Doutor em filosofia (Unisinos) Professor no Instituto Berthier (IFIBE) Militante direitos humanos (CDHPF/MNDH) PROBLEMATIZAÇÃO... • Por que persistem violações dos direitos humanos em sociedades democráticas nas quais vige o estado democrático de direito? • Quem são as vítimas das violações (persistentes ou novas)? • Qual o lugar dos/as defensores/as de direitos humanos (indivíduos e organizações)? CONTEXTO... • Inviabilização da produção e da reprodução da vida [desigualdade e pobreza] – redução de milhões ao tráfico humano, migração forçada, trabalho degradante... e acirramento exclusão, da concentração • Constrangimentos aos processos participativos e à decisões democráticas – crescimento do poder do sistema financeiro sobre os povos [apesar do “Podemos” e do “Syriza” • Interdição da manifestação e da expressão [violência e concentração dos MCS] – crescimento do populismo penal, encarceramento em massa e “extermínios” • Desmoralização e criminalização de lideranças e movimentos sociais [inviabiliza a luta] – enfraquecimento das causas, das lutas e lutadores/as • Inviabilização e interdição de sujeitos pelo conservadorismo persistente que tranca agendas [indígenas, mulheres e LGBT] – crescimento do ódio e da intolerância COMPREENSÕES... • Diversidade de compreensões do que sejam os direitos humanos na sociedade – concepção em disputa pelos diversos campos [negativista, relativista, metafísica, legalista, gerencialista] • Crescimento de uma posição que “privatiza” direitos como se privilégios [“meus direitos”] e resultado de mérito [“fiz por merecer”] • Certo academicismo crescente na tentativa de formular uma concepção “não ideológica” de direitos humanos – contrastando com uma “acusação” de que este é assunto ideológico por isso • Agenda popular “alargou” a concepção [incluiu DHESC além de CP] mas efetivamente “não incorporou” organicamente os direitos humanos – principais organizações e movimentos sociais reconhecem pouco os direitos humanos com conteúdo estratégico e central na luta por transformação – havendo poucos avanços na formulação crítica de concepção histórico-crítica dos direitos humanos INSTITUCIONALIDADE... • Baixa institucionalidade protetiva dos direitos humanos [relativa normatividade] – gap crescente entre as demandas protetivas, a normatividade disponível e as condições objetivas de realização (de entrega da promessa) através da ação institucional permanente • Ações pontuais e “socorristas” pouquíssimo sistêmicas e menos ainda sistemáticas – mesmo com criação de vários órgãos dedicados aos direitos humanos e com a aprovação de programas e até projetos, facilmente as ações sofrem descontinuidades e de regra se efetivam diante de alguma grave ameaça ou de uma “desgraça” • Baixa presença dos direitos humanos nas diversas políticas e de políticas de Estado em direitos humanos [ensaios] – direitos humanos ainda são residuais tanto em termos de orientação quanto de efetividade nas diversas políticas [PNE, por exemplo não continha sequer a palavra direitos humanos quando foi proposto pelo MEC ao parlamento – quando está presente é genérico e as ações são sempre pontuais • Espaços de participação são de baixa qualidade no controle social [praticamente são espaços “consultivos”] – dificuldade de redimensionar e de fortalecer os espaços de democracia deliberativa e quase inexistência de espaços de democracia direta – sentimento de que participamos, mas não decidimos! MUITO OBRIGADO! Contato: carbonari@ifibe.edu.br QUESTÕES 1) como percebemos as várias violências, vitimizações e vítimas de violações dos direitos humanos na história e nos dias atuais, em geral e a partir da atuação no CDHEP? 2) como percebemos as experiências de promoção dos direitos e dos sujeitos de direitos na história e nos dias atuais, em geral e a partir da atuação do CDHEP? 3) como representaria o “paradoxo” violação x promoção dos direitos humanos?.