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A Literatura Contemporânea no Brasil

Principais características:

- Engajamento social como função literária;


- Fusão de várias tendências estéticas;
- Prosa com intenção social e urbana, histórica;
- Temáticas do dia a dia e regionalistas;
- Mescla entre a arte erudita e a arte popular;
- Experimentalismo de uma nova forma;
- Prosa construída de forma reduzida, como pequenos contos e
crônicas, visando a objetividade;
- Utilização de intertextualidade e metalinguagem;
- Poesia com o objetivo de reflexão do íntimo e do marginal.
Prosa Contemporânea - Autores

- Rubem Fonseca;
- Rubem Braga;
- Luís Fernando Veríssimo;
- João Ubaldo Ribeiro;
- Dalton Trevisan;
- Fernando Sabino;
- Inácio de Loyola Brandão;
- Lygia Fagundes Telles;
- Moacyr Scliar;
- Osman Lins;
- Paulo Mendes Campos;
- Luiz Ruffato entre outros...
Poesia Contemporânea Brasileira - Autores

- Cora Coralina;
- Adélia Prado;
- Manoel de Barros;
- José Paulo Paes;
- Mário Quintana;
- Thiago de Mello.
Relógio

O mais feroz dos animais domésticos


é o relógio de parede:
conheço um que já devorou
três gerações da minha família.

Mário Quintana
Do amoroso esquecimento

Eu agora — que desfecho!


Já nem penso mais em ti…
Mas será que nunca deixo
De lembrar que te esqueci?

Mário Quintana
O tempo

A vida é o dever que nós trouxemos para fazer em casa.


Quando se vê, já são seis horas!
Quando de vê, já é sexta-feira!
Quando se vê, já é natal…
Quando se vê, já terminou o ano…
Quando se vê perdemos o amor da nossa vida.
Quando se vê passaram 50 anos!
Agora é tarde demais para ser reprovado…
Se me fosse dado um dia, outra oportunidade, eu nem olhava o relógio.
Seguiria sempre em frente e iria jogando pelo caminho a casca dourada e inútil das
horas…
Seguraria o amor que está a minha frente e diria que eu o amo…
E tem mais: não deixe de fazer algo de que gosta devido à falta de tempo.
Não deixe de ter pessoas ao seu lado por puro medo de ser feliz.
A única falta que terá será a desse tempo que, infelizmente, nunca mais voltará.

Mário Quintana
Assim eu vejo a vida

A vida tem duas faces:


Positiva e negativa
O passado foi duro
mas deixou o seu legado
Saber viver é a grande sabedoria
Que eu possa dignificar
Minha condição de mulher,
Aceitar suas limitações
E me fazer pedra de segurança
dos valores que vão desmoronando.
Nasci em tempos rudes
Aceitei contradições
lutas e pedras
como lições de vida
e delas me sirvo
Aprendi a viver.

Cora Coralina
Ainda não

Ainda não…
É a espera.
Afirmação
do tempo que vai chegar
no tempo que está passando.

II

Ainda não…
É a promessa.
Certeza
do tempo de querer
no tempo que vai chegando.
A mulher é a terra —
terra de semear.

III

Ainda não…
O tempo disse dormindo:
Por que esperar?
Plantar, colher
no amanhecer.
Não retardar o instante
maravilhoso da colheita.

IV

Veio o semeador,
semearam juntos
e colheram
o encantamento do fruto.
Lamentaram juntos
Retardamos tanto… no tempo. (Cora Coralina)
Os Estatutos do Homem (Ato Institucional Permanente)
A Carlos Heitor Cony

Artigo I
Fica decretado que agora vale a verdade.
agora vale a vida,
e de mãos dadas,
marcharemos todos pela vida verdadeira.

Artigo II
Fica decretado que todos os dias da semana,
inclusive as terças-feiras mais cinzentas,
têm direito a converter-se em manhãs de domingo.

Artigo III
Fica decretado que, a partir deste instante,
haverá girassóis em todas as janelas,
que os girassóis terão direito
a abrir-se dentro da sombra;
e que as janelas devem permanecer, o dia inteiro,
abertas para o verde onde cresce a esperança.
Artigo IV
Fica decretado que o homem
não precisará nunca mais
duvidar do homem.
Que o homem confiará no homem
como a palmeira confia no vento,
como o vento confia no ar,
como o ar confia no campo azul do céu.

Parágrafo único:
O homem, confiará no homem
como um menino confia em outro menino.

