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3.

A Filosofia e o sentido
3.1. Finitude e temporalidade – a tarefa
de se ser no mundo
3.1.1. As filosofias da existência e o
sentido da vida
Dimensões da filosofia

Teórica Prática

Conhecer o real e Saber como nos


argumentar devemos orientar
sobre ele. no mundo.

A questão do
sentido da vida
EXISTENCIALISMO
(FILOSOFIAS DA EXISTÊNCIA)

Corrente filosófica que se desenvolveu numa época de


desorientação, entre as duas guerras mundiais.

Principais pensadores: Jean-Paul Sartre (1905-1980), Karl Jaspers (1883-


1969), Martin Heidegger (1889-1976), Albert Camus (1913-1960) e Gabriel
Marcel (1889-1973). Precursor: Sören Kierkegaard (1813-1855).

Os filósofos existencialistas reagem contra o


“abstracionismo racional e objetivo” e centram a sua
atenção no indivíduo concreto.
Ideias
principais
O ser
A existência das
humano
filosofias da
existência

Surge como
Não pode ser projeto, É uma
Refere-se É visto como
demonstrada, ligando-se às Não tem uma Não está realidade
apenas a um ser livre,
captada pela circunstâncias natureza ou encerrado em irredutível e
realidade que é não
razão ou eà essência; ele é si mesmo: abre- única. Afirma-
o eu concreto, determinado,
inserida num temporalidade. antes se ao mundo e se assim a
no seu modo embora
sistema: é Primado da “invenção” da à comunicação originalidade
de estar-no- condicionado e
subjetiva, existência sua liberdade. com os outros. da existência
mundo. situado.
singular, finita. sobre a individual.
essência.

Enquanto existência subjetiva e singular, o ser humano encontra-se em construção, escolhe


livremente os seus valores, compromete-se nos seus projetos, constrói-se como pessoa e procura
dar sentido à sua vida e à realidade.
TIPOS DE SENTIDO

Sentido prático,
Sentido incondicionado
funcional ou
ou absoluto
instrumental

Está relacionado com as Refere-se à justificação


tarefas, as atividades e os última da vida e do
comportamentos ligados sentido prático. Trata-se
à utilidade e à satisfação do sentido que explica a
das necessidades da vida finalidade da vida como
individual e coletiva um todo. Uma vida tem
(ganhar dinheiro para nos sentido se tiver, pelo
sustentarmos, ler o jornal menos, uma finalidade e
para saber as notícias, se essa finalidade tiver
etc.). valor para a pessoa.
Qual o sentido da vida?

Outras questões associadas a essa questão:

•Qual a razão de ser e a finalidade da vida?


•De onde vimos e para onde vamos?
•Qual o valor das ações concretas e da vida como um todo?
•Será que a vida merece ser vivida ou são preferíveis a morte e o
aniquilamento?

As respostas a estas questões pressupõem uma


compreensão da nossa condição enquanto espécie.

Mas o próprio progresso ao nível científico acaba por


contribuir para uma certa desorientação.
A pergunta pergunta pelo
sentido último da existência
decorre de três situações
suscetíveis de gerar um
sentimento de crise

Total satisfação
Experiência da
das Certeza da
dor e da
necessidades e morte
infelicidade
dos desejos

Podemos sempre tentar ignorar o problema do sentido da existência em si


mesma, mas ele nunca deixa de surgir, sobretudo quando pensamos na
finitude, associada ao tempo e à morte.
3.1.2. A temporalidade, o absurdo e a
finitude
VIDA

É OCUPAÇÃO COM É E NÃO NOS É CARACTERIZA-SE


AS COISAS DADA PELA ANGÚSTIA

É preocupação
É uma tarefa de
relativamente ao É um confronto
se ser no
futuro e com diversas
mundo, uma
consequente possibilidades. É
exigência de
ocupação com as necessidade de
construção, um
coisas no viver e temor de
apelo de
presente. É não- deixar de ser.
sentido.
indiferença

As várias possibilidades, que nos abrem ao mundo e aos outros, são


indissociáveis do facto de existirmos no tempo: lembramos o passado,
agimos no presente e antecipamos o futuro.
DESCRIÇÃO INTELECTUAL DO TEMPO – DIFICULDADES

O tempo é imaterial – um meio indefinido e vazio.

O tempo não se circunscreve: é infinito, universal e englobante.

O tempo é muitas vezes traduzido em termos de espaço.

As suas partes (presente, passado e futuro) estão em movimento.

O tempo é apreendido ora pela experiência vivida ora pela inteligência.

