Вы находитесь на странице: 1из 13

AEDAI - AUTARQUIA EDUCACIONAL DE AFOGADOS DA INGAZEIRA

FASP - FACULDADE DO SERTÃO DO PAJEU


DEPARTAMENTO DE PEDAGOGIA
CURSO: LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

Wilma Geysa Diniz Marques

RACISMO ESCOLAR: O PAPEL DOS PROFESSORES NA CONSTRUÇÃO DA


AUTOESTIMA DE CRIANÇAS NEGRAS A PARTIR DO FAZER EDUCACIONAL DA ESCOLA
MUNICIPAL DOMINGOS TEOTÔNIO.
RESUMO

Ao abordar o racismo escolar e como os professores constroem a autoestima de crianças negras a partir do
fazer educacional é necessário refletir a origem do racismo iniciando no período colonial escravista ao período
imperial com a abolição da escravidão. Sendo relevante abordar o Conceito de Raça, tendo em vista a cor da
pele como um problema desencadeando a Ideologia da Democracia Racial com o mito racial e a Ideologia do
Branqueamento a fim de sanarem a presença dos negros e negras na sociedade, desconstruindo sua
identidade. O que posteriormente reflete no ambiente escolar evidenciando os estereótipos, preconceito e
discriminação enfrentados por negros e negras nos espaços educacionais e sociais da sociedade brasileira.

Palavras – chave: Racismo, Negros, Negras, Democracia racial, Ideologia do branqueamento, Estereótipos,
Preconceito e discriminação.
INTRODUÇÂO

O Capitulo 1 Racismo em Questão, tem como primeiro subtópico a Origem e construção do Racismo,
sendo sequenciado por três subdivisões.
1.1.1. O Conceito de Raça, CARDOSO (1977), FERNANDES (1978), BENTES (1999).
1.1.2. A Ideologia da Democracia Racial NOGUEIRA (1998), GOMES (2002), HASEMBALG (1979).
1.1.3. A Ideologia do Branqueamento SANTOS (2005), RAMOS (1957), HOFBAUER (1979).
1.2 Racismo Escolar, aborda reflexões e discursões propostas pelos autores MUNANGA (2005), HÉDIO
(2002), CAVALLEIRO (2005), DIAS (2008), PINTO (1993), OLIVEIRA (2005), dentre outros.
1.3. Escola Municipal Domingos Teotônio. 1.4 estereótipos, preconceito e discriminação a partir da visão
CANDAU (2003), FERREIRA (2002), MUNANGÀ (2005), dentre outros.
No capítulo 2 À educação escolar e o contexto plural: o fazer educacional na prática pedagógica, tendo
como sequência no 2.1 A educação escolar e a invisibilidade e dissibilidade do “outro”. A partir da visão de alguns
autores como FREITAS (2011), MELLO (2000), COELHO (2010), GOMES (2003), dentre outros autores.
2.2 práticas pedagógicas e as escolas, na visão de FREIRE(1996), GADOTTI (2000), ANTUNES (2004),
SAVIANI (2008)dentre outros.
2.3 A Constituição de 1988 e o processo de Construção do outro a partir de Paulo Freire e da Educação
em Direitos Humanos.
O Capitulo 3 emergem os caminhos percorridos, tendo como abordagem no 3.1 o sujeito da pesquisa, 3.2
metodologia adotada na pesquisa a partir de GIL (2007), GOLDEMBER (1997), MOREIRA (2002),FONSECA
(2002), dentre outros.
3.3 o Resultado dos dados .
3.4 a Análise dos dados.
CAPÍTULO I
O RACISMO EM QUESTÃO

1.1 Origem e Construção do Racismo

Negro: individuo de etnia negra; de cor bem escura; sombrio; triste, funesto;
calamitoso, perverso. Amora (2013, pág.483)

1.1.1 Conceito de Raça

Para FERNANDES (1978) a raça está relacionada ao “preconceito de cor”, ou seja, no que isso
significa na sociedade brasileira, da perduração da velha associação entre cor e posição social íntima, a
qual excluía o “negro”, de modo parcial ou total, (conforme os comportamentos e os direitos sociais
considerados) da condição de “gente”.

