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SERMÕES
Dividido entre Portugal e Brasil, Vieira foi um produtivo
escritor do Barroco brasileiro, que se impôs como teórico e
como modelo. Sua obra constitui-se de 200 sermões, entre
os quais o Sermão da Sexagésima, cerca de 500 cartas –
importantes documentos históricos que abordam a situação
da Colônia, a Inquisição, os cristão-novos, a relação entre
Portugal e Holanda, entre outros fatos – e profecias. À
parte suas opiniões proféticas, que revelam nacionalismo
exacerbado e um servilismo extraordinário dos jesuítas, e
as inúmeras cartas, abordando os mais diversos assuntos, o
melhor de sua obra encontra-se nos sermões que, em
linguagem simples e sem torneios de estilo, revelam
extraordinário domínio da língua, imaginação,
sensibilidade, humanidade e convicções.
Utilizando-se da retórica jesuítica no trabalho das
ideias e conceitos, Vieira mostrou-se um barroco
conceptista, no desenvolvimento de ideias lógicas,
destinadas a persuadir o público, e clássico na
clareza e simplicidade de expressão. Seus temas
preferidos foram: a valorização da vida humana,
para reaproximá-la de Deus, e a exaltação do
sofrimento, porque nele está o caminho da
salvação.
Sermões
Sermão do Bonsucesso das Armas de Portugal contra os
de Holanda (Bahia, 1640); Sermão da
Sexagésima (Lisboa, 1655); Sermão de Santo Antonio
aos Peixes (Maranhão, 1653); Sermão da Primeira
Dominga da Quaresma (Maranhão, 1653); Sermão do
Mandato (Lisboa, 1643); Sermão do Rosário (Bahia,
1633).
Obras de Profecia
História do Futuro; História de Portugal; Esperanças de
Portugal;Clavis Prophetarum.
A questão do negro
Trata-se de um sermão dirigido exclusivamente aos escravos,
chamados por ele de etíopes – termo que designava
genericamente os africanos – ou de pretos, ou, ainda, de
negros da Guiné. O sermão, destaca o autor, se apoia no mote
dos filhos de Maria. A Paixão de Cristo transformara Maria em
mãe de toda a humanidade – assim Vieira deu início ao
sermão. E, anotem, de todos os devotos de Maria no mundo, os
pretos eram os mais gloriosos. Os pretos deviam agradecer a
Deus por terem sido retirados das brenhas do mundo gentio em
que viviam em terras etíopes “para serem instruídos na fé”,
vivendo como cristãos, seguros, por isso, da salvação eterna. A
glória dos pretos residia na condição de escravos. “Somente
assim cumprir-se-ia seu glorioso destino, enquanto devotos de
Nossa Senhora do Rosário, que fez deles seus filhos prediletos
no mundo”
Sermão que ele dirigiu aos negros da Irmandade
do Rosário:
Sofisma
“De maneira, irmãos pretos, que o cativeiro que
padeceis, por mais duro e áspero que seja ou vos
pareça, não é cativeiro total, ou de tudo o que sois,
senão meio cativeiro. Sois cativos naquela
ametade exterior e mais vil de vós mesmos, que é o
corpo, porém, na outra ametade interior e
nobilíssima, que é a alma, principalmente no que a
ela pertence, não sois cativos, mas livres. ”
“quando servis a vossos senhores, não os sirvais como
quem serve a homens, senão como quem serve a Deus
[...] porque então não servis como cativos, senão como
livres, nem obedeceis como escravos, senão como filhos.
Não servis como cativos, senão como livres, porque
Deus vos há de pagar o vosso trabalho.”
“Se servis por força e de má vontade, sois apóstatas
da vosso religião, mas se servis com boa vontade,
conformando a vossa com a divina, sois verdadeiros
servos de Cristo.”
Conclusão: Considera justo o cativeiro quando o
escravo não é maltratado, e injusto, quando o é: é
contra não a escravidão em si, mas a forma como
se apresenta.
Questão do índio
Um missionário votado à conversão de infiéis.
O negro é apenas uma questão social, política; o
índio assumia perante sua consciência o papel de
primitivo que tinha que catequizar.
Índio = conversão
negro = escravidão
Raciocínio de Vieira:
1 – Nível da Bíblia
2 – Nível de Portugal