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OS ANOS 1930:

As incertezas do regime
Introdução

■ “A ordem constitucional de 1934, vazada nos moldes claros do liberalismo e do


sistema representativo, evidenciara falhas lamentáveis, sob esse e outros aspectos.
A constituição estava, evidentemente, antedatada em relação ao espírito do tempo.
Destinava-se a uma realidade que deixara de existir” (Vargas, 1938-1945, p.21)

■ De acordo com Vargas e com aqueles que o apoiaram na instalação da ditadura do


Estado, a Revolução de 1930 e o golpe de 1937eram fases de um mesmo
processo.

■ O novo regime seria o resultado natural e inexorável de um movimento que teve seu
ponto de partida em 1930.
Da Aliança Liberal ao Governo
provisório: os primeiros embates
■ Após a euforia inicial provocada pela Revolução de 1930, o clima foi de
efervescência e intensa disputa política.
■ Diversidade de forças que haviam se aglutinado em torno da Aliança Liberal:
– Os “oligarcas dissidentes”: gaúchos e mineiros
– Os “tenentes” defendiam um governo forte e centralizado e que tutelasse a
sociedade e interviesse na economia. Além da educação pública obrigatória,
reforma agrária, adoção do voto secreto, eram antioligárquicos.
■ A despeito da heterogeneidade, estes grupos defendiam temas relacionados a
justiça social e liberdade política, tais como:
– Reformas no sistema político, adoção do voto secreto, anistia aos presos
políticos, jornada de trabalho de oito horas, férias, salário mínimo, regulação
do trabalho das mulheres e menores, diversificação econômica.
■ O candidato da Aliança Liberal, Getúlio Vargas, foi derrotado nas eleições de março de
1930.

■ Enquanto alguns aliancistas, inclusive o próprio Vargas, aceitavam a derrota nas urnas,
outros preparavam uma conspiração para tomar o poder.

■ Tenentes mais alguns políticos civis, que, por afinidade com as propostas dos primeiros
foram chamados de “tenentes civis”. Além de alguns militares legalistas que haviam
combatido os jovem oficialato na década de 1920.

■ A Revolução eclodiu em 3 de outubro de 1930 e um mês depois, Vargas assumiu a


chefia do Governo Provisório.

■ Fecharam-se o Congresso Nacional, as Assembleias Estaduais e as Câmaras Municipais.


