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Professor na Universidade de
Millersville (Pensilvânia); ex-
professor na Universidade de
Zâmbia (1979) e da Universidade
de Virginia. Especialista em África
Centro-ocidental.
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O mundo Atlântico
O mundo Atlântico
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A Formação do “Mundo Atlântico”
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A Formação do “Mundo Atlântico”
A Formação do “Mundo Atlântico”
a) características:
b) envolvidos;
c) data/século;
d) localidade;
e) conhecimento da África
3. Os direcionamentos da expansão e os flancos africano e atlântico
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Correntes marítimas no Atlântico
Fonte:
G. Barraclough (ed).
Atlas de História do
Mundo. The Times;
Folha de S. Paulo,
1995
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Origens da navegação atlântica: (página 63):
“a experiência européia de viagens por água foi
provavelmente o fator mais importante em sua conquista
do Atlântico. As dificuldades de lidar com a navegação ao
sul do oceano explica porque os africanos, por sua vez,
focalizaram seus talentos para a construção naval em
embarcações de navegação costeira e fluvial”
Cronologia
Fonte: G.
Barraclough
(ed). Atlas de
História do
Mundo. The
Times; Folha de
S. Paulo, 1995
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Cronologia
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Forte São Jorge da Mina
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Modalidades e estratégias portuguesas
nas relações com os africanos
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No comércio itinerante, os portugueses buscam pontos de entroncamento das
rotas caravaneiras; segundo alguns autores: oposição caravelas versus caravanas,
na tentativa de interceptar rotas e eliminar intermediários no acesso ao sonhado
ouro. Primeiros movimentos:
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Outras características das relações comercias
Sobretudo: rivalidade com os Países Baixos acentuada com União das Coroas
Ibéricas (1580-1640): conquista das possessões portuguesas: Arguim, Axem e
São Jorge da Mina; Angola, São Tomé e Príncipe; Nordeste brasileiro.
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Produtos do comércio atlântico com a África Ocidental
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As crônicas dos descobrimentos
As viagens são acompanhadas de crônicas que glorificam as ações dos
portugueses, descrevem roteiros, acidentes geográficos, rotas, locais para
comércio e eventualmente trazem informações sobre os povos e as
sociedades com as quais entram em contato. Um saber que se justifica pelo
olhar do mercador;
Segundo Vitorino Magalhães Godinho, as viagens são acompanhadas de
questionários “destinados a orientar explorações metódicas no terreno e
traduzindo-se em relatórios escritos de forma a que a realidade seja ela
toda bem conhecida...”
Exemplo de instruções: Regimento de Diogo Lopes de Sequeira (1508)
quando da descoberta de Malaca e Madagascar.
• Antes de mais nada, a armada deve descobrir todo o perímetro da ilha ...
Identificando todos os portos, barras e entradas, e “poendo-os por
escrito pera ficarem bem sabidos e se poderem guardar os navios...”
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E mais:
Inquirir sobre navios que vem de fora: bandeira, nação, carga;
serão mulçumanos? Tamanho destes navios e modo de navegar;
• Se a ilha possui embarcações próprias?
• Quais os gêneros da produção insular?
• Quem são os seus reis e senhores? A maneira de viver; como
se aplica a justiça; se tem tesouros guardados;
• Existem reis e senhores muçulmanos vivendo em separado?
Reconhecem ou não os poderes locais?
• As populações são pagãs ou muçulmanas? Existem
cristãos? Conhecem São Tomé? (lenda de um dos
apostolos que teria ida ao oriente e criado um império
cristão associado ao preste joão]?
• Quais os costumes dos insulares?
• Existem cidades, vilas ou aldeias importantes?
• Existe circulação monetária, ou simplesmente moedas como
as do Manicongo? (Reino existente na região Centro-
ocidental) O cobre é elemento de comércio? São confeccionados
artefatos com ele?
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Arguin
Cacheu
Bezeguiche Bissau
São Jorge da
Mina
São Tomé e
Principe
Mombaça
Ilhas
Kilwa
Quelimane
Sofala
Cidadelas
Colônias
1) A orientação insular: a colonização das ilhas
• Colonização e aproveitamento dos
Açores (1431), Madeira (1420), Cabo espaços insulares: criação de
Verde (1464), São Tomé e Príncipe sociedades inéditas, atlânticas e
(1482) mestiças, cf Isabel C. Henriques;
Senegal (Petite Côte) Bezeguiche (Goréa), Rufisque (São Luis), Ale, Joal,
Portudal
– junto a jalofos islamizados;
– centros comerciais sobretudo de refugiados judeus e
cristãos novos;
– área perdida para os franceses (1560), holandeses
(1590) e ingleses;
legenda: Detalhe da
região da Guiné,
baseado em Antonio
Carreira, A Etnonimia
dos povos entre o
Gâmbia e o estuário do
Geba)
Vista aérea da região de Bissau
Ocupação das Ilhas Atlânticas
Kristons ou Grumetes:
• coletividades africanas (várias procedências entre os grupos locais); vivem em torno
das gans luso-africanas: clientes, pilotos, tradutores (línguas), seguranças.
