Objetivos: • Conhecer alguns avanços e retrocessos da legislação e das políticas públicas e suas implicações para a Educação Infantil e Anos Iniciais. Questões para reflexão Nós, professores e futuros professores conhecemos a legislação e as políticas públicas que regulamentam e orientam a Educação?
fazemos uma leitura crítica desses
documentos? 1988 – Constituição Federal Avanços:
• Mudança de concepção sobre a função
pedagógica; • implementação de políticas públicas que orientam a organização do trabalho nas escolas infantis. Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Reitera, no Art. 206, a “[...] igualdade de condições para o acesso e permanência na escola; a gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais e a garantia de padrão de qualidade” (BRASIL, 1988). 1990 – Estatuto da Criança e do Adolescente
Em consonância com a Constituição;
dever do Estado e da família na preservação dos
direitos fundamentais da pessoa humana;
acesso a oportunidades que favoreçam o
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e dignidade, tanto da criança, quanto do adolescente (BRASIL, 1990). 1996 – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. • Composição dos níveis escolares.
• No Art. 29 o objetivo principal da Educação
Infantil é “[...] a promoção do desenvolvimento integral da criança nos aspectos físico, afetivo, intelectual, linguístico e social, complementando a ação da família e da comunidade” (BRASIL, 1996). • No Art. 30, determina que essa etapa da educação, “[...] será oferecida em creches ou equivalentes, para crianças de até três anos de idade; pré-escolas para crianças de quatro a cinco anos de idade” (BRASIL, 1996). Outro avanço que a lei traz refere-se à avaliação, que não tem a finalidade de promoção ou retenção da criança.
Art. 31, estabelece que “[...] a avaliação far-se-á
mediante acompanhamento e registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para o acesso ao ensino fundamental” (BRASIL, 1996). A LDB (1996) evidencia a necessidade de se considerar a criança como um todo, para promover seu desenvolvimento integral. 2006 – Lei 11.274
Após a aprovação do texto original da LDB, em
1996, uma mudança importante foi a extensão do ensino fundamental de oito para nove anos de duração.
A criança que frequentava a pré-escola ingressou
compulsoriamente no primeiro ano. Essa mudança teve como principal consequência a inclusão das crianças de 6 anos na faixa da educação considerada obrigatória, diminuindo as matrículas no último ano da pré-escola e engrossando aquelas nas classes iniciais.
Medida polêmica do ponto de vista pedagógico.
Adotada sem prever um período de transição.
As regras não eram claras sobre a idade exata em
que as crianças deveriam ser aceitas no primeiro ano. Não houve o treinamento em serviço para que os professores se preparassem para os alunos mais novos. Não esclareceram os pais sobre os motivos dessa mudança, os prédios, equipamentos, mobiliários e materiais escolares não estavam adaptados essa nova organização. A Educação Básica apresenta problemas relacionados a essas mudanças que não foram solucionados até hoje. • Do ponto de vista da ampliação do acesso à escola, essa mudança pode ser considerada positiva.
• Entretanto, é preciso não só ampliar o
acesso à escola, mas também garantir boas condições para a aprendizagem dos alunos. 2009 Emenda Constitucional n.°59, a educação obrigatória dos 4 aos 17 anos
• Modificou a definição da educação obrigatória, e
apesar de sua importância, foi aprovada sem que fosse precedida por maiores discussões na sociedade, • exerce grande influência nas orientações da política educacional do país. • No Brasil, um dos efeitos que o conjunto dessas medidas parece causar é a tendência de crianças cada vez mais jovens serem empurradas para as etapas seguintes da educação,
• crianças cada vez menores estão sendo
matriculadas no primeiro ano do ensino fundamental.
• sem que as escolas e as práticas
educativas sejam antes adaptadas para as suas especificidades. 2010 – Projeto de Lei n.°280/2009 • o Senado Federal aprovou, sem que o assunto fosse debatido na sociedade,
• define a idade de ingresso no ensino
fundamental aos 5 anos. 2010 – Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil
• As Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação Infantil articulam-se às Diretrizes Curriculares Nacionais da Educação Básica e reúnem princípios, fundamentos e procedimentos definidos pela Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação, para orientar as políticas públicas e a elaboração, planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas e curriculares de Educação Infantil. 2009 – Resolução n.º 5, de 17 de dezembro. • “É obrigatória a matrícula na educação infantil de crianças que completam 4 ou 5 anos até o dia 31 de março do ano em que ocorrer a matrícula”.
• “As crianças que completam 6 anos após o dia
31 de março devem ser matriculadas na educação infantil”. • Esses desencontros revelam até que ponto tem sido tumultuada a introdução dessas mudanças na ordenação desse início da escolaridade no País. • Assim, para que a obrigatoriedade do ensino a partir dos 4 anos de idade e o ingresso antecipado no primeiro ano do ensino fundamental contribuam para a democratização do acesso à leitura, à escrita e ao conhecimento,
• seria necessário no mínimo que: primeiro, as
normas legais fossem claras e consistentes; segundo, mudanças urgentes fossem promovidas nas escolas, na formação dos professores e nos currículos. É um documento de caráter normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica. Referências • Brasil. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para a educação infantil / Secretaria de Educação Básica. – Brasília : MEC, SEB, 2010.
• Insumos para o debate 2 – Emenda Constitucional
n.º 59/2009 e a educação infantil : impactos e perspectivas. – São Paulo : Campanha Nacional pelo Direito à Educação, 2010.
• PASCHOAL, Jaqueline Delgado. A Inclusão na pré-escola obrigatória: uma análise da
legislação. RIAEE Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, Araraquara, v.14, n. esp.1, p. 656-670, abr., 2019.
• PASCHOAL, Jaqueline Delgado. MACHADO, Maria Cristina Gomes. A História da
Educação Infantil no Brasil: avanços, retrocessos e desafios dessa modalidade educacional. Revista HISTEDBR On-line, Campinas, n.33, p.78-95, mar. 2009.
Diário Oficial Do Estado Do Rio de Janeiro (DOERJ) - 27062012 - Publicações A Pedido - Pg. 11 - DOERJ-2012-06-Publicacoes - A - Pedido-PDF-20120627 - 11