profissionais aptos a lecionarem as quatro habilidades linguísticas no contexto atual do ensino regular Perguntas e situações que motivaram o artigo:
- atuação em universidades com Metodologias de
Ensino e Estágios Supervisionados;
- experiência de 10 anos no ensino regular;
- questionamentos de professores: (a) turmas
lotadas; (b) poucas aulas por semana; (c) baixo conhecimento dos professores sobre a língua-alvo. O artigo: O ENSINO INTEGRADO DAS QUATRO HABILIDADES NO ENSINO DE LÍNGUAS ESTRANGEIRAS
Muitos pesquisadores (BROWN, 2001; ELLIS, 2003;
WILLIS, 1999) apontam a importância da integração das quatro habilidades linguísticas (ouvir, falar, ler e escrever) no ensino de línguas estrangeiras modernas. Antes da Abordagem Comunicativa, muitos cursos não integravam as quatro habilidades porque o foco recaia sobre as formas da língua e os currículos apresentavam as habilidades separadamente.
Existia uma preocupação com regras e BROWN
(2001) destaca que o resultado disso era que os alunos aprendiam muito sobre a língua, mas não aprendiam a falar a língua. Sob o ponto de vista administrativo seria mais fácil e econômico a elaboração de currículos que fornecessem apenas uma habilidade. Existem abordagens que lidam diretamente com a integração das quatro habilidades e BROWN (2001) destaca:
(A) instrução baseada no conteúdo,
(B) instrução baseada no tema, (C)aprendizado experiencial e o (D) ensino com base em tarefas. Na instrução baseada no conteúdo, a língua estrangeira serve apenas como forma de transmissão de matérias específicas aos alunos. As disciplinas de um curso de Engenharia, transmitidas através da língua inglesa, servem como exemplo desse tipo de ensino. Já instrução baseada em temas representa outra forma de integração das quatro habilidades linguísticas.
O curso é estruturado em torno de temas e, sendo
assim, um curso de língua inglesa apresentaria temas como saúde, meio ambiente, econômica global, aspectos culturais, etc O aprendizado experiencial inclui atividades que contextualizam o ensino de L2, integram as quatro habilidades e possuem recursos e propósitos voltados ao mundo real. Esta abordagem oferece experiências concretas durante o processo de aprendizagem de L2 Segundo WILLIS (1999) o ensino com base em tarefas é estruturado através de tarefas comunicativas onde a língua-alvo é usada pelo aprendiz com propósitos comunicativos claros visando que um determinado resultado seja alcançado. As tarefas devem ser atividades significativas onde há um problema a ser resolvido. Elas devem ter relação com o mundo real, sendo a avaliação medida pelas respostas ou pelo caminho percorrido pelo aluno para atingir os objetivos propostos Considerando a integração das quatro habilidades em escolas regulares, há algumas restrições como o número de alunos por sala, número de aulas durante o semestre letivo, currículo institucional, livros adotados e até o sistema educacional e leis que regem o ensino de línguas estrangeiras no Brasil Questionamento da aluna:
“Muito bom para se trabalhar na universidade, mas
utópico para escolas regulares”. Problematização:
Nosso aluno dos cursos de Letras separa o “ser aluno
na universidade” do “ser profissional em campo”, ou seja, ao participarem de diversas atividades que fogem ao tradicionalismo ou que incentivam o uso das quatro habilidades, ele não estabelece uma conexão de como ele, futuro professor, iria trabalhar tal atividade em seu contexto de ensino. Sabe-se que muito tem sido feito na busca de integrar teoria e prática; formação inicial e continuada; ensino e extensão, mas tal separação ainda existe. Pergunta:
Como estabelecer a conexão entre o “ser professor” e o
“ser aluno” desde o início dos cursos de Letras, contribuindo para a formação da identidade profissional nos cursos de graduação desde cedo e a partir das atividades diárias de sala de aula? REFERÊNCIAS
BROWN, H.D. Teaching by principles: an interactive approach to language
pedagogy. Ed. Addison Wesley Longman. 2001. ELLIS, R. The study of second language acquision. Ed. Oxford University Press. 2003. HOLEC, H. Autonomy and foreign language learning. Ed. Council of Europe. Strasbourg. 1980. NEUPANE, M. Learner autonomy: concepts and considerations. In: Journal of NELTA, vol.15, nº1-2, December, 2010. PAIVA, V.L.M. The complex nature of autonomy. Disponível em: http://www.veramenezes.com/autonomycomplex.pdf RICHARDS, J.C; BOHLKE, D. Creating effective language lessons. Cambridge University Press. New York. 2011. WILLIS, J. A framework for task-based learning. Ed. Longman. 1999. SOARES, L. A.. O Ensino Integrado das Quatro Habilidades no Ensino de Línguas Estrangeiras. In: Linguística e Literatura: Reflexões Contemporâneas. 1ed. Belo Horizonte: Grupo Literato, 2014, v. 1, p. 161-179.