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O Mundo Atlântico

A Formação do “Mundo Atlântico”

Professor na Universidade de
Millersville (Pensilvânia); ex-
professor na Universidade de
Zâmbia (1979) e da Universidade
de Virginia. Especialista em África
Centro-ocidental.

• Possui Artigos em revistas


especializadas sobre movimentos
religiosos (afro-americanos) e
políticos (revoltas de escravos),
Haiti (batalhões africanos na
revolução haitiana); participação
em seminários sobre fontes da
história africana (especificamente
Angola e Congo)

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O mundo Atlântico
O mundo Atlântico

“Os Lusíadas”; Luis de Camões (1524-1580)


Formação do “Mundo Atlântico”

■ Desencrave – Fim do isolamento em algumas áreas e o aumento de


contatos intersociais em muitos locais. Isso levou a um crescente
fluxo de ideias, bem como de comércio em todo o mundo, e, por fim,
conduziu a uma economia mundial unificada e com níveis mais altos
de desenvolvimento econômico. Desse modo, a abertura do Atlântico
foi crucial nesse processo, sobretudo porque só nele o verdadeiro
isolamento foi rompido.
■ Nascimento do “Mundo Atlântico” também envolveu uma gigantesca
migração internacional de pessoas, certamente sem precedentes no
Velho Mundo (Europa) e realizada em nenhum outro lugar no campo
da expansão europeia. (Europa, América e África).
A Formação do “Mundo Atlântico”

Pensar o Atlântico como um unidade histórica

• enquanto espaço de interconexão e de comunicação entre os 4


continentes, existência de uma história conjunta;
• processo iniciado com a expansão ultramarina portuguesa a partir
do séc XV;
• uma história caracterizada por enormes deslocamentos
populacionais, o aparecimento de novas sociedades e a
transformação de outras;
• uma história conectada: sociedades que viviam até então
isoladas passam a manter inter-relações. No entanto, embora
inovadores, continuam dominados pelo eurocentrismo, pela ideia
da hegemonia da Europa, pelos diferentes níveis de
desenvolvimento das sociedades que compõe o Atlântico.

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A Formação do “Mundo Atlântico”

As grandes navegações inauguram as conexões do mundo


atlântico
 os movimentos migratórios gigantescos e internacionais,
sobretudo o povoamento das Américas por milhões de africanos;
 as “Novas Guinés”: Hispaniola (Caribe) (XVI), o Nordeste
Brasileiro (séc. XVII)
 a criação de novas sociedades
O Atlântico como área geográfica implica em rotas
marítimas e fluviais
Demandou o reconhecimento dos ventos e correntes (a
domesticação do Atlântico, cf. Isabel Henriques);
 a superação da corrente norte – sul das Canárias (que impedia o
retorno dos navios) e a travessia do Bojador;
 e as dificuldades de navegação diante da Corrente Equatorial (e
sua direção Senegâmbia - Caribe)
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A Formação do “Mundo Atlântico”
A dimensão do mundo atlântico inclui as bacias
hidrográficas

 na África Ocidental: a bacia do Niger; o rio Senegal e o Gâmbia;


artérias políticas (Império do Mali); a idéia da unicidade: complexo
Niger-Senegal-Gambia (Nilo dos Negros);
 Na África Centro-Ocidental: as bacias do Zaire e do Kwanza –
artérias comerciais;
 a costa vista como uma ligação fluvial: estuários costeiros;
enseadas e lagoas que acompanham o litoral; importância das
lagunas desde o estuário do rio Volta a Camarões;
 O mesmo ocorria nas Américas -- os rios ampliavam a zona
atlântica: o São Lourenço, os rios da bacia de Chesapeake etc. vias
em direção ao interior; o sistema Amazonas e Orinoco;

8
A Formação do “Mundo Atlântico”
A Formação do “Mundo Atlântico”

 é necessário considerar a experiência acumulada pelos europeus na


navegação dos mares interiores (Mediterrâneo, Báltico e Mar do Norte); dos
contatos comerciais existentes desde o século XIII e das conexões entre
Atlântico-mares europeus; descoberta e colonização das Canárias (XIV);

 estimulo e desenvolvimento na tecnologia de fabricação de navios; os


grandes e redondos navios do norte misturaram-se às galeras do Mediterrâneo
e à tecnologia muçulmana;

 um conjunto de motivos de ordem imediata e a longo prazo:


• superar visões restritas da historiografia tradicional: visão romântica
(prazer da descoberta, supremacia árabe) versus a visão mundana
(econômicos; explorações passo a passo, busca de lucros imediatos,
refinanciamento);
• chegar a um conjunto de explicações: lutas seculares cristãos e
muçulmanos; a localização de um aliado cristão na África; a busca de
uma rota mais curta para as especiarias do Oriente e o ouro africano;
• dependência de fatores de ordem financeira: capitais e recursos
humanos privados vindos de diferentes origens
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Proposta de atividade:

