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Programa de Pós-gradução em Ciências do Ambiente – PPGCiamb

Turma 2019

DESENVOLVIMENTO
REGIONAL
Disciplina: Cultura, sociedade e meio ambiente
Profs Drs: Marina, Héber e Odair

ANA BEATRIZ NUNES RIBEIRO


RAFAEL MIRANDA ARRAZ
SÔNIA CRISTINA DANTAS DE BRITO
 North (1977a) afirma que o desenvolvimento regional passa no primeiro momento
pela base econômica.
 Ao se pensar o desenvolvimento de uma região em particular, deve-se ter em mente o
conceito de desenvolvimento regional. As principais teorias que abordam esse tema
embasam-se na industrialização como o meio para atingi-lo, através de relações em
cadeia, visando impulsionar as principais atividades econômicas da região atingida
(CAVALCANTE, 2008).
 As Cadeias produtivas são estruturas econômicas enlaçadas que se apresentam como
propulsoras do desenvolvimento regional. Tanto que, segundo Rippel (1995), por
cadeia produtiva entende-se o conjunto de operações de transformação em um
produto que podem ser separadas ou agrupadas entre si ou em suas distintas etapas.
 De acordo com Zylbersztajn (1995) cadeias produtivas, São operações organizadas
de forma vertical e percorridas pelo produto desde sua produção até sua
distribuição, e podem ser coordenadas via mercado ou através da intervenção dos
diferentes agentes que participam da cadeia”. Os fatores políticos, econômicos e
financeiros, tecnológicos, socioculturais e legais ou jurídicos, são os agentes que
vão interferir em uma cadeia.
Fonte: Calegari, 2017.
 A partir de 1970 esse modelo se altera, restando aos “locais” encontrarem formas de se inserir
num mundo econômico cada vez mais global e competitivo. A quantidade de teorias e conceitos
que foram desenvolvidos a partir de 1970 reflete também o esforço, pelas regiões, de se
sobressaírem neste contexto, a partir de suas especificidades.
 Analisando o Brasil, o cenário não foi distinto. Durante muito tempo, a principal preocupação das
políticas de desenvolvimento e crescimento se referiu à ampliação das infraestruturas básicas de
apoio à estrutura produtiva. As preocupações com o desenvolvimento regional e com o
ordenamento do território começaram a ganhar mais espaço nas políticas públicas somente a
partir de 2000, haja vista que, de modo geral, nas duas décadas anteriores a principal
preocupação sempre foi em relação a estabilização da economia. Durante muito tempo, a
principal preocupação das políticas de desenvolvimento e crescimento se referiu à ampliação
das infraestruturas básicas de apoio à estrutura produtiva. Após o ano 2.000, o discurso mudou,
seja através das políticas explícitas (a Política Nacional para o Desenvolvimento Regional - PNDR)
ou das implícitas. Os incentivos aos setores produtivos parecem estar cada vez mais na agenda
política. Mesmo que não tenha ocorrido um grande dinamismo do setor, a indústria passou a ser
um elemento estratégico e ocupou esse espaço por sua própria natureza. O cenário econômico
mundial e nacional, associado à crise política e econômica nacionais, alteraram novamente o
direcionamento das políticas nacionais.
 Nessa mesma década, o Ministério do Interior é extinto e criada, junto à
Presidência da República, a Secretaria de Desenvolvimento Regional (SDR). A
referida secretaria tinha como propósito planejar e coordenar as ações dos órgãos
que atuassem em programas e projetos para a promoção do desenvolvimento
regional. Ressalta-se também que não houve operações dos fundos constitucionais
FINAM e FINOR durante os primeiros anos da década. No ano de 1992, a SDR é
transformada em Ministério da Integração Regional.
 Em 1995 uma nova reforma na organização do Estado brasileiro extingue o
ministério e cria a Secretaria de Políticas Regionais (SEPRE), A partir disso, gera-se
um contexto duvidoso no que tange ao planejamento regional e um descrédito no
ato de planejar no país. Nesse cenário surgem os Planos Plurianuais (PPA), Os PPA
se tornaram um dos principais instrumentos de planejamento a médio prazo no
país, pelos quais são estabelecidas metas para a administração pública que pode
ser de maneira regionalizada.
