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O professor como autor: aula de

História como processo de


construção do conhecimento
histórico

Nayara Galeno do Vale


Processo seletivo simplificado para professor
substituto da UFF – Campos dos Goytacazes
Ponto sorteado: O saber histórico acadêmico e o
saber histórico escolar: diálogos e interdependência
(Ponto 6)
• Escrita da história como um ofício que se
aprende e que possui regras próprias, bem
como a docência
• “Situações de trabalho exigem dos
trabalhadores conhecimentos, competências,
aptidões e atitudes específicas que só podem
ser adquiridas e dominadas em contato com
essas mesmas situações”. (TARDIFF e
RAYMOND, p. 211)
• Paradigma da racionalidade técnica Saberes
mobilizados na prática cotidiana e que dela
são originados
• Saberes docentes provenientes de diversas
fontes
• Tais saberes não se limitam:
1 – ao domínio de um ou mais conteúdos
circunscritos, que dependem apenas de
conhecimento especializado
2 – aos conhecimentos teóricos e interpretações
produzidas na universidade simplificadas para se
adequar ao ensino
• Saberes ligados ao trabalho são temporais e
exigem conhecimentos, competências, atitudes e
aptidões que são adquiridas e aperfeiçoadas
com a prática
Fonte: TARDIFF e RAYMOND, p. 215
• Saberes docentes abrangem uma
grande diversidade de objetos,
questões e problemas
• Esse quadro é uma simplificação, pois
esses saberes não são adquiridos de
forma linear e se relacionam entre si
• A esses saberes, acrescento o saber
histórico acadêmico, que é mobilizado
também pelo professor de acordo com
seus referenciais
• Distanciamento entre a universidade e o
ensino básico – Cursos de bacharelado
separado da licenciatura (Modelo 3 + 1)
• Superação desse abismo com iniciativas como
o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação
à Docência (PIBID) e a Residência Pedagógica
(formação inicial) e o Mestrado Profissional em
Ensino de História – ProfHistória (formação
continuada)
• Professor como um autor em sentido amplo,
que pode também construir saberes e não
apenas reproduzi-los
• Ilmar Rohloff de Mattos – professores e
escritores de História contam uma história
• Texto e aula – semelhanças e diferenças
• Leitura é também produção de
significados
• Marcar a diferença no ensino entre uma
“história-narrativa” que chega pronta e
não dá margem para questionamentos e
uma “história problema” que é construída
na sala de aula
• “De modo categórico, afirmamos
ainda uma vez que, por meio de
uma aula, também se conta uma
história; que, ao se contar uma
história por meio de aula, também
se faz história; e que somente ao se
fazer história por meio de uma aula
nos tornamos professores de
história.” (Mattos, 2006, p. 11)
• Condição para quem ensina história se tornar
um autor - leitura dos textos dos que escrevem
a história, a produção historiográfica
• Entretanto, a aula não é a repetição ou
transcrição do texto lido
• Carlos Delgado de Carvalho se denominava um
“pardal de Clio” e não como historiador – não
se via como produtor de algo novo (VALE, 2011)
• Processo de tradução – professores não
precisam ser apenas “pardais de Clio”
• O uso modifica a intenção do texto original – o
professor confere um novo sentido ao texto
que mobiliza como referência
• Relação dialógica entre professor e alunos
• Aula de história como um texto que é criação
individual e coletiva ao mesmo tempo
• Seu renovar permanente é fruto da prática
cotidiana
• “Possibilidade de uma prática que se renova a
cada dia, a aula como texto ou o texto de nossa
aula propicia que cada um dos alunos valorize as
diferenças, constitua identidades, crie memórias e
exercite a cidadania. E, assim, torne-se capaz de
fazer sua própria história.” (MATTOS, 2006, p. 15)
• Como fazer com que a história ensinada seja
menos uma “história narrativa” e mais uma
“história problema”?
• Sugestão: uso de fontes em sala de aula
• “suposição de que o uso de fontes no ensino de
história pode ser uma estratégia adequada e
produtiva para ensinar história a indivíduos que
não têm como objetivo se tornar historiadores,
mas para os quais o conhecimento da história
pode fazer muita diferença na compreensão do
mundo em que vivem.” (PEREIRA e SEFFNER,
2008, p. 113)
• Possibilidade de uma comunicação fecunda
entre o saber histórico acadêmico e o saber
histórico escolar
• Usar no cotidiano da educação básica as fontes
com as quais os historiadores trabalham para
produzir a história escrita
• Incorporação no ambiente da sala de aula de
história do que os autores chamam de
“revolução documental”
• Perspectiva crítica a respeito do documento –
documento como monumento (Le Goff)/
documento como construção
• Pensar as fontes como vestígios do passado
• “Isso implicou reconhecer que a ciência histórica,
para se efetivar, precisa considerar toda uma série
de mediações, desde o caráter do documento como
monumento, até a compreensão da história como
um discurso sobre o passado, política e
culturalmente informado.” (PEREIRA e SEFFNER,
2008, p. 117)
• Discurso histórico disputa espaço com outras
representações construídas acerca do passado
como as produzidas pelos livros de divulgação,
cinema, televisão, jogos, internet, governo,
empresas, etc.
• Tais representações produzem memórias que
podem ser evocadas nas aulas de História, ou não.
• O professor pode estabelecer diferenças entre os
diferentes discursos que se propõe a recriar o
passado e o relato historiográfico, discutir as
especificidades das diferentes linguagens
• Autores defendem que a escola deve formar
sujeitos capazes de historicizar a própria vida
• Dificuldades epistemológicas do uso de fontes na
sala de aula – professor pode usar documento
como forma de corroborar suas afirmações
• Ex: Alemanha sofreu punições decorrentes da
derrota na Primeira Guerra Mundial Mostrar
artigos do Tratado de Versalhes
• Possibilidades: Problematizar o porquê do Tratado
de Versalhes naquele contexto específico
• Nesse sentido, o professor pode usar mesmo
documentos textuais e imagéticos contidos nos
livros didáticos
• Uso de fontes na sala de aula decorre de uma
disposição teórica pedagógica do professor e isso
não deixa de ser um posicionamento
• Ideia de que a fonte tem que ser usada a todo
custo leva à utilização meramente ilustrativa, sem
uma reflexão que a sustente, de forma a corroborar
uma narrativa fechada
• Uso de fontes em sala de aula - menos conteúdos
de forma a mostrar as especificidades do
conhecimento histórico
• Olhar para o documento como uma construção de
seu tempo
• Interpretação a respeito do documento e perguntas
que se pode fazer a ele: Quem produziu? Quando
produziu? Com que finalidade? De que forma essa
fonte chegou até nós? O que ela pode nos dizer
acerca da sociedade que a produziu?
• Especificidade do conhecimento histórico – fruto
de uma narrativa produzida em torno de um
questionamento a respeito das sociedades
passadas, que só podem ser respondidos a partir
dos vestígios, das fontes.
• Avaliação: Criar uma oficina para os alunos da
educação básica, que, em grupos, devem construir
um texto histórico a partir de um determinado
conjunto de fontes. A partir de sua oficina,
proponha procedimentos que incentivem os
alunos a fazer questionamentos sobre essas
fontes, formulando também hipóteses. Ao final,
deve-se orientar os alunos a incorporarem essas
questões e possíveis respostas no texto do grupo.
Será avaliada a proposta de oficina, unida ao
relatório da sua experiência na realização das
oficinas. O objetivo da avaliação é refletir sobre as
práticas em sala e a escrever sobre elas, tornando-
se também autor.
• Bibliografia básica:

• TARDIF, Maurice e RAYMOND, Danielle. Saberes, tempo e aprendizagem do


trabalho no magistério. Educação & Sociedade [online] 2000, 21 (Dezembro):
[Data de consulta: 19 de dezembro de 2018] Disponível em
:<http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=87313697013> ISSN 0101-7330
• MATTOS, Ilmar Rohloff de. "Mas não somente assim!" Leitores, autores, aulas
como texto e o ensino-aprendizagem de História. Tempo [online]. 2006, vol.11,
n.21 [citado em 2018-12-19], pp.5-16. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-
77042006000200002&lng=en&nrm=iso>. ISSN 1413-
7704. http://dx.doi.org/10.1590/S1413-77042006000200002.
• SEFFNER, Fernando e PEREIRA, Nilton Mullet. O que pode o ensino de História?
Sobre o uso de fontes na sala de aula. Anos 90, Porto Alegre, v. 15, n. 28.
Disponível em: http://seer.ufrgs.br/index.php/anos90/article/view/7961/4750

• Bibliografia complementar:

• VALE, Nayara Galeno. Delgado de Carvalho e o ensino de História: livros didáticos


em tempos de reformas educacionais (1931-1946). Rio de Janeiro: UFRJ.
Dissertação (Mestrado em História Social) – Universidade Federal do Rio de
Janeiro, 2011.

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