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MARCADORES DE CLASSE SOCIAL NAS VOZES

DO DISCURSO TELEJORNALÍSTICO SOBRE A POBREZA

RAFAEL RANGEL WINCH


(DOUTORANDO EM JORNALISMO – UFSC)
O objeto de estudo desta tese são as relações entre os marcadores de classe social e o discurso
telejornalístico sobre a pobreza. A pesquisa tem como objetivo compreender tais marcadores a
partir da análise discursiva de grandes reportagens televisivas que abordam o tema da
pobreza por meio de diferentes recortes e angulações. A hipótese é a de que o discurso
telejornalístico sobre a pobreza situa os dizeres das classes populares em posições de
ilustração, descrição e lamentação em detrimento de posições de saber, decisão e proposição,
sendo que esse modo de valoração das vozes interfere na forma como o fenômeno é
apreendido pelo telejornalismo. Um conjunto de reportagens exibidas pelos programas
jornalísticos Caminhos da Reportagem (TV Brasil), Câmera Record (Rede Record), Conexão
Repórter (SBT) e Profissão Repórter (Rede Globo) constitui o corpus da investigação. A discussão
teórica engloba especialmente os conceitos de classe social, telejornalismo e discurso. Emprega-
se a noção de habitus de Pierre Bourdieu para pensar e discutir a reprodução das classes
sociais, relacionado esse debate com as particularidades da desigualdade social no Brasil. A
Análise de Discurso (AD), linha de tradição francesa, é mobilizada como aporte teórico-
metodológico

Palavras-chave: telejornalismo; classe social; pobreza; discurso; vozes.


Journalistic Role Performance Around the Globe
(JRP)
 Busca comparar o desempenho do papel jornalístico em nível
internacional, entendendo a influência que diferentes sistemas
midiáticos exercem sobre a prática do jornalismo, bem como a
distância entre as concepções de papéis e a prática profissional.

 Em outros termos, o projeto busca aferir a distância entre as


representações sobre o papel da profissão (role conception) e as
práticas cotidianas dos jornalistas (role performance) em 23 países.

 Países: Alemanha, Argentina, Brasil, Chile, China, Cuba, Chipre,


Equador, Espanha, Estados Unidos, Filipinas Grécia, Hungria, Hong -
Kong, Índia, Itália, Irlanda, Malásia, México, Polônia, Rússia, Suíça e
Tailândia.
SUMÁRIO PROVISÓRIO CAPÍTULO 3 – AS DISCURSIVIDADES DO TELEJORNALISMO
INTRODUÇÃO 3.1 A televisão e suas formas discursivas
3.2 Grande reportagem na TV
CAPÍTULO 1 – O QUE A CLASSE SOCIAL DIZ SOBRE NÓS? 3.3 Ditos e imagens da pobreza
1.1 A reprodução das classes sociais
1.2 Sobre a complexidade da pobreza CAPÍTULO 4 – TRAJETOS DAS VOZES DAS CLASSES
1.3 Pobres e miseráveis no Brasil POPULARES
4.1 Universo, campo e espaço discursivo
CAPÍTULO 2 – DISCURSO, POSIÇÕES E SUJEITOS 4.2 Quem, quando e como falam
2.1 O movimento dos sentidos 4.3 Dizeres para também transformar
2.2 Do dialógico ao polifônico
2.3 Contrato e discurso jornalístico CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
 Estudos desenvolvidos no âmbito do JRP utilizam em suas análises
um conjunto formado por seis modelos de desempenho de papéis
no jornalismo, inclusos em três grandes domínios, são eles:

 a) a presença da voz jornalística (modelo disseminador-


intervencionista);

 b) a relação que o jornalismo sustenta com os chamados poderes


de fato e de direito, isto é, as instituições (modelos fiscalizador e
leal-facilitador);

 c) a maneira como o jornalismo interpela o público (modelos de


serviço, de infotenimento e cívico).
INDICADORES DOS MODELOS
 Disseminador-intervencionista (opinião do jornalista, interpretação,
proposta, uso de adjetivos e primeira pessoa);
 Cão de guarda (questionamento, crítica, denúncia, investigação do
jornalista ou de outros, conflito);
 Leal-facilitador (apoio e defesa de ações políticas, políticos, elite
econômica, sucesso, progresso e promoção nacional, patriotismo);
 Serviço (impacto na vida do público, dicas e concelhos);
 Infotenimento (personalização, vida privada, sensacionalismo,
escândalo, emoções, morbidez);
 Cívico (perspectiva, demanda e credibilidade do cidadão, impacto
local, orientações de direitos e deveres, cidadania, movimentos
sociais).
 O JRP combina, em cada país, dois instrumentos consecutivos:
a) a análise de conteúdo e classificação de itens noticiosos
selecionados como amostra nos principais jornais diários;
b) um survey com os jornalistas que escreveram os itens analisados.