A partir do conhecimento de “Colonização”


dissertar explicando:

a) características:
b) envolvidos;
c) data/século;
d) localidade;
e) conhecimento da África
3. Os direcionamentos da expansão e os flancos africano e atlântico

• O flanco atlântico (as ilhas): coleta de produtos selvagens e


depois produção de artigos de grande demanda na Europa
(viveiros portugueses para o Brasil);

• O flanco africano (o continente): busca de lucros e


refinanciamento imediatos; movimentação progressiva e lenta;
iniciativas particulares (concessões); estabelecimento de relações
comerciais (escravos e ouro)
• A presença da Coroa (seus financiamentos) somente se deu após
a década de 1480:
– Na expedição de Diogo Cão (Reino do Congo), a
promessa de contatos com reinos “cristãos” (reascender a
proposta evangelizadora e cruzadística) e a certeza da
circunavegação
– As expedições de Bartolomeu Dias (Agosto de 1487 a
dezembro de 1488 contando retorno a Portugal) e a
viagem de Vasco da Gama (julho de 1497 chegando em
maio de 1498 a Calicute)

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Correntes marítimas no Atlântico

Fonte:
G. Barraclough (ed).
Atlas de História do
Mundo. The Times;
Folha de S. Paulo,
1995

13
Origens da navegação atlântica: (página 63):
“a experiência européia de viagens por água foi
provavelmente o fator mais importante em sua conquista
do Atlântico. As dificuldades de lidar com a navegação ao
sul do oceano explica porque os africanos, por sua vez,
focalizaram seus talentos para a construção naval em
embarcações de navegação costeira e fluvial”
Cronologia

1ºs movimentos – A estabelecimento nas ilhas


atlânticas
(na maioria desabitadas)
• 1420 ocupação Ilha da Madeira;
• 1424 (re) ocupação das Canárias
• 1431 Arquipélago dos Açores
•1462 Cabo Verde
•1485 São Tomé e Príncipe
São essas as bases estratégicas para as rotas
atlânticas posteriores
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Ilhas atlânticas
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2ª. Fase – Mauritânia e Senegâmbia
• 1434 Gil Eanes cruza o Cabo do Bojador (o ponto do
não retorno), atinge a costa da Mauritânia
• 1436 chegam ao Rio do Ouro
• 1444 à embocadura do rio Senegal, ao arquipélago do
Cabo Verde e Goréia, rio Gâmbia
• Construção 1a. feitoria em Arguin
• 1460 colonização do Cabo Verde – base estratégica
para as relações com a Alta Guiné
• 1460 ilhas Bijagós e Serra Leoa
Expansão
ultramarina e
a África
Ocidental

Fonte: G.
Barraclough
(ed). Atlas de
História do
Mundo. The
Times; Folha de
S. Paulo, 1995

Bartolomeu Dias (1488) contorna o Cabo das


Tormentas ou da Boa Esperança
Vasco da Gama realiza a primeira viagem de circum-
navegação em direção à Índia (1497: 1498)
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Chaliand, Gérard & Rageau, Jean Pierre. Atlas de los imperios. Tradução,
Barcelon, BA e México, Paidós, 2001.

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Cronologia

3ª Fase – exploração e estabelecimentos no Golfo da Guiné (décadas de 1470 e 1480)


• 1471 Costa do Ouro
• 1472 Fernando Pó e Camarões
• 1482 Construção de São Jorge da Mina;
• 1482 colonização de São Tomé;
• 1485 contatos com o reino do Benin

4ª Fase – rota em direção sul


•1484 Diogo Cão no estuário do r. Congo
•1492 conversão do mani Kongo

Finalmente, as grandes viagens de circum-navegação (financiadas pela Coroa)


• Bartolomeu Dias – 1488: chega ao Cabo da Boa Esperança
• Vasco da Gama - 1497 a 1498: rota do Cabo às Índias: Cabo, Sofala, Melinde, Calicut, Goa

(já nos inícios do XVI) Bases em:


Sofala (1505), Moçambique (1508) – fortes para as invernadas
Quiloa, Mombaça e Melinde (1509)

Tratados entre Portugal e Espanha


1479 Tratado de Alcaçovas: soberania lusa sobre Açores, Madeira e terras africanas;
1494 Tratado de Tordesilhas: fronteiras em terras ainda não conhecidas “do que agora estar
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por descobrir no Mar Oceano”
Alta Guiné
(Senegâmbia e Serra Leoa)
Costa do Ouro
Costa dos Escravos
(baias do Benin e de Biafra)
Elmina: o forte São Jorge da Mina

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Forte São Jorge da Mina

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Modalidades e estratégias portuguesas
nas relações com os africanos

1os contatos: incursões e razias (captura de escravos); conflitos freqüentes e revezes;


depois: estabelecimento de relações comerciais pacíficas, constituição de bases
estratégicas para os contatos com as sociedades; acordos e diplomacia.