Os governadores foram depostos e a Constituição de 1891 fora revogada.
■ Desde que chegaram ao poder, os grupos do novo regime mantinham-se em tenso
equilíbrio, o que gerava diversos embates entre os mesmos.
■ Uma das principais divergências foi sobre o tempo de duração do Governo
Provisório.
– As “oligarquias dissidentes” advogavam pelo imediato retorno à ordem
democrática regida por um constituição. Os tenentes e seus aliados civis
defendiam que o processo revolucionário ainda não havia desmantelado as
bases do poder oligárquico.
■ Outro ponto de disputa se deu em torno do modelo de Estado a ser implantado.
– Os tenentes eram favoráveis a um regime e apartidário, queriam um Estado
forte e centralizador, propunham medidas de planejamento e intervenção
econômica.
– Os “oligarcas dissidentes” defendiam propostas liberais e federativas,
limitando os poderes da União e mais autonomia para o poder estadual, com
exceção dos estados do norte.
■ Primeiras medidas intervencionistas e centralizadoras:
– Sistema de Interventorias, importante instrumento de controle do poder
central sobre a política local.
– No pós-1930, o interventor era nomeado e subordinado diretamente ao
presidente da República.
– O processo de “militarização das interventorias”.
– Juarez Távora: “Vice-Rei do Norte”.
– Interventores não deveriam ter ligações com as forças políticas locais.
– Crises frequentes: entre 1930 e 1935, os 20 estados da federação, mais o
distrito federal foram governados por 94 interventores. Na Bahia, entre
outubro de 1930 e setembro de 1931, foram 4 interventores.
■ Vargas ao mesmo tempo que fazia concessões aos grupos locais, reforçava o
controle sobre os estado cerceando sua autonomia.
– Os estado não poderiam mais tomar empréstimos externos sem autorização
do poder central, não podiam gastar mais de 10% da receita com serviços da
polícia militar, dotar as polícias de artilharia e aviação, ou armá-las em
proporção superior ao exército.
■ Ações na área social:
– Em novembro de 1930 foram criados o Ministério do Trabalho, Indústria e
Comércio; e o Ministério da Educação e Saúde Pública.
– Jornada de trabalho, na cidade, foi fixada em 8 horas, regulamentação do
trabalho da mulher e do menor, lei de férias, instituída a carteira de trabalho e
o direito a pensões e aposentadorias.
– Em 1933, criação do Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Marítimos e
em 1934, o Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Comerciários.
– Nacionalização do trabalho: exigência da presença de 2/3 de empregados
nacionais em qualquer estabelecimento industrial e comercial (controlar a
presença de anarquistas estrangeiros nos sindicatos).
– Legislação sindical que tinha como principal objetivo tutelar os sindicatos e
subordiná-los ao Estado.
– Estrutura sindical coorporativa.
– Sindicato único
– O regime atrelou o gozo de benefícios sociais à condição de trabalhador
sindicalizado.
■ No campo econômico, medidas centralizadoras e intervencionistas:
– Governo buscava exercer maior controle sobre a produção e comercialização
dos principais produtos agrícolas produzidos no país.
– Criação do Conselho Nacional do Café, em 1931; criação do Departamento
Nacional do Café, em 1933; em 1932, foram criados o Instituto do Cacau da
Bahia e o Instituto do Açúcar e do Álcool; criação do Conselho Federal do
Comércio Exterior.
– Um dos imperativos para o estabelecimento da melhoria técnica, da
diversificação da produção agrícola no Brasil e do atendimento da
necessidade de dotar a agricultura brasileira de um maior grau de
racionalidade era a transformação da estrutura administrativa do Ministério
da Agricultura e a ampliação de suas funções como o órgão que centralizaria o
novo modelo de exploração econômica do setor agropecuário e mineral.
■ “A organização e o desenvolvimento da produção nacional constituem tarefa de suma importância, que
deve encontrar no Ministério da Agricultura o seu órgão especializado. Para adaptá-lo a essa finalidade,
impunha-se, desde logo, imprimir-lhe nova orientação, remodelando e ampliando, em moldes técnicos
e racionais, os serviços distribuídos pelas diversas secções que lhe centralizam a atividade” (VARGAS,
1938, vol. 3, p. 106-107).
■ “a) estudar o aproveitamento racional das matérias primas minerais, vegetais e animais, padronizando
e fiscalizando os tipos de produção; b) estender a rede de pesquisas geológicas e mineralógicas, de
forma a estabelecer um cadastro tão completo quanto possível da riqueza mineral do país; c) avaliar as
disponibilidades da energia utilizável pela indústria, determinando a potência das quedas d’água, a
capacidade das jazidas de carvão e a existência de depósitos petrolíferos; d) aperfeiçoar nossas
condições agrícolas pela seleção de espécie e escolha do habitai mais favorável ao seu
desenvolvimento; e) estudar a adaptação de plantas e animais exóticos ao nosso meio, transformando-
os racionalmente em novas fontes de riqueza nacional f) aperfeiçoar os meios de combate às pragas e
enfermidades que prejudiquem o desenvolvimento das plantas e animais; g) e, finalmente, modificar,
pelas instruções técnico-profissionais — racional e cuidadosamente ministradas —, a mentalidade do
nosso meio agrícola e pastoril” (VARGAS, 1938, vol. 3, p. 106).
■ “As exigências imperiosas do momento não permitiam a continuação da política do “laissez faire”,
“laissez aller”, a qual dera margem à situação acima referida, e que não se coadunava com os rumos
modernos de organização econômica e com os próprios deveres rudimentares dos poderes públicos.
Havia mister agir, mormente em face do apelo angustioso da lavoura ao Governo da Bahia, no sentido
de salvá-la do abismo em que se encontrava e conduzi-la a melhores destinos. Caso contrário, a
própria ordem social periclitaria e danos econômicos, de talvez irreparável gravidade se verificassem”
(MAGALHÃES, 1957, p. 120).
■ À medida que as propostas centralizadoras e intervencionistas eram implantadas,
crescia a insatisfação dos setores oligárquicos com a Revolução de 1930.
■ A instabilidade entre 1931 e 1932 era um sinal da precária convivência política que
caracterizaria os 30 anos seguintes da história republicana brasileira:
– Oligarquia de base rural dividida entre liberais arraigados às velhas práticas
