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Bibliografia:
ABNT – Associação Brasileira e Normas Técnica. Projeto de Estruturas de Concreto – Procedimento.
Rio de Janeiro, 2014 (NBR-6118/2014).
LEONHARDT, F. & MÖNNING, E. (1978) – Construções de Concreto, Volume 1: Princípios Básicos do
Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado. Editora Interciência. Rio de Janeiro.
LEONHARDT, F. & MÖNNING, E. (1978) – Construções de Concreto, Volume 2: Casos Especiais de
Dimensionamento de Estruturas de Concreto Armado. Editora Interciência. Rio de Janeiro.
LEONHARDT, F. & MÖNNING, E. (1978) – Construções de Concreto, Volume 3: Princípios Básicos sobre
Armação de Estruturas de Concreto Armado. Editora Interciência. Rio de Janeiro.
CARVALHO, R. C. & PINHEIRO, L. M. (2009) – Cálculo e Detalhamento de Estruturas usuais de Concreto
armado, volume 1. Editora PINI, São Paulo.
CARVALHO, R. C. & PINHEIRO, L. M. (2009) – Cálculo e Detalhamento de Estruturas usuais de Concreto
armado, volume 2. Editora PINI, São Paulo.
Estruturas de Concreto
Capítulo 1 - Introdução
1.1. Definições
• Concreto é um material de construção proveniente da mistura, em proporção adequada, de: aglomerantes,
agregados e água.
• Aglomerantes unem os fragmentos de outros materiais. No concreto, em geral se emprega cimento
portland, que reage com a água e endurece com o tempo.
• Agregados São partículas minerais que aumentam o volume da mistura, reduzindo seu custo. Dependendo
das dimensões características φ, dividem-se em dois grupos:
Agregados miúdos: 0,075mm < φ < 4,8mm. Exemplo: areias.
Agregados graúdos: φ ≥ 4,8mm. Exemplo: pedras.
• Pasta Resulta das reações químicas do cimento com a água. Quando há água em excesso, denomina-se
nata.
• Argamassa Provém da pela mistura de cimento, água e agregado miúdo, ou seja, pasta com agregado
miúdo.
Estruturas de Concreto
Capítulo 1 - Introdução
• Concreto simples: formado por cimento, água, agregado miúdo e agregado graúdo, ou seja, argamassa e
agregado graúdo.
Depois de endurecer, o concreto apresenta:
boa resistência à compressão;
baixa resistência à tração;
comportamento frágil, isto é, rompe com pequenas deformações.
• Na maior parte das aplicações estruturais, para melhorar as características do concreto, ele é usado junto
com outros materiais.
• Concreto armado: associação do concreto simples com uma armadura, usualmente constituída por barras
de aço. Os dois materiais devem resistir solidariamente aos esforços solicitantes. Essa solidariedade é
garantida pela aderência.
CONCRETO ARMADO ↔ CONCRETO SIMPLES + ARMADURA + ADERÊNCIA
Estruturas de Concreto
Capítulo 1 - Introdução
• Concreto protendido: no concreto armado, a armadura não tem tensões iniciais. Por isso, é denominada
armadura frouxa ou armadura passiva. No concreto protendido, pelo menos uma parte da armadura tem
tensões previamente aplicadas, denominada armadura de protensão ou armadura ativa.
CONCRETO PROTENDIDO ↔ CONCRETO + ARMADURA ATIVA
• Concreto de alto desempenho – CAD Pode ser obtido, por exemplo, pela mistura de cimento e agregados
convencionais com sílica ativa e aditivos plastificantes. Apresenta características melhores do que o
concreto tradicional. Em vez de sílica ativa, pode-se também utilizar cinza volante ou resíduo de alto forno.
Estruturas de Concreto
Capítulo 1 - Introdução
1.2.2. Restrições do concreto: O concreto apresenta algumas restrições, que precisam ser analisadas Devem
ser tomadas as providências adequadas para atenuar suas consequências. As principais são:
• Baixa resistência à tração,
• Fissuração e Deformação,
• Custo de formas para moldagem,
• Corrosão das armaduras.
A baixa resistência à tração pode ser contornada com o uso de adequada armadura. Além de resistência à
tração, o aço garante ductilidade e aumenta a resistência à compressão.
A fissuração pode ser contornada ainda na fase de projeto, com armação adequada e limitação do diâmetro
das barras e da tensão na armadura.
Também é usual a associação do concreto simples com armadura ativa, formando o concreto protendido. A
utilização de armadura ativa tem como principal finalidade aumentar a resistência da peça, o que possibilita a
execução de grandes vãos ou o uso de seções menores, sendo que também se obtém uma melhora do
concreto com relação à fissuração.
