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Mulheres viajantes no Brasil

(1764-1820)
Antologia de textos

•JEMINA KINDERSLEY

•ELISABETH MACQUARIE

•ROSE FREYCINET

Organização e tradução: Jean Marcel Carvalho


• Escassa produção de informações acerca da
colônia portuguesa (Brasil).

• Com a união de Portugal e Espanha em


1591, proibiu-se a entrada de estrangeiros.

• Viajar não era só se deslocar no espaço. Era


melhor observar e conhecer terras nunca
dantes percorridas (PRIORE).

• Relatos de mulheres que visitaram o Brasil


no final do século XVIII e início do século
XIX.
Jemina Kindersley (1741 – 1809)
 A primeira mulher a registrar suas impressões acerca do

Brasil.

 Nasceu na Inglaterra.

 De família pobre, casou-se com o tenente Nathaniel

Kindersley.

 Viaja acompanhando o marido transferido para a Companhia

das Índias.

 A viagem é descrita em Letters from the island of Teneriffe,

Brazil, the Cape of Goood Hope, and the East Indies, livro

composto por 68 cartas.


Elisabeth Henrietta Macquarie (1778 –
1835)
 Nasceu na Inglaterra.
 Chegou no Rio de Janeiro
em 1809, na companhia do
marido, o coronel Lachlan
Macquarie.
 Mulher descrita como
culta, corajosa e perspicaz
 Diário de viagem
apresenta poucas
considerações sobre a sua
vida pessoal
Rose Freycinet (
 Nasceu em Paris.
 Chegou ao Rio de
Janeiro em 1817, onde
permaneceu até o ano
de 1820 ao lado do
marido Louis Freycinet.
 Escreveu um diário de
viagem dirigido à prima
Caroline, o qual
apresenta muitas
considerações acerca
de sua vida pessoal.
O relato das três mulheres não apresentam singularidade
feminina.

“O que a jovem Rose e suas duas outras antecessoras


deixaram escritos sobre o Brasil, ou melhor, sobre duas
cidades brasileiras, Salvador e Rio de Janeiro, malgrado
a distância temporal e outras particularidades que a
separam, não diverge muito entre si e, mais ainda, não
diverge em nada dos padrões – temas e abordagens –
encontrados nos relatos de viagem sobre o país escritos
por visitantes do sexo masculino” (FRANÇA, 2007, p. 20).
Tópicos descritos
 Desembarque no porto brasileiro;

 A exuberância da paisagem e as belezas


naturais;

 Alimentação;

 Religiosidade;

 Os modos de vida das gentes que vivem


no Brasil.
Impressões de Kindersley
 Primeira impressão da paisagem;
 Aproximação da realidade;
 Vigilância aos estrangeiros;
 População em sua maioria portuguesa com o
objetivo de enriquecer;
 Considera o Brasil como um país onde
ninguém deseja viver;
 Posição da igreja/religiosos;
 Militares;
 Relatos de abusos da Inquisição.
 Inexistência do conhecimento científico e
cultural.
A igreja detentora do poder, da riqueza e
do conhecimento, enquanto que o povo vive
na miséria.

“É política assente do governo manter o povo


na ignorância, já que isso o faz aceitar com
mais docilidade as arbitrariedades do poder”
(KINDERSLEY, 2007, p. 45).

“A maioria dos habitantes daqui é movida


muito mais pelo medo do que pelo sentimento
de honra; e quanto maior a dificuldade que
encontram para obter justiça, maior a sua
inclinação à astúcia e à desonestidade” (p.
46).
“É estrondosa e, ao mesmo tempo, triste pensar na
estrondosa queda desta nação” (p. 46) .

“Todavia, não é o tabaco, o açúcar ou a fertilidade da terra


que tem atraído estes cristãos aventureiros para cá. O que
os atrai são as riquezas escondidas nas entranhas da
terra, às quais os índios nunca deram valor” (p. 51).

