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Aulas Multimídias – Santa Cecília

Profº André Araújo


É a maneira pela qual os conteúdos literários
são organizados, de acordo com suas
características estruturais semelhantes, ou
seja, é o modo como se veicula a mensagem literária.
Ex: Uma novela tem características bem diferentes de
um conto, e um romance não se assemelha a uma peça
de teatro.
A primeira divisão foi feita por Aristóteles, ainda
na Antiguidade Clássica. Ele escreveu sobre os
gêneros em sua obra “Arte Poética”.
Segundo Aristóteles, tradicionalmente, haveria três
gêneros:
 Lírico
 Épico
 Dramático
Na Grécia Antiga, as epopeias ciram a importante
função de divulgar os ideais e valores que
organizavam a vida na pólis. Os poemas épicos
porém, não respondiam ao anseio humano de
expressar os sentimentos individuais e subjetivos.
A poesia lírica surge como forma de atender a esse
anseio. Ela se define pela expressão de sentimentos e
emoções pessoais. Outra marca característica de sua
estrutura é o fato de dar voz a um sujeito lírico,
diferente da narração impessoal própria das
estruturas épicas. As composições eram
acompanhadas de instrumentos de corda, como a
lira, de onde provém a denominação do gênero.
 Predomínio da emoção do “eu lírico”, aquele
que fala no texto.
 Pode ser escrito em verso ou prosa.
 Não há, necessariamente, o relato de uma
história nem de ações encadeadas no
tempo.
 O objetivo do poeta é expressar seus
sentimentos íntimos.
 Elegia:
poema sobre acontecimentos tristes,
muitas vezes enfocando a morte de alguém.

 Écloga:
poema que retrata a vida bucólica,
em um ambiente campestre.
 Ode:poema que retrata uma espécie
de exaltação de valores nobres.
É caracterizado pelo tom de louvação.

 Soneto:poema de quatorze versos,


organizados em duas estrofes de
quatro versos (quartetos) e duas
estrofes de três versos (tercetos).
 Idílio: poesias pastoris;

 Sátira: poesia que ridiculariza ca-


 racterísticas do comportamento hu-
 mano;

 Canção:pequeno poema popular, simples, de teor


variado;

 Acalanto: canto destinado a embalar o sono;

 Acróstico:as letras iniciais formando o nome de uma


pessoa dão início a composição do verso;
 Drama significa ação,
em grego, ou seja, o
texto dramático é
escrito para ser
encenado. São textos
em que a “voz
narrativa” está
entregue às
personagens, que
contam a história por
meio de diálogos ou
monólogos.
Em sua obra Arte Poética, Aristóteles tratou
das duas espécies primordiais do drama:

 Tragédia
 Comédia
 Farsa
 Auto
 Apresenta ações que despertam temor e
compaixão nos espectadores, a fim de
alertá-los sobre os vícios dos homens.
 Na Grécia Antiga, a tragédia trazia a história
de homens superiores, de acordo com o
conceito aristotélico de imitação.

Aristóteles era a favor da


mimesis artística onde a tragédia
apresenta homens melhores do
que nós e a comédia ocupa-se de
homens piores. Valoriza-se aqui
as ações heroicas, a solenidade
épica.
 Apresenta ações que têm o objetivo de criticar a
sociedade e o comportamento humano por meio do
ridículo. A reação esperada é o riso do público.

A Antiguidade clássica (sec. V a.C ao séc.


V d.C) é caracterizada:
.Pelo Antropocentrismo;
.apego aos bens do mundo
.preocupação com a beleza do corpo
.Liberdade de criação
.pela fé na Mitologia como fonte de
explicação das dúvidas humanas
Farsa: Surgiu no século XIV. Há poucas
personagens e pretende provocar o riso
explorando situações cotidianas de maneira
caricata.

Auto: : Surgiu na Idade Média. Breve peça


de conteúdo religioso ou profano,
geralmente em verso. As personagens são
representações de entidades abstratas (o
pecado, a hipocrisia, a luxúria, a vontade, a
piedade).

