de 9º ano do Colégio
de Aplicação da Universidade Federal de
Pernambuco.
História das Mulheres e Relações de Gênero
na Educação Básica: experimentações

Como você percebe a apresentação feminina


na mídia e nas aulas de história?
Registros das experiências

 “(...) Na mídia, há mulheres com grande


importância, como prefeitas, astronautas,
etc. Já nas aulas de história ela é mais
apagada, alguns assuntos não expressam
seu poder.” (ESTUDANTE A)
Registros das experiências

 “(...) Na mídia é como se as mulheres fossem um


objeto, no jornal você só vê propagandas de
mulheres prostitutas, na televisão são comerciais da
BOA, onde a boa é uma mulher, e muitos lugares,
até no desfile de carnaval as mulheres querem
desfilar peladas, só pintadas, você não vê nenhum
homem desse jeito e nenhuma mulher que fica
olhando para a bunda do homem etc. Em história a
gente viu as gueixas, prostitutas de luxo, em artes
pinturas de mulheres peladas e gordas, ou seja, não
é de hoje que se passa essa imagem de objeto,
desde antigamente já passava ”.(ESTUDANTE B)
Registros das experiências

 “Quase sempre as mulheres são


representadas como objeto na mídia, porém,
no Colégio de Aplicação, e principalmente
nas aulas de história, aprendemos que a
mulher teve um papel importante na nossa
história” (ESTUDANTE C).
PD: História das Mulheres no Brasil

 A proposição da disciplina História das Mulheres no Brasil, e


suas repercussões no espaço escolar, reforça a idéia da
educação como o espaço de nossa definição em construir um
mundo novo, como o substrato que fornecemos a gerações
novas para transformarem as relações entre homens e
mulheres e, principalmente, indicam a urgência do professor e
da professora da educação básica serem sujeitos reflexivos e
não automatizados em suas práticas tradicionais. Discutir
gênero na sala e aula e na escola é entender o professor e a
professora, enquanto profissionais e cidadãos, capazes de se
apropriarem da sua profissão, refletindo sobre sua trajetória e
prática pedagógica, construindo conhecimentos que dêem
prosseguimento ao seu percurso profissional.
Inquietações

 O que podemos descobrir sobre a diferença


da participação de meninos e meninas nos
debates em sala de aula? O que o silêncio
nos permite perceber sobre construções
diferentes (e muitas vezes desiguais) de
intervenção no mundo por meninos e
meninas?
O silêncio das meninas

 “(...) Muitas vezes quando nós começamos a


falar, um menino nos interrompe, e aí as
pessoas começam a prestar mais atenção
nele. Aí, nós não podemos fazer ( quase)
nada. E quando tentamos continuar outra
pessoa nos interrompe ou pede para
fazermos silêncio, para poderem escutar o
menino. E por causa disso, quem é que se
dá mal na história? As meninas.”
História das Mulheres e Relações de
Gênero na Educação Básica

 Os debates sobre representações sociais


devem ser levados para o momento da aula;
para incitar alunos e alunas a perceberem
como são percebidos socialmente e para
ressaltarmos como estas representações
são fruto de disputas sociais e políticas e de
forma nenhuma são neutras, mas capazes
de incitar ações, de promover projetos de
homens e mulheres e de interditar outros.

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