 Apenas no ano de 1999, com a criação do Ministério da Integração Nacional (MI),
as formulações de políticas regionais são retomadas no âmbito do planejamento
brasileiro. Dessa forma, a criação do MI favoreceu a discussão regional, sinalizando
a determinação do governo em inserir o debate na agenda do Estado dando
visibilidade as regiões “menos avançadas” do país.
 Em face ao panorama apresentado, a PNDR foi elaborada como o objetivo de
promover a redução das desigualdades regionais através do acesso a
oportunidades de desenvolvimento. Logo, orienta o Estado na efetivação de ações,
coordenando diversas políticas e programas.
 A PNDR surge baseada em três premissas:
 a) ser uma política nacional;
 b) ser uma política de governo;
 c) abordar as desigualdades regionais em suas múltiplas escalas
 Nessa perspectiva, no ano de 2003, a formulação de políticas regionais passa a ter
prioridade na agenda do governo, fato este que se consolidou com a inserção da
redução das desigualdades regionais como um dos grandes objetivos dos PPA de
2004-2007 e 2008- 2011, sob encargo do Ministério da Integração. Assim, o MI
orientou o governo a elaborar uma PNDR com maior fixação territorial por
entender que a questão regional é nacional, uma vez que deve existir uma coesão
territorial, social e econômica.
 figura 2 Apresenta uma síntese temporal das ações públicas discutidas até a
década de 2000. nota-se as várias tentativas de se construir políticas, planos e
programas de DR no país. Principalmente até a década de 1970, ocorrendo um
esvaziamento na década de 1980 e consolidado na década de 1990.
 Constata-se que durante um longo período a questão regional foi negligenciada pelo
Estado. A inexistência de um projeto próprio de desenvolvimento tornava as ações
setoriais e centralizadas, e a tomada de decisões políticas ocorriam de “cima para
baixo”, deixando a sociedade à margem do debate.
 A partir das primeiras décadas do século XXI, a questão regional é retomada pelo
governo, com a elaboração da Política Nacional de Desenvolvimento Regional, que se
propõe a promover a integração e a descentralização das ações estatais.
 Assim sendo, com a referida política, vislumbra-se a viabilidade do planejamento
territorial multiescalar. Sendo o Estado o principal agente desse planejamento, é
possível afirmar a existência de uma evolução teórica e prática do tema na agenda do
governo. Contudo, a deficiência das políticas regionais nas décadas anteriores é posta
como uma lacuna para institucionalização da PNDR.
 Lívia Gabriela Damião de Lima e Larissa da Silva Ferreira Alves
 REVISTA
A ação Desenvolvimento Regional Sustentável visa criar mecanismos de
sustentabilidade aos projetos de desenvolvimento econômico, que sejam
economicamente viáveis, socialmente justos, e ambientalmente corretos.

 A sustentabilidade ambiental associada ao desenvolvimento regional permite uma


compreensão mais ampla do que quando comparada apenas a natureza produtiva
de uma localidade (BARBIERI, 2000) passando por meio desta premissa
denominar-se desenvolvimento regional sustentável (SACHS, 2004).
 Autores como Sachs (2008,2009), crítica ao crescimento selvagem e seus impactos
sociais e ambientais estimulam uma extensa literatura e formulação de
importantes conceitos.
 monitoramento e avaliação de impactos ambientais, bem como a sua
contabilização econômica, tornaram-se uma exigência. No entanto, existe a
preocupação com a questão de se saber até que ponto os setores das atividades
comprometem a preservação de equilíbrios socioambientais fundamentais,
 Coe et al. (2004) ponderam que outra característica do desenvolvimento regional
sustentável é que as localidades são moldadas não apenas por aquilo que esta
acontecendo no meio endógeno, como também através de conjuntos mais vastos
das relações de controle e dependência, da concorrência e mercados, que se
caracteriza como meio exógeno.
 Estas relações podem ser com outras regiões dentro do mesmo território nacional
e/ou em escala internacional. Tal fato, de uma constituição porosa entre fronteiras
de relações permite uma gama de conexões (AMIN E THRIFT, 1994) “socialmente
includente, ambientalmente sustentável e economicamente sustentado” (ELI DA
VEIGA, 2005, P.10).
