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CONTROLE BIOLÓGICO DE DOENÇAS DE

PLANTAS NO BRASIL:
SITUAÇÃO E PERSPECTIVAS

Marcelo A. B. Morandi
mmorandi@cnpma.embrapa.br
 Introdução

Agentes de controle biológico em uso


no Brasil

 Fatores que contribuem para a


adoção limitada do Controle Biológico
no Brasil

 Perspectivas
Hospedeiro
HOMEM
(MANEJO)

Patógeno

Ambiente

O tetraedro de doença, destacando as interações entre o AMBIENTE, o


PATÓGENO, os MICRORGANISMOS NÃO PATOGÊNICOS presentes no
sítio de infecção do HOSPEDEIRO. O homem, pelo MANEJO das condições de
cultivo pode alterar as relações entre os fatores, favorecendo ou não a
ocorrência das doenças.
Controle biológico é “a redução da soma de inóculo ou
das atividades determinantes da doença provocada por
um patógeno (crescimento, infectividade, virulência,
agressividade e outras qualidades do patógeno, ou
processos que determinam infecção, desenvolvimento de
sintomas e reprodução), realizada por ou através de um
ou mais organismos que não o homem”.

Cook & Baker (1983)


Neste conceito abrangente o controle biológico pode
ser acompanhado por:
• práticas culturais para criar um ambiente favorável aos
antagonistas e à resistência da planta hospedeira ou ambas;
• melhoramento da planta para aumentar a resistência ao
patógeno ou adequar o hospedeiro para as atividades dos
antagonistas;
• introdução em massa de antagonistas, linhagens não
patogênicas ou outros organismos ou agentes benéficos.
• outras práticas
Adotando um conceito reducionista...
... o controle de um fitopatógeno por meio de outro
microrganismo.

Vamos abordar...

... o controle biológico de doenças de plantas por meio de


agentes microbianos. Serão apresentados apenas os casos
de controle biológico que vêm sendo utilizados na prática
pelos agricultores.
TRISTEZA DOS CITROS (CLOSTEROVIRUS –
CTV) EM LARANJA ‘PERA’

COSTA & MULLER


PRATICAMENTE TODAS AS PLANTAS DE LARANJA
‘PERA’ CULTIVADAS SÃO PREMUNIZADAS (+100
MILHÕES DE PLANTAS)
MOSAICO-DA-ABOBRINHA (VÍRUS DO MOSAICO
DO MAMOEIRO – ESTIRPE MELÂNCIA)
POR PREMUNIZAÇÃO

REZENDE
PRODUÇÃO: > 100%

Infecção natural 60d Premunizada 60d.F2


Vírus fraco 1 Vírus fraco 2

Vírus forte Sadia


PRODUÇÃO DE ABROBRINHA DE
MOITA PREMMUNIZADA (PRSV-W)
Produção por planta (Kg)

2,5 2,2
2 1,9

1,5
1 0,9
0,6
0,5 0,3
0,1 0 0,1
0
PRSV-W 1 PRSV-W 2 PRSV-W C Não
Vacinada

Comerciais Não comerciais Rezende et. al, 1999


Premunização em mudas de abobrinha
Bacillus spp.
B. thuringiensis e B. sphaericus: controle de insetos
B. subtilis e B. pumilus: controle de doenças

A nível mundial, a grande maioria dos


biopesticidas disponíveis no mercado são a base
destas bactérias
No Brasil, as formulações comercializadas em
sua maioria têm como ingrediente ativo as
células bacterianas e são importadas de outros
países

“formulações caseiras”: fermentados


BIOFERTILIZANTE
(fermentação aeróbica)
•Húmus de minhoca
•Levedura de cerveja
•Esterco bovino
•Melaço
•Leite
Custo: R$ 45,00/650 L
Controle Biológico de fitonematóides com

Pasteuria penetrans

Fonte: Prof. Leandro Freitas/UFV


Controle de Meloidogyne javanica
em jaborandi no Maranhão

 Grande infestação de Meloidogyne javanica em áreas irrigadas por


pivôs centrais
 Solo extremamente arenoso (matéria orgânica rapidamente
mineralizada)
 Clima muito quente (acelera reprodução dos nematóides)
 Planta medicinal (não permite uso de nematicidas)
 Cultura perene (não permite rotação de culturas)

Fonte: Prof. Leandro Freitas/UFV


Pasteuria penetrans foi aplicada no solo, ao lado de
plantas atacadas pelo nematóide, em agosto de 1996
Após 2 anos, amostrou-se a área de um pivô central (102,4 ha) para
se avaliar a dispersão da bactéria.
Percentagem de juvenis de M. javanica com P. penetrans

81,6% dos J2
apresentavam
esporos aderidos.