• Vestem-se à ocidental e formam bairros nas cidades ou extra-muros.
• Formarão posteriormente um grupo social na Guiné Bissau.
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Luso-africanos = homens de dois mundos;
intermediários entre sociedades africanas e
mercadores atlânticos;
Nharas
Relações de parentesco com africanos (pelo
casamento);
relações gênero e papéis sociais peculiares
(mulheres comerciantes, chefes das gans
mercantis);
Exemplo: Cacheu
A fortaleza de Cacheu
A vila e a cidade de Cacheu
Núcleo pré-existente (africano), menções desde 1506 como aglomeração de
lançados;
o área em terra dos papéis (1580 e 1640, fortificações);
o formada pela tabanka, prasa (praça mercantil) e moradias (não
circulares);
Subordinação aos donus di tchon: pagamento de tributos (daxas); acordos
diplomáticos (visitas, presentes), ausência de extensões rurais, abastecimento
via rio;
Habitada por lançados / tangomaos e suas mulheres (portugueses e depois
luso-africanos);
o Luso-africanos = homens de dois mundos; intermediários entre sociedades
africanas e mercadores atlânticos;
o Relações de parentesco com africanos (pelo casamento);
o relações gênero e papéis sociais peculiares (mulheres comerciantes, chefes
das gans mercantis);
E populações africanas (kristons ou grumetes) que vivem intra-muros ou fora
da tabanka: trabalhadores, clientelas, pilotos, remadores, no geral,
cristianizados, calçados;
Sobre os lançados, o testemunho do jesuíta Fernão Guerreiro,
início século XVII em: Relação anual das coisas que fizeram os
padres da Cia de Jesus nas suas missões, nos anos de 1600 a
1609
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Há toda uma história do Atlântico. Uma história evidente de disputas
comerciais e políticas, de desenvolvimento da navegação e de migrações
consentidas e forçadas. Mas há também uma longa e importante
história que vai se tornando, aos poucos, menos discretas. A dos
africanos libertos e seus filhos, a dos mulatos, cafuzos, caboclos e
brancos que foram ter ao continente africano, retornaram ao Brasil,
voltaram à África ou se gastaram a flutuar entre as duas praias. A dos
navios negreiros que funcionavam também como correio e embaixada.
Que traziam instruções de sultões, emires, reis e potentados africanos a
seus súditos no cativeiro. Que levavam recados de rainhas-mães e
príncipes exilados – pois a escravidão funcionou também como desterro
político – a seus partidários, que continuavam a conspirar na África. O
que lá se passava chegava até as senzalas, aos cantos de trabalho e ais
quilombos, e podia apressar alforrias e regressos. (Alberto da Costa e
Silva, IIª Reunião Internacional de História da África (A dimensão
atlântica da África, Rio de Janeiro, 1996 p. 18)
2. As vantagens de um olhar atlântico
No geral, os processos históricos vistos na perspectiva ampla da história
atlântica podem oferecer elementos para se repensar paradigmas e
pressupostos:
- Quebra com visões exclusivamente eurocêntricas, nacionais e
essencialistas; recupera a História da África pré-colonial;
- Introduz uma outra escala de interpretação: o Atlântico como espaço de
conexões no qual cada uma das partes tem importância e papel;
- Mais do que isso: implica em interações [mesmo que tenham sido os
europeus os que iniciaram o processo de sua formação histórica, eles tiveram
que se integrar a uma lógica histórica que pressupunha outras histórias].
- É possível perceber similaridades e diferenças [por exemplo, nas maneiras
pelas quais os escravizadas se aglutinam e resistem];
Aqui chamam-se nagôs, lá chamam-se lucumis
3. Uma história atlântica
Inicio -- 1ª. globalização caracterizada pelos (enormes) deslocamentos
populacionais, mercadorias e idéias & criação de novas sociedades
(formadas a partir do encontro)
Dinâmicas históricas: perspectivas européias no centro da cronologia
Revoluções
1775 - 1783: Guerra e Independência das 13 Colônias
1791 – 1804: Revolução São Domingos e Independência do Haiti
Abolições
1797 – 1804: Abolida escravidão colônias francesas e São Domingos;
1808 – Proibição do tráfico pela Inglaterra
1833 – Abolição da escravidão colônias inglesas
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2. A localização e a disposição dos fortes (o primeiro é Arguin
– na Mauritânia; o segundo é São Jorge da Mina, 1482) têm quase
sempre este sentido: