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Carvalho
A diferença entre percepção e realidade. Distinção
nascida em Parmênides.
“Você já teve um sonho que parecia verdadeiro? E se você
não conseguisse acordar desse sonho? Como você
saberia a diferença entre o mundo dos sonhos e o mundo
real?” (Morpheus)
O que é o mundo? A pergunta que nos impulsiona
segundo Trinity – “o que é a Matrix?” (Questão
essencial aos pré-socráticos).
Pois, se me engano, existo. Quem não existe não pode enganar-se; por
isso, se me engano, existo. Logo, quando é certo que existo, se me
engano? Embora me engane, sou eu que me engano e, portanto, no que
conheço que existo, não me engano. Segue-se também que, no que
conheço que me conheço, não me engano.
Como conheço que existo, assim conheço que conheço.
{A Cidade de Deus. XI, XXVI.}
O mito da caverna
O mito de Narciso
O mágico de Oz
Alice no País das Maravilhas
Maniqueísmo
Catarismo
Ascetismo cristão
Messianismo
Hinduísmo (Lilla)
"A Matrix, está em todo lugar. À nossa volta. Mesmo
agora, nesta sala. Você pode vê-la quando olha pela janela,
ou quando liga sua televisão. Você a sente quando vai para
o trabalho, quando vai a igreja, quando paga seus
impostos. É o mundo colocado diante dos seus olhos para
que não veja a verdade".
Morpheus
“Ninguém nasce na Matrix. Há um campo onde humanos são
CULTIVADOS [repetição/regras/ritos
radicais/tradicionalismo/crença pela crença/doxa]”; em
contraponto com a FERTILIDADE do conhecimento e sua
criatividade, seu caminho em busca do NOVO.
Etimologia: Do grego, “moldador”, no caso, de sonhos.
É o deus dos sonhos. Filho de Hipnos (hipnose)
O elo condutor dos sonhos à realidade.
O guia de Neo, a Sabedoria na qual Neo se baseia.
A voz que desperta Neo - o deus interior de Sócrates, e
pelo qual Sócrates é morto ao negar os outros deuses
(projeções da Matrix).
Mestre de Neo, e como todo bom mestre, apenas
sugere o caminho e deixa que o aluno percorra
(maiêutica socrática).
Neo = novo. Doador de um novo mundo. A transformação da Matrix
(Salvação-cura-esclarecimento). NEO anagrama de ONE (Escolhido).
Desejo intenso de saber O QUE É A MATRIX!
“Por que meus olhos doem? Porque você nunca os usou”. (início da
jornada fora da caverna). Primeiros vícios de NEO – Medo e dúvida.
Neo percebe aos poucos que o CORPO NÃO VIVE SEM A MENTE, e,
portanto, passa a valorizar o aspecto mental como primário.
Não se considera o escolhido, mas age como um ao salvar a vida de
Morpheus (renúncia/humildade/abrir mão da própria vida em nome
de um propósito maior).
Quando dá-se conta que é o escolhido, age sem esforço e domina a
própria Matrix. No final do filme, resolve permanecer na Matrix para
mostrar aos seus habitantes um mundo onde tudo é possível.
Trinity – referência à Trindade, em específico a
Terceira Pessoa, que estabelece o elo entre o homem e
o (Sabedoria/Cristo).
Seu amor por NEO o traz de volta à vida.
Acompanha NEO em todas as etapas – representa o
misto ideal de força e delicadeza (yin e yang).
O número três resolve o impasse do número dois,
segundo os pitagóricos, e transforma dualismo em
HARMONIA E UNIDADE.
Cypher significa “cifra”, “zero”. O zero e o um formam o código
binário da Matrix. Zero e Um (Cypher e Neo) constituem a Matrix
DUALISTA e os diferentes desejos do homem: por um lado é
seduzido pela Matrix, por outro, algo o impele a buscar sair de lá.
Cypher e os Sencientes representam, juntos, a contradição própria
do Mal, por um lado ingênuo, covarde e omisso, por outro, agressivo
e manipulador.
Cypher é Judas. “Se Morpheus está certo, não conseguirei tirar esse
cabo”. “Se és o Filho de Deus, desça dessa cruz e salva-te a ti mesmo”.
Nem NEO, nem CRISTO, e nem SÓCRATES, no entanto, acreditam
que estão no mundo para a “auto-salvação”, mas para a salvação da
humanidade.
A motivação dos Sencientes tem uma boa justificativa, o que define
o caráter do mal como uma “ilusão de bem”, falso bem, ou, bem
inventado – em suma, o bom e velho ORGULHO. “Nós somos a
cura. Os humanos são os vermes”. Dizem os Sencientes.
Apesar do filme ter grandes referências à Alegoria da Caverna de
Platão, há uma grande diferença da Matrix para o que Platão
chamaria de Mundo Sensível. Este mundo, para Platão, não é o
Mundo das Ideias, ou seja, a Suprema Realidade, no entanto, há
nele diversos símbolos que apontam para a realidade, sendo uma
cópia do Mundo Real. Há portanto uma analogia entre o mundo
físico e o Mundo das Ideias. Em Platão, o Mundo Sensível não
deve ser destruído, mas deve revelar gradativamente sua
característica de símbolo para que a Verdade venha à tona.