Atividades comerciais portuguesas caracterizadas pela existência de dois movimentos:


 Uma direção oceânica, insular, atlântica (colonização);
 Outra, costeira ou continental (feitorias, cidadelas e depois “colônias”)

E pela existência de:


 Entrepostos móveis: embarcações (caravelas e barcas);
 Feitorias fortificadas: fortes/castelos: Arguim, São Jorge da Mina e Axem;
 Entrepostos insulares: ocupação e colonização das ilhas atlânticas: Açores, Madeira,
Cabo Verde, São Tomé e Príncipe; pontos estratégicos nas rotas oceânicas,
reabastecimento e produção;

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No comércio itinerante, os portugueses buscam pontos de entroncamento das
rotas caravaneiras; segundo alguns autores: oposição caravelas versus caravanas,
na tentativa de interceptar rotas e eliminar intermediários no acesso ao sonhado
ouro. Primeiros movimentos:

 na Mauritânia: a construção do forte de Arguim e ligação com Uadane


e Timbuctu;
 na região do rio Gâmbia - navegável até a feira de Kantor; entre 1455
e 1460, chegam ao importante centro de encontro entre cameleiros e
mercadores vindos de Timbuctu e de Kikuya (Songhai);
 na Costa do Ouro: construção do forte São Jorge da Mina;
 na Costa dos Escravos: relações com o reino do Benin: trocando
manilhas de cobre e tecidos por escravos.
 na África Oriental: feitorias de Sofala e Moçambique – o ouro do
Monomotapa

Algumas vezes atuam como intermediários, fazendo comércio de


cabotagem entre as sociedades da região trazendo para os estados akãs da
Costa do Ouro, mão-de-obra escrava comercializada por mandingas e
wangaras.

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Outras características das relações comercias

• Reciprocidade com as sociedades locais: os portugueses pagam costumes e


impostos; seguem as exigências e buscam conhecer as necessidades do
mercado africano; assinam tratados e acordos comerciais.

• A pretensão é garantir o exclusivismo dos portugueses: firmado por


tratados entre as nações européias (Espanha e Portugal) e endossado pelas
bulas papais;

• Como monopólio da Coroa, a atividade comercial é transferida a particulares


na forma de contratos e arrendamentos da exploração da costa;

• No entanto, assiste-se à concorrência de corsários, piratas, contrabandistas


de outras nacionalidades que, de fato, são rivais comerciais;

• A partir dos finais do século XVI, o predomínio é contestado: pelos


africanos e pela presença de estrangeiros que estabelecem feitorias nas costas
africanas, desde o inicio do XVII

Sobretudo: rivalidade com os Países Baixos acentuada com União das Coroas
Ibéricas (1580-1640): conquista das possessões portuguesas: Arguim, Axem e
São Jorge da Mina; Angola, São Tomé e Príncipe; Nordeste brasileiro.

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Produtos do comércio atlântico com a África Ocidental

Para os mercados europeus


• Inicialmente: monopólio no
– Ouro abastecimento dos mercados europeus
– Escravos com os produtos africanos e vice e versa;
– Marfim e também entre o Marrocos e as
sociedades do Golfo da Guiné;
– Gomas e resinas
– Cera • (*) Cf. John Vogt, nas trocas destacam-se
– Pimenta malagueta tecidos: Lisboa é o centro de produtos
– Corantes e tinturas vindos do norte da Europa (Flandres,
Bretanha, França), da Itália, do Oriente,
às áreas do norte da África;
Para os mercados africanos
– Objetos de metal: vasilhas, bacias, • Panos e tecidos de diferentes
manilhas, caldeirões, de latão, procedências chegam às feitorias do
estanho, ferro, cobre Magrebe (Marrocos) onde os portugueses
– Conchas e cauris (conchas-moedas encontram-se desde o século XV:
vindas das Maldivas) • em Ceuta, 1415; em Tanger, 1471; em
– Pedras semi-preciosas: cornalinas Arzila, 1513; em Azamor, 1513; em
– Contas de vidro (venezianas) Agadir, 1505; em Morgador, 1506; em
Safi, 1508; em Mazagão, 1514
– Armas
– Guarda-sóis
– Cavalos

Entre as diferentes sociedades africanas:


– Noz de kola 37
– Sal
– Escravos
Legenda:
PORTUGAL E A CONQUISTA DO
LITORAL AFRICANO (SÉCULOS
XV-XVI).
No século XVI, as rotas
marítimas superaram as
antigas rotas do Saara. O ouro
Arguin que ia para o Mediterrâneo é
desviado para o oceano. Às
riquezas exploradas pelos
portugueses há evidentemente
que acrescentar os escravos
negros.
Fernand Braudel, cf. Vitorino
Magalhães Godinho,
Cabo
Verde – L´economie de l´empire
Ris da
Guiné
portugais aux XV et XVI siècles,
1969).
São Jorge da Mina

