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AVALIAÇÃO

PSICOMOTORA

RECIFE, 2018
Antes de realizar uma avaliação psicomotora
temos que ter bem claro qual o real objetivo
ao se submeter um indivíduo a uma avaliação.

Uma avaliação psicomotora deve ser analisada de


maneira ampla, contextualizada e inserida
no grupo interdisciplinar sobre o qual o
sujeito circula, uma vez que o processo de
desenvolvimento, com dificuldade ou não, é
constante e permanente!
O exame psicomotor objetiva reconhecer de
que maneira a criança lida com seu corpo,
utilizando esse corpo como ferramenta de
relação com os outros num tempo e espaço.

Neste sentido a avaliação


deve contemplar a
observação das ações,
atitudes e
comportamentos, bem
como ouvir o que está por
trás do gesto e da ação
manifestada (escuta).
Todo o processo avaliativo deve contemplar 3
etapas: COLETA DE INFORMAÇÕES,
ANÁLISE DOS DADOS e a
INTERPRETAÇÃO DOS RESULTADOS.

Além disso, deve-se coletar dados de processos


de outras áreas, a saber: AVALIAÇÃO
BIOMÉTRICA (altura, peso, perímetro
cefálico...), AVALIAÇÃO BIOLÓGICA
QUALITATIVA (índice ósseo, dentário,
sexual...), AVALIAÇÃO FISIOLÓGICA
(pressão arterial, frequência cardíaca...),
AVALIAÇÃO MATURACIONAL (escalas de
desenvolvimento e atitudes).
Existem várias escalas e testes para avaliação dos
conceitos psicomotores.
Assim, é indicado que cada profissional crie seu
próprio sistema de avaliação baseado nos
testes validados e existentes.

A Bateria Psicomotora,
elaborada por Vitor da
Fonseca é um dos
instrumentos mais
difundidos para avaliação
da psicomotricidade.
Vitor da Fonseca- BIOGRAFIA
 Nasceu em Portugal.
 É doutor em Educação
Especial e Reabilitação,
mestre em Dificuldades de
Aprendizagem e licenciado
em Motricidade Humana.

 Iniciou seus estudos a partir de uma abordagem biológica,


desenvolvimentista e evoluindo para um olhar
neuuropsicológico e focado nos processos de
aprendizagem.
 Estabelece que a personalidade da criança é
resultado da interação entre o potencial
hereditário e o meio, entre fatores endógenos e
exógenos, entre atividade bioquímica e
bioéletrica do cérebro.
Alerta que uma boa aprendizagem só ocorre com
um desenvolvimento psicológico harmonioso.
Assume que o aspecto social é vital para o ser
humano.
 A partir da inserção da neuropsicologia e dos
estudos sobre o SN desenvolveu uma bateria
psicomotora (1975) preocupando-se em apresentar
um instrumento de avaliação capaz de captar a
personalidade psicomotora da criança.
BATERIA PSICOMOTORA
(BPM)
 Permite destacar déficits funcionais englobando a
integração sensorial e perceptiva, que se
relacionam com a capacidade de aprendizagem da
criança.
 Procura analisar qualitativamente disfunção
psicomotora que caracteriza a aprendizagem da
criança e, assim, tentar chegar a uma compreensão
aproximada dó funcionamento neurológico.
A BPM está organizada pelo modelo
psiconeurológico de Luria, que contém 7 fatores
psicomotores, divididos em 26 subfatores,
distribuídos por 42.