 O acrônimo Matopiba refere-se à região que é formada pelos municípios que
compõem simultaneamente a fronteira dos estados do Maranhão, do Tocantins, do Piauí
e da Bahia.1 Nas últimas duas décadas, essa região sofreu rápidas transformações em
sua dinâmica de ocupação do solo, devido à expansão da atividade agropecuária. A
expansão da fronteira agrícola brasileira sobre essa área vem acarretando diversos
impactos socioeconômicos provenientes da nova dinâmica de exploração econômica
do território: a produção de grãos, principalmente de soja. Essa região, com
aproximadamente 324 mil estabelecimentos agrícolas e uma população de 6 milhões
de habitantes, produziu 8 milhões de toneladas de soja no ano-safra 2013-2014
(Matopiba..., 2015). No ano-safra seguinte, essa produção aumentou, chegando a mais
de 10 milhões de toneladas, equivalente a 11% da produção nacional. O estado da
Bahia se destaca em produtividade. Apesar do destaque da soja, a região também
produz milho, com maior produtividade no Piauí, algodão, na Bahia, e arroz, no
Tocantins, o qual se destaca tanto em volume produzido quanto em produtividade por
hectare. A região, dividida em 31 microrregiões e 337 municípios, que juntos somam
aproximadamente 73 milhões de hectares, possui crescimento diferenciado e é
caracterizada como a nova área de expansão da fronteira agrícola, segundo aponta o
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).
 Instituído pelo Decreto Presidencial nº 8.447, de maio de 2015, o Plano de
Desenvolvimento Agrícola (PDA) Matopiba é considerado a última fronteira
agrícola do Brasil. Mesmo que a maior parte da população brasileira nunca tenha
ouvido falar deste mega projeto que pretende intensificar a exploração
agropecuária para exportação, ele vem sendo implementado há décadas no país
com denominações diferentes, como o Programa de Cooperação Nipo-Brasileiro
para o Desenvolvimento dos Cerrados (Prodecer) I, II, III e os projetos Campos
Lindos e Formoso, dentre outros. O Matopiba está sendo implantado em uma
região que abrange três biomas (Amazônia, Caatinga e, principalmente, Cerrado)
de quatro estados brasileiros (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia – as iniciais
destes estados deram nome ao plano). Compreendendo a área de 337 municípios
e 31 microrregiões, este Plano de Desenvolvimento Agrário ocupa um total de 73
milhões de hectares, que abriga uma população de 25 milhões de habitantes. O
principal critério para a sua delimitação territorial
 foram as áreas de Cerrado existentes nos quatro estados. Do total do território
destinado ao Matopiba, o Maranhão ocupa 32,77%, com 23,9 milhões de hectares,
em 135 municípios; o Tocantins 37,95% da área, com 27,7 milhões de hectares e
139 municípios; o Piauí 11,21%, com 8,2 milhões de hectares e 33 municípios; e a
Bahia ocupa 18,06% da área, com 13,2 milhões de hectares e 30 municípios.
Também estão dentro da região de abrangência do Matopiba 28 terras indígenas,
42 unidades de conservação ambiental, 865 assentamentos rurais e 34 territórios
quilombolas. Nestes dados não estão contabilizados os territórios dos povos
indígenas e quilombolas que estão em processo de reconhecimento, delimitação,
demarcação ou titulação.
 1. Tocantins é o estado que mais possui municípios na região do Matopiba,
correspondendo a quase 40% de toda a região. O segundo em representatividade
de municípios é o estado do Maranhão, com 135 municípios, que correspondem a
33% da região. Piauí e Bahia são os estados que possuem a menor
representatividade em número de municípios, 33 (18%) e 30 (11%),
respectivamente.
 Algumas características favoráveis do Cerrado, bioma que abrange quase que
totalmente a região do Matopiba, associadas ao preço das terras e ao uso de
modernas práticas agrícolas, fazem da região um atrativo para agricultores vindos
de outros estados, e que buscam áreas extensas e baratas para o desenvolvimento
de agricultura empresarial em larga escala
 Portanto, como fronteira agrícola, entende-se que são áreas pouco povoadas ou até mesmo
despovoadas, mas que se dedicam à exploração dos recursos naturais e que, por meio dessas
atividades, vêm passando por processos de ocupação. Desta forma, são áreas que estão
recebendo imigrantes em decorrência de seu alto potencial de exploração, induzidos,
principalmente, por programas públicos de incentivos fiscais e financeiros à produção
agropecuária, à construção de estradas e/ ou a projetos de iniciativa privada (Fundaj, 1995).