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As crônicas dos descobrimentos
As viagens são acompanhadas de crônicas que glorificam as ações dos
portugueses, descrevem roteiros, acidentes geográficos, rotas, locais para
comércio e eventualmente trazem informações sobre os povos e as
sociedades com as quais entram em contato. Um saber que se justifica pelo
olhar do mercador;
Segundo Vitorino Magalhães Godinho, as viagens são acompanhadas de
questionários “destinados a orientar explorações metódicas no terreno e
traduzindo-se em relatórios escritos de forma a que a realidade seja ela
toda bem conhecida...”
Exemplo de instruções: Regimento de Diogo Lopes de Sequeira (1508)
quando da descoberta de Malaca e Madagascar.

• Antes de mais nada, a armada deve descobrir todo o perímetro da ilha ...
Identificando todos os portos, barras e entradas, e “poendo-os por
escrito pera ficarem bem sabidos e se poderem guardar os navios...”

• Primeira operação face aos insulares: exibir mercadorias e metais a fim


de saber se existem ou não na ilha; se sim, inquirir sobre caminhos e
transações; indagar quais mercadorias lhes apetece;
(NEGOCIAÇÕES QUE SERÃO MEDIADAS CADA VEZ MAIS POR UMA
POPULAÇÃO MESTIÇA)
•--------------------------
(*) V. M. Godinho, “Que significa descobrir”, in: Adauto Novaes, A
descoberta do homem e do mundo. SP: Cia das Letras, 1998, pp. 74-75.

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E mais:
Inquirir sobre navios que vem de fora: bandeira, nação, carga;
serão mulçumanos? Tamanho destes navios e modo de navegar;
• Se a ilha possui embarcações próprias?
• Quais os gêneros da produção insular?
• Quem são os seus reis e senhores? A maneira de viver; como
se aplica a justiça; se tem tesouros guardados;
• Existem reis e senhores muçulmanos vivendo em separado?
Reconhecem ou não os poderes locais?
• As populações são pagãs ou muçulmanas? Existem
cristãos? Conhecem São Tomé? (lenda de um dos
apostolos que teria ida ao oriente e criado um império
cristão associado ao preste joão]?
• Quais os costumes dos insulares?
• Existem cidades, vilas ou aldeias importantes?
• Existe circulação monetária, ou simplesmente moedas como
as do Manicongo? (Reino existente na região Centro-
ocidental) O cobre é elemento de comércio? São confeccionados
artefatos com ele?

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Arguin

Cacheu
Bezeguiche Bissau

São Jorge da
Mina

São Tomé e
Principe
Mombaça

Ilhas

Kilwa

Luanda Tete e Sena


Fortes Moçambique

Quelimane

Sofala
Cidadelas
Colônias
1) A orientação insular: a colonização das ilhas
• Colonização e aproveitamento dos
Açores (1431), Madeira (1420), Cabo espaços insulares: criação de
Verde (1464), São Tomé e Príncipe sociedades inéditas, atlânticas e
(1482) mestiças, cf Isabel C. Henriques;

A estratégia portuguesa é • Transposição de instituições


extremamente simples: ocupar todas portuguesas: governadas por capitão
as ilhas que, como imensas pérolas, donatário com poder político, judiciário
estruturam um colar em torno da e administrativo; câmaras de moradores
África Ocidental. Sobretudo as ilhas (vereadores), Misericórdias, paróquias
onde não há populações: esses • Economicamente: criação de natureza
territórios de pequenas dimensões inédita: desenvolvimento de culturas
permitem um controle pouco custoso, de trigo, algodão e açúcar, sobretudo
assim como a criação de sociedades Madeira e São Tomé: entre 1530—1560
adaptadas às necessidades e aos maior produtor mundial;
projetos dos portugueses.
• São Tomé = laboratório tropical, cf.
Alencastro: aclimatação e produção de
Isabel de Castro Henriques. As outras
plantas, organização das empresas,
africanas: as reais e as inventadas.
Oceanos, 21, 1995, p. 58. predominância da mão-de-obra escrava
(vinda do continente); quilombos e
revoltas.
• Cf. Miller: ilhas = ponto de partida da
Principais centros luso-africanos

Senegal (Petite Côte) Bezeguiche (Goréa), Rufisque (São Luis), Ale, Joal,
Portudal
– junto a jalofos islamizados;
– centros comerciais sobretudo de refugiados judeus e
cristãos novos;
– área perdida para os franceses (1560), holandeses
(1590) e ingleses;

Rio Gâmbia Porto Casão (aldeia de brancos e africanos) e


Barracunda
– área sob controle dos mandingas e fulas;
– mercados de comércio regional, entroncamento das
caravanas (Kantor);
– também perdido aos franceses, ingleses e holandeses,
século XVII.