População de J2 de
M. javanica já havia
caído 74,5 %
LIXA-DO-COQUEIRO (Catacauma torrendiella e
Coccostroma palmicola) COM Acremonium vittelinum

SUDO & CAVALCANTI


Sintoma de “axila quebrada”

Estroma parasitado
CONTROLE DA LIXA-DO-COQUEIRO COM
Acremonium vittelinum

Tipo de aplicação Estromas Estromas Estromas


do hiperparasita colonizados colonizados colonizados
(%).105 (%).106 (%).107

Período seco, matinal 4 12 17

Período seco, 13 15 20
vespertino
Período chuvoso, 15 16 19
matinal
Período chuvoso, 28 45 68
vespertino

Warwick, 2001
MAL-DAS-FOLHAS
DA SERINGUEIRA
(Microcyclus ulei)
COM Dycima pulvinata
JUNQUEIRA & GASPAROTTO
Clonostachys rosea (Gliocladium roseum)
PARA O CONTROLE DE Botrytis cinerea
VALDEBENITO-SANHUEZA
Sporulation on crop debris (%)
'Red Success' 'Sonia'
Check Check
Treated Treated

100 Botrytis cinerea

80

60

40

20

17 ay

31 ay
ay
19 r
03 pr
n

23 b

09 b

22 ar

05 r
Ap
a
Ja

Fe

Fe

A
M

M
27

10
Sample date

Morandi et al., 2003


Lírio - Botrytis
VASSOURA-DE-
BRUXA
DO CACAUEIRO
(Crinipellis perniciosa)

BEZERRA & COSTA


Trichoderma stromaticum
(CEPLAC/CEPEC)
Aplicação nas plantas
(após a poda de limpeza)

Aplicação nas vassouras


secas no solo
(após a poda de limpeza)
Produção de frutos maduros sadios (FMS) por tratamento e
variação com base na testemunha (água) em área com remoção
de vassoura-de-bruxa no período de julho/2002 a
setembro/2003.
Tratamento FMS %
T1 = duas aplicações anuais (maio e julho) do Tricovab 587 140
T2 = T1 + três aplicações anuais de óxido cuproso (abril, maio e 602 144
junho), sendo as duas últimas 15 dias após o Tricovab
T3 = quatro aplicações anuais (abril, maio, junho e julho) do 515 123
Tricovab
T4 = T3 + três aplicações anuais de óxido cuproso (abril, maio e 874 209
junho), sendo as duas últimas 15 dias após o Tricovab
T5 = três aplicações anuais de óxido cuproso (abril, maio e junho) 532 127
T6 = controle (água) 419 100
T7 = óleo 441 105

Costa, 2003
TRICHODERMA PARA O CONTROLE DE
PATÓGENOS DO SOLO

•Vários “produtos” disponíveis no mercado nacional


•“Formulações”: Granuladas (G); pós-molháveis (WP);
suspensão concentrada em óleos emulsionáveis (SC)
•Em geral: formulações muito simples, na maioria dos
casos no próprio substrato de produção
•Baixa estabilidade / vida de prateleira
•Usado principalmente em culturas anuais e cultivos
intensivos
Produção de Trichoderma - 500 a 800 kg/dia
Trichoderma harzianum PARA O
CONTROLE DE PATÓGENOS DO SOLO
Culturas: FEIJÃO, ALGODÃO, SOJA e MILHO

Aplicação: trator, avião, pivô central, sulco e tratamento de sementes


Volume de aplicação = 10 litros/ha
Controle = fungicidas
Custo: US$3,00/kg de Trichoderma (10 kg/ha) x US$75,00 fungicidas
INCORPORAÇÃO DE TRICHODERMA
EM SUBSTRATOS PARA O CONTROLE DE TOMBAMENTO E
PODRIDÕES RADICULARES

