Академический Документы
Профессиональный Документы
Культура Документы
Violenta:
O que é e como praticar?
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
A VIOLÊNCIA SILENCIOSA
Podemos passar uma vida inteira com uma sensação de
vazio, vivendo de forma apática, fria e superficial, mas
completamente crédulos de que está tudo bem.
Muitas pessoas passam uma vida inteira se comunicando de
maneira desconsiderada ou até mesmo violenta, sem que se
deem conta disso. Acabam, por consequência, não
estabelecendo relações significativas e íntimas e acham que
está tudo bem, que é assim mesmo.
14
Como resultado, podem surgir camadas internas de
ressentimento, raiva e frustração, pois a pessoa nunca se
sente realmente parte de algo enriquecedor.
15
A DEFINIÇÃO DE COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA
(CNV)
"...é baseada nos princípios da não-violência – o estado natural de
compaixão quando a não-violência está presente no coração.
CNV começa por assumir que somos todos compassivo por
natureza e que estratégias violentas - se verbais ou físicas - são
aprendidas ensinadas e apoiadas pela cultura dominante.
CNV também assume que todos compartilham o mesmo,
necessidades humanas básicas, e que cada uma de nossas ações são
uma estratégia para atender a uma ou mais dessas necessidades."
* Marshall Rosenberg “A Comunicação Não-violenta”
16
Muitos dos problemas que atravessamos nos
relacionamentos pessoais e profissionais poderiam ser
resolvidos se tivéssemos a habilidade de criar uma
comunicação cheia de empatia e compaixão,
fundamentada na ideia de uma vida mais rica e
harmoniosa com os outros.
*Frederico Mattos, psicólogo.
17
Empatia significa a capacidade psicológica para
sentir o que sentiria uma outra pessoa caso estivesse na
mesma situação vivenciada por ela. Consiste em tentar
compreender sentimentos e emoções, procurando
experimentar de forma objetiva e racional o que sente
outro indivíduo.
18
ORIGEM DA COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA
19
(...) O mundo em que vivemos é aquilo que fazemos
dele" - Arun Gandhi (neto de Gandhi e fundador do
Instituto Gandhi pela Não-violência)
20
História de Marshall Rosenberg
Quando o psicólogo americano Marshall Rosenberg
tinha 9 anos precisou ficar trancado por 3 dias em casa
com sua família por conta de um conflito racial que
eclodiu na sua vizinhança, em Detroit, culminando na
morte de quarenta pessoas.
21
Já formado, começou a pesquisar os fatores que afetam
22
Realizou um trabalho de conscientização em mais de 65
países, proferindo palestras em locais de conflito e
guerra como na Cisjordânia, Ruanda, Croácia e Belgrado.
23
Incansável, Rosenberg dedicou a vida a disseminar suas
ideias. Para apoiar esse processo, ele escreveu o
livro, Comunicação não-violenta publicado no Brasil
pela Editora Ágora, em 2006. A obra, que traz um
compêndio da sua filosofia, foi traduzida em mais de 30
idiomas e já vendeu mais de 1 milhão de exemplares.
24
25
26
Conhecendo a CNV
A comunicação não-violenta pode ser aproveitada por
todas as pessoas, não somente aquelas que lidam com
situações de conflito ou que atravessam um impasse com
alguém significativo.
27
Ela exige bastante prática, esforço, paciência, dedicação
e envolvimento genuíno.
28
FATORES EXTERNOS QUE DIFICULTAM ESTA
PRÁTICA:
- era tecnológica;
-era virtual- comunicação instantânea;
-era da informação: mídia=espetáculo do crime=instalam o
caos;
-era da velocidade;
-era do consumismo;
-era do imediatismo;
-era hedonista, individualista e egoísta.
29
Consequências:
-depressão;
-ansiedade;
-aumento da violência;
-suicídios.
30
Dados da ONU set/2013: O relatório foi elaborado para
a décima edição do Dia Mundial de Prevenção de
Suicídio, publicado em Genebra.
31
- O número de tentativas de suicídio ainda é muito
grande, com 20 milhões de tentativas por ano.
Segundo a OMS, 5% das pessoas no mundo fazem uma
tentativa de suicídio pelo menos uma vez em sua vida.