1.1.2 Ideologia da Democracia Racial

FERNANDES (2007) ressalta que a ideologia da democracia racial não passa infelizmente de um
mito social. É um mito criado pela maioria da população tendo em vista interesses sociais dessa maioria. O
autor ressalta um novo paradigma para a leitura da realidade brasileira enquanto HASEMBALG (1979)
exalta a sociedade brasileira sem preconceito e sem descriminação.
1.1.3 Ideologia do Branqueamento

No entender de MUNANGA (2005) a ideologia do branqueamento se efetiva no momento em que o


individuo negro internaliza uma imagem negativa de si própria e uma imagem positiva do outro, o indivíduo
estigmatizado tende a se rejeitar, a não se estimar e a procurar aproximar-se em tudo do indivíduo estereotipado
positivamente e dos seus valores, tidos como bons e perfeitos.

1.2 O Racismo na Escola

[...] “o racismo é um problema que está presente no cotidiano escolar, que fere e marca,
profundamente, crianças e adolescentes negros. Mas, para percebê-lo, há a necessidade de
um olhar critico do próprio aluno”. De fato, o preconceito racial na sala de aula é algo muito
frequente se pararmos para observar e, na maioria das vezes, aqueles que deveriam
interferir, como professores e pedagogos, não sabem como fazê-lo ou, outras vezes são
propagadores deste tipo de atitude, o que reforça e estimula o preconceito ao invés de
intervir e combatê-lo. Cavalleiro (2005 pág. 32).

1.3. A Escola Municipal Domingos Teotônio

1.4. Estereótipos, Preconceito e Discriminação

MUNANGA (2005) ao conceituar discriminação como uma conduta (ação ou omissão) que viola direitos
das pessoas com base em critérios injustificados e injustos, tais como a raça, o sexo, a idade, a opção religiosa e
outros. A discriminação é algo assim como a tradução prática, a exteriorização, a manifestação, a materialização
do racismo, do preconceito e do estereótipo.
CAPÍTULO 2
EDUCAÇÃO ESCOLAR E O CONTEXTO PLURAL: O FAZER EDUCACIONAL NA
PRÁTICA PEDAGÓGICA

2.1. A educação escolar e a invisibilidade e dissibilidade do “OUTRO”.

As escolas seguem um modelo padrão da cultura europeia eurocêntrica do homem branco desta forma
os que não se enquadram nestes padrões hegemônicos da supremacia branca se tornam invisíveis. Segundo
Silva (2001, p.14) esta invisibilidade ocorre quando.

A invisibilidade e o recalque dos valores históricos e culturais de um povo, bem como a


interiorização dos seus atributos adscritos, através de estereótipos, que conduz esse
povo, na maioria das vezes, a desenvolver comportamentos de auto rejeição, resultando
em rejeição e negação de seus valores culturais e preferenciais pela estética e valores
culturais dos grupos sociais valorizados nas representações.

2.2. Práticas pedagógicas e as escolas.

De acordo com GADOTTI (2000) o educador é um mediador do conhecimento, diante do aluno que é o
sujeito da sua própria formação. Ele precisa construir conhecimento a partir do que faz e, para isso, também
precisa ser curioso, buscar sentido para o que faz e apontar novos sentidos para o que fazer dos seus alunos.
2.3. A constituição de 1988 e o processo de construção do outro a partir de Paulo Freire
e da Educação em Direitos Humanos.

De acordo com o art. 206 disposto no Capítulo III da seção I da Educação. O ensino deverá ser
ministrado com base nos seguintes princípios:
I– igualdade de condições para o acesso e permanência na escolar;
II – liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
III – pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e
privadas de ensino;

A educação em Direitos Humanos defendida por Freire é uma educação emancipadora e


transformadora, que auxilia os sujeitos oprimidos a despertarem para seus direitos em uma sociedade injusta.
Desta forma Freire (p.101, 2000) ressalta que.