Rhizoctonia, Pythium, Sclerotium, Sclerotinia, Fusarium,


Phytophthora, Cylindrocladium
FUMO, FLORES, HORTALIÇAS E FRUTÍFERAS
Trichoderma (1kg/25m3)
Metarhizium (1kg/25m3)
Beauveria (1kg/25m3)
Biofertilizante 50% (310 L/25m3)
REDUÇÃO DE CUSTOS COM
INSETICIDA E FUNGICIDA:
R$60.000,00/ano
USO DE Trichoderma viride
PARA O CONTROLE
DA PODRIDÃO-
DAS-RAÍZES
DA MACIEIRA
(Phytophthora cactorum)

Formaldeído 3% T. viride
10 L/cova 4 g/cova

Controle semelhante ao obtido


com brometo de metila

VALDEBENITO-SANHUEZA
Alguns produtos comercializados para controle biológico de doenças em plantas no Brasil.
PRODUTO FORMULAÇÃO AGENTE DE DOENÇAS / PREÇO EMPRESA
BIOCONTROLE PATÓGENOS VISADOS (R$/Kg ou L)

BIOTRICH Grânulos secos Trichoderma sp. Rhizoctonia, Sclerotinia, - Biotrich, Venâncio Aires, RS
(quirera de arroz) (4 estirpes) Fusarium, Phytium,
Phomopsis, Rosilinia
AGROTRICH PM Pó Molhável Trichoderma sp. Patógenos de solo - Agri Haus do Brasil Ind. Com. Prod.
Biopreparados Ltda., Santa Cruz do
Sul, RS
TRICHODERMIL Pó Molhável Trichoderma Fusarium, Sclerotinia, 25,00 Itaforte Industrial de Bioprodutos
PM / SO Solução Oleosa harzianum Botrytis, Rhizoctonia Agroflorestais Ltda., Itapetininga, SP
- (15)3271-2971
TRICOVAB Grãos de arroz Trichoderma Crinipellis perniciosa 10,00 CEPEC/CEPLAC, Itabuna, BA
stromaticum (73)214-3279; 214-3200; 214-3204
Hansfordia Hansfordia Microcyclus ulei Prefeitura de São José do Rio Claro
pulvinata pulvinata

CONTROLBIO Conc. Emulsionánel Trichoderma sp. Promotor de crescimento e Empresa Caxiense de Controle
2001 CE desenvolvimento de plantas Biológico Ltda., Caxias do Sul
(54)218-2199; 218-2178; 218-2300
ECOTRICH Pó Molhável Trichoderma sp. Fungos de solo 34,00 Beltrame Agrícola
(54)211-2878; (11)4418-2821;
(15)3344-2427
- Milheto Trichoderma sp. Patógenos de solo 12,00 JCO Fertilizantes, Barreiras, BA -
Milheto Clonostachys rosea - 12,00 (77)612-0101
Suspensão Bacillus subtilis - 5,00
TRICHONAT CE Conc. Emulsionável Trichoderma sp. Botritys, Phytophtora, 12,85 (100ml) Natural Rural
TRICHONAT EF Emulsão Verticilium Colletotrichum, 18,40 www.naturalrural.com.br
TRICHONAT PM Pó Molhável Armillaria, Rhizopus, 29,90
Crinipellis e fungos de solo
Dycima pulvinata Quirera de arroz Dycima pulvinata Lixas do coqueiro 6,00 E.A.F – Estação de Avisos
Fitossanitários Dr. Milton Correa da
Cruz
(66)386-1382
Fatores que contribuem para a adoção
limitada do Controle Biológico no Brasil

• Sociais
• Educacionais
• Legais
• Econômicos
• Institucionais
• Técnicos científicos
Fatores que contribuem para a adoção limitada: SOCIAIS

“Cultura do controle químico” presente nos


agricultores e nos técnicos e pesquisadores das
Ciências Agrárias: o uso de agrotóxicos como a única
alternativa viável para o controle dos problemas
fitossanitários, gerando a dependência desses
produtos.
Consumo de agrotóxicos no Brasil
4,5
4
Programa Nacional de
3,5 Defensivos Agrícolas
US$ Bilhão

3 (PNDA)
1975
2,5
2
1,5
1
0,5
0
19 19 19 19 19 19 19 19 20 20 20 20 20
39 59 94 95 96 97 98 99 00 01 02 03 04
Fonte: SINDAG
(www.sindag.org.br)

Agência Câmara 19/9/2006 12h11


Brasil é terceiro consumidor mundial de agrotóxico
Fatores que contribuem para a adoção limitada:
EDUCACIONAIS