RELEMBRANDO...
 TONICIDADE;
 EQUILÍBRIO;
 LATERALIDADE;
 NOÇÃO DE CORPO;
 ESTRUTURAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL;
 PRAXIA GLOBAL;
 PRAXIA FINA.
CLASSIFICAÇÃO DO PERFIL
PSICOMOTOR GERAL
TIPO DE PERFIL DIFICULDADES DE
PONTOS DA BPM
PSICOMOTOR APRENDIZAGEM

27 – 28 SUPERIOR -

22 – 26 BOM -

14 – 21 NORMAL -

9 – 13 DISPRÁXICO LIGEIRAS (ESPECÍFICAS)

SIGNIFICATIVAS
7–8 DEFICITÁRIO (MODERADAS OU
SEVERAS)
COTAÇÃO DE CADA UMA DAS
PROVAS DA BPM
COTAÇÃO COMPORTAMENTO

Ausência de respostas, realização imperfeita, incompleta,


1 PONTO inadequada e descoordenada (muito fraco, fraco);
(APRAXIA) disfunções evidentes e óbvias; dificuldades significativas de
aprendizagem.
Realização fraca com dificuldade de controle e sinais
2 PONTOS
desviantes (fraco; insatisfatório; disfunções ligeiras);
(DISPRAXIA)
dificuldades de aprendizagem.

Realização completa e adequada e controlada (bom;


3 PONTOS
disfunções indiscerníveis); não apresenta dificuldades de
(EUPRAXIA)
aprendizagem.

4 PONTOS Realização perfeita, precisa, econômica e com finalidades de


(HIPERPRAXIA) controle (excelente; ótimo); facilidades de aprendizagem.
É importante ressaltar que os dados dos testes e
escalas utilizados não devem substituir os que
são adquiridos pela observação. Um olhar
sobre o corpo totalizado, expressivo e
relacional.

Outra questão importantíssima é a relevância da


entrevista, quando são coletados os dados do
indivíduo, da família e seu meio de vida.
Para complementação do processo avaliativo,
torna-se necessário estabelecer a distinção entre
causa (distúrbio psicomotor existente) e
sintoma (sinal de sofrimento psíquico do
sujeito, expresso através do corpo).
O objetivo ao estabelecer um diagnóstico é
defini-lo de forma mais global possível, já que
a psicomotricidade tem essa visão como
princípio.

Diagnóstico não encerra o


indivíduo em características
acabadas, estáticas!
DISTÚRBIOS
PSICOMOTORES
São considerados DISTÚRBIOS
PSICOMOTORES aqueles que se relacionam a
dificuldades na execução de movimentos e
deficiências perceptuais, sem correlação direta
com lesões, mas podendo a estas estar associados.

Quase sempre aos distúrbios psicomotores


propriamente ditos encontram-se associados
DISTÚRBIOS DO COMPORTAMENTO.
DISTÚRBIOS DO COMPORTAMENTO são
os desvios das normas de conduta conhecidas que
um indivíduo apresenta em referência ao
ambiente onde se relaciona e que têm uma
significação para si próprio.

É um mecanismo para aliviar tensões que a


pessoa utiliza e que pode ser considerado uma
luta entre forças internas (ansiedade) e externas
(cobrança social e familiar).
Muitas vezes as perturbações sociais, emocionais
e relacionais são causadoras dos distúrbios
psicomotores, mas o inverso também pode
ocorrer.

