Pedagogo E-mail: fagner_1988@hotmail.com Contato: (71)98832-1479 CULTURA AFRO-BRASILEIRA
Denomina-se cultura afro-brasileira o conjunto
de manifestações culturais do Brasil que sofreram algum grau de influência da cultura africana desde os tempos do Brasil Colônia até a atualidade. A cultura da África chegou ao país, em sua maior parte, trazida pela escravidão africana na época do tráfico transatlântico de escravos. No Brasil a cultura africana sofreu também a influência das culturas europeia e indígena, de forma que características de origem africana na cultura brasileira encontram-se em geral mescladas a outras referências culturais. Traços fortes da cultura africana podem ser encontrados hoje em variados aspectos da cultura brasileira, como a música popular, a religião, a culinária, o folclore e as festividades populares. Os estados do Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul foram os mais influenciados pela cultura de origem africana, tanto pela quantidade de escravos recebidos durante a época do tráfico como pela migração interna dos escravos após o fim do ciclo da cana-de- açúcar na região Nordeste. O Brasil é um dos países que mais possui população negra em todo o mundo. Isso, devido aos mais de 4 milhões de homens, mulheres e crianças que foram trazidas para cá com o comércio de escravos nos meados do ano 1500. Os escravos, conseguiram sua liberdade, porém continuaram sendo descriminados, humilhados e mal tratados. Muitos não possuíam bens e local para morar, o que gerou problemas, como as favelas que hoje encontramos no Rio de Janeiro, por exemplo. Hoje, os “afro – brasileiros” se destacam na música, no meio comercial, no teatro, em filmes, no meio empresarial e em muitos outros meios no Brasil, muitas vezes superando aqueles brancos que se diziam insuperáveis. CAPOEIRA Capoeira é uma arte marcial desenvolvida inicialmente por escravos negros no Brasil, a partir do período colonial. Marcada por seus golpes que enganam o adversário, que geralmente são feitos no solo ou completamente invertidos. Inicialmente criado para proteção e defesa própria. Hoje vista mais como uma forma de expressão artística, devido ao movimento que os corpos fazem, durante a prática. A palavra "capoeira" denota "o que foi mata", por meio da conexão dos termos ka'a ("mata") e pûer ("que foi"). Alude às áreas de mata rasa do interior do Brasil onde era feita a agricultura indígena.
Tem origem com os fugitivos da
escravidão, os quais utilizavam frequentemente a vegetação rasteira para fugirem do encalço dos capitães- do-mato. Esses foram os primeiros capoeiristas. MACULELÊ O Maculelê é uma manifestação cultural oriunda cidade de Santo Amaro da Purificação – Bahia, berço também da Capoeira. É uma expressão teatral que conta através da dança e de cânticos, a lenda de um jovem guerreiro, que sozinho conseguiu defender sua tribo de outra tribo rival usando apenas dois pedaços de pau, tornando-se o herói da tribo. Sua origem é desconhecida. Uns dizem que é africana, outros afirmam que ela tenha vindo dos índios brasileiros e há até quem diga que é uma mistura dos dois. O próprio Mestre Popó do Maculelê, considerado o pai do maculelê, deixa clara a sua opinião de que o maculelê é uma invenção dos escravos no Brasil, assim como a capoeira. SAMBA O samba é uma dança e um gênero musical considerado um dos elementos mais representativos da cultura popular brasileira existente em várias partes do país. Dependendo do tipo de samba, a música é feita com o violão, viola ou cavaquinho acompanhado de instrumentos de percussão (atabaque, berimbau, chocalho e pandeiro). O samba foi introduzido no Brasil no Há controvérsias sobre a origem da