1969 - Origem - Lei de Política Ambiental Nacional
Americana ((National Environmental Policy Act, NEPA); 1981 – Brasil - Política Nacional do Meio Ambiente, através da Lei 6.938/81; 1986 - O Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA) instituiu, em sua resolução nº 001/1986, o Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e o respectivo Relatório de Impacto Ambiental (RIMA). 1988 - Constituição Federal - Reafirmação É um procedimento administrativo obrigatório, o qual antecede o licenciamento das obras ou atividades potencialmente causadoras de significativa degradação ambiental.
Instrumento preventivo dos danos ambientais;
Integração entre: Poder Público, sociedade civil e empresariado. Foi criado exatamente para prever o dano antes da sua manifestação, daí a necessidade de que seja elaborado no momento certo: antes do início da execução do projeto;
É um instrumento de controle prévio ao
licenciamento exatamente para evitar que a implantação de atividades, cujos impactos sejam significativos ao ambiente, possa ocorrer por critérios de mera conveniência e oportunidade da administração pública Deve ser realizado por uma equipe técnica multidisciplinar, que contará com profissionais das mais diferentes áreas, como, por exemplo, geólogos, físicos, biólogos, psicólogos e sociólogos; Os profissionais responsáveis pelo estudo podem responder criminalmente conforme previsto na Lei 9.605/98:
Art. 69-A. Elaborar ou apresentar, no licenciamento,
concessão florestal ou qualquer outro procedimento administrativo, estudo, laudo ou repertório ambiental total ou parcialmente falso ou enganoso, inclusive por omissão: “Pena – reclusão, de 3 a 6 anos, e multa. Se o crime é culposo: Pena – detenção, de 1 a 3 anos. O estudo de impacto ambiental deverá desenvolver, no mínimo, as seguintes atividades (art. 6°, Resolução CONAMA 01/1986):
I - Diagnóstico ambiental da área de influência do projeto,
completa descrição e análise dos recursos ambientais e suas interações, tal como existem, de modo a caracterizar a situação ambiental da área, antes da implantação do projeto, considerando: a) o meio físico - o subsolo, as águas, o ar e o clima, destacando os recursos minerais, a topografia, os tipos e aptidões do solo, os corpos d'água, o regime hidrológico, as correntes marinhas, as correntes atmosféricas; b) o meio biológico e os ecossistemas naturais - a fauna e a flora, destacando as espécies indicadoras da qualidade ambiental, de valor científico e econômico, raras e ameaçadas de extinção e as áreas de preservação permanente; c) o meio socioeconômico - o uso e ocupação do solo, os usos da água e a sócio economia, destacando os sítios e monumentos arqueológicos, históricos e culturais da comunidade, as relações de dependência entre a sociedade local, os recursos ambientais e a potencial utilização futura desses recursos. II - Análise dos impactos ambientais do projeto e de suas alternativas, através de identificação, previsão da magnitude e interpretação da importância dos prováveis impactos relevantes, discriminando: os impactos positivos e negativos (benéficos e permanentes; seu grau de reversibilidade; suas propriedades cumulativas e sinérgicas; a distribuição dos ônus e benefícios sociais. III - Definição das medidas mitigadoras dos impactos negativos, entre elas os equipamentos de controle e sistemas de tratamento de despejos, avaliando a eficiência de cada uma delas. IV - Elaboração do programa de acompanhamento e monitoramento (os impactos positivos e negativos, indicando os fatores e parâmetros a serem considerados).