Rio Casamansa Zinguichor


– território dos banhuns e felupes,
– entroncamento de comércio regional com os beafadas;

Rio Cacheu (S. Domingos) Cacheu (embocadura do rio), Farim (mais ao


interior)
Legenda: A ilha de Santiago e porto da
Ribeira Grande: no inicio do XVI único
ponto de saída e chegada dos navios que
iam ao resgate da Guiné .
In: Santos, Maria Emilia Madeira.
História Concisa de Cabo Verde. Lisboa e
Praia: IICT, 2007.
In: Christophe R. Decorse. Africans and Europeans on the Gold Coast. Smithsonian Institution, 2001.
In: Christophe R. Decorse. Africans and Europeans on the Gold Coast. Smithsinian Institution, 2001.
A orientação insular: a
colonização das ilhas

A estratégia portuguesa é • Relembrando: Açores (1431), Madeira


extremamente simples: (1420), Cabo Verde (1464), São Tomé e
ocupar todas as ilhas que, Príncipe (1482).
como imensas pérolas, • Colonização e aproveitamento
estruturam um colar em econômico dos espaços insulares:
torno da África Ocidental. criação de sociedades inéditas,
Sobretudo as ilhas onde mestiças, cf Isabel C. Henriques;
não há populações: esses
• Formação de uma natureza inédita:
territórios de pequenas desenvolvimento da indústria
dimensões permitem um açucareira, sobretudo Madeira e São
controle pouco custoso, Tomé -- entre 1530 e 1560 maior
assim como a criação de produtor mundial;
sociedades adaptadas às
• São Tomé = laboratório tropical, cf
necessidades e aos projetos Alencastro: aclimatação e produção de
dos portugueses. plantas, organização das empresas,
(Isabel de Castro Henriques, predominância da mão-de-obra escrava
As outras africanas...) (vinda do continente); quilombos e
revoltas.
•Cf. Miller as ilhas são o ponto de partida
da formação
Prospecto dos feitorias européias em Xavier, ou Savi,da economia
segundo desatlântica
Marchais.
açucareira
Labat, Jean-Baptiste. Voyage aux côtes de Guinée (1721)
Alta Guiné:
centros
luso-
africanos e
sociedades
africanas

legenda: Detalhe da
região da Guiné,
baseado em Antonio
Carreira, A Etnonimia
dos povos entre o
Gâmbia e o estuário do
Geba)
Vista aérea da região de Bissau
Ocupação das Ilhas Atlânticas

• Economicamente: criação de natureza inédita:


desenvolvimento de culturas de trigo, algodão e açúcar,
sobretudo Madeira e São Tomé: entre 1530—1560 maior
produtor mundial;
• São Tomé = laboratório tropical, cf. Alencastro:
aclimatação e produção de plantas, organização das
empresas, predominância da mão-de-obra escrava
(vinda do continente); quilombos e revoltas.
• Ilhas se tornaram ponto de partida da economia
atlântica açucareira dos séculos XVI ao XIX: na
seqüência: Madeira, São Tomé, Nordeste brasileiro &
Antilhas.
Formação de uma sociedade luso-africana
Comerciantes atlânticos e mercadores caboverdianos

Lançados (tangomaus), suas mulheres africanas e filhos mestiços


• preconceitos nas fontes dos jesuítas e dos viajantes (espécie de semi-raça); traidores e
piratas; vivem fora da alçada da igreja; homens de dois mundos;
• Muitos voltam a Portugal, devendo pagar cerca de 10 % dos bens.
• A prole - filhos da terra vivem ora na companhia dos pais, ora nas sociedades maternas
para sua kriason.

Kristons ou Grumetes:
• coletividades africanas (várias procedências entre os grupos locais); vivem em torno
das gans luso-africanas: clientes, pilotos, tradutores (línguas), seguranças.
• Vestem-se à ocidental e formam bairros nas cidades ou extra-muros.
• Formarão posteriormente um grupo social na Guiné Bissau.

& Sociedades africanas às quais os luso-africanos pagam tributo: mandingas,


malinquês, jalofos, tucolores, fulas, balantas, felupes, banhuns, beafadas, papéis,
bijagós etc. (denominações cf. Alberto da Costa e Silva)

Às quais prestam homenagem, dependem para locomoção nos rios, abastecimento de


produtos
E contra as quais muitas vezes se protegem.
3. E não se trata de qualquer comércio:

“Quando os portugueses chegaram ao rio Gâmbia e se deram conta de como se


comercializava o ouro no curso superior do rio, maravilharam-se com a destreza dos
mercadores mandingas. Estes últimos estavam providos de balanças finamente calibradas,
incrustadas de prata e suspensas por cordéis de seda trançada. A maestria dos mandingas
em pesar o ouro e a facilidade com que praticavam igualmente outras formas de comércio
em grande parte se devia ao fato de existir, no seio desse povo, um núcleo de mercadores
comumente conhecidos como diulas. Não eram extremamente ricos, mas se distinguiam
por sua disposição em fazer travessias de milhares de milhas de um extremo ao outro do
Sudão Ocidental. Chegavam também, ou quase, às costas da Gâmbia, Serra Leoa, Libéria,
Costa do Marfim e Gana. Os diulas manejavam uma extensa lista de produtos africanos
que incluíam, entre outros, o sal da costa atlântica e do Sahara, as nozes de cola dos
bosques da Libéria e da Costa do Marfim, o ouro do país de Akan na Ghana moderna, o
couro da terra dos hausás, o pescado seco da costa, as telas de algodão de muitas
províncias e especialmente das regiões centrais do Sudão Ocidental, o ferro de Futa
Djalon, na Guiné moderna, a manteiga “shea” do alto Gâmbia e uma variedade de outros
artigos. Ligado ao interior, o comércio do Sudão Ocidental compreendia a circulação de
mercadorias originárias do norte da África, particularmente os tecidos do Egito e do
Magreb e os corais provenientes de Ceuta e da costa mediterrânea. Com o sistema de
comércio do Sudão Ocidental e através do Sahara, integravam-se os recursos de uma
imensa região que se estendia desde o Mediterrâneo até o Oceano Atlântico. (p.75)
Rodney, Walter. De como Europa subdesarrolló a África. México; Madrid, Siglo XXI, 1982.
(trad. espanhola da obra de 1972).

56
Luso-africanos = homens de dois mundos;
intermediários entre sociedades africanas e
mercadores atlânticos;
Nharas
Relações de parentesco com africanos (pelo
casamento);
relações gênero e papéis sociais peculiares
(mulheres comerciantes, chefes das gans
mercantis);
Exemplo: Cacheu
A fortaleza de Cacheu
A vila e a cidade de Cacheu
 Núcleo pré-existente (africano), menções desde 1506 como aglomeração de
lançados;
o área em terra dos papéis (1580 e 1640, fortificações);
o formada pela tabanka, prasa (praça mercantil) e moradias (não
circulares);
 Subordinação aos donus di tchon: pagamento de tributos (daxas); acordos
diplomáticos (visitas, presentes), ausência de extensões rurais, abastecimento
via rio;
 Habitada por lançados / tangomaos e suas mulheres (portugueses e depois
luso-africanos);
o Luso-africanos = homens de dois mundos; intermediários entre sociedades
africanas e mercadores atlânticos;
o Relações de parentesco com africanos (pelo casamento);
o relações gênero e papéis sociais peculiares (mulheres comerciantes, chefes
das gans mercantis);
 E populações africanas (kristons ou grumetes) que vivem intra-muros ou fora
da tabanka: trabalhadores, clientelas, pilotos, remadores, no geral,
cristianizados, calçados;
Sobre os lançados, o testemunho do jesuíta Fernão Guerreiro,
início século XVII em: Relação anual das coisas que fizeram os
padres da Cia de Jesus nas suas missões, nos anos de 1600 a
1609

Tango maos ou lançados com os negros e que andam


neste trato pela terra dentro, os quais são uma sorte de
gente que ainda que na nação são portugueses e religião
ou batismo, cristãos, de tal maneira porem vivem, como
se nem uma nem outra cousa fossem, porque muitos
deles andam nus e para mais se acomodarem e com o
natural usarem com os gentios da terra onde tratam,
riscam o corpo todo com um ferro, ferindo-o até tirarem
sangue e fazendo neles muitos lavares, os quais depois
untando com o sumo de certas ervas lhe ficam parecendo
em várias figuras, como de lagostas, serpentes ou outras
que mais querem, e desta maneira andam por toda
aquela Guiné tratando e comprando escravos ...

Apud, Luciano Cordeiro, Memória do Ultramar – viagens,


África Centro-ocidental
1. A perspectiva atlântica na historiografia
1as. Configurações
Fernand Braudel e os Annales: nova perspectiva de estudo do Mediterrâneo e
do Atlântico como espaços articulados pelo oceano, unidades transnacionais,
áreas dominantes e áreas submetidas. O papel da África no Atlântico está
relacionado à escravidão e ao tráfico de escravos.
Charles Boxer: Salvador de Sá e a luta pelo Brasil e Angola, 1602 – 1686, obra
de 1952 / trad. bras. 1973; e A idade de ouro do Brasil (cap.I: Império do
Atlântico sul), obra de 1962; O império marítimo português, 1415-1825.

Russell-Wood (Um mundo em movimento: os portugueses na África, Ásia e


América), 1992; as dinâmicas do Império português e as relações entre partes.
Finais de 1980 e inícios da década de 1990: mundos em conexão, fluxos
e refluxos, comunidades atlânticas, interações
• Pierre Verger (1986) – Fluxos e refluxos; conexões entre lados do Atlântico;
• John Thornton (1992) – A África na formação do mundo atlântico;
• Joseph Miller (1996) – O Atlântico escravista: açúcar, escravos e engenhos.