Drama: Atualmente, o termo designa toda


peça teatral caracterizada pela seriedade,
em oposição à comédia.
O gênero épico, na Grécia, apresentava o relato de
feitos grandiosos relacionados a personagens
históricos.
 Hoje insere-se no gênero narrativo todo texto que
narra uma história por meio de um narrador.

Neste gênero o autor descreve, através de


epopeias, fatos históricos heróicos realizados
pelos seres humanos, perturbados ou ajudados
por seres mitológicos. É sempre um tema
grandioso que retrata a saga de um povo.
As epopéias surgiram na civilização
ocidental e derivam de três obras:
Ilíada e Odisséia (Homero)
Eneida (Virgílio)
A história é em forma de poema, mas é
contada por meio de um narrador.

 As
ações dos personagens acontecem em
tempo e espaço definidos.

O encadeamento dos fatos narrados forma


o enredo.
Os Lusíadas (de Camões)
Os Lusíadas é uma
obra poética do escritor Luís Vaz de
Camões, considerada
a epopeia portuguesa por excelência.
Provavelmente concluída em 1556, foi
publicada pela primeira vez em 1572
no período literário do classicismo, três
anos após o regresso do autor
do Oriente.
A obra é composta de 8816 versos,
divididos em dez cantos,
1102 estrofes que são
oitavas decassílabas, sujeitas ao
esquema rímico fixo AB AB AB CC –
oitava rima camoniana. A ação central é
a descoberta do caminho marítimo para
a Índia por Vasco da Gama, à volta da
qual se vão descrevendo outros
episódios da história de Portugal
glorificando o povo português.
A estrutura externa refere-se à análise formal do poema:
número de estrofes, número de versos por estrofe, número de
sílabas métricas, tipos de rimas, ritmo, figuras de estilo, etc.
Assim:
.Os Lusíadas é constituído por dez partes, chamadas
de Cantos na lírica;
.cada canto possui um número variável de estrofes (em média,
110);
.as estâncias são oitavas, tendo portanto oito versos;
.a rima é cruzada nos seis primeiros versos e emparelhada nos
dois últimos (AB AB AB CC)
.cada verso é constituído por dez sílabas
métricas (decassilábico), na sua maioria heróicas (acentuadas
nas sextas e décima sílabas).

Sendo Os Lusíadas um texto renascentista, não poderia deixar


de seguir a estética grega que dava particular importância
ao número de ouro. Assim, o clímax da narrativa, a chegada à
Índia, foi colocada no ponto que divide a obra na proporção
áurea (início do Canto VII).
“As /ar /mas/ eos /ba /rões /as /si /na /la /do A
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Que /daO /ci /den /tal /pra/ ia /Lu /si /ta/ na B
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Por /ma /res/ nun/ ca/ dan/ tes/ na/ ve/ ga/ dos A
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Pas/ as/ ram/ ain/ daa/ lém /da /Ta/ pro/ ba/ na B
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Em/ pe /ri/ gos/ e /guer/ ras/ es /for/ ça/ dos A