32
-PREVISÃO É DE QUE ESTE NUMERO DE 1 MILHÃO
DE SUICÍDIOS POR ANO VENHA A DOBRAR
DAQUI A 20 A 30 ANOS.
https://www.youtube.com/watch?v=84QWWMeyy0c
33
“Vivemos num mundo onde a nossa exagerada
ocupação de tarefas e obrigações promove uma
aceleração generalizada no nosso contexto mental. O
excessivo envolvimento de compromissos e incontáveis
tarefas leva-nos a uma vida superficial, gerando angústia
e ansiedade. É como se passássemos por cima das coisas,
ou viajássemos sem olhar a paisagem.”
34
Estamos nos referindo a respeito da nossa ausência
nas coisas, ou nossa falsa presença emocional nos
relacionamentos. Não estamos presentes
efetivamente nas variadas circunstâncias do nosso
cotidiano.
35
É a mente acelerada, preocupada com o futuro da nossa
vida. De sobra, chegamos a noite com a sensação de que não
cumprimos tudo o que tínhamos para fazer, sempre falta
alguma coisa. O resultado disso é a insatisfação com a vida e
conosco mesmos.
36
OBJETIVO DA COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA
desatenta.
37
É muito comum as pessoas expressarem certo
38
Apesar de sentirem um clima de cinismo, falsidade e
hipocrisia generalizada, essas pessoas não conseguem
identificar em si mesmas a alienação emocional que
condenam nos outros.
39
A CNV tem o objetivo de resgatar o que há de mais
genuíno nas pessoas:
40
As motivações ocultas da comunicação
41
Ao conversar sobre qualquer assunto o que mais
idealizamos, sem saber, é criar algum tipo de troca e
escuta saudável. Ninguém quer um relacionamento
truncado, aflitivo e cheio de problemas.
42
Muitas vezes não conseguimos e aumentamos o abismo
psicológico entre nós e os outros.
43
A comunicação usual que estabelecemos é cheia de
ruídos, vindos também de uma dificuldade pessoal em se
abrir de forma vulnerável e em atingir a pessoa na
necessidade delicada de ser apreciada.
44
Velhos hábitos, grandes danos, raízes
profundas... compaixão
45
A educação formal, familiar e a cultura ( educação) nos
arrastam para julgamentos moralizadores como culpa,
insulto, depreciação, rotulação, crítica, comparação e
diagnósticos, ou seja, uma linguagem rica em palavras
que classificam e separam as pessoas e seus atos em dois
grupos: os privilegiados e os excluídos.
46
VEJAMOS ALGUNS EXEMPLOS
DE COMUNICAÇÃO VIOLENTA:
47
48
Essa linguagem de coerção, ameaças e chantagens faz
ressentimento e vergonha.
Ou seja, mesmo que os valores apresentados sejam
49
Nossa linguagem habitual vem dos mesmos locais,
50
Alguns exemplos nos quais ameaçamos e
chantageamos:
"Eu fui com você aquele dia numa festa e agora você se
nega a ir comigo. De verdade, só nunca mais peça nada
para mim!"
"Eu sou sua mãe e sei o que é melhor para você. Se fizer
isso causará uma decepção profunda no meu coração"
51
Exemplos nos quais não assumimos a
responsabilidade:
“Não tinha como fazer diferente, meu chefe me obrigou.”
(autoridade)
52
“Sou assim por causa da minha
infância/mãe/pneumonia/depressão.”
(condição psicológico ou patológica).
53
Os quatro componentes da comunicação
não-violenta
outros.
54
1. Como se expressar com honestidade
julgadora
55
No primeiro caso, estamos fazendo uma observação
carregada de adjetivos que transformam um retrato
particular numa história taxativa de como uma pessoa
age se detendo nas aparências, sem oferecer empatia.
56
A observação da CNV procura descrever o fato sem
generalizações ou exageros linguísticos como
"sempre", "nunca", "jamais".
Exemplo:
– Porra, cara, você nunca vem nas minhas festas, hein!
57
É quase uma linguagem textual que coloca a
comunicação num nível bem próximo do que aconteceu.
Ao contrário do julgamento que cria uma reação
defensiva e cheia de culpa, a avaliação tem o efeito de
aproximar as pessoas porque não taxa ou fecha alguém
num adjetivo.
Além do mais, evita o discurso carregado de culpa,
merecimento ou punição que tanto utilizamos ao avaliar
uma pessoa.
58
1.2. Sentimento: como nos sentimos em relação ao
que estamos observando?