Estruturas de Concreto
Capítulo 1 - Introdução
O corpo-de-prova padrão brasileiro é o cilíndrico, com 15cm de diâmetro e 30cm de altura, e a idade de
referência para o ensaio é 28 dias.
Pode-se definir fck como sendo o valor da resistência que tem 5% de probabilidade de não ser alcançado, em
ensaios de corpos-de-prova de um determinado lote de concreto.
b) Resistência à tração direta fct.
Há três ensaios normalizados: tração direta, compressão diametral e tração na flexão.
Na falta de ensaios, as resistências à tração direta podem ser obtidas a partir da resistência à compressão fck:
fctm = 0,3 fck 2/3
fctk,inf = 0,7 fctm
fctk,sup = 1,3 fctm
Nessas equações, as resistências são expressas em MPa. Será visto oportunamente que cada um desses
valores é utilizado em situações específicas.
c) Coeficiente de Poisson
A relação entre a deformação transversal e a longitudinal é denominada coeficiente de Poisson (ν). Para
tensões de compressão menores que 0,5 fc e de tração menores que fct, pode ser adotado ν = 0,2.
Estruturas de Concreto
Capítulo 1 - Introdução
d) Módulo de elasticidade.
A relação entre tensão e deformação, para determinados intervalos, pode
ser considerada linear (Lei de Hooke), ou seja, σ = E ε , sendo σ a tensão, ε a
deformação específica e E o Módulo de Elasticidade.
Para o concreto a expressão do Módulo de Elasticidade é aplicada somente
à parte retilínea da curva tensão-deformação ou, quando não existir uma
parte retilínea, a expressão é aplicada à tangente da curva na origem. Neste
caso, tem-se o Módulo de Deformação Tangente Inicial, Eci.
Quando não forem feitos ensaios e não existirem dados mais precisos sobre
o concreto, para a idade de referência de 28 dias, pode-se estimar o valor
do módulo de elasticidade inicial usando a expressão:
Eci = 5600 fck ½ Eci e fck são dados em MPa.
O Módulo de Elasticidade Secante, Ecs, a ser utilizado nas análises elásticas
do projeto, especialmente para determinação de esforços solicitantes e
verificação de limites de serviço, deve ser calculado pela expressão:
Ecs = 0,85 Eci
Estruturas de Concreto
Capítulo 1 - Introdução
1.3.3. DEFORMAÇÕES
As deformações do concreto dependem essencialmente de sua estrutura interna.
a) Retração
Denomina-se retração à redução de volume que ocorre no concreto, mesmo na ausência de tensões
mecânicas e de variações de temperatura.
• Retração química: contração da água não evaporável, durante o endurecimento do concreto.
• Retração capilar: ocorre por evaporação parcial da água capilar e perda da água absorvida. O tensão
superficial e o fluxo de água nos capilares provocam retração.
b) Expansão
Expansão é o aumento de volume do concreto, que ocorre em peças submersas. Nessas peças, no início tem-
se retração química. Porém, o fluxo de água é de fora para dentro. As decorrentes tensões capilares anulam a
retração química e, em seguida, provocam a expansão da peça.
Estruturas de Concreto
Capítulo 1 - Introdução
c) Deformação imediata
A deformação imediata se observa por ocasião do carregamento. Corresponde ao comportamento do
concreto como sólido verdadeiro, e é causada por uma acomodação dos cristais que formam o material.
d) Fluência
Corresponde a um acréscimo de deformação com o tempo, se a carga permanecer. Ao ser aplicada uma força
no concreto, ocorre deformação imediata, com uma acomodação dos cristais. Essa acomodação diminui o
diâmetro dos capilares e aumenta a pressão na água capilar, favorecendo o fluxo em direção à superfície.
Tanto a diminuição do diâmetro dos capilares quanto o acréscimo do fluxo aumentam a tensão superficial nos
capilares, provocando a fluência.
e) Deformações térmicas
Define-se coeficiente de variação térmica αte como sendo a deformação correspondente a uma variação de
temperatura de 1°C.
Estruturas de Concreto
Capítulo 1 - Introdução
a) Tratamento a quente
Este tratamento consiste na laminação, forjamento ou estiramento do aço, realizado em temperaturas acima
de 720°C (zona crítica).
O aço obtido nessa situação apresenta melhor trabalhabilidade, aceita solda comum, possui diagrama tensão-
deformação com patamar de escoamento, e resiste a incêndios moderados, perdendo resistência, apenas,
com temperaturas acima de 1150 °C. Estão incluídos neste grupo os aços CA-25 e CA-50.
b) Tratamento a frio ou encruamento
O processo é realizado abaixo da zona de temperatura crítica (720 °C). Os grãos permanecem deformados e
diz-se que o aço está encruado. Nesta situação, os diagramas de tensão-deformação dos aços apresentam
patamar de escoamento convencional, torna-se mais difícil a solda e, à temperatura da ordem de 600°C, o
encruamento é perdido. Está incluído neste grupo o aço CA-60.