Mais /do/ que /pro/ me /ti/ aa /for/ çahu/ ma/ na B

Een/ tre/ gen/ te /re /mo /tae /di /fi /ca /ram C

No /vo /rei/ no /que/ tan/ to/ su/ bli/ ma /ram” C


— Os Lusíadas, Canto I, estrofe 1
A estrutura interna relaciona-se com o
conteúdo do texto. Esta obra mostra ser
uma epopeia clássica ao dividir-se em quatro
partes:
Proposição - introdução, apresentação do
assunto e dos heróis (estrofes 1 a 3 do
Canto I);
Invocação - o poeta invoca as ninfas do Tejo e
pede-lhes a inspiração para escrever (estrofes
4 e 5 do Canto I);
Dedicatória - o poeta dedica a obra ao rei D.
Sebastião (estrofes 6 a 18 do Canto I);
Narração - a narrativa da viagem, in medias
res, partindo do meio da ação para voltar atrás
no tempo e explicar o que aconteceu até ao
momento na viagem de Vasco de Gama e
na história de Portugal, e depois prosseguir
linearmente.
Por fim, há um epílogo a concluir a obra
(estrofes 145 a 156 do Canto X).
Os planos temáticos da obra são:
Plano da Viagem - trata da viagem
em si. A descoberta do caminho
marítimo para as Índias por Vasco da
Gama e seus marinheiros;
Plano da História de Portugal –
Trechos em que são narrados
episódios da história real dos
portugueses;
Plano do Poeta - Camões refere-se a
si mesmo, como poeta admirador do
povo e dos heróis portugueses;
Plano da Mitologia - são descritas as
influências e as intervenções dos
deuses da mitologia greco-
romana na ação dos heróis.
Ao longo da narração o leitor é
confrontado com vários tipos de
episódios: bélicos, mitológicos, histó-
ricos, simbólicos, líricos e naturalistas
.
Como o título indica, o herói desta epopeia
é colectivo: os Lusíadas, ou os filhos
de Luso, os portugueses. As estrofes
iniciais trazem o discurso
de Júpiter no concílio dos deuses
olímpicos. Ele abre essa parte da
narrativa, que é quando surge a orientação
laudatória do autor.

O rei dos deuses afirma que desde Viriato e Sertório, o destino(fado)


dos valentes portugueses (forte gente de Luso) é realizar feitos tão
gloriosos que façam esquecer os feitos dos impérios anteriores
(Assírios,Persas, Gregos e Romanos).

O desenrolar da sua história atesta-o, pois além de ser marcada pelas


sucessivas e vitoriosas lutas contra mouros e castelhanos, mostra
como um país tão pequeno descobre novos mundos e impõe a sua lei
no concerto das nações.

No final do poema surge o episódio da Ilha dos Amores, recompensa


ficcional da gloriosa caminhada portuguesa através dos tempos. E é
confirmado o receio de Baco, de ver suas façanhas de conquista
ultrapassadas pelas dos portugueses.
Camões dedicou sua obra-prima ao rei D. Sebastião
de Portugal. Os feitos inéditos dos descobrimentos
portugueses e a chegada ao «novo reino que tanto
sublimaram» no Oriente foram sem dúvida os
estímulos determinantes para a tarefa de redigir o
maior poema épico português.
Havia um ambiente de orgulho e ousadia no povo
português. Navegadores e capitães eram heróis
recentes da pequena nação, homens capazes de
extraordinárias façanhas, como o «Castro forte»
(o vice-rei D. João de Castro), falecido poucos anos
antes de o poeta aportar na Índia.

E principalmente Vasco da Gama, a quem se devia


o descobrimento da rota para o Oriente numa viagem difícil e
com poucas probabilidades de êxito, e que vencera inúmeras
batalhas contra reinos muçulmanos em terras hostis
aos cristãos. Esta viagem épica foi por isso usada como
história central da obra, à volta da qual vão sendo contados
episódios da história de Portugal.
No Renascimento ou
Classicismo (Século XVI)
surge a necessidade de
classificar os poemas. Por isso
há uma valorização da poesia
dramática, narrativa e lírica.
As obras eram compostas com
base nas reflexões do próprio
poeta. Na épica, por exemplo,
ora falava o poeta ora falavam
as personagens introduzidas.
As características do Período
do Renascimento eram:

- Orgulhoso espírito de
independência
- Curiosidade cientifica
- Vontade de glórias
terrenas
- Exaltação das dificuldades
humanas
- Clareza de linguagem
O francês Brunetière
(1849-1906) defende a
ideia de que o gênero
nasceria, cresceria,
alcançaria a perfeição e
declinaria para, em
seguida morrer.
Os traços dos gêneros estão
em constante transformação,
portanto, no ato da leitura, nós
devemos classificá-los pelas
mudanças e não por
características fixas.
- consciência de que
diferentes leituras
possam ser feitas por
diferentes
comunidades de
receptores, todos com
pensamentos
diferentes.
- observar como cada
traço se relaciona com
outros da mesma obra,
para depois ser
reconhecido como
lírico, épico, narrativo
ou dramático.

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