Label1
Há toda uma história do Atlântico. Uma história evidente de disputas
comerciais e políticas, de desenvolvimento da navegação e de migrações
consentidas e forçadas. Mas há também uma longa e importante
história que vai se tornando, aos poucos, menos discretas. A dos
africanos libertos e seus filhos, a dos mulatos, cafuzos, caboclos e
brancos que foram ter ao continente africano, retornaram ao Brasil,
voltaram à África ou se gastaram a flutuar entre as duas praias. A dos
navios negreiros que funcionavam também como correio e embaixada.
Que traziam instruções de sultões, emires, reis e potentados africanos a
seus súditos no cativeiro. Que levavam recados de rainhas-mães e
príncipes exilados – pois a escravidão funcionou também como desterro
político – a seus partidários, que continuavam a conspirar na África. O
que lá se passava chegava até as senzalas, aos cantos de trabalho e ais
quilombos, e podia apressar alforrias e regressos. (Alberto da Costa e
Silva, IIª Reunião Internacional de História da África (A dimensão
atlântica da África, Rio de Janeiro, 1996 p. 18)
2. As vantagens de um olhar atlântico
No geral, os processos históricos vistos na perspectiva ampla da história
atlântica podem oferecer elementos para se repensar paradigmas e
pressupostos:
- Quebra com visões exclusivamente eurocêntricas, nacionais e
essencialistas; recupera a História da África pré-colonial;
- Introduz uma outra escala de interpretação: o Atlântico como espaço de
conexões no qual cada uma das partes tem importância e papel;
- Mais do que isso: implica em interações [mesmo que tenham sido os
europeus os que iniciaram o processo de sua formação histórica, eles tiveram
que se integrar a uma lógica histórica que pressupunha outras histórias].
- É possível perceber similaridades e diferenças [por exemplo, nas maneiras
pelas quais os escravizadas se aglutinam e resistem];
Aqui chamam-se nagôs, lá chamam-se lucumis
3. Uma história atlântica
Inicio -- 1ª. globalização caracterizada pelos (enormes) deslocamentos
populacionais, mercadorias e idéias & criação de novas sociedades
(formadas a partir do encontro)
Dinâmicas históricas: perspectivas européias no centro da cronologia

1ª fase formação, presença ibérica


XV – XVI predominante
2ª fase em cena: outras nações –
XVII Holanda, França, Inglaterra
3ª fase revolução da plantation, o apogeu
XVIII do tráfico atlântico
4ª fase rupturas e transformações:
fim XVIII / inícios revoluções e interdições (final do
do XIX tráfico)
1ª. Fase / sécs. XV e XVI: formação (conectando partes)

Pioneirismo ibérico; grandes navegações e descobertas

África: enclaves portugueses; na Costa do Ouro: o ouro africano; áreas de


influência (Congo e Benin);
Ilhas Atlânticas: colonização em Açores Madeira, Cabo Verde, São Tomé;
Américas: América portuguesa (Brasil); Caribe, América central e do sul – área
de predomínio espanhol;
• Colonização & enclaves; pontos de abastecimento de frotas (Caribe, por ex);
• Organização da produção: açúcar nas ilhas atlânticas (Madeira, Canárias)
• São Tomé – laboratório tropical / maior produtor de açúcar entre 1530 –
1570; crise: revoltas e quilombos.

Final do XVI (c. 1570) Transformações:


• Deslocamento do açúcar para o NE brasileiro e São Vicente – m.d.o. africana
(Stuart Schwartz);
• Mineração prata no Peru e México;
• Comércio de escravos na África nas mãos sobretudo de portugueses;
• Conquista militar de Angola; guerras de conquista (1570 – 1580).
2ª. Fase sec. XVII: outras nações – concorrência entre
poderes marítimos e coloniais

Holanda: grande império marítimo tal qual o português, constrói-se no


ataque sistemático às bases comerciais lusas na África, Ásia e Extremo Oriente:
Cias de Comércio: Cia Índias Orientais (1602); Cia Índias Ocidentais (1621);
África ocidental: desde inícios do sec. XVII (forte Nassau); conquista dos
fortes lusos, Axim e Elmina, 1637 (na Costa do Ouro); Angola, São Tomé e
Príncipe (1641); colônia do Cabo, na rota das especiarias;
América: conquista do NE brasileiro (Bahia, Pernambuco e Paraíba - 1630)

1648: frota brasílica retoma Angola e São Tomé


1645 -1654: guerra e reconquista do NE
1663: Tratado de Paz entre Portugal e Holanda

Bases Caribenhas: St. Eustáquio, Aruba, Barbados - dispersão após a expulsão


“A expansão holandesa pelos sete mares durante a primeira metade do século
XVII foi, a sua maneira, tão notável como a expansão marítima portuguesa e
espanhola ocorrida cem anos antes”. (Charles Boxer)
3ª. Fase sec. XVIII: plantations e apogeu do tráfico