59
No primeiro, falamos de uma sensação física
inespecífica e no segundo falamos de um pensamento
seguido de um julgamento sobre o outro.
60
Além do pouco que conhecemos sobre sentimentos,
ainda existe o agravante de os considerarmos um sinal de
fraqueza.
61
62
Exemplo de uma namorada falando com seu parceiro:
64
Segundo a CNV, podemos reagir de quatro formas a
uma mensagem negativa – a algo como , se me
chamarem de egoísta:
65
A reação seria:
"Oh, me perdoe, eu deveria ser mais sensível, que
estúpido que eu fui.“
66
b) Culpar os outros. Aqui tentamos reverter a culpa sobre a
outra pessoa.
"Você está sendo implacável comigo, tenho me dedicado
tanto a esse relacionamento!"
Nesse caso, além de não abrir espaço para ouvir o que a
pessoa diz, ainda estabelecemos barreiras para que se
continue o diálogo. Ao pedir que o outro nos entenda,
estamos pouco próximos da dor que ela sente ao nos chamar
de egoísta, reage-se com uma nova postura de quem só pensa
em si mesmo.
67
c) Escutar nossos próprios sentimentos e
necessidades.
68
d) Escutar os sentimentos e necessidades dos
outros.
69
Nesse caso, poderia parecer um ato de condescendência,
mas esta rotularia o outro como fraco, quando nesse caso
estou tentando clarear as expectativas do outro em
relação a mim para abrir a conversa sem contra-ataques.
70
O ponto crucial em lidar com conflitos é assumir
100% de responsabilidade por nossos sentimentos,
pois as situações externas e pessoas são apenas gatilhos
para reações internas hostis.
71
Sempre temos plena liberdade para reagir de formas
diversas. Afirmar que "bati em você porque me
provocou" é uma forma de isenção de responsabilidade.
Seria mais preciso dizer "bati em você porque cedi a
raiva diante do que falou".
72
1.3. Necessidades: quais valores e desejos geram nossos
sentimentos?
primeiro.
73
Julgar é dar um tiro no próprio pé, cria fechamento e
reatividade.
75
enlevamento (alegria, inspiração, harmonia),
pertencimento (inclusão, igualdade, contribuição,
respeito, compreensão) aprendizagem, paz, diversidade,
criatividade, iniciativa, facilidade, comunidade,
liberdade, beleza, suporte, presença, cuidado, bem-estar,
proteção, clareza, estabilidade, ordem, independência,
expressão sexual.
76
Essa lista de necessidades não é nem exaustiva, nem
definitiva. Destina-se como um ponto de partida para
apoiar quem deseja envolver-se em um processo de
aprofundamento da autodescoberta e facilitar uma
maior compreensão e conexão entre as pessoas.
77
1.4. Pedidos: claros e específicos
78
Uma exigência implica que a pessoa se submeta ou se
rebele e isso afasta os outros de uma conexão genuína.
Afinal, se ela recusa a exigência corre o risco de ser
punida.
79
Quando fazemos pedidos claros e específicos temos mais
chance de ser atendidos. A primeira dica é falar de modo que
deixe claro o que você quer e não aquilo que não quer.
80
Pedir "justiça" é algo vago e tão extenso quanto "me dê
espaço para ser eu mesma".
81
Quero que me deixe ser quem sou" é inespecífico e
abstrato, seria mais preciso e observável "gostaria de
estudar na faculdade que escolhi, cantar sem ser
repreendido, poder escolher e responder pelos meus
horários e atitudes".
82
Tente se comunicar quase visualmente, de modo que
qualquer pessoa possa entender.
83
2. Como ajudar os outros e ouvir com verdadeira
empatia
84
A empatia é a compreensão respeitosa do que os outros
estão vivenciando.
85
Na CNV não importa quais palavras os outros usam para
se expressar, simplesmente prestamos atenção em suas
observações, sentimentos, necessidades e pedidos.
86
Aqui seguem alguns exemplos de tentativas de
87
Educar: "que aprendizado pode tirar dessa situação?"