Aquele que reflete sobre a natureza do tempo está também mergulhado no tempo.

Definição O tempo é a dimensão universal, necessária e mensurável da sucessão


possível irreversível dos fenómenos.
Formas de entender o tempo

Temporalidade
Tempo objetivo Tempo antropológico
subjetiva

É o tempo medido e É a síntese do tempo


É a temporalidade calculado com rigor. objetivo e do tempo
que se refere às É quantitativo, subjetivo,
mudanças sucessivas homogéneo e encontrando-se em
da consciência, à universal, mas não ligação com os ritmos
perceção das nossas absoluto (segundo a sociais, religiosos,
mudanças interiores. teoria da relatividade culturais,
geral de Einstein). económicos, etc.
Tempo

Passado Presente Futuro

Dimensão das Dimensão das Dimensão da


lembranças e da perceções e ações expectativa e da
memória. atuais. antecipação.

A nossa existência é inseparável do tempo, tal como


o é o sentido que descobrirmos para ela.
Albert Camus
(1913-1960)

Defende que a existência humana é absurda, não tem sentido

Valerá então a pena viver?

É experienciado como um divórcio entre o


Absurdo
ser humano e a sua vida

Há uma contradição entre as aspirações do ser humano,


marcado pela «nostalgia de unidade» e pelo «apetite de
absoluto», e aquilo que a vida lhe oferece: a contingência, o
fracasso, o sofrimento e a finitude.
Sísifo foi condenado por Zeus a empurrar eternamente, nos Infernos, uma pedra enorme
até ao cume de um monte. Quando estava prestes a atingi-lo, o rochedo voltava a cair e o
trabalho recomeçava. Isto acontecia indefinidamente.

Ticiano, Sísifo, 1548-1549.

O esforço de Sísifo é totalmente inútil, a sua tarefa é absurda e sem sentido. Trata-se de
uma tarefa desprovida de valor, orientada para uma finalidade inalcançável. A existência
humana assemelha-se ao esforço de Sísifo.
O ser humano sente-se um
estrangeiro, um exilado num
mundo sem esperança.

Absurdo da
Inexistência de Deus condição Carácter hostil da natureza
humana

Inutilidade do sofrimento Inevitabilidade da morte

Crueldade humana

O suicídio não é opção. A opção é viver, mesmo sem


ilusões. É confrontar-se com o absurdo, recusar a atitude
passiva e a consolação religiosa, e viver com lucidez o
instante, a fim de conquistar mais liberdade e dominar
melhor a injustiça.
Morte
Pode conferir à vida humana um carácter absurdo.

Mas é o risco permanente de perder a vida que nos


ajuda a compreender o seu valor.

Principais características da morte

Necessária Pessoal e Igualitária e


individualizadora
Iminente Incompreensível
(inevitável) intransmissível

A morte é Perante a morte, A morte pode


Ninguém pode A morte continua
inevitável, e a ninguém é mais surgir a qualquer
morrer por outro: é a ser
certeza da morte nem menos que momento:
impossível que desconhecida:
faz da vida uma alguém com a sua
ninguém, e estamos sempre
ignoramos o que
espécie de própria morte possa ninguém pode ser à mesma
é morrer “visto
milagre pelo qual evitar a de outrem. outro em vez distância da
por dentro”.
devemos lutar. daquele que é. morte.
Morte

Passagem da alma para Eventual


Fim definitivo uma dimensão diferente imortalidade
do mundo terreno da alma

A tese da imortalidade é defendida por


grande parte das religiões.
Objeções:

-Se a vida não tiver sentido no caso de não Elas procuram conferir um sentido à
sobrevivermos à morte, não o ganha
necessariamente se lhe sobrevivermos ou
existência ao colocar o ser humano em
até se formos imortais. contacto com a realidade divina ou Deus.

- A ideia de imortalidade surge como uma


forma de esconder a finitude do ser
humano. Segundo Epicuro, não há razão Salvação – supremo bem que o ser
para ter medo da morte, pois jamais
humano pode atingir.
coexistimos com ela .
3.2. Pensamento e memória – a
responsabilidade pelo futuro
Pensamento

Memória

Faculdade que permite fixar, conservar e recordar


informações ou reconhecer algo que se repete no presente.

