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Análise da ode

de Ricardo Reis
Vem sentar-te comigo,
Lídia, à beira do rio
1ª Estrofe
Convite à fruição amorosa Vem sentar-te comigo,
serena, uma vez que a Lídia, à beira do rio.
vida é breve. Sossegadamente fitemos o
seu curso e aprendamos
Que a vida passa, e não
estamos de mãos
enlaçadas.
(Enlacemos as mãos).
“vem”- imperativo;
“beira do rio”- aurea
mediocritas;
“rio”- vida – metáfora
Análise
Nesta estrofe, o sujeito poético procura a felicidade,
mas é relativa, uma vez que só é encontrada na
natureza e nas coisas simples –epicurismo.

“Sossegadamente fitemos o seu curso e


aprendamos/ Que a vida passa(…)”
- remete para a passagem inexorável do tempo;
- aprendizagem da vida (função didática);
- Carpe diem e aurea mediocritas.

- “Enlacemos as mãos” - desejo de contacto físico,


mas não sensual , felicidade relativa- epicurismo
Consciência da
efemeridade da vida, da 2ª Estrofe
impossibilidade de voltar a
vive-la, uma vez que o
“fado” tudo controla.- Depois pensemos, crianças
aceitação do destino
adultas, que a vida
“Pensemos”-
necessidade do Passa e não fica, nada
domínio da razão; deixa e nunca regressa,
“Passa e não fica, Vai para um mar muito
nada”-a vida encarada longe, para ao pé do Fado,
com pessimismo; Mais longe que os deuses.
“crianças/adultas”- a
infância é a idade ideal.
“mar”- fim da vida
“Mais longe que os
deuses”- paganismo
greco-romano-
hipérbole
Épossível perceber que da 3ª à 6ª estrofe,
há uma renúncia por parte do poeta ao
próprio gozo desse fugaz momento que é
a vida.
Desenlace amoroso,
pois é preciso evitar os 3ª Estrofe
grandes desassossegos
para evitar a dor. Desenlacemos as mãos,
-” Desenlacemos as porque não vale a pena
mãos”- antítese ao cansarmo-nos.
último verso da 1ª Quer gozemos, quer não
estrofe; racionalizou o gozemos, passamos
momento; como um rio.
“porque não vale a Mais vale saber passar
pena cansarmo-nos”- silenciosamente
amor sem esforço- E sem desassossegos
oração subordinada grandes.
causal
“como um rio”- Estoicismo
comparação
Sem amores, nem ódios,
4ª Estrofe nem paixões que
É necessário evitar levantam a voz,
todos os Nem invejas que dão
desassossegos que movimento demais aos
olhos,
podem trazer a
Nem cuidados, porque
dor. se os tivesse o rio
-” Sem amores, sempre correria,
nem ódios, /nem E sempre iria ter ao mar.
paixões “-
enumeração;
“que levantam a Estoicismo
voz”- excessos ataraxia
Convite à fruição 5ª Estrofe
amorosa tranquila,
espiritual, evitando os Amemo-nos
excessos de amor físico. tranquilamente, pensando
que podíamos,
“tranquilamente”- sem Se quiséssemos, trocar
excessos; beijos e abraços e carícias,
“Se quiséssemos, trocar Mas que mais vale
estarmos sentados ao pé
beijos e abraços e
um do outro
carícias”- Gradação
Ouvindo correr o rio e
com síndeto
vendo-o.
“Ouvindo correr o rio e
vendo-o”- metáfora;
aurea mediocritas.
Valorização do “carpe 6ª Estrofe
diem”, colhendo o
“perfume” do
momento evitando o Colhamos flores, pega tu
conhecimento das nelas e deixa-as
coisas.- estoicismo.
No colo, e que o seu
-“pega tu nelas”- Lídia
pega nas flores (algo perfume suavize o
belo)- aurea momento.
mediocritas; Este momento em que
-“suavize o momento”- sossegadamente não
Carpe diem; desejo de cremos em nada,
permanência de uma Pagãos inocentes da
memória de amor;
decadência.
-“Pagãos”- Paganismo
greco-romano;
-“decadência”-
realidade que o sujeito
poético quer mudar.
 Nasduas últimas estrofes, há a
explicação dessa renúncia a viver
grandes emoções, por ser a única forma
de anular o sofrimento causado pela
antevisão da morte.
7 e 8 Estrofes
Ao menos, se for sombra antes,
 Conclusão do lembrar-te-ás de mim depois
poema e Sem que a minha lembrança te
arda ou te fira ou te mova,
justificação para o
Porque nunca enlaçamos as mãos,
modelo de nem nos beijamos
vivência amorosa Nem fomos mais do que crianças.
defendido pelo
E se antes do que eu levares o
poeta: se um deles óbolo ao barqueiro sombrio,
morrer antes o Eu não terei que sofrer ao lembrar-
me de ti.
outro não terá que
Ser-me-ás suave à memória
sofrer por isso, uma lembrando-te assim – à beira-rio,
vez que viveram Pagã triste e com flores no regaço.
um amor inocente,
sem excessos.
Análise
 Na sétima estrofe, o sujeito poético diz que se ele
morrer primeiro, a lembrança que Lídia terá dele
será sem sofrimento ou dor, uma vez que viveram
com tranquilidade e calma, sem grandes
sentimentos.

 A última estrofe refere-se ao mesmo que a


anterior, mas levando em conta a morte de Lídia
ser antes da do sujeito lírico, o que não o
deixaria em sofrimento, uma vez que viveu
indiferente às paixões e amores.

É possível identificar, nestas duas últimas estrofes,
o eufemismo em que o uso de “se for sombra
antes” e “se antes do que eu levares o óbolo ao
barqueiro sombrio” atenuam o caráter trágico da
palavra “morte”.
Símbolos presentes no poema:
“rio” / “barqueiro” - vida / morte: alusão ao
barqueiro mitológico, Caronte, que
transportava os mortos, através do rio Letes;
“enlaçar” / “desenlaçar” as mãos - amar / não
amar;
“Fado”- força inexorável, superior aos próprios
deuses;
“flores”- vida (na sua efemeridade) e o ideal
da aurea mediocritas;
“sombra” e “mar” – morte.

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