(quer catequizar)
Consolar: "você fez o melhor que pôde" (tenta
88
Solidarizar-se: "oh, meu deus, coitado" (postura
infantilizante)
Interrogar: "já pensou que essa pessoa não quis dizer
aquilo?" (tenta investigar motivações intelectuais ocultas
para afastar da dor emocional)
Explicar-se: "eu no seu lugar teria já feito..." (colocar-
se em forma superior)
Corrigir: "você não entendeu nada do que aconteceu,
está errada também" (criar culpa)
89
3. Compaixão consigo mesmo
90
Curiosamente, no cotidiano temos pouca compaixão
com nossas atitudes quando se trata de agir de um jeito
que contrariou nossas expectativas. Chamamos isso de
erro, e entramos num mar de autoacusação e
depreciação.
91
A mesma comunicação não-violenta que utilizamos ao
tentar ouvir as necessidades dos outros pode ser aplicada
ao fazer uma autoanálise. Diante de um "erro", ao invés
de cair no ciclo de acusações, podemos nos perguntar:
92
Um homem chega tarde do trabalho e a esposa o acusa
de colocar tudo a perder no casamento dizendo que está
cansado desses atrasos.
O diálogo interno que se segue costuma ser implacável.
-Eu deveria ter me imposto para o meu chefe, mas sou
um covarde, faz 10 anos que trabalho ali e ajo sempre do
mesmo jeito. Que desastre ambulante.
93
Uma outra forma de seria assim:
- Quis mais uma vez agradar meu chefe e parecer eficiente,
gosto de ser visto como alguém insubstituível, ao mesmo
tempo estou com medo de perder o emprego e decepcionar
minha esposa. De outro lado ela tem razão, quem aguentaria
tantas noites sem uma companhia, ela está pedindo meu amor
e presença. Como posso conciliar meu desejo de ser
capacitado profissionalmente ao mesmo tempo que quero
passar mais tempo com minha família?
94
É possível perceber que ao invés de entrar numa
"solução" simples de autoacusação ele identificou quais
eram as forças em jogo e se colocou numa posição de
alinhamento com seus valores contraditórios e os da
esposa.
95
4. Raiva
"As pessoas que parecem monstros são apenas seres
humanos cuja linguagem e comportamento às vezes nos
impedem de perceber sua natureza humana." –Marshall
Rosenberg
Diante de uma pessoa que age de forma raivosa ou
descontrolada, não notamos que ela está se sentindo
completamente incapaz de fazer pedidos claros e se
conectar com sua própria dor.
96
Uma pessoa que projeta uma imagem "durona"
costuma estar paralisada pelo medo de ser vista como
vulnerável e perder autoridade ou controle.
A raiva costuma ser resultado de uma necessidade não
atendida associada a uma interpretação distorcida de um
fato. Ao se irritar com um amigo pelo atraso, lembre-se
que não é o atraso apenas que causou a raiva, mas o
desapontamento de não se sentir respeitado em sua
presença.
97
Longe de ser irracional, a raiva é determinada pelas
imagens e interpretações feitas por nós das ações dos
outros – tendo como referência nossa idealização do que
seria justo.
98
Se uma criança da família pisa no seu pé, será avaliada
com mais condescendência se comparada a um adulto
estranho, já que vai pressupor que ele deveria estar
olhando, atento, preocupado, cuidadoso e educado. Não
é o pisão no pé que estritamente criou a raiva, mas a
necessidade de que adultos sejam corretos com você.
99
Quando expressamos raiva, gastamos uma energia enorme
em punir alguém e não focamos em atender as nossas
necessidades. Ao mesmo tempo usamos julgamentos,
análises e ideias conspiratórias de que os outros são maus,
mentirosos, irresponsáveis, corruptos e gananciosos.
100
Quando se sentir prestes a explodir, experimente:
1. Parar e respirar profundamente;
2. Identificar os próprios pensamentos, em especial
aqueles julgadores;
3. Conectar-se às próprias necessidades, escondidas por
trás da raiva;
4. Expressar seus sentimentos e necessidades não
atendidas;
101
Seria difícil um conflito ganhar força diante de tal
postura.
Mas o que fazer quando somos nós o alvo da raiva?
102
"Queria entender melhor, como você se sente a respeito
disso?"
"Gostaria de ouvir seus reais sentimentos em relação a
tal coisa..."
Reforçando assim a conexão com suas necessidades
103
Considerações finais
Agora temos muito a que pensar sobre a maneira como
104
A CNV não é uma maneira de obrigar você a parecer
105
Esse método propõe muita ação, persistência e
tranquilidade, para entender que existe um espaço
humano seguro para discordar e até não se entender – e
mesmo assim seguir conectado, dialogando.
106