políticas tradicionais e reformadores dispostas a modernizar a economia.
– A burguesia industrial, importante em estados como Rio de Janeiro e São Paulo,
ainda era pequena e politicamente dependente dos fazendeiros que ainda
dominavam a economia.
– Classe operária, que se expressava através de organizações sindicais, mas que
não dispunha de força e influência política para impor um projeto político à nação.
– Classe média, em pequeno número, dependente dos empregos e fieis ao valores
das oligarquias às quais servia.
■ Organização dos Tenentes através da Legião Revolucionária, em 1930, e do Clube 3 de
Outubro (1931-1935).
■ Rearticulação das diversas facções oligárquicas, movimento representado na Frente
Única Paulista e na Frente Única Gaúcha.
Do Governo Provisório ao Governo
Constitucional
■ O primeiro semestre de 1932 foi marcado por agitações e crises sucessivas nos
meios civis e militares.
■ O Código Eleitoral:
– Instituição da Justiça Eleitoral; sufrágio universal, direto e secreto; voto
feminino. Voto negado a menores de 21 anos, analfabetos, praças e religiosos
de ordens monárquicas.
– O Voto classista: 40 representantes (17 representando os empregadores, 18
os empregados, 3 profissionais liberais e 2 funcionários públicos)
– A bancada classista deveria funcionar como força auxiliar do governo.
■ No dia seguinte do decreto do Código Eleitoral foram efetuados ataques ao jornal
Diário Carioca, de caráter antitenentista, por elementos ligados ao tenentismo.
– Acirramento dos confrontos entre tenentistas e setores oligárquicos.
– Nova crise no governo.
– Saída do governo de aliados em protesto à indiferença de Vargas frente ao
acontecimento.
■ Em maio, estudantes depredaram jornais varguistas A Razão e Correio da Tarde.
– Morte de 4 estudantes no conflito de rua: Miragaia, Martins, Dráuzio e
Camargo
– Suas iniciais deram nome a uma entidade MMDC, encarregada de preparar
um movimento armado pró-reconstitucionalização do país.
■ Insatisfação mesmo com o decreto para a criação da comissão que iria elaborar o
anteprojeto constitucional e definição do dia 3 de maio de 1933 para a realização
das eleições para a Assembleia Nacional Constituinte.
■ Crise Militar: “Picolés” x “Rabanetes”
■ Em 3 de julho de 1932, eclodiu a chamada Revolução Constitucionalista em São
Paulo.
■ São Paulo esperava a adesão de todas as facções estaduais insatisfeitas com o
governo de Vargas. Mas, este conseguiu apaziguar o Rio Grande do Sul, Minas
Gerais e Bahia.
■ Comandante da revolução foi Isidoro Dias Lopes, tenente revoltoso na década de
1920e revolucionário de 1930.
■ São Paulo se sentia como grande perdedor de 1930. Insatisfeitos com a política
centralizadora varguista e a lentidão com que se estabeleciam as bases para o
retorno ao Estado de direito.
■ Exigiam o fim do regime ditatorial, a imediata reconstitucionalização do país e maior
autonomia para São Paulo.
■ Adesão em massa da população paulista:
– Alistamento voluntário; doação de recursos financeiros; fábricas adaptadas
para a produção bélica.
■ Isolamento.
■ Fim do conflito em 2 de outubro de 1932.
■ Apesar de derrotados , os paulistas tiveram ganhos políticos:
– Compromisso do governo provisório em levar adiante o processo de
reconstitucionalização do país.
– São Paulo passou a ter um interventor paulista e civil: Armando Sales de
Oliveira.
■ Reorganização no cenário político nacional e marco do processo de depuração civil
e militar.
■ Reestruturação das forças armadas.
■ Reconstitucionalização representava uma derrota para os tenentes e seus aliados
civis.
■ Opiniões divergentes entre os tenentes diante da inevitabilidade do fato.
– Juracy Magalhães, da Bahia; Lima Cavalcanti, de Pernambuco e Juarez Távora
rearticularam as agremiações políticas para o alistamento eleitoral.
– Carneiro de Mendonça, do Ceará; Augusto Maynard, de Sergipe, em protesto,
distanciaram-se das eleições.
– Aqueles que, desiludidos com o que consideravam o desvirtuamento do
regime, abraçaram movimentos políticos como o integralismo e o comunismo
■ “Em 1933 fui convocado pelo dr. Getúlio para uma reunião
no palácio Rio Negro, na qual – juntamente com Miguel
Costa e os interventores Landri Sales, do Piauí, e Roberto
Carneiro da Cunha, do Ceará – iríamos discutir o problema
revolucionário. o presidente, como sempre, ouvia mais do
que falava. Os três manifestaram a ideia de que a revolução
deveria impor-se pela força, em vez de organizar um
partido, mas eu emiti uma opinião discordante.”
(MAGALHÃES, 1982, p. 79)
■ Partidos estaduais, muitos articulados pelos interventores;
■ Permissão para a criação de partidos provisórios;
■ Candidaturas avulsas;
■ Após as eleições de maio de 1933, os partidos que tiveram melhor desempenho
foram aqueles organizados pelos interventores:
– “Organizei, então na Bahia, um partido que tornou vitoriosa nas urnas a
revolução. Fizemos vinte representantes e vinte e dois deputados federais e,
graças a esse resultado, ouvi do velho Antônio Carlos, presidente da
constituinte, um dos maiores elogios da minha vida: ‘Juracy, quero
cumprimentá-lo, porque você elegeu a bancada mais numerosa da revolução.
E o mais importante é que não nos mandou pau-mandados, mas uma equipe
de grandes representantes do povo.’” (MAGALHÃES, 1982, p.79)
■ Constituição foi promulgada em 16 de julho de 1934 (a segunda republicana e a
terceira do Brasil independente).
■ Vargas foi eleito presidente por via indireta, pelos constituintes, enfrentando Borges
de Medeiros e Góis Monteiro.
■ Os decretos do Governo Provisório foram aprovados em um clima de insatisfação
política: dos 220 deputados, apenas 135 votaram a favor da aprovação.
■ A Constituição atendia aos anseios liberais democráticos presentes no ideário da
Revolução de 1930.
■ Propunha um modelo de Estado mais liberal e menos centralizador do que desejava
Vargas.
– Fortalecimento do Estado sem significar poder intervencionista do Executivo
Federal; predomínio do Legislativo; representação classista; direito ao voto
para homens e mulheres maiores de 18 anos; direitos sociais consagrados;
Justiça do Trabalho, educação confessional nas escolas públicas.
■ Descontentamento do presidente com a nova Carta Constitucional
Do Governo Constitucional ao Golpe
Estado Novo
■ O dispositivo militar de Vargas em descompasso com o clima político no país.