“A educação em Direitos Humanos, que defendemos, é esta, de uma sociedade menos


injusta para, aos poucos, ficar mais justa. Uma sociedade reinventando-se sempre com
uma nova compreensão do poder, passando por uma nova compreensão da produção.
Uma sociedade que a gente tenha gosto de viver, de sonhar, de namorar, de amar, de
querer bem. Esta tem que ser uma educação corajosa, curiosa, despertadora de
curiosidade.”
CAPÍTULO 3
CAMINHOS PERCORRIDOS

3.1. Sujeitos da pesquisa.

A pesquisa foi realizada no turno vespertino com as turmas do 1º ao 5º ano do ensino fundamental I, a
partir de um mapeamento de dados dos professores colaboradores da pesquisa.

3.2. A metodologia adotada

De acordo com GOLDENBERG (1997) Os pesquisadores que adotam a abordagem qualitativa opõem-
se ao pressuposto que defende um modelo único de pesquisa para todas as ciências, já que as ciências
sociais têm sua especificidade, o que pressupõe uma metodologia própria. Assim, os pesquisadores
qualitativos recusam o modelo positivista aplicado ao estudo da vida social, uma vez que o pesquisador não
pode fazer julgamentos nem permitir que seus preconceitos e crenças contaminem a pesquisa.
3.3. Resultado dos dados

Na nossa pesquisa encontram – se doze áreas do conhecimento que estão subjacentes ao racismo na escola.

I Bloco: Prática Pedagógica para a diversidade.


II Bloco: Dificuldades em contextualizar a diversidade.
III Bloco: A diversidade cultural dentro do contexto escolar.
IV Bloco: O planejamento é a valorização do contexto plural.
V Bloco: A prática pedagógica é a identidade do cultural do aluno.
VI Bloco: Relação professor (a) e alunos.
VII Bloco: Relação entre alunos dentro da sala de aula.
VIII Bloco: Preconceitos e discriminação no ambiente escolar.
IX Bloco: Atitudes preconceituosas em sala de aula.
X Bloco: O racismo entre os alunos.
XI Bloco: As práticas pedagógicas e a autoestima de alunos negros.
XII Bloco: O professor que não se reconhece como negro pode refletir atitudes racistas dentro da sala de aula?
3.4. Análise dos dados.

Os professores ressaltaram no décimo bloco se conseguem perceber o racismo com alunos dentro da sua
sala de aula, se já perceberam exclusão de crianças em brincadeiras decorrente da sua cor. Os professores P1,
P2 e P6 não perceberam racismo com alunos dentro da sala de aula enquanto que os professores P3, P4 e P5
afirmam perceber racismo e exclusão decorrente da cor com alunos dentro da sala de aula.
Os professores no décimo segundo bloco foram indagados a falar se acreditam que um professor
que não se reconhece como negro teria a possibilidade de refletir sobre atitudes racistas dentro da sala de
aula e de que forma isso aconteceria. Cinco professores acreditam que não seria possível e um professor
acredita que sim, seria possível, por que isso não tira dele a capacidade de refletir e perceber uma atitude
preconceituosa (P6).
CONCLUSÂO