palavra período colonial pelos escravos "samba", mas provavelmente advém do africanos sendo portanto um estilo termo africano "semba" que significa que provém da fusão entre as "umbigada“ ou “corpo que dança”. culturas africana e brasileira. Inicialmente, as festas de danças dos negros escravos na Bahia eram chamadas de "samba". A manifestação durante muito tempo foi considerada um estilo de música e dança criminalizado e visto com preconceito, devido às suas origens negras. PRINCIPAIS TIPOS DE SAMBA Samba de roda: o samba de roda está associado à capoeira e ao culto dos orixás. Essa variante de samba surgiu no Estado da Bahia no século XIX, caracterizado por palmas e cantos, no qual os dançarinos bailam dentro de uma roda. Samba-enredo: associado ao tema das escolas de samba, o samba-enredo é caracterizado por apresentar canções com temáticas de caráter histórico, social ou cultural. Essa variante de samba, surgiu no Rio de Janeiro na década de 30 com o desfile das escolas de samba. Samba-canção: chamado também de "samba de meio de ano", o samba canção surge na década de 20 no Rio de Janeiro e se populariza no Brasil nas décadas de 1950 e 1960. Esse estilo é caracterizado por músicas românticas e ritmos mais lentos. Samba-exaltação: o marco inicial desse estilo de samba é a música "Aquarela do Brasil" de Ary Barroso (1903-1964), lançada no ano de 1939. Obs.: Outras Caracterizado por letras que apresentam temas variantes do samba patrióticos e ufanistas. são: samba de Samba de gafieira: Esse estilo de samba é breque, samba de derivado do maxixe e surgiu na década de 40. O partido alto, samba samba de gafieira é uma dança de salão cujo raiz, samba-choro, homem conduz a mulher acompanhados por uma samba-sincopado, orquestra com ritmo acelerado. samba-carnavalesco, Pagode: Essa variante do samba surgiu no Rio sambalanço, samba de Janeiro na década de 70, a partir da tradição rock, samba-reggae e das rodas de samba. Caracterizado por um ritmo bossa nova. repetitivo com instrumentos de percussão acompanhados de sons eletrônicos. RELIGIOSIDADE AFRO-BRASILEIRA A SOBREVIVÊNCIA DA CULTURA DE UM POVO SINCRETIZADO PARA INÍCIO DE CONVERSA: “O QUE E MACUMBA?”
No início do século XX, com o surgimento da “giras” de Umbanda, muitas vezes
realizadas nas praias, começou a ser conhecida pelo termo macumba. Macumba nada mais é que um determinado tipo de reco-reco usado durante as giras, e por ser um instrumento musical, as pessoas referiam-se da seguinte forma: “Estão batendo a macumba na praia”, ficando então conhecidas as giras como macumbas ou culto Omolokô. Com o passar do tempo, tudo que envolvia algo que não se enquadrava nos ensinamentos impostos pelo catolicismo, protestantismo, e outras religiões, era considerado macumba. Com isso, acabou por virar um termo pejorativo. Então, podemos definir que um macumbeiro nada mais é que um tocador de reco-reco estilizado. PRINCIPAIS RELIGIÕES DE MATRIZ AFRICANA Babaçuê - PA Quimbanda – RJ e SP Irmandade dos homens Batuque - RS Tambor-de-Mina - MA pretos
Cabula - ES, MG, RJ e Terecô - MA
SC. Umbanda - Em todos Candomblé - Em todos estados do Brasil estados do Brasil Xambá – AL e PE Cultoaos Egungun – Xangô do Nordeste – BA, RJ e SP. PB, PE, AL e SE. Culto de Ifá – BA, RJ e Confrarias SP Irmandade da Boa Morte Omolokô – RJ, MG e SP. SINCRETISMO RELIGIOSO O sincretismo religioso é a mistura de uma ou mais crenças religiosas em uma única doutrina. Este modelo de sincretismo, assim como o cultural, nasce a partir do contato direto ou indireto entre crendices e costumes distintos. No Brasil, por exemplo, o sincretismo religioso nasce desde a chegada dos primeiros colonizadores portugueses, se intensificando