A revolução das plantations (cf. Philip Morgan) é fenômeno


americano: as plantações de tabaco e de arroz em Chesepeake (Virginia e
Maryland), na Carolina do Norte e do Sul; açúcar e café nas Antilhas (cf.
Miller);
Apogeu do tráfico atlântico de escravos: especialização diante da demanda;
introduz mudanças nas plantações: das produções baseadas em mão de obra
mista (africanos + índios) para a predominância dos africanos;
Inglaterra e França controlam o tráfico: inicialmente por meio de suas novas
companhias monopolistas (Cia dos Mares do Sul, sec. XVIII detém o asiento);
depois: agentes comerciais privados, mercadores de Bristol, Liverpool, Nantes,
La Rochelle, Bordeaux;
Consolidam principais colônias européias / centros de produção monocultora
Inglaterra: Jamaica, Barbados, Nevis
França: São Domingos, Martinica, Guadalupe Portugal: Brasil
Espanha: Porto Rico e Cuba
Holanda: Curaçao, Aruba, St Eustáquio,
Dinamarca: St. Thomas
4ª. Fase: final sec. XVIII ao XIX:
transformações e rupturas

Revoluções
1775 - 1783: Guerra e Independência das 13 Colônias
1791 – 1804: Revolução São Domingos e Independência do Haiti

Abolições
1797 – 1804: Abolida escravidão colônias francesas e São Domingos;
1808 – Proibição do tráfico pela Inglaterra
1833 – Abolição da escravidão colônias inglesas

Na África: primeiros indícios da movimentação imperialista


1850: Lagos transforma-se em protetorado britânico;
1861: Lagos transforma-se em colônia

Revigoramento da plantation no Brasil (café) e em Cuba;


1850 – final do tráfico atlântico para o Brasil
1868 – final do tráfico para Cuba
1868 – Abolição em Cuba
1888 – Abolição no Brasil

Transformações profundas no Atlântico / nas dinâmicas atlânticas


Movimentos do açúcar: leste à oeste:

Mediterrâneo (séculos XII - XIII: Chipre, Creta, Norte da


África, Sicília – Portugal;
Ilhas do Atlântico não habitadas, empreendimentos mistos
com capitais italianos (genoveses e venezianos); século
XV: ainda como uma experiência mas já ganhando os
mercados europeus;
Final do século XV: comercializado o açúcar em Madeira,
Açores, Canárias e São Tomé;
São Tomé e suas vantagens: maior produtor entre 1530-
1560/70; é o laboratório tropical - monoculturas de açúcar
trabalhadas por escravos (enormes contingentes) -
quilombos e mocambos (revoltas);
De São Tomé para o NE brasileiro:
Das Canárias para a América Hispânica (Antilhas)
Pós 1640: o açúcar migra (com seus capitais e tecnologia)
para as Antilhas: Barbados, Jamaica, São Domingos e
Reter:

1. A questão da precedência do comércio africano e a


existência de rotas que foram interceptadas. Tal como ocorria na
Índia e no Oriente:

“Sempre que os portugueses entravam em contato com povos cujo


comércio já desenvolvido permitia tirar lucros localmente,
intrometiam-se nos circuitos ou complementavam-nos, criando
novas ligações. Assim sucedia-se na Índia, onde se integraram nas
redes comerciais do Índico. E assim sucedeu na costa da Guiné,
onde aos caminhos terrestres vão acrescentar, ou mesmo sobrepor,
as ligações marítimas.”

Maria Emilia Madeira Santos, Origem e desenvolvimento da


colonização. Os primeiros lançados na costa da Guiné: aventureiros
e comerciantes. IN: Luis de Albuquerque (dir.) Portugal no Mundo.
Lisboa, 2000, p. 141.

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2. A localização e a disposição dos fortes (o primeiro é Arguin
– na Mauritânia; o segundo é São Jorge da Mina, 1482) têm quase
sempre este sentido:

“Portugal, através desta segunda presença na costa africana [São


Jorge da Mina], símbolo igualmente da tomada de posse do espaço
cuja soberania lhe foi reconhecida internacionalmente – estava
decidido a tentar uma penetração dos circuitos internos de
trocas e levar a cabo o desvio, em direção ao Atlântico, duma
das principais rotas de ouro sudanês, até então controladas pelos
mercadores caravaneiros. Por outras palavras, tivera inicio a
batalha das caravelas contra as caravanas (a expressão é de V.
Magalhães Godinho). Para além de centro comercial, D. João II quis
transformar São Jorge da Mina num refúgio seguro e num porto de
descanso para as suas caravelas, tal como os oásis o eram para as
caravanas.

J. B. Ballong-Wen-Mewuda, A instalação de fortalezas na costa


africana. Os casos de Arguim e da Mina. Idem, p. 134.
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