 A pesquisa constatou que 161 municípios possuem baixo IDHM (48%) e 160 possuem médio
IDHM (47%) em 2010, correspondendo a 95% dos municípios da região. O mapeamento apontou
que, do total de municípios com médio IDHM em 2010, o estado do Tocantins representa a grande
maioria, enquanto, dos municípios com baixo IDHM em 2010, o estado do Maranhão representa a
maioria. Por essa observação, pode-se notar uma melhoria em ambos os estados e na região
como um todo, mas no Tocantins a melhoria foi mais significativa do que no Maranhão, pois no
Tocantins a maioria dos municípios migrou de uma faixa muito baixo (2000) para médio IDHM
(2010), enquanto no Maranhão eles migraram de muito baixo (2000) para baixo IDHM (2010).16
Os municípios do Piauí tiveram ganhos semelhantes aos do Maranhão. O Piauí possui 33
municípios na região do Matopiba, 25 deles melhoraram seu IDHM de muito baixo (2000) para
baixo (2010) e oito municípios melhoraram para médio IDHM (2010), e nenhum município do
estado localizado na região do Matopiba possui alto IDHM.
 Apesar de o Tocantins ter apresentado melhores índices de 2000 para 2010, algumas
regiões do Maranhão tiveram melhorias similares. Chama-se atenção para o caso das
duas microrregiões do Maranhão que mais aumentaram seu IDHM, Gerais de Balsas e
Porto Franco. Essas microrregiões possuem onze municípios, dos quais seis possuíam
muito baixo IDHM, em 2000, e melhoraram para médio IDHM, em 2010; dois municípios,
Balsas e Porto Franco, possuíam baixo IDHM (2000) e também atingiram médio IDHM
(2010); os demais municípios apresentavam muito baixo IDHM, em 2000, e passaram
para a faixa baixo IDHM, em 2010. Três municípios permaneceram na faixa muito baixo
IDHM em 2010, Satubinha, Jenipapo dos Vieiras e Fernando Falcão; todos pertencentes
ao estado do Maranhão. E treze alcançaram o índice de alto IDHM (4%). Os municípios
que alcançaram alto IDHM são Palmas-TO, Paraíso do Tocantins-TO, Gurupi-TO,
Araguaína-TO, Guaraí-TO, Porto Nacional-TO, Pedro Afonso-TO, Imperatriz-MA,
Barreiras-BA, Luís Eduardo Magalhães-BA, Alvorada-TO, Colinas do Tocantins-TO e
Dianópolis-TO. Essa melhoria generalizada do IDHM nos municípios da região do
Matopiba constitui um forte indício do possível impacto dessa nova dinâmica
econômica trazida pelo agronegócio. Poucos estudos avaliaram a natureza e a
magnitude desse impacto. Até recentemente, a maioria dos estudos sobre a dinâmica
econômica da exploração agrícola dos cerrados e os consequentes impactos
socioeconômicos dessa atividade se concentrava no Centro-Oeste brasileiro.
 A melhoria no IDHM geral é fruto de uma significativa melhoria no IDHM
Educação,17 o que significa que a população do Matopiba obteve maior acesso ao
ensino. Em 2000, apenas um município, Palmas (TO), possuía IDHM Educação
superior a 0,5, que corresponde a baixo desenvolvimento humano educacional, e
todos os outros possuíam valor inferior; portanto, na faixa de muito baixo índice de
desenvolvimento educacional municipal. Em 2010, houve uma significativa
melhoria dos índices educacionais na região. No entanto, 47% dos municípios da
região ainda possuem IDHM Educação muito baixo; destes, 55% encontram-se no
Maranhão. Apesar da melhoria, 145 municípios (43%), parte significativa da região,
ainda possuem baixo IDHM Educação nos anos 2010, dos quais 53% estão
localizados no Tocantins. Em 2010, cinco municípios atingiram o indicador de alto
IDHM Educação, todos no Tocantins. São eles: Araguaína, Paraíso do Tocantins,
Gurupi, Palmas e Porto Nacional. Dos 26 municípios que atingiram a faixa médio
IDHM Educação, 21 localizam-se no Tocantins, quatro no Maranhão (Açailândia,
Imperatriz, Pedre
 No Matopiba, tanto o IVS como o IDHM, entre os anos de 2000 e 2010,
apresentaram redução da vulnerabilidade social – ou seja, a região está menos
vulnerável; portanto, as condições sociais estão menos precárias. Nos anos 2000,
316 municípios da região possuíam índice de vulnerabilidade na faixa que
corresponde ao nível muito alto, representando 93% dos municípios. Em 2010,
houve redução desse número, mas 135 municípios ainda se mantêm com
vulnerabilidade social muito alta, representando 40% dos municípios da região.