Na literatura é possível encontrar alguns


direcionadores que facilitam a detecção do
distúrbios psicomotores na fase escolar.
Lembrando que estes não representam regra
única, podendo, muitas vezes aparecer como
sintoma de diferentes distúrbios.
 COORDENAÇÃO DINÂMICA GLOBAL:
Podem ser devidas a atrasos neuromotores, à
debilidade intelectual, a problemas psicológicos, a
desajustes socioambientais.
◦ Sinais: dificuldade no controle dos automatismos; não
conseguir realizar a dissociação dos movimentos;
apresentar distonia, descoordenação, contraturas,
sincinesias, dismetria, indisciplina postural, freio motor
não controlado, dificuldades de equilíbrio, entre outras...
 COORDENAÇÃO MOTORA FINA: Podem ser
devidas a atrasos neuromotores (sensibilidade do
cerebelo, por exemplo) e funcionais
(atenção/memória), debilidade intelectual,
dificuldades psicológicas (ansiedade, insegurança,
relacionais) e desajustes socioambientais.
◦ Sinais: Sincinesias, paratonais, disgrafia, coordenação
viso-motora debilitada, rigidez e tensão nos dedos, tirmo
alterado, instabilidade psicológica, impossibilidade de
realizar movimento intencional, dificuldades do manejo
de objeto, constante quebra de objetos.
 EQUILÍBRIO: Dificuldades do esquema
corporal, de integração espaçotemporal associada à
deficiência intelectual ou imaturidade cerebral,
problemas emocionais e psicológicos e lesão
neurológica (cerebelo, por exemplo).
◦ Sinais: Ansiedade, angústia, equilíbrio frágil, busca
permanente de apoio corporal estando em pé ou sentado,
posições e posturas assimétricas e ambíguas, quedas
frequentes, dificuldade no ritmo corporal, postura
inadequada.
 ORGANIZAÇÃO ESPACIAL: Má integração do
esquema corporal, perturbação da lateralidade,
dificuldades psicológicas, poucas experiências com
o espaço e o mundo da fantasia.
◦ Sinais: Ignorar os termas espaciais (frente, lado, etc);
conhecer os termos, mas não perceber as posições
(esquerda, em cima, embaixo); perceber bem o espaço,
mas orientar-se com dificuldade; não assimilar
reversibilidade; dificuldades para compreender relações
espaciais (simetria).
 ORGANIZAÇÃO TEMPORAL: Motoras
(associadas ao ritmo), psicológicas, dificuldades
socioambientais.
◦ Sinais: Incapacidade de descobrir ordem e sucessão de
acontecimentos, confusão na ordem numérica e nos
cálculos; não perceber intervalos, não possuir ritmo
regular, não assimilar noção de hora, não conseguir
organizar tempo, interromper a atividade no meio.
 LATERALIDADE: Neurológicas, sociais,
espaciais ou psicológicas, dificuldades
socioambientais.
◦ Sinais: Não saber qual mão escolher, apresentar-se
desajeitado, recorte com mão direita e paratonia com a
esquerda; exercício de precisão com uma mão e força
com outra; problemas de indecisão lateral, problemas de
orientação, não distinguir entre esquerda e direita.
 ESQUEMA CORPORAL: Orgânicas, por lesões
adquiridas (membros amputados, por exemplo), do
SNC (malformações congênitas) e psicológicas.
◦ Sinais: Não conhecer bem as partes do corpo, não situra
bem os seus membros, não coordenar bem os
movimentos, não imitar o movimento observado; gestos
não harmônicos; lentidão; assimetria corporal; tremor de
extremidades. Imagem corporal deformada, dificuldade
na percepção (não fixar o olhar), dependência psicológica,
conduta infantilizada, agressividade.
ESPECIFICIDADE
PSICOMOTORA EM
DEFICIÊNCIAS
“Pessoa portadora de deficiência é, segundo a
Política Nacional de Educação Especial, toda
pessoa que apresenta, em caráter permanente ou
temporário, algum tipo de deficiência física,
sensorial, cognitiva, múltipla, condutas típicas ou
altas habilidades, necessitando, por isso, de recursos
especializados para desenvolver mais plenamente o
seu potencial e/ou superar ou minimizar suas
dificuldades.” (BRASIL, 1994, p. 22)
 O termo portador passou a ser considerado
impróprio e foi adotado o termo portador de
necessidades especiais (PNEs).

 Atualmente, utiliza-se o termo pessoa com


deficiência, porque a utilização da palavra
portador sugere carregar um peso e estigmatiza
ainda mais a deficiência, tornando-se excludente.