com a presença dos escravos africanos, que, em contato com a população nativa do Brasil (os indígenas), disseminou os seus costumes, rituais e tradições. CANDOMBLÉ Candomblé é um culto ou religião de origem africana que foi trazida para o Brasil pelos escravos. Alguns historiadores indicam que o candomblé foi trazido por escravos oriundos de países atualmente conhecidos como Nigéria e República do Benim. Os seguidores do candomblé prestam culto e adoram os orixás, que são deuses ou divindades africanas que representam as forças da Natureza. A designação candomblé é mais popular na Bahia, em outros locais do Brasil é conhecido como macumba (no Rio de Janeiro) e Xangô (no Recife). Apesar disso, a definição "macumba" normalmente não é adotada pelos seguidores do candomblé, porque muitas vezes tem uma conotação pejorativa. ORIXÁS Atualmente no Brasil são cultuados apenas 12 orixás. Já foram 16: quatro deles (Obá, Logunedé, Ewa e Irôco) há algum tempo só se manifestam em ocasiões bissextas, basicamente em festas e rituais específicos. Um número pequeno, diante dos mais de 200 existentes na África Ocidental, a célula mãe dessas divindades. Reza a tradição que os Orixás dos terreiros têm origem nos clãs africanos, divinizados há mais de 5 mil anos. A história que se conta é que eles foram inspirados em homens e mulheres capazes de intervir nas forças da natureza por meio de caça, plantio, uso de ervas na cura de doenças e fabricação de ferramentas. Os orixás têm características humanas, virtudes e defeitos: podem ser vaidosos, temperamentais, ciumentos, maternais. Os atributos, quase sempre, têm um paralelo com o meio ambiente. A equivalência entre os orixás e os santos da Igreja Católica surgiu no período colonial, com a chegada ao Brasil dos primeiros africanos de origem iorubá, povo que habitava a região atual de Nigéria, Benin e Togo. Adeptos do candomblé, eles eram proibidos de adorar suas divindades porque a religião oficial do País era o catolicismo. Para driblar a censura, os negros criaram a associação e seguiam assim praticando sua fé. Por isso, o sincretismo pode variar de acordo com a região do Brasil. Os 12 principais Orixás são: EXU Mensageiro entre os homens e os Orixás, guardião da porta da rua e das encruzilhadas. Só por meio dele é possível invocar os Orixás. Personalidade: Atrevido e agressivo Elemento: Fogo Símbolo: Ogó (um bastão adornado com cabaças e búzios) Colar e roupas: Vermelho e preto No sincretismo: Santo Antônio Dia da semana: Segunda-Feira OGUM Orixá da guerra, do fogo e da tecnologia. No Brasil é conhecido como Orixá guerreiro. Sabe trabalhar com metal e, sem sua proteção, o trabalho não pode ser proveitoso. Personalidade: Tímido e vingativo Elemento: Terra Símbolo: Espada Colar: Azul-marinho Roupas: Azul (com verde-escuro, vermelho ou amarelo) No sincretismo: Santo Antônio ou São Jorge Dia da semana: Terça-feira OXÓSSI Orixá da caça. É o grande patrono do candomblé brasileiro. Personalidade: Intuitivo e emotivo Elemento: Florestas Símbolo: Rabo de cavalo e chifre de boi Colar: Branco rajado e verde Roupas: Azul ou verde-claro No sincretismo: São Sebastião Dia da semana: Quinta-feira OSSAIM Orixá das folhas e ervas medicinais. Conhece seus usos e as palavras mágicas (ofós) que despertam seus poderes. Personalidade: Instável e emotivo Elemento: Matas Símbolo: Lança com pássaros na forma de leque e feixe de folhas Colar: Branco rajado e verde Roupas: Branco e verde-claro No sincretismo: São Roque Dia da semana: Quinta-feira OMOLU/OBALUAÊ Orixá da peste das doenças da pele. É o médico dos pobres. Personalidade: Tímido e vingativo Elemento: Terra Símbolo: Xaxará (feixe de palha e búzios) Colar: Preto, branco e vermelho Roupas: Vermelho e preto (tudo coberto de palha) No sincretismo: São Lázaro e São Roque Dia da semana: Segunda-feira OXUMARÉ Orixá da chuva e do arco-íris. É, ao mesmo tempo, de natureza masculina e feminina. Transporta a água entre o céu e a terra. Personalidade: Sensível e tranquilo Elemento: Água Símbolo: Cobra de metal Colar: Amarelo e verde Roupas: Azul-claro e verde-claro No sincretismo: São Bartolomeu Dia da semana: Quinta-feira OXUM Orixá das águas doces (rios, fontes e lagos). É também senhora do ouro, da fecundidade, do jogo de búzios e do amor. Personalidade: Maternal e tranquila Elemento: Água Símbolo: Abebê (leque espelhado) Colar e roupas: Amarelo-ouro Nosincretismo: Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora das Candeias Dia da semana: Sábado XANGÔ
Orixá do fogo e do trovão. Diz a tradição que
foi rei de Oyó, cidade da Nigéria. É viril, violento e justiceiro. Castiga mentirosos e protege advogados e juízes. Personalidade: Atrevido e prepotente Elemento: Fogo Símbolo: Machado duplo (oxé) Colar e roupas: Branco e vermelho No sincretismo: São Jerônimo, Santo Antônio, São Pedro, São João Batista, São José e São Francisco de Assis Dia da semana: Quarta-feira YANSÂ/OYÁ Orixá dos ventos e das tempestades. É a senhora dos raios e dona da alma dos mortos. Personalidade: Impulsiva e imprevisível Elemento: Fogo Símbolo: Espada e rabo de cavalo (representando a natureza) Colar: Vermelho ou marrom-escuro Roupas: Vermelho No sincretismo: Santa Bárbara Dia da semana: Quarta-feira NANÃ Orixá da lama e do fundo dos rios, associada à fertilidade, à doença e à morte. É a orixá mais velha de todos e por isso muito respeitada. Personalidade: Vingativa e mascarada Elemento: Terra Símbolo: Ibiri (cetro de palha e búzios) Colar: Branco, azul e vermelho Roupas: Branco e azul No sincretismo: Sant’Ana Dia da semana: Sábado YEMANJÁ Considerada a Orixá dos mares e oceanos. É a mãe de todos os orixás e representada com seios volumosos, simbolizando a maternidade e a fecundidade. Personalidade: Maternal e tranquila Elemento: Água Símbolo: Leque, espada e espelho Colar: Transparente, verde ou azul-claro Roupas: Branco e azul No sincretismo: Nossa Senhora, Nossa Senhora dos Navegantes ou Nossa Senhora da Glória Dia da semana: Sábado OXALÁ
Orixá da criação. É o orixá que criou os homens.
Obstinado e independente, é representado de duas maneiras: Oxaguiã, jovem, e Oxalufã, velho. Personalidade: Equilibrado e tolerante Elemento: Ar Símbolo: Oparoxó (cajado de alumínio com adornos) Colar e roupas: Branco No sincretismo: Senhor do Bonfim Dia da semana: Sexta-feira CULINÁRIA AFRO-BRASILEIRA Não há nada mais gostoso que a comida do Brasil! Pode parecer exagero, mas a alimentação brasileira tem uma riqueza incrível, pois sua origem é uma mistura das tradições indígenas, europeias e africanas. Os índios se alimentavam da mandioca, das frutas, dos peixes e das carnes de caça. Com a chegada dos colonizadores portugueses, o pão, o queijo, o arroz, os doces e os vinhos foram se incorporando à nossa alimentação Mas uma das contribuições mais importantes aos nossos hábitos alimentares, durante todo o período de colonização, foi aquela que veio da África, trazida pelos escravos. Se os comerciantes de escravos traziam os ingredientes(especiarias), os escravos traziam na memória os usos e os gostos de sua terra. Era aí que estava o segredo. Os escravos não tinham uma alimentação farta. Comiam os restos que os seus senhores lhes destinavam. Os ingredientes nobres, o preparo requintado e as maneiras europeias à mesa aconteciam na casa grande. Enquanto isso, a cozinha negra se desenvolvia na senzala, em tachos de ferro.