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A teoria comunitarista da Justiça

• Principais autores: Michael Sandel, Michael


Walzer, Alasdair MacIntyre, Charles Taylor;
• Crítica ao individualismo liberal e a
neutralidade do Estado: para os
Comunitaristas, os liberais interpretam de
modo errôneo a capacidade de
autodeterminação dos indivíduos e
negligenciam as precondições sociais sob as
quais esta capacidade pode ser exercida
significativamente;
• Para os liberais, o valor da autodeterminação é
tão evidente que não necessita de qualquer
defesa; permitir que as pessoas tenham
autodeterminação é a única maneira de respeitá-
las como seres plenamente morais (em outras
palavras, negar para uma pessoa sua capacidade
de autodeterminação é tratá-la antes como uma
criança ou como animal do que membro pleno
da comunidade);
• Para os comunitaristas, o problema é que muitas
pessoas não estão bem equipadas (não possuem
capacidade de autodeterminação plena ou
racionalidade) para lidar com decisões difíceis da
vida) para bem tomarem decisões: devemos
deixá-las por conta própria?
• Por que os liberais defendem tão fortemente
a importância da autodeterminação?
• Autodeterminação envolve, primeiramente, o
que fazer com nossas vidas; em um âmbito
geral, todos nós temos o objetivo e queremos
ter uma vida boa, ter coisas que uma vida boa
contém;
• Por isso, a necessidade de deliberarmos bem
sobre nossos objetivos e escolhas; deliberar é
saber o que vai acontecer (resultado) de
nossas ações; é um procedimento de
minimização do erro;
• A deliberação não assume apenas a forma de
perguntar qual curso de ação maximiza um
valor específico que é sustentado sem
questionamento; ela também questiona se o
valor realmente vale a pena ser buscado;
• “Como pessoas livres, os cidadãos
reconhecem-se mutuamente como
possuidores do poder moral de ter uma
concepção de bem. Isso significa que eles não
se veem como inevitavelmente ligados à
busca da concepção específica de bem e de
seus objetivos finais que abraçam em
qualquer tempo dado”[...].
• [...] “Em vez disso, como cidadãos, são
considerados, em geral, como capazes de rever
e mudar esta concepção com base em
fundamentos razoáveis e racionais. Assim, é
considerado permissível os cidadãos separarem-
se das concepções de bem e fazerem o
levantamento e a avaliação de seus objetivos
finais” (RAWLS);
• Portanto, é importante, para nós, que não
conduzamos nossa vida em falsas crenças a
respeito do valor de nossas atividades;
• A nossa concepção de bem – o nosso próprio
bem – está ligada de maneiras importantes às
práticas culturais que compartilhamos com os
outros em nossa comunidade específica;
• Por que os liberais se opõem ao paternalismo
estatal?
• 1) Porque, para eles, nenhuma vida será
melhor por ser vivida exteriormente, segundo
valores que a pessoa não endossa;
• 2) minha vida só será melhor se eu estiver
conduzindo interiormente, segundo minhas
crenças a respeito do valor;
• Portanto, temos duas precondições para a
concretização de nosso interesse essencial de conduzir
uma vida que seja boa:
• 1) que conduzamos nossa vida do interior, em
conformidade com nossas crenças a respeito do que
dá valor à vida;
• 2) que sejamos livres para questionar estas crenças,
para examiná-las à luz de quaisquer informações,
exemplos e argumentos que nossa cultura possa nos
proporcionar
• Preocupação liberal tradicional com as liberdades
civis e pessoais: os indivíduos devem ter condições
culturais necessárias para adquirir uma consciência
das diferentes visões a respeito da boa vida e a
capacidade de avaliar essas condições com
inteligência;
• Preocupação liberal com a educação, a liberdade