Artigo V
Fica decretado que os homens
estão livres do jugo da mentira.
Nunca mais será preciso usar
a couraça do silêncio
nem a armadura de palavras.
O homem se sentará à mesa
com seu olhar limpo
porque a verdade passará a ser servida
antes da sobremesa.
Artigo VI
Fica estabelecida, durante dez séculos,
a prática sonhada pelo profeta Isaías,
e o lobo e o cordeiro pastarão juntos
e a comida de ambos terá o mesmo gosto de aurora.

Artigo VII
Por decreto irrevogável fica estabelecido
o reinado permanente da justiça e da claridade,
e a alegria será uma bandeira generosa
para sempre desfraldada na alma do povo.

Artigo VIII
Fica decretado que a maior dor
sempre foi e será sempre
não poder dar-se amor a quem se ama
e saber que é a água
que dá à planta o milagre da flor.

Artigo IX
Fica permitido que o pão de cada dia
tenha no homem o sinal de seu suor.
Mas que sobretudo tenha
sempre o quente sabor da ternura.
Artigo X
Fica permitido a qualquer pessoa,
qualquer hora da vida,
uso do traje branco.

Artigo XI
Fica decretado, por definição,
que o homem é um animal que ama
e que por isso é belo,
muito mais belo que a estrela da manhã.

Artigo XII
Decreta-se que nada será obrigado
nem proibido,
tudo será permitido,
inclusive brincar com os rinocerontes
e caminhar pelas tardes
com uma imensa begônia na lapela.

Parágrafo único:
Só uma coisa fica proibida:
amar sem amor.
Artigo XIII
Fica decretado que o dinheiro
não poderá nunca mais comprar
o sol das manhãs vindouras.
Expulso do grande baú do medo,
o dinheiro se transformará em uma espada fraternal
para defender o direito de cantar
e a festa do dia que chegou.

Artigo Final.
Fica proibido o uso da palavra liberdade,
a qual será suprimida dos dicionários
e do pântano enganoso das bocas.
A partir deste instante
a liberdade será algo vivo e transparente
como um fogo ou um rio,
e a sua morada será sempre
o coração do homem.

Thiago de Mello
À MINHA PERNA ESQUERDA

Pernas
para que vos quero?
Se já não tenho
por que dançar,
Se já não pretendo
ir a parte alguma.
Pernas?
Basta uma.

José Paulo Paes


CANÇÃO DO EXÍLIO FACILITADA

lá?
ah!
sabiá...
papá...
maná...
sofá...
sinhá...
cá?
bah!

O SUICIDA OU DESCARTES ÀS AVESSAS

cogito
ergo
pum!

EPITÁFIO PARA UM BANQUEIRO

negócio
ego
ócio
cio
O

José Paulo Paes


Prefácio

Assim é que elas foram feitas (todas as coisas) —


sem nome.
Depois é que veio a harpa e a fêmea em pé.
Insetos errados de cor caíam no mar.
A voz se estendeu na direção da boca.
Caranguejos apertavam mangues.
Vendo que havia na terra
Dependimentos demais
E tarefas muitas —
Os homens começaram a roer unhas.
Ficou certo pois não
Que as moscas iriam iluminar
O silêncio das coisas anônimas.
Porém, vendo o Homem
Que as moscas não davam conta de iluminar o
Silêncio das coisas anônimas —
Passaram essa tarefa para os poetas.

Manoel de Barros
Pranto Para Comover Jonathan

Os diamantes são indestrutíveis?


Mais é meu amor.
O mar é imenso?
Meu amor é maior,
mais belo sem ornamentos
do que um campo de flores.
Mais triste do que a morte,
mais desesperançado
do que a onda batendo no rochedo,
mais tenaz que o rochedo.
Ama e nem sabe mais o que ama.

( Adélia Prado )

Ensinamento

Minha mãe achava estudo


a coisa mais fina do mundo.
Não é.
A coisa mais fina do mundo é o sentimento.
Aquele dia de noite, o pai fazendo serão,
ela falou comigo:
“Coitado, até essa hora no serviço pesado”.
Arrumou pão e café , deixou tacho no fogo com água quente.
Não me falou em amor.
Essa palavra de luxo.

( Adélia Prado )
Teatro Brasileiro Contemporâneo

No Brasil, Oswald de Andrade escreveu peças como O rei da vela e A morta,


consideradas revolucionárias para a época. Entretanto não foram encenadas
naquele período. Portanto, formalizou-se o início do teatro contemporâneo
brasileiro com Nelson Rodrigues e a peça destaque Vestido de noiva, 1943.

Demais autores:

- Ariano Suassuna: O auto da compadecida; A pena e a lei; Uma mulher vestida


de sol...
- Dias Gomes: O pagador de promessas; O bem-amado...
- Jorge de Andrade: A moratória; O telescópio...
- Plínio Marcos: Jesus Homem; Dois perdidos numa noite suja...

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