 Formação dos técnicos da assistência técnica e


extensão rural
Inexistência de campanhas dirigidas aos agricultores
e extensionistas sobre controle biológico
 Papel das indústrias de agrotóxicos na divulgação de
seus produtos e na assistência técnica aos produtores
Desconhecimento dos consumidores sobre os
problemas de contaminação ambiental pelos agrotóxicos
Fatores que contribuem para a adoção limitada: LEGAIS

Lei dos agrotóxicos e afins (Lei Nº 7.802. de 11/07/1989); Decreto


4.074 de 04/01/2002 regulamenta a lei (exigência do RET para
pesquisa); novas IN conjuntas (01/06 - Semioqúimicos; 02/06 –
Agentes biológicos de controle e 03/06 – Agentes microbiológicos)
 NÃO EXISTEM PRODUTOS LEGALMENTE REGISTRADO PARA
USO COMERCIAL
Inexistência de apoio ou incentivo fiscal ao desenvolvimento e
uso de agentes de controle biológico, como foram para os
agrotóxicos
 Fiscalização inadequada do uso indiscriminado de agrotóxicos.
Fatores que contribuem para a adoção limitada:
ECONÔMICOS

 Os ACB são mais específicos que os agrotóxicos, e


portanto representam um mercado menor, o que não
estimula grandes empresas a entrarem nesse negócio
Inexistência de programas de financiamento que
promovam P&D de agentes de controle biológico
Danos cosméticos desvalorizam o produto final
Agricultores associam a maiores riscos
Divulgação dos agrotóxicos, facilidade de uso e
eficiência no curto prazo
Fatores que contribuem para a adoção limitada:
INSTITUCIONAIS
Pouca divulgação do controle biológico
Pouca transferência aos agricultores do controle
biológico
Políticas agrícolas existentes que estimulam o uso de
agrotóxicos
Inexistência de processo de licenciamento para
agricultores que usam CB
Pouca interação entre pesquisadores e extensionistas
do setor público e privado para estimular o uso de ACB
Controle de qualidade dos produtos biológicos
Fatores que contribuem para a adoção limitada: TÉCNICO-
CIENTÍFICOS
Carência em pesquisa em controle biológico (recursos
financeiros e humanos)
Descontinuidade nos programas de pesquisa com CB
Dificuldade de condução de pesquisa interdisciplinar
Carência de pesquisa e desenvolvimento de métodos
eficientes e econômicos na produção e formulação de
ACB – PRODUÇÃO AINDA “ARTESANAL”
Falta de pesquisa nas condições ecológicas de uso do
ACB
Estabilidade e vida útil dos ACB (FORMULAÇÃO)
Falta de uma política para o setor
Artigos publicados com controle
alternativo (CB, CF e CC)

Summa Phytopathologica (28 volumes): 9%

Fitopatologia Brasileira (27 volumes): 5%


Aumento continuo de uso de controle biológico em todas as
culturas (interesse de grandes produtores por produtos biológicos) –
Hoje a maior parte da comercialização de biopesticidas no Brasil é
para agricultura convencional
Agricultura orgânica dobra anualmente a produção
Conscientização ambiental
Consumidores cada vez mais preocupados com a produção de
alimento livre de agrotóxicos (interesse da opinião pública e da
mídia no assunto)
Aumento dos nichos de mercado externo para produtos “livres de
agrotóxicos”
Interesse crescente de empresas por produtos biológicos
Iniciativas de financiamento para desenvolvimento tecnológico em
pequenas empresas (PIPE-Fapesp, FINEP, SEBRAE)
Projeto de Lei 2.319/03
Projeto de Lei 2.319/03
Consulta ao Portal da Câmara em 25/08/2006 (www.camara.gov.br)
Proposição: PL-2319/2003; Deputado Jamil Murad; PCdoB-SP

Data de Apresentação: 16/10/2003


Apreciação: Proposição sujeita à apreciação conclusiva pelas Comissões (Art. 24 II)
Regime de tramitação: Ordinária
Situação: CAPADR: Pronta para Pauta.

Ementa: Institui incentivo fiscal para o controle biológico de pragas agrícolas e


de vetores de interesse para a saúde pública e animal.

Última Ação:
5/4/2006 - Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e
Desenvolvimento Rural (CAPADR) - Devolvido ao Relator, Dep. Antonio
Carlos Mendes Thame (PSDB-SP)
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