– Fim do regime discricionário; retorno da normalidade constitucional; volta dos


exilados de 1932.
– Nas eleições para o Congresso Nacional e assembleias legislativas estaduais,
muitos interventores foram derrotados e os derrotados de 1930 voltaram ao
poder.
– Apenas nove interventores foram eleitos governadores, de maneira indireta.
– O restabelecimento da ordem legal estimulou a participação política e
fortaleceu o movimento social: greves e radicalização do processo político.
■ Ação Integralista Brasileira (AIB): fundada em 1932, por Plínio Salgado
– Inspirada no fascismo italiano, possuía estrutura organizacional paramilitar.
– Nacionalismo e moralismo extremados: muitos adeptos entre militares e
católicos.
– Defendiam um partido único e forte (a própria AIB), que representaria a
integração total entre a sociedade e o Estado.
– Mobilizações, palestras e manifestações de rua.
– “Camisas-verdes”, Sigma, “Anauê!”
– Apoio a Vargas
■ Aliança Nacional Libertadora: fundada em março de 1935, liderada por Luis Carlos
Prestes
– Inspirada nas frentes populares, antifascistas, europeias, de combate ao
avanço do nazi-fascismo
– Desde sempre se colocou na oposição ao regime Vargas
– Defesa de propostas antiimperialistas; reforma agrária; liberdades públicas.
– Congregava em suas fileiras comunistas, socialistas e liberais desiludidos com
os rumos do regime, incluindo diversos tenentes.
– Colocada na ilegalidade em julho de 1937
■ O Levante de 1935.