de expressão, a liberdade de imprensa, a
liberdade artística: todas essas liberdades nos
capacitam a julgar o que é valioso na vida da única
maneira que podemos julgar tais coisas – isto é,
explorando diferentes aspectos de nossa herança
cultural compartilhada;
• A descrição do valor da autodeterminação forma
a base do princípio da liberdade de John Rawls: a
liberdade de escolha é necessária justamente para
que encontremos o que é valioso na vida – formar,
examinar e rever nossas crenças sobre o valor;
• A autodeterminação deve nos levar a endossar um
“Estado neutro” – i.é, um Estado que não justifica
suas ações com base na superioridade ou
inferioridade intrínseca de concepções de boa vida
e que não tente deliberadamente influenciar os
juízos de valor das pessoas sobre essas diferentes
concepções (Rawls);
• Nossos interesses essenciais são prejudicados por
tentativas de impor às pessoas uma visão
específica de vida boa; como a vida tem de ser
conduzida do interior, o interesse essencial de uma
pessoa em levar uma vida que seja boa não é
promovido quando a sociedade discrimina ou
penaliza os projetos de uma pessoa que, ao refletir,
ela sente serem os mais valiosos para si (Rawls);
O comunitarismo e o bem comum
• Os comunitaristas opõem-se ao Estado Neutro – essa
ideia deve ser abandonada por uma “política do bem
comum” (M. Sandel);
• No comunitarismo, o bem comum é concebido como
uma concepção substantiva da boa vida que define o
“modo de vida” da comunidade;
• Esse bem comum (próprio do Estado comunitarista),
ao invés de ajustar-se ao padrão das preferências das
pessoas (como no Estado liberal), (I) afirma que o
modo de vida da comunidade forma a base para um
hierarquização pública do bem; e (II) o peso dado às
preferências de um indivíduo depende do quanto ele
se conforma com o bem comum ou em que medida
contribui para este;
• Dessa forma, 1) a busca pública dos objetivos
compartilhados, que definem o modo de vida da
comunidade, não deve ser limitados pela
exigência da neutralidade;
• 2) a busca pública dos objetivos compartilhados
tem preferência sobre o direito dos indivíduos aos
recursos e liberdades necessários para que
busquem suas próprias concepções de bem;
• Portanto, o Estado comunitário pode e deve
encorajar as pessoas a adotar concepções de bem
que se ajustem ao modo de vida da comunidade,
ao mesmo tempo em que desencoraja
concepções do bem que entram em conflito com
aquelas;
• O Estado comunitário é um Estado
perfeccionista: envolve uma hierarquização
pública do valor de diferentes modos de vida;
essa hierarquização se faz em conformidade
com as práticas existentes;
• Os liberais dizem que a neutralidade do Estado
é exigida para que seja respeitada a
autodeterminação das pessoas;
• Os comunitaristas opõem-se tanto à ideia
liberal de autodeterminação quanto à suposta
ligação entre autodeterminação e neutralidade.
• A crítica da “imagem do homem” liberal - o Eu
desonerado (ou o “Eu desvinculado”)
• Na visão liberal do eu, os indivíduos são
considerados livres para questionar sua
participação nas práticas sociais existentes
(econômicas, religiosas, sexuais ou
recreativas), já que são livres para questionar
sua participação em práticas existentes ou
para sair delas se acreditam que não valem
mais a pena – o eu é anterior aos fins que são
afirmados por ele (isto é, o eu é anterior as
práticas sociais de uma comunidade).
• Essa ideia de que o eu é anterior aos seus papéis e
relações socialmente dados e de que é livre
somente se for capaz de distanciar-se destas
características de sua situação social e julgá-las
(deliberar) segundo os ditames da razão foi
desenvolvida na modernidade por Kant – Texto O
que é o Esclarecimento?

