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Introdução

Como resultado de lutas e conquistas da


categoria, através de seus sujeitos individuais e
coletivos, o atual Código de Ética Profissional
tem sido o horizonte para o qual segmentos da
categoria profissional têm se orientado na
perspectiva da realização de um exercício
profissional que atenda com competência às
demandas profissionais, e que afirme compro-
missos na construção de uma determinada
sociedade.
O nosso Código de Ética é um projeto que abrange os
fundamentos teórico-metodológicos, nos permite uma
leitura da realidade capaz de mostrar o significado
social da profissão na nossa sociedade; carrega no seu
interior um conjunto de princípios que descreve os
valores que priorizamos, as formas políticas que
reforçamos e atribui, de uma maneira coerente, uma
determinada direção teórico-prática ao que fazemos no
nosso cotidiano.
Este projeto também se mantém como um processo em
construção e ganha materialidade no enfrentamento das
reais condições objetivas e subjetivas que configuram o
cotidiano do exercício profissional.
Dentro do Código de Ética nosso texto
busca falar sobre o Princípio 10:

“O compromisso com a qualidade dos


serviços prestados à população e com o
aprimoramento intelectual, na perspectiva
da competência profissional”.
Todo princípio deve partir da realidade e a
ela retornar.
Nenhum profissional pode efetivamente se colocar num
patamar de competência sem que faça um esforço
minucioso de buscar uma capacitação continua no
sentido de qualificar o seu exercício profissional, seja
ele na formulação/avaliação de políticas, seja na gestão/
execução dos serviços, seja na supervisão de estágio,
seja na docência, seja na pesquisa ou dentre outras
atribuições e competências.
Aliais, discutir um princípio do Código de Ética
só é possível se o remetermos á realidade.

É nesta perspectiva, dentro do 10º princípio, que


ressaltamos a necessidade da qualificação
profissional , pois está condicionada-se aos
princípios éticos e a uma direção política, crítica
e contestatória, que nos orienta para um
exercício que prioriza a qualidade do atendi-
mento das demandas dos usuários, conver-
tendo-as em demandas coletivas.
A importância do aprimoramento intelectual
para uma profissão como o Serviço Social:

A profissão vem estabelecendo uma relação


ambígua com o conhecimento teórico, uma
relação de “amor e ódio”, o que influência a
maneira pela qual o profissional dimensiona a
relação teoria/prática.
“Nesta trajetória, o conhecimento teórico, ao ser
reconhecido pela profissão, passa a ser
utilizado como parâmetro para medir a compe-
tência profissional, ignorando não apenas os
saberes interventivos e instrumentais, mas
também as mediações da própria realidade e a
legitimidade profissional acabam sendo consi-
deradas como varáveis dependentes do seu
roteiro teórico”. (NETTO, 1992)
No entanto, o próprio modo de ser da profissão
é causa desta resistência. Sendo o Serviço
Social uma especialização do trabalho coletivo
inserida na divisão do trabalho do mundo
burguês, ele é travejado pela racionalidade da
fragmentação entre os que planejam e os que
executam.

E assim, um certo anti-intelectualismo encontra-


se presente na cultura da profissão, que se
contrapõe a uma tendência ao teoricismo que é
“a utilização das formulações teóricas como
uma receita ou modelo a ser aplicado à
realidade”.
Outra característica importante da própria
profissão está na sua natureza como profissão
interventiva no campo do cotidiano, direci-
onado a dar respostas às expressões da
chamada “questão social”.

Sabe-se que qualquer profissão somente é


reconhecida na medida em que combina com as
requisições da ação societária, caso contrário,
corre o risco de ver seu exercício profissional
esgotar suas possibilidades, perder seu signi-
ficado sócio-profissional.
Na perspectiva de uma capacitação continua e
permanente, tal como proposto no nosso
Código de Ética Profissional, não basta apenas
promover uma recorrente e sistemática atua-
lização profissional, o que por si só já poderia
ser de grande importância.
O que se espera, ou melhor, se exige, é uma
formação que prepare-a tanto para que possa
fazer a crítica da racionalidade posta na
educação da qual sua formação é resultado,
como também aprimorar os seus conheci-
mentos numa determinada direção.
Os profissionais fixam-se nos espaços sócio-
ocupacionais, relacionam-se com o mercado e
com os empregadores a partir de relações
sociais à base da alienação que caracteriza a
venda da força de trabalho por um salário e de
um contrato que orienta um conjunto de regras
e procedimentos.

A condição de assalariamento do exercício


profissional pressupõe o atendimento de
demandas advindas dos empregadores, que via
de regra confronta-se com as dos usuários e
especialmente com as da profissão.
Para limpar a própria alienação do trabalho e
realizar os procedimentos de desalienação, faz-
se necessário ao profissional suspender
temporariamente seu cotidiano de trabalho,
através de outras atividades que lhe permitam
“oxigenar” a percepção que tem da instituição,
das demandas, possibilidades e limites sócio-
institucionais.

São efetivamente momentos de intervalos que


trazem a capacidade de nos colocar novamente
em sintonia com a dimensão humano-genérica
do nosso próprio ser.
Sobre os fundamentos que devem ser
priorizados:

Para além da sua formação generalista, a assistente


social necessita de aprofundamentos que lhe capacite
operar em determinados espaços sócio-operacionais, o
que requer conhecimentos sobre tais áreas em
particular. Ela não alcançará seus objetivos se não
conhecer os fundamentos da ordem burguesa (e sua
estrutura), se não souber analisar o ambiente, captar as
tendências do desenvolvimento histórico da sociedade,
conhecer as táticas e estratégias sócio-profissionais e
políticas mais adequadas ao momento. Assim, requer,
portanto, conhecimento e saberes teóricos e investi-
gativos (além dos instrumentais).
Daí a luta por uma formação que confi-
gure um perfil profissional crítico, compe-
tente e comprometido ético e politica-
mente, ou seja, um profissional capaz de
compreender o significado social da sua
intervenção em toda a sua plenitude, que
saiba estabelecer compromissos político-
ideológicos com o usuário, concebido
como trabalhador e não como pobre.
Neste entendimento, a idéia de competência e
seus requisitos ultrapassam o horizonte do
senso comum: aqui competência significa
capacidade de responder às demandas por
meio de um projeto.

Assim, a capacitação deve formar profissionais


críticos, competentes e comprometidos com
projetos societários para o Brasil, tanto no
âmbito profissional quanto com o seu
envolvimento com as lutas e movimentos
sociais, e com sujeitos coletivos (profissionais,
sindicais e partidários).
Competências e Compromissos

Considerando que a formação intelectual integra os


valores, as expectativas, ela direciona para a realização
de projetos individuais e coletivos, para a construção de
um tipo de sociedade. Isso porque o processo formativo
vai além da transmissão de conhecimento, da
apreensão das teorias sociais. Incorpora saberes
interventivos, procedimentos e valores.

O aprimoramento intelectual incide na qualidade dos


serviços prestados, então se faz necessária a criação de
espaços que oportunizem a formação em serviço tais
como reuniões de estudo, supervisão técnica,
supervisão de estágio, assessoria, consultoria, entre
outros.
Conclusão

Se, de fato, a profissão de Assistente Social, tem como


princípio o “compromisso com a qualidade dos serviços
prestados à população e com o aprimoramento
intelectual”, e se este contribui para um exercício
profissional competente, então tal aprimoramento passa
a ser uma demanda do usuário, onde se faz necessária
uma formação que desenvolva valores sócio-cêntricos e
permita a construção de critérios para medir a qualidade
dos serviços prestados.
O enriquecimento da instrumentalidade do
exercício profissional depende do aprimora-
mento teórico-prático e político advindo de uma
qualificação capaz de construir o perfil de um
profissional crítico, competente e compromis-
sado, profissional que, inspirado pela razão
dialética, faça do seu exercício profissional uma
possibilidade na construção de alternativas de
superação da ordem social do capital.

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