Destes municípios que ainda se mantêm com vulnerabilidade social muito alta,
70% estão localizados no estado do Maranhão.
 As melhorias na infraestrutura urbana foram o que mais impactou na redução da
vulnerabilidade social no caso da região do Matopiba. Entre essas melhorias, estão o
aumento de redes de abastecimento de água, bem como de serviços de esgotamento
sanitário e de coleta de lixo no território; também o indicador do tempo gasto no
deslocamento entre a moradia e o local de trabalho pela população ocupada de baixa
renda contribuiu para a melhoria do índice.
 No que diz respeito à infraestrutura urbana, o aumento da cobertura da população com
acesso a coleta de lixo contribuiu de maneira significativa para a melhoria do índice.
Em 2000, segundo levantamento deste estudo, noventa municípios do Matopiba
apresentavam boa porcentagem da população com acesso a coleta de lixo – ou seja,
acima de 75% da população. Em 2010, o número de municípios com esse desempenho
aumentou para 247; portanto, aumentando a cobertura/abrangência do serviço. Nota-se
que o número de municípios que possuía mais de 70% da população com acesso a
coleta de lixo mais que dobrou de 2000 para 2010; isso significou um aumento de 174%
dos municípios com boa cobertura deste serviço. A seguir, apresenta-se o mapa 6, com
o percentual populacional de domicílios com coleta de lixo.
 Quando se compara com os anos 2010, tem-se 266 municípios com mais de 75% da
população residente em domicílios com água encanada, o que em 2000
representava apenas cinco municípios. Desta forma, pode-se constatar melhorias
muito significativas e que demonstram de fato o porquê do IVS Infraestrutura
Urbana contribuir diretamente para a redução da vulnerabilidade social na região
do Matopiba. A seguir, apresenta-se o mapa 7, acerca do percentual populacional
em domicílios com água encanada.
 O estudo divulgado pelo Centro Internacional de Políticas para o Crescimento
Inclusivo (IPC-IG), vinculado ao PNUD, aponta que, de acordo com dados da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), no período 2004-2013, a
pobreza caiu de mais de 20% para cerca de 9% da população brasileira. No
entanto, os principais aspectos ou perfis da pobreza continuam os mesmos: ela está
mais presente no meio rural e nas regiões Norte e Nordeste do Brasil.21
 No geral, conforme evidenciado com os indicadores apresentados anteriormente,
a situação social da maioria dos municípios do Matopiba melhorou entre os anos
2000 e 2010. Essa melhoria se deve a uma série de fatores. Entre eles, um dos mais
importantes Texto para Discussão 2387 61 Aspectos Sociais do Matopiba: análise
sobre o desenvolvimento humano e a vulnerabilidade social foi a execução de
algumas políticas públicas, principalmente do governo federal, com o intuito de
redistribuir a renda e promover condições de vida mais dignas para a parcela mais
pobre da população brasileira. Entre essas políticas, podem-se citar o PBF23 e o
BPC na região
 A região do Matopiba tem sofrido fortes tendências transformadoras nos últimos
vinte anos. Tendências essas em parte advindas dos impactos gerados pela
expansão da fronteira agrícola do Cerrado brasileiro, anteriormente restrita à
região Centro-Oeste, sobre as partes do território dos estados da Bahia, do
Tocantins, do Piauí e do Maranhão, com a presença do bioma Cerrado. Essa
expansão começou em meados da década de 1990 e se intensificou nos últimos
dez anos.