Resulta no aumento da resistência mecânica e da dureza, e diminuição da resistência à corrosão e da
ductilidade, ou seja, decréscimo do alongamento e da estricção.
Estruturas de Concreto
Capítulo 1 - Introdução
1.4.4. Aderência
A própria existência do material concreto armado decorre da solidariedade existente entre o concreto simples
e as barras de aço. Qualitativamente, a aderência pode ser dividida em: aderência por adesão, aderência por
atrito e aderência mecânica. A adesão resulta das ligações físico-químicas que se estabelecem na interface dos
dois materiais, durante as reações de pega do cimento.
As nervuras e os entalhes têm como função aumentar a aderência da barra ao concreto, proporcionando a
atuação conjunta do aço e do concreto.
A influência desse comportamento solidário entre o concreto simples e as barras de aço é medida
quantitativamente através do coeficiente de conformação superficial das barras (η). A NBR 7480 (1996)
estabelece os valores mínimos para η1.
Estruturas de Concreto
Capítulo 1 - Introdução
Construção (requisitos do cliente) -> Projeto de estrutura -> estabilidade e resistência à obra.
• Atender às condições estéticas definidas pelo projeto arquitetônico, vigas e pilares devem ficar embutidos
na parede;
• A transferência das cargas deve ser a mais direta possível, evitar sempre que possível apoiar vigas em vigas
(apoio indireto) e vigas de transição (apoio de pilar em vigas);
• A geometria dos elementos estruturais deve ser mais uniforme possível, seções transversais constantes e
vãos comparáveis (vigas);
• A estrutura deve dispor de pórticos planos para resistir aos esforços horizontais e os pilares devem respeitar
valores mínimos de rigidez para garantir a estabilidade global.
Estruturas de Concreto
Capítulo 2 – Sistemas Estruturais
2.4. Pré-Dimensionamento
2.4.1. Lajes
lx e ly : delimitadas por vigas sobre alvenarias;
h laje : 2,5 % da menor dimensão
ex: laje 4m x 5m : lx=4,00 e ly=5,00 -> h=0,025 x 400 = 10,00 cm
h ≥ 5,00 cm -> lajes de cobertura, não em balanço;
h ≥ 7,00 cm -> lajes de piso e cobertura, em balanço;
h ≥ 10,00 cm -> lajes com passagem de veículos com peso ≤ 30 KN;
h ≥ 12,00 cm -> lajes com passagem de veículos com peso ≥ 30 KN;
Estruturas de Concreto
Capítulo 2 – Sistemas Estruturais
2.4. Pré-Dimensionamento
2.4.2. Vigas
h = altura da viga;
b = espessura da viga, b ≥ 12 cm;
l = comprimento do vão.
estimativa inicial h = 10 % x l
ex: l = 6m -> hviga = 0,10 x 600 = 60 cm
A espessura da viga está relacionada com a espessura da alvenaria.
ex: se utilizarmos tijolo de 14 cm, o ideal é que o bviga = 14 cm.
Estruturas de Concreto
Capítulo 2 – Sistemas Estruturais
2.4. Pré-Dimensionamento
2.4.3. Pilares
h = por convenção a maior dimensão do pilar;
b = por convenção a menor dimensão do pilar, b ≥ 19 cm;
Área mínima do pilar Acmin= h x b -> 19 x 19 = 361 cm2;
É admitido b < 19 cm, sendo que o limite é b ≥ 12 cm, se isto acontecer, devemos multiplicar a carga N do
pilar por um coeficiente majorado de cargas γn:
b ≥ 19 18 17 16 15 14 13 12
γn 1,00 1,05 1,10 1,15 1,20 1,25 1,30 1,35
Exemplos:
1. Qual o máximo valor de carga que podemos aplicar em um pilar de concreto simples de 15/30 e
fck=30MPa?
2. Qual o maior comprimento de uma viga 20/60 de concreto simples pode resistir com cargas de
g=10KN/m e p=10KN/m?
3. Determinar as dimensões dos 4 pilares localizados nos vértices de uma área retangular de 8,00 x 6,00
considerar 10 andares e fck=30MPa.
Estruturas de Concreto
Capítulo 2 – Sistemas Estruturais
2.5.1. Locação
Inserir sistema de coordenadas -> eixos;
Os eixos devem passar pelo centro geométrico dos pilares;
O projeto deve conter as cotas e dimensões necessárias para execução da obra.
2.5.5. Níveis
Todas as plantas de formas devem conter indicações dos níveis do pavimento.
Estruturas de Concreto
Capítulo 2 – Sistemas Estruturais