Isso possibilita o saber e o pensar, pressupondo que o


passado pode exercer uma influência ativa no presente.
Estádios do processo de memória

Codificação Armazenamento Recuperação

Atualização de
Aquisição da Conservação da
determinada
informação, através informação de forma
informação, por
de um determinado mais ou menos
recordação ou
código. permanente.
reconhecimento.
Tipos de memória

Episódica Genérica Semântica

Memória dos Recordação de itens


Memória relacionada
acontecimentos de conhecimento,
com o significado das
particulares da vida: qualquer que seja a
palavras e com os
o que aconteceu, ocasião em que
conceitos.
quando e onde. foram aprendidos.
Memória

É uma faculdade Leva o ser humano


Encontra-se Possibilita a
essencial da vida, a viver uma
pressuposta tanto acumulação e a
do conhecimento e sobreposição do
ao nível da vida aplicação de
da ação do ser passado, do
individual como da saberes e
humano sobre o presente e do
vida coletiva. experiências vividas.
mundo. futuro.

Permite estabelecer uma ordem racional, inseparável do sentido.


Memória

Individual Coletiva

Estruturação do
Estruturação da vida
pensamento e da
coletiva.
ação individuais. Diversidade
de valores

Identidade pessoal Cultura


Orientação para
determinados
horizontes de
sentido.
Horizontes de sentido

Humanidade Natureza Deus

A experiência humana da
“Nada do que é humano É necessário um
transcendência tem sido
me é estranho” é um processo educacional
um facto, sendo
lema que sintetiza a para entender e apreciar
impossível descrever
valorização do ser a vida, respeitando
essa transcendência em
humano como horizonte assim a diversidade
linguagem conceptual
de sentido. biológica.
normal.

A dimensão pessoal do sentido inscreve-se não apenas num contexto ontológico e


metafísico, como também num contexto coletivo, histórico e social.

Responsabilidade individual e coletiva.


Responsabilidade
Situação ou característica de todo aquele que pode ser chamado a
“responder” em relação a algo que fez ou em que supostamente interveio.

Obrigação de assumir
Obrigação de
as consequências dos
atos praticados e de
reparar o mal que
responder por eles. se causou ao outro.

Cada pessoa é responsável perante si mesma, mas também perante os outros, seja
aqueles que coexistem com ela, seja os que farão parte das gerações futuras.

Carácter global da responsabilidade.


Conhecimento da
história da humanidade

Forma de evitar repetir os erros do passado. «Aqueles que não


podem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo»
(George Santayana).

Trata-se de aumentar a consciência relativamente ao passado, assumir a


responsabilidade no presente e estabelecer compromissos perante o futuro.

A memória é tempo: observa o passado, mas


também o presente e o futuro.
Susan Wolf
(1952)

Defende que a o sentido da vida se descobre para lá da mera felicidade individual.

A vida de cada ser humano, independentemente de haver propósitos divinos ou


transcendentes para ela, poderá sempre ser norteada por algo de significativo,
tendencialmente universal e objetivo.

Teoria de listas Teoria das


Teorias hedonistas
objetivas preferências

O bem é algo O bem identifica-se com


O prazer é a essência da
independente das meras aquilo que mais importa
felicidade, o supremo
preferências ou do mero para uma determinada
bem do ser humano.
prazer pessoal. pessoa.

Amar objetos merecedores de amor e entregar-se a eles de uma maneira positiva.


A maior parte de nós acredita que algumas atividades e
projetos valem mais a pena que outros:

•as realizações morais e intelectuais;


•as relações com amigos e familiares;
•as iniciativas estéticas, tanto criativas como de apreciação;
•a dedicação a virtudes pessoais e a práticas religiosas.

Uma vida com sentido é uma vida que se caracteriza pela entrega ativa a projetos
de valor – projetos esses que, pelo menos parcialmente, têm êxito.

Partindo do princípio de que algumas coisas são objetivamente melhores que outras,
Susan Wolf entende que os projetos de valor são aqueles que não dependem da mera
atração subjetiva, antes equivalem a algo objetivamente valioso.
Sentido da existência Agir moral

«Ter-se consciência» é o contrário da «imbecilidade moral»

Assumir a
Saber que nem Prestar mais Desenvolver responsabilidade
tudo vem a dar no atenção ao que o bom pelas
mesmo. fazemos. gosto moral. consequências
dos nossos atos.

Talvez o sentido da existência vá para além do prazer pessoal, pressupondo antes


uma vida orientada por ideais e valores tendencialmente universais, que têm em
conta os outros e ultrapassam
o nosso egocentrismo.

Paradoxo do hedonismo

As pessoas que procuram a felicidade pela felicidade quase nunca a conseguem


encontrar. Outras encontram-na ao buscarem objetivos completamente diferentes.

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