 A região do Matopiba tem sofrido fortes tendências transformadoras nos últimos
vinte anos. Tendências essas em parte advindas dos impactos gerados pela
expansão da fronteira agrícola do Cerrado brasileiro, anteriormente restrita à
região Centro-Oeste, sobre as partes do território dos estados da Bahia, do
Tocantins, do Piauí e do Maranhão, com a presença do bioma Cerrado. Essa
expansão começou em meados da década de 1990 e se intensificou nos últimos
dez anos.
 A o invés de progresso, o Matopiba causa graves impactos sociais e acentua ainda mais a destruição do Cerrado, causando o agravamento da pobreza
e o abandono forçado dos territórios. A região do Matopiba tem sofrido fortes tendências transformadoras nos últimos vinte anos. Tendências essas em
parte advindas dos impactos gerados pela expansão da fronteira agrícola do Cerrado brasileiro, anteriormente restrita à região Centro-Oeste, sobre
as partes do território dos estados da Bahia,

 do Tocantins, do Piauí e do Maranhão, com a presença do bioma Cerrado. Essa expansão começou em meados da década de 1990 e se intensificou
nos últimos dez anos.
 Para os representantes do agronegócio, no entanto, os povos tradicionais significam obstáculos a este “desenvolvimento”. Por isso, para eles, estas
populações precisam ser expulsas ou eliminadas.
 A implantação do Matopiba é emblemática de uma lógica de “desenvolvimento” em
que os ricos ficam cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres e
dependentes.
 China, Arábia Saudita, Índia e Emirados Árabes, dentre outros países, já manifestaram
interesse em investir no Matopiba, especialmente pelo fato de que a crise mundial da
água tem dificultado a produção agrícola em determinadas regiões do mundo.
 Como mencionado, ao invés de progresso, o Matopiba causa severos impactos sociais e
acentua ainda mais a destruição do meio ambiente e o desaparecimento dos pequenos
rios e das nascentes; agrava a grilagem das terras e a violência física e psicológica
contra as populações tradicionais; e intensifica as situações de trabalho escravo e as
desigualdades sociais e econômicas, principalmente no campo. Este projeto também
reforça o êxodo rural das pessoas do campo, forçando-as a mudarem-se para as
cidades. Consequentemente, causando o agravamento da pobreza e o abandono
forçado dos territórios. Esta fronteira agrícola traz impactos ambientais negativos
também pelo uso intensivo de tratores e dos correntões e pelo uso abusivo da
pulverização aérea intensiva de agrotóxicos.
 A realidade evidencia que o Matopiba acentuará ainda mais a violência e
criminalização já existentes. No Maranhão, por exemplo, lideranças indígenas e
quilombolas vivem constantemente ameaçadas. É comum jagunços e milícias, a
mando de fazendeiros, madeireiros e políticos, serem pagos para efetuar os
assassinatos.
 Um dos alicerces deste modelo é a exploração intensiva dos bens da natureza e a
concentração da terra. Por isso, ao longo destes últimos anos, a legislação tem sido
flexibilizada de modo a favorecer o capital privado e o agronegócio, facilitando o
acesso às terras, às suas riquezas e à mercantilização dos bens comuns naturais.
 A “defensora número 1” do Matopiba, a ex-ministra da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento Kátia Abreu afirma que este plano de desenvolvimento agrícola irá
melhorar a qualidade de vida dos pequenos produtores, colocará os avanços da
tecnologia à disposição da agropecuária e tirará milhões de pessoas que vivem na
área de abrangência do projeto da linha de pobreza
 O PDA Matopiba é, na realidade, um projeto velho com nome novo, que vem para
assombrar de vez as populações originárias e tradicionais do Maranhão, Tocantins,
Piauí e Bahia e acabar com o que ainda resta do Cerrado, além de impactar
drasticamente também a Caatinga e a área de transição para Amazônia. Como diz
a sábia dona Isabel Xerente: “esse Matopiba, não é outra coisa que o ‘matoíndio’,
‘matopobre’, ‘matotudo’. E, por isso, nós vamos lutar contra ele. O que nós
queremos é viver em paz, viver sossegados, tranquilos na nossa terra que
Waptokwa zawre (que significa Deus) nos deu”.
 considerações

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