• Crítica ao atomismo liberal: o “eu” é um produto


abstrato artificial de uma teoria que se empenha
na defesa dos direitos individuais e, para esse fim,
coloca o indivíduo autônomo como seu cerne
normativo; o atomismo representa uma visão
sobre a natureza e a condição humana que torna
plausível uma doutrina da primazia dos direitos.
• Os comunitaristas afirmam que a visão liberal do
eu é equivocada, uma vez que o eu (indivíduo)
está “inserido” ou “situado” nas práticas sociais
existentes, que nem sempre podemos recuar ou
sair delas;
• Teoria da justiça como equidade – o atomismo
individual – as principais objeções estariam ligadas
a ideia central da TJ: “posição original”: as pessoas
chegariam a um acordo (princípios da justiça)
ignorando suas capacidades e fraquezas, nem sua
posição social nessa sociedade, de modo que
pudessem escolher qual forma de distribuição dos
“bens sociais básicos” (direitos e liberdades
fundamentais, oportunidades sociais, renda e
riqueza, as bases sociais do autorrespeito) é mais
apropriada (justa);
• Para os teóricos comunitaristas, nossos papéis
e relações sociais devem ser considerados
como dados para fins de deliberação;
• Para Alasdair MacIntyre (Depois da Virtude;
Justiça de quem? Qual Racionalidade?), no
momento em que decidimos como conduzir
nossas vidas, “todos devemos abordar nossas
circunstâncias como portadores de uma
identidade social específica – portanto, o que
é o bem para mim tem de ser o bem para uma
pessoa que habite estes papéis.
• A autodeterminação, na visão comunitarista, é
exercida antes dentro desses papéis sociais do que
fora deles – dentro das práticas sociais, culturais,
políticas e econômicas de uma determinada
comunidade;
• O Estado, portanto, deve encorajar os indivíduos a
estabelecerem compreensões mais profundas
destes papéis sociais – práticas sociais;
• Os comunitaristas possuem três argumentos
contra a descrição liberal do eu e seus fins: 1) a
visão liberal do eu é vazia; 2) viola nossa
percepção do eu; e 3) ignora nossa inserção nas
práticas comunais.
• 1º A visão liberal do eu é vazia:
• Charles Taylor: questionar todos os nossos
papéis sociais é uma condição que derrota a si
mesma = a liberdade (liberal) completa seria
um vácuo no qual nada valeria a pena ser feito,
nada mereceria ser considerado para coisa
nenhuma;
• A verdadeira liberdade deve ser situada; os
valores comunais (da comunidade) são
“horizontes providos de autoridade”;
• O ponto principal de desavença entre
comunitaristas (como Ch. Taylor) e liberais é o
seguinte:
• Para os liberais, a liberdade de escolher nossos
projetos é inerentemente valiosa, algo a ser
buscado por si mesmo; a defesa liberal da
liberdade encontra-se justamente na
importância desses projetos;
• Para os comunitaristas, os liberais não dizem
que devemos ter a liberdade de selecionar
nossos projetos de vida por si mesmos porque a
liberdade é a coisa mais valiosa do mundo.
• Dessa forma, os liberais dizem que nossos projetos
e tarefas são as coisas mais importantes em nossas
vidas e é porque são importantes que devemos ser
livres para revê-las se percebermos que não valem
a pena; a liberdade de escolha não é buscada por
si só, mas como uma precondição para a busca de
projetos que são valorizados por si sós.
• Duas críticas principais:
• a) dizer que a liberdade de escolha é
intrinsecamente valiosa sugere que quanto mais
exercemos nossa capacidade de escolha, mais livres
somos e, portanto, mais valiosas são as nossas
vidas;
• Porém, a vida valiosa é uma vida cheia de
compromissos e relações; estas dão
profundidade e personalidade a nossas vidas; e
o que os torna compromissos é o fato de que
não são o tipo de coisa que questionamos
todos os dias;
• Exemplo do casamento: uma pessoa que se
casa 20 vezes não necessariamente tem uma
vida mais valiosa (boa) do que uma pessoa que
se casa 1 única vez;
• b) dizer que a liberdade de escolha é
intrinsecamente valiosa sugere que o valor que
buscamos em nossas ações é a liberdade, não
o valor inerente à atividade em si;
• Portanto, para compreender o valor que as
pessoas veem em seus projetos de vida, temos
que prestar atenção para os fins interiores
dela; a liberdade é valiosa porque me permite
colocar em prática esses fins;
• p.270.

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