“A liteira é carregada no ombro por dois escravos negros,


a cada passo que dão, um deles solta um gemido, que
imediatamente respondo pelo outro. O recurso permite
que acertem o passo, mas é melancólico e desagradável.
A primeira vez que desembarcamos e ouvimos os
gemidos dos escravos que passavam em bandos, de um
lado para outro, carregando coisas, imaginamos que eram
oprimidos com serviços que iam além de suas forças – o
que desencadeou em nós sentimentos de piedade pelos
escravos e de grande desprezo pelos senhores” (p. p. 52-
53).
 Narrativas em 1ª pessoa;

 Subjetividade de quem está com a


palavra;

 O que se sobressai é a descrição


crítica do lugar e das pessoas a sua
volta.
Impressões de Macquarie
“Depois de ultrapassar o cabo Frio, o
que mais se destaca na paisagem é a
falha ou fenda na cadeia de montanhas
que margeia a costa. Essa brecha é
visível à distância e tem a aparência de
um estreito portal entre dois pilares de
rochas sólidas. O da esquerda, uma
massa de granito brilhante com 680 pés
de altura,tem o formato de um pão de
açúcar” (p.p.65-57).
 Esplêndido Rio de Janeiro;

 Descrição da paisagem;

 Óperas e bailes;

 Hospitalidade.

O relato de viagem tece muitos elogios


ao Rio de Janeiro quanto às belezas
naturais e à recepção dos habitantes.
Impressões de Freycinet
 Cônsul francês é um parlapatão;
Mulheres viajantes no século
XIX