Não é a forma de designá-lo que irá colocá-lo em


uma melhor situação, mas é necessário
compreender como tais termos são criados
historicamente em cada cultura e que atitudes
devem superar os termos empregados.
 A etiologia das deficiências estão relacionadas com
causas pré-natais, perinatais e pós-natais.
 Os fatores adquiridos em nível pré-natal, ou seja,
durante o período gestacional, da fecundação ao
nascimento, subdividem-se em:
◦ DOENÇAS INFECCIOSAS (rubéola congênita,
toxoplasmose, sífilis congênita);
◦ IRRADIAÇÕES POR RAIO X;
◦ ALCOOLISMO;
◦ EXCESSO DE MEDICAMENTOS (talidomida,
iodados, sulfas, neurolépticos, tranquilizantes,
antidepressivos e alucinógenos);
◦ DIABETES MATERNA
◦ MALFORMAÇÃO CONGÊNITA (espinha bífida, pé
torto).
 Nas causas perinatais ou neonatais localizam-se
os fatores advindos durante e imediatamente ao
parto.
◦ ERITROBLASTOSE FETAL (incompatibilidade
sanguínea entre mãe e filho);
◦ LESÃO ANÓXICA CEREBRAL (ausência de
oxigênio);
◦ LAREÇÃO CEREBRAL (traumatismo).
 Nos fatores pós-natais têm-se:
◦ INFECÇÕES DO SNC (meningites, encefalites);
◦ ENCEFALOPATIAS TÓXICAS (provenientes de
ingestão de chumbo, inseticidas);
◦ CARÊNCIA PROTÉICA NA ALIMENTAÇÃO.
 Existem várias classificações para as deficiências
de acordo com seus tipos. Algumas delas podem
ser indicadas:
◦ DEFICÊNCIA FÍSICA;
◦ DEFICIÊNCIA SENSORIAL (visual e/ou auditiva);
◦ DEFICIÊNCIA INTELECTUAL;
◦ DEFICIÊNCIAS MÚLTIPLAS;
◦ DEFICIÊNCIAS ORGÂNICAS E/OU PSIQUICAS
que determinam comprometimento na sua capacidade
biopsicossocial.
ESPECIFICIDADE PSICOMOTORA NA
DEFICIÊNCIA FÍSICA

DEFICIÊNCIA FÍSICA acontece em indivíduos com


alterações musculares, ósseas, articulares ou
neurológicas, em tal grau que limitem a locomoção,
a postura, a limitações de vigor e movimentos.

 Comprometimento do aparelho locomotor (sistema


osteoraticular, sistema muscular e SN);
 Pessoas com paralisia cerebral; com lesões medulares,
miopatias (distrofias musculares); com patologias
degenerativas do SNC (esclerose múltipla, ELA);
amputados; com lesões nervosas periféricas; com seqüelas
de politraumatismos; malformações congênitas, patologias
da coluna, artropias; LER; com seqüelas de queimaduras,
etc.
Na abordagem psicomotora, primeiros sinais de
deficiência física surgem com o atraso do
desenvolvimento psicomotor do indivíduo, como
não sustentar a cabeça na época esperada, ou perda
de alteração dos movimentos, da força muscular ou
da sensibilidade.
 De forma geral, as pessoas com deficiência física
apresentam uma imagem e um esquema corporais
prejudicados, assim como possíveis alterações
emocionais.
 Possuem déficits sensoriais e perceptivos
importantes.
 Pessoas com lesão medular e paralisias apresentam
dificuldades no controle do tônus (hipertonia ou
hipotonia) e da postura.
 Podem, ainda, apresentar capacidade respiratória
diminuída, atraso na fala, problemas de visão
(estrabismo, por exemplo).
 Alguns direcionadores das intervenções
psicomotoras:
◦ Para pessoas com alterações musculares, posturais e
cardiorrespiratórias, as atividades de coordenação global e
equilíbrio, bem como práticas de movimentos, favorecem o
fortalecimento muscular e a postura em função da amplitude
dos movimentos associados ao controle segmentar do corpo.

◦ Para as distrofias musculares a abordagem psicomotora


permite um diálogo tônico corporal, possibilitando a
expressão de suas tensões afetivas (quando a debilidade
motora permite movimentos voluntários controlados).

◦ Deve-se, de modo geral, proporcionar o maior número de


experiências, explorar atividades que propiciem sua
sensibilidade proprioceptiva, o restabelecimento e
desenvolvimento de seu esquema e imagem corporal.
REFERÊNCIA
BUENO, M. J. Psicomotricidade Teoria e Prática. São
Paulo: Cortez, 2013.

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