Parágrafo Único - Ao determinar a execução do estudo de impacto Ambiental,
o órgão estadual competente, ou o IBAMA ou, quando couber, o Município, fornecerá as instruções adicionais que se fizerem necessárias, pelas peculiaridades do projeto e características ambientais da área. O rol de empreendimentos considerados potencialmente causadores de significativa degradação do meio ambiente está expresso no art. 2° da Resolução CONAMA 001/1986. São eles:
Estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento; ferrovias; portos e
terminais de minério, petróleo e produtos químicos; aeroportos, conforme definidos pelo inciso 1, artigo 48, do Decreto-Lei nº 32, de 18.11.66; oleodutos, gasodutos, mineodutos, troncos coletores e emissários de esgotos sanitários; linhas de transmissão de energia elétrica, acima de 230KV; obras hidráulicas para exploração de recursos hídricos, tais como: barragem para fins hidrelétricos, acima de 10MW, de saneamento ou de irrigação, abertura de canais para navegação, drenagem e irrigação, retificação de cursos d'água, abertura de barras e embocaduras, transposição de bacias, diques; extração de combustível fóssil (petróleo, xisto, carvão); extração de minério, inclusive os da classe II, definidas no Código de Mineração; aterros sanitários, processamento e destino final de resíduos tóxicos ou perigosos; usinas de geração de eletricidade, qualquer que seja a fonte de energia primária, acima de 10MW; complexo e unidades industriais e agro-industriais (petroquímicos, siderúrgicos, cloroquímicos, destilarias de álcool, hulha, extração e cultivo de recursos hídricos); distritos industriais e zonas estritamente industriais - ZEI; exploração econômica de madeira ou de lenha, em áreas acima de 100 hectares ou menores, quando atingir áreas significativas em termos percentuais ou de importância do ponto de vista ambiental; projetos urbanísticos, acima de 100ha. ou em áreas consideradas de relevante interesse ambiental a critério da SEMA e dos órgãos municipais e estaduais competentes; qualquer atividade que utilize carvão vegetal, em quantidade superior a dez toneladas por dia. Haveria, assim, duas situações a considerar para aferição da gravidade do impacto (Milaré, 2002).
A primeira apresenta um rol de atividades onde a
significância é presumida, vinculando o administrador, que, preso à lei, não pode transigir. A segunda engloba os casos rebeldes à previsão legal específica, cuja apreciação, seja para determinar ou dispensar o estudo, fica entregue ao poder discricionário, mas não arbitrário, do órgão de gestão ambiental Reflete todas as conclusões apresentadas no EIA. Constitui um documento do processo de avaliação de impacto ambiental e deve esclarecer todos os elementos da proposta em estudo, de modo que possam ser divulgados e apreciados pelos grupos sociais interessados e por todas as instituições envolvidas nas tomadas de decisões. O RIMA deve conter, de acordo com os incisos I a VIII do art. 9º da Resolução CONAMA 001/86:
I) os objetivos e as justificativas do projeto, sua relação e sua
compatibilidade com as políticas setoriais, planos e programas governamentais;
II) a descrição do projeto e suas alternativas tecnológicas e
locacionais, especificando para cada um deles, nas fases de construção e operação, a área de influência, as matérias primas e mão-de-obra, as fontes de energia, os processos e técnicas operacionais, os prováveis efluentes, emissões, resíduos de energia e os empregos diretos e indiretos a serem gerados;
III) a síntese dos resultados dos estudos de diagnóstico
ambiental da área de influência do projeto; IV) a descrição dos prováveis impactos ambientais da implantação e da operação da atividade, considerando o projeto, suas alternativas, os horizontes de tempo de incidência dos impactos e indicando métodos, técnicas e critérios adotados para sua identificação, quantificação e interpretação; V) a caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência, comparando as diferentes situações da adoção do projeto e suas alternativas e a hipótese de sua não realização; VI) a descrição do efeito esperado das medidas mitigadoras previstas em relação aos impactos negativos, mencionando aqueles que não puderam ser evitados, e o grau de alteração esperado;
VII) o programa de acompanhamento e monitoramento
dos impactos; VIII) a recomendação quanto à alternativa mais favorável, conclusões e comentários de ordem geral (BRASIL, 2014b). Ambos compõem um conjunto de procedimentos capazes de assegurar, desde o início do processo, que se faça um exame sistêmico dos impactos ambientais de uma ação proposta e de suas alternativas, e que os resultados sejam apresentados de forma adequada ao público e aos responsáveis pela tomada de decisão, e por eles considerados. Além disso, os procedimentos devem garantir a adoção das medidas de proteção ao meio ambiente determinadas, no caso de decisão sobre a implantação do projeto (BRASIL, 2014b). O EIA/RIMA vai ao encontro dos princípios da prevenção e precaução, pois está inserido na primeira etapa do processo de licenciamento e deve ser exigido, elaborado e aprovado antes da expedição da Licença Prévia (LP), como condição desta, já que é nessa fase que se realizam os estudos de viabilidade do projeto e nenhum outro estudo é mais adequado para tal finalidade do que o EIA. Muitas são as críticas feitas ao EIA/RIMA, mas a mais recorrente é a de considerá-lo como um entrave ao desenvolvimento econômico. E é por esse motivo que surgem propostas para restringirem a sua exigência a um número cada vez menor de atividades que degradam o meio ambiente. FIM.
Direito Ambiental: aplicação dos princípios ambientais como fundamento das políticas públicas e entendimentos jurisprudenciais para efetivação da proteção ambiental