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2014
Em sentido lato, o constitucionalismo surge a partir do momento em que grupos sociais
passam a contar com mecanismos de limitação do exercício do poder político. Nessa
acepção ampla, configura-se independentemente da existência de normas escritas ou de
desenvolvimento teórico.
O constitucionalismo, movimento que concebeu a ideia de limitação do poder estatal por meio
da criação de um documento escrito, estabeleu regras fundamentais e supremas de
organização do Estado.
Caracteriza-se o constitucionalismo o conjunto de regras e princípios postos de modo consciente a
partir das teorias e movimentos ideológicos voltados a organizar o Estado segundo
sistemática que pode estabelecer limitações ao poder político, além de direitos e garantias
fundamentais em favor dos membros da comunidade. Teve início na transição da monarquia
absolutista para o Estado liberal. É dessa fase o esforço em documentar as constituições sob
formas solenes, daí surgindo a tendência de “universalização da constituição escrita”.
Constituição em sentido POLÍTICO:
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e
do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:
I - a soberania;
II - a cidadania;
V - o pluralismo político.
SENTIDO FORMAL
Art. 242, § 2º - O Colégio Pedro II, localizado na cidade do Rio de Janeiro, será mantido na
órbita federal.
Constituição em sentido SOCIOLÓGICO:
Na concepção sociológica, a Constituição é concebida como fato social, como
resultado da realidade social do país e não propriamente como norma. A
Constituição seria a soma dos fatores reais de poder que imperam na
sociedade.
Aquele documento escrito teria a função de simplesmente sistematizar essa
correlação de forças, e só teria eficácia se, de fato, representasse os
valores sociais da sociedade.
Essa noção é defendida por Ferdinand Lassalle, segundo o qual há duas
Constituições: a real e a escrita. A real é a “soma dos fatores reais de
poder” e a escrita, mera “folha de papel”. Em caso de conflito, aquela
sempre prevalecerá sobre esta. Dessa forma, Lassalle nega a força normativa
da Constituição escrita. Afinal, para ele, se a Constituição escrita não
representar a real soma dos fatores de poder, ela não passará de uma folha de
papel.
Constituição em sentido JURÍDICO:
Para Hans Kelsen, defensor da concepção jurídica de Constituição, a Constituição é norma
jurídica pura, sem qualquer consideração (interferência) de ordem social, política,
moral ou filosófica.
Nesse caso, a Constituição teria um caráter estritamente formal.
É interessante como a visão de Kelsen contrapõe-se à concepção sociológica de Ferdinand
Lassalle. Por um lado, Lassalle nega a força normativa da Constituição, ao considerar que
ela só teria valor se representasse os fatores reais de poder. Ao contrário, na visão de
Kelsen, a validade de uma norma independe da sua aceitação pelo sistema de
valores sociais da sociedade.
Assim, enquanto o jurídico-positivo está corporificado pelas normas postas, positivadas, o lógico-
jurídico situa-se em nível do suposto, do hipotético (haja vista não configurar norma editada por
nenhuma autoridade).