Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
O presente trabalho busca realizar uma análise comparatista das obras “O caderno
rosa de Lori Lamby”, de Hilda Hilst e “Jogos infantis”, de Haroldo Maranhão”,
objetivando aventar a respeito da sexualidade infantil e de como ocorre a
construção do imaginário sexual infantil nas devidas literaturas, partindo da
hipótese de que o fio condutor das narrativas é a imaginação sexual das
personagens, que criam um mundo à parte a partir do que vivenciam.
OBJETIVOS
Eu gostei bastante de brincar de medo. Depois ele quis ficar lambendo bastante a
minha coisinha, ele disse que era uma vaca lambendo o filhotinho dela e lambeu
com a língua tão grande que eu comecei a fazer xixi de tão gostoso. Tio Abel lambia
com xixi e tudo e eu disse que estava com tontura de tão bom, e também que agora
estava ardendo e ficando inchada a minha xixoquinha. (HILST, 1990, p. 28)
Na obra de Maranhão não é diferente, seus personagens apesar de demonstrarem
uma certa imaturidade ou desconhecimento acerca da sexualidade conseguem
criar representações do que seja a sexualidade alcançando até mesmo o orgasmo,
é o que se observa no conto “Os três mosqueteiros”. Nessa narrativa, três amigos
idealizam um “concurso” baseado em quem espirrava mais longe o esperma, para
se excitarem, os meninos começam a ter pensamentos libertinos com mulheres
que conheciam.
Nós estivemos pensando, mas a ideia vencedora foi do Sabino, que disse a coisa
mais certa da sua vida: “Olha, pessoal, cada um pense na sua. Já sei qual a minha,
mas não digo. Duvido que haja bundão melhor que o da minha. Só a bunda, se eu
dissesse, ganhava o campeonato. Quem começa? Tu começa, Pedrão?”
(MARANHÃO, 1986, p. 68)
É instrutivo que a criança, sob a influência da sedução, possa torna-se perversa
polimorfa e ser induzida a todas as transgressões possíveis. Isso mostra que traz
em sua disposição a aptidão para elas; por isso sua execução encontra pouca
resistência, já que conforme a idade da criança, os diques anímicos contra os
excessos sexuais – a vergonha, o asco e a moral – ainda não foram erigidos ou
estão em processo de construção. (FREUD, 2002, p. 98)
CONCLUSÃO