 A pesquisa leva em consideração, assim, as diferentes percepções


e ações dos jornalistas em países ocidentais e não-ocidentais,
democráticos e autoritários, de capitalismo liberal e de Estado.
As fontes no discurso jornalístico

 Com seus depoimentos, expressões e impressões, as fontes auxiliam


na apresentação e compreensão dos fatos narrados numa história.

 O discurso jornalístico se legitima socialmente com base na


verossimilhança com a realidade, o que é alcançado, em grande
medida, pelo uso das fontes. Estas precisam preencher
determinados requisitos para obterem destaque nos itens noticiosos
produzidos pelo jornalismo.
 McQuail (2012) considera que há uma série de evidencias de que
as notícias não apenas tendem a focar em um conjunto de
problemas limitado, especialmente definido pelos governantes ou
outras fontes “oficiais” ou de “elite”, mas de que o acesso
preferencial é concedido para a voz da autoridade institucional.

 Schmitz (2011) também aponta que as fontes populares como as


que possuem menos credibilidade para os jornalistas, sendo quase
sempre representadas como vítima, cidadão reivindicador ou
testemunha no discurso jornalístico.
 O discurso jornalístico, tomado como gênero discursivo particular, é
um discurso com grande potencial para ser polifônico
(multiplicidade de vozes).

 A multiplicidade de vozes não se refere diretamente à variedade


em termos de fonte de informação humana, isto é, indivíduos
empíricos que podem ser categorizados em tipos como oficiais,
especialistas, testemunhais, bem como a partir de marcadores
identitários como classe, raça e gênero. Pensar na multiplicidade
de vozes no discurso jornalístico exige uma compreensão acerca
da polifonia, conceito que se refere à diversidade de pontos de
vista diferentes e até mesmo contraditórios.
A presença e os tipos de fontes em
jornais do Brasil e dos Estados Unidos
Tipos de fontes (JRP)

 fontes da política (atores do campo político);


 fontes do setor empresarial (negócios/companhias);
 fontes da sociedade civil;
 fontes “pessoas comuns”;
 fontes da mídia;
 fontes especializadas;
 fontes anônimas.
 O processo de codificação das fontes foi realizado com base em sentenças,
frases, fotos ou citações atribuídas. A análise de conteúdo reuniu 2.749 itens
noticiosos de quatro diários de interesse geral, publicados em 14 dias de 2012 e
14 dias de 2013.

JORNAIS:

O Globo, Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, Zero Hora.

The New York Times, USA Today, The Wall Street Journal, The Washington Post.
Número de fontes no Brasil, EUA e no
conjunto geral de países
Categorias de fontes no Brasil, EUA e no
conjunto geral de países
Tipos de fontes em Brasil e Estados Unidos
Balanço informativo em Brasil e EUA
Considerações parciais

 No que diz respeito à menção das fontes, evidencia-se que essa


prática é consideravelmente mais forte nos Estados Unidos do que
no Brasil. A cobertura norte-americana também está acima da
média brasileira e do conjunto geral dos países no que se refere à
presença de itens noticiosos com cinco ou mais fontes.

 Os tipos de fontes – e também a fonte principal – mais mobilizados


nas coberturas jornalísticas brasileira e estadunidense são bastante
parecidos. Ambos os países congregam, majoritariamente, fontes
do campo político e do setor empresarial.
 No entanto, o jornalismo dos USA valoriza significativamente a
menção a fontes do tipo pessoas comum. Este é o tipo de fonte
menos contemplado pelos jornais do Brasil.

 Os dois países também se diferenciam no chamado balanço


informativo. A cobertura jornalística com ausência de fontes ou
pontos de vista é uma realidade mais presente no Brasil. O contrário
ocorre nos jornais dos Estados Unidos, que reúnem um equilíbrio
informativo expressamente maior do que os periódicos brasileiros.
 As próximas ações da pesquisa iniciada com o presente artigo,
inclui uma efetiva correlação entre os papéis profissionais e o uso
de fontes no Brasil e nos Estados Unidos.
 A partir desses dados, começaremos a avaliar como os papéis
profissionais estão conectados ao uso das fontes no discurso
jornalístico. Desde já, é possível observar que os modelos
intervencionista e cão de guarda predominam tanto no Brasil
quanto nos Estados Unidos, bem como o uso das fontes do campo
político e do setor empresarial.

 O debate acerca da centralidade das fontes no discurso


jornalístico e seus laços com os papéis profissionais nestes dois
países ainda será realizado. Além disso, posteriormente, os dados
aqui apresentados serão problematizados com base no referencial
teórico sobre fontes de informação, bem como em componentes
dos sistemas midiáticos, políticos, econômicos e socioculturais de
cada país.

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