As reformas educacionais que ao longo destes anos aconteceram no Brasil, vem evidenciando uma
tentativa de colocar no centro das discussões uma educação pública de qualidade, mesmo que haja controvérsias
sobre o real objetivo desta e para quem afinal ela serve. Temos uma currículo, que embora seja pensado em solo
brasileiro, transparece nas suas linhas uma ideologia colonizadora, aprizionadora e silenciadora. Mesmo com a lei
10.639/03, ainda fica transparente práticas pedagógicas que não promovem uma educação para a mudança,
para a libertação, para a emancipação. A pesquisa realizada na escola pública Domingos Teotônio, parece
demostrar claramente esta realidade, uma vez que não discute sistematicamente o ser negro e negra no ambiente
escolar, papel destes sujeitos na nossa história passada, presente e na perspectiva do futuro. Futuro? Incerto.
Presente? Reprodução de práticas excludentes. A escola perece pela falta de formações continuadas
permanentes, aumentando ações pontuais e se perdendo na elevação da autoestima da pessoa negra.
Percebemos que atualmente há uma reprodução de desigualdade social, onde a pessoa negra é “autorizada” a ser
negra no mês de novembro, sendo folclorizada, invizibilizada e sem fala. Tais práticas educacionais só fortalecem
um currículo de exclusão.
Torna-se evidente a necessidade da Escola Municipal Domingos Teotônio abordar em seu PPP ( Plano
Politico Pedagógico), ações afirmativas de promoção de igualdade racial, por meio de condições concretas com a
participação da comunidade escolar, em um processo de reconstrução da identidade do ser negro e negra,
valorizando cada história como estratégia de análise de práticas racistas dentro da escola, dentro da sala,
praticada por professores de forma velada que ao invés de elevar a auto estima produz o efeito contrário. Qual a
possibilidade de termos uma educação, uma escola que possa efetivamente responder ao seu real significado?
Qual o desafio de se ter uma modelo formativo pautado nos princípios da emancipação, da libertação, da
criticidade? Fica para nós evidente, que o papel de Secretarias de Educação não vem promovendo este modelo
formativo. Ainda fortalece o modelo da reprodução, da invisibilidade e do silencio. As necessidades de formação
instituídas não correspondem as necessidades sociais. De tal forma, deixa-nos um questionamento: qual função
social da escola é pensada pela Secretaria de Educação do Município de Afogados da Ingazeira? E como a escola
em questão pensa esta problemática? Afinal, o negra e a negra, são autorizados a serem sujeitos das suas
próprias histórias ou o que teríamos seria uma ideologia do branquiamento? Tais análises nos apontam que as
aulas atividades seriam espaços melhores aproveitadas para estas reflexões e ações sistemáticas na ruputura
para o Racismo escolar.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICA

ALMEIDA, A. R. S. A emoção na sala de aula. Campinas: Papirus,1999.

ANTUNES, Celso. Educação Infantil: Prioridade Imprescindível. Petrópolis – RJ: Vozes, 2004.

AMORA, Antônio Soares. Minidicionário Soares Amora da Língua portuguesa. 19ª ed. São Paulo: Saraiva,
2009.

ARAÚJO, U. F. O déficit cognitivo e a realidade brasileira. In: AQUINO, Júlio Groppa. (Org.) Diferenças e
preconceito na escola: alternativas teóricas e práticas. 5. ed. São Paulo, SP: Summus, 1998.

BOURDIEU, P. Escritos de Educação. Petrópolis, RJ: Ed. Vozes, 2005.

BRANDÃO, Ana Paula (Coord.) (2006). A cor da cultura. Coleção saberes e fazeres. V.1. Rio de Janeiro:
Fundação Roberto Marinho.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil: texto constitucional


promulgado em 05 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas emendas Constitucionais nos 1/1992
a 68/2011, pelo Decreto legislativo nº 186/2008 e pelas emendas Constitucionais de Revisão nos 1 a 6/1994. –
35. ed. – Brasília : Câmara dos Deputados, edições Câmara, 2012.

COELHO, Wilma de Nazaré Baía. A questão racial na escola: um estudo sobre as representações dos
agentes da escola sobre os conteúdos etnicoculturais / Wilma de Nazaré Baía Coelho. – Belém: Unama,
2010.

CAMPOMAR, M. C. Do uso de “estudo de caso" em pesquisas para dissertações e teses em


administração. Revista de Administração, São Paulo, v. 26, n. 3, p. 95-7, jul./set. 1991.

CANDAU, Vera. M. Somos tod@s iguais? Escola, discriminação e educação em direitos humanos / Vera
Maria Candau (coord.) Rio de Janeiro: DP&A, 2003.

Вам также может понравиться