Miriam Lifchitz Moreira Leite


Mulheres viajantes do século XIX
 Datas correspondem ao(s) ano(s) em
estiveram no Brasil (situar testemunhos)
 Verificação do papel dessas mulheres no
momento em que vieram para o Brasil.
 Minúcia na História da Arte
 Grande capacidade de observação (livros
de mulheres viajantes)
 Comparam situações vividas, no local de
origem, com aquelas que procuram
interpretar
 Humboldt e o projeto global de
mapeamento – estudo das plantas,
animais, minerais, homens, costumes e
línguas.
 Europeização do mundo – florescimento
das Ciências Natuirais
Sobre os livros
Correspondências à família e aos amigos,
diários e pequenas narrativas
Sem pretensão de publicação
Publicação feita por descendentes após a
morte da autora
Maria Graham Ida Pfeiffer – enfrentaram o
público leitor
“Recusando o papel prescrito para as
mulheres, de ser submissa e conservarem-se
restritas a atividades domésticas e à criação de
filhos, as forasteiras assumem os riscos de vida
das longas viagens marítimas, das moléstias
tropicais, dos desconfortos e estranheza dos
contatos, dos desentendimentos em países
atrasados com uma curiosidade e uma
capacidade de observação penetrante,
enfrentaram tarefas freqüentemente auto-
impostas”. (p. 134)
Princesa de Baviera
 Questionamento do diário Brasil – 1888
– visitar tribos de índios e colecionar
(impede visão do conjunto, utilizar
experiências completadas/recebidas
posteriormente)
 plantas, animais e objetos etnográficos
 Prima de Dom Pedro II
Livro de Baviera
 Dois mapas, quatro tabelas, 18 quadros
completos e 60 reproduções de
fotografias e desenhos da Autora.
 5 anos para verificação e comparação do
material coletado (estudos minuciosos).
 Teve que revisar sua pesquisa de acordo
com os novos pontos de vista sobre as
Ciências Naturais
 Publicado em Berlim em 1897
Jane Robinson
 Bibliografia anotada de mulheres viajantes
 Em busca do que e onde – homens
 Como e porque – mulheres
 Século XIX (início), a historia natural não
se tinha profissionalizado e ainda era uma
atividade de amadores.
 Mulheres de classe média com algum
lazer dedicavam-se a esses estudos e
publicaram livros sobre botânica e
ornitologia.
Essas indicações sobre a profissionalização dos
cientistas através do Século XIX, sugeriu a
tentativa de classificação das mulheres viajantes
em amadoras e profissionais, já que todas elas
faziam coleções de plantas, animais, conchas ou
pedras, mas, dadas as suas contribuições sobre
família, compadrio, maternidade, infância,
conventos e recolhimentos, trabalho, condições
de diferenciação, relações entre grupos étnicos
e nacionais, descrições de cerimônias, festas,
costumes funerários e religião, podem ser
consideradas como antropólogas iniciantes. (p.
137)
Ida Pfeiffer
(biografia versus escritos)
- Financiou viagens com a publicação de seus
livros, traduzidos em diversas línguas
- Dona de casa vienense, mãe de 2 filhos
- Estudou por 10 anos nomes de rios,
montanhas e meridianos paralelos
- 15 anos de peregrinação, intercalados por
retornos a Viena
- Em sua bolsa: cartas de recomendação
(Humboldt)
- Cheia de pudores
 Aventureira (p. 139)
 Não se deixou desencorajar pela
descrição de lagartos gigantescos e tribos
ferozes, com casas ornadas por guirlandas
de trinta e seis crâneos.
 tornara-se membro honorário da
Sociedade de Geografia de Paris e de
Berlim e da Sociedade de Zoologia de
Berlim e de Amsterdã.
 Na sua última viagem – a Madagascar –
não tinha mais a mesma disposição. A
idade e as enfermidades aumentaram a
amargura de suas observações. As febres
não permitiram que continuasse a saciar o
desejo de conhecer outras paragens. A
febre de Madagascar acabara produzindo
um câncer no fígado antes de voltar a
Viena. Suas obras não foram traduzidas
para o português.
Émile de Langsdorfff
 culta e sensível às relações interpessoais
 missão de acompanhar o marido
(ministro da França)
 Diário recentemente traduzido pela
Editora Mulheres - 111 anos depois de
escrito.
 Convívio com a Família Real
 Limitava-se a narrar o que via, sem carregar
nas cores. Como muitos de seus
contemporâneos tinha o sentimento de
superioridade cultural de européia e assumia
a responsabilidade de salvar do atraso os
outros povos. Exprimia os valores da vida
cotidiana dos pequenos negociantes
austríacos, do início do século XIX – um
culto ao trabalho e à família, desprezo pela
sensualidade, repugnância pela sexualidade,
confiança no progresso e no cristianismo.
 Suas minuciosas narrativas sobre os
últimos tempos da navegação constituem
apenas um dos pontos altos do livro
dessa mulher, inteiramente consciente de
seu papel de mulher de um embaixador,
escondida sob o nome do marido.
 acreditava, como inúmeros europeus, que
a escravidão civilizaria os africanos
selvagens que, do contrário, seriam como
crianças abandonadas sem noção de
propriedade e de leis. Diante das negras
com que teve contato no Brasil, ficou
perplexa ao perceber que eram
moralmente iguais aos brancos que as
tinham criado, tanto que eram
consideradas brancas por suas senhoras.
Ulla Van Eck
 Solteira, 22 anos
 37 cartas (1881-1883), do Rio de Janeiro,
da fazenda de São Francisco, de São Paulo,
da Fazenda São Sebastião e de Santos à
amiga e colega Grete, sob o
despretencioso título de Alegrias e
Tristezas de uma Educadora Alemã.
 69 anos para ser traduzido para o
português
 Romance – pseudônimo de Ulla Van Eck
 livro pode, de fato, ser lido como um
romancinho de moças, pois termina com
um final feliz, de um encontro bem
dosado da professora alemã e solitária
com o engenheiro industrial inglês, pouco
loquaz e de lindos olhos azuis.
 É possível que a forma epistolar de um
possível romance, contivesse também
uma das formas de ocultamento das
autoras do século XIX, por transgredirem
os padrões de modéstia, discrição e
recato da mulher respeitável.

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