– Na clandestinidade, alguns membros da organização, ligados ao PCB, em


agosto, passaram a organizar os preparativos para a deflagração de um
movimento armado que deveria resultar na derrubada de Vargas.
– O movimento deveria contar com o apoio do operariado nas cidades.
– O primeiro levante ocorreu no dia 23 de novembro, em um quartel na cidade
de Natal-RN, no dia seguinte outra sublevação militar ocorreu em Recife, e, no
dia 27, a revolta eclodiu no Rio de Janeiro.
– Restrito aos quartéis, nas três capitais, e sem o apoio dos operariados, a
rebelião foi rápida e violentamente debelada.
– Forte repressão não somente contra os partícipes no levante, mas contra
todos aqueles considerados opositores ao regime.
– Milhares de prisões em todo o país, incluindo políticos e intelectuais; expurgos
militares
■ O levante comunista serviu de pretexto para fechar o regime.
■ A suspensão dos direitos civis e a interferência direta no poder legislativo, com o
cerceamento do seu poder, inclusive com a prisão de deputados, foram constantes
nessa conjuntura e com o aval dos parlamentares (DEMIER, 2013, 111-147).
■ Os decretos de Estado de Sítio e de Guerra foram constantes a partir do levante
■ Lei de Segurança Nacional.
■ O decreto do Estado de Guerra foi anunciado na edição do A Tarde do dia 24 de
março de 1936 e a justificativa era que havia indícios de nova investida extremista
contra o regime.
■ Após o decreto, as garantias do artigo 113º da Constituição foram suspensas. A
introdução do artigo apresenta as seguintes garantias individuais: “A Constituição
assegura a brasileiros e a estrangeiros residentes no país a inviolabilidade dos
direitos concernentes à liberdade, à subsistência, à segurança individual e à
propriedade [...]” (BPEBa, A TARDE, 24/03/1936).
■ Tentativa de prorrogação do mandato presidencial não foi aceito pelo Congresso e não
teve o aval dos principais governadores: São Paulo, Rio Grande do Sul, Pernambuco e
Bahia. A exceção foi Minas Gerais.
■ Ficou selado o afastamento deles do presidente:
– “Vargas estabeleceu uma intervenção velada em Estados governados por aliados
como Bahia, São Paulo e Pernambuco, a partir da nomeação de executores do
estado de guerra, em 29 de abril de 1937. Dessa maneira, Vargas passaria a ter
um controle mais efetivo sobre as ações dos governadores, uma vez que os
militares responsáveis pela execução do estado de guerra se reportariam apenas
ao presidente (BPEBa, DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 29/04/1937). Pari Passu, Flores da
Cunha foi afastado do cargo no Rio Grande do Sul, a partir da alegação de que ele
estava estocando armas para se rebelar contra o governo central. Igualmente,
Lima Cavalcanti, governador de Pernambuco, também foi preso sob a acusação de
ligações com o comunismo (BPEBa, DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 08/05/1937). Juracy
Magalhães passou a ser investigado e intimidado pelo Coronel Antônio Fernandes
Dantas, o executor do Estado de Guerra na Bahia. Entre os motivos dos conflitos
entre os dois militares estavam: a alegação de que o governador da Bahia não
havia se empenhado na repressão ao comunismo; a suspeita de que o governo
estadual estava estocando armas e o veemente protesto de Juracy Magalhães
contra a prisão dos deputados oposicionistas Péricles Noblat, Crescêncio Lacerda,
Nestor Duarte, Álvaro Sanches, Aliomar Baleeiro e Maria Luiza (MAGALHÃES,
1982, p. 283-286; 288-289).” (PAIXÂO, 2018).
■ À revelia de Vargas, e com o seu silêncio, “Em maio de 1937, estavam na cena
eleitoral as candidaturas de Armando Sales, apoiada pela situação paulista e pelas
oposições liberais ao governo Vargas; de Plínio Salgado, em vias construção pelos
integralistas e a de José Américo, lançada pelas chamadas “maiorias”, ou seja,
aqueles que se consideravam a base de Vargas, no congresso e nos estados. O
último, que foi Ministro da Viação no início do Governo Provisório, teve seu nome
lançado pelo líder da bancada baiana na Câmara dos Deputados, Clemente
Mariani, com a devida anuência do governador Juracy Magalhães, apontado como o
grande articulador da escolha (BPEBa, Diário de Notícias, 26/05/1937).” (PAIXÃO,
2018).
■ Em junho de 1937, o Congresso rejeitou o pedido do governo de prorrogação do
estado de guerra.
■ O “Plano Cohen”
■ Em 10 de novembro de 1937, o congresso foi cercado e Vargas manteve-se na
chefia do Executivo.
■ Nesse mesmo dia, foi assinada a nova Constituição, de autoria do jurista Francisco
Campos

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