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O documento discute o memorial autobiográfico como um texto acadêmico que analisa criticamente a formação intelectual e profissional de uma pessoa. Ele explica que o memorial promove a aprendizagem biográfica e a reinvenção de si através da reflexão sobre experiências vividas. Também aborda os desafios de conciliar as dimensões avaliativa e autoformativa do memorial.
O documento discute o memorial autobiográfico como um texto acadêmico que analisa criticamente a formação intelectual e profissional de uma pessoa. Ele explica que o memorial promove a aprendizagem biográfica e a reinvenção de si através da reflexão sobre experiências vividas. Também aborda os desafios de conciliar as dimensões avaliativa e autoformativa do memorial.
O documento discute o memorial autobiográfico como um texto acadêmico que analisa criticamente a formação intelectual e profissional de uma pessoa. Ele explica que o memorial promove a aprendizagem biográfica e a reinvenção de si através da reflexão sobre experiências vividas. Também aborda os desafios de conciliar as dimensões avaliativa e autoformativa do memorial.
Fonte: PASSEGGI, M. C. Memorial de formação. In: OLIVEIRA, D. A.;
DUARTE, A. M. C.; VIEIRA, L. M. F. DICIONÁRIO: trabalho, profissão e condição docente. Belo Horizonte: UFMG/Faculdade de Educação, 2010.
• Texto acadêmico autobiográfico no qual se
analisa de forma crítica e reflexiva a formação intelectual e profissional, explicitando o papel que as pessoas, fatos e acontecimentos mencionados exerceram sobre si. Princípios de escrita
• Reflexão autobiográfica: a pessoa distancia-se de si
mesma e toma consciência de saberes, crenças e valores, construídos ao longo de sua trajetória, apropria-se da historicidade de suas aprendizagens (trajeto), vê-se como os outros a veem. E isso implica contradições, crises, desejos de reconhecimento, dilemas... Rejeições.... O narrador do memorial preocupa-se com a objetividade da escrita e engaja-se com a autenticidade da história que assina como autor(a). • A escrita não pode modificar os fatos vividos, mas pode modificar sua interpretação. • Bakhtin (1985, p. 118): a escrita exerce um efeito reversivo sobre a atividade mental: ela põe-se então a estruturar a vida interior, a dar-lhe uma expressão ainda mais definida e mais estável. • A escrita de si é formadora, pois promove a aprendizagem biográfica: conhecimentos que emanam da reflexão sobre a experiência vivida; e a reinvenção de si: transformação das representações de si mesmo mediante a vida ressignificada. Qual a natureza do memorial autobiográfico? Quais os seus usos como fonte de pesquisa e como prática de formação? • O narrador nesse tipo de escrita oscila entre a resistência à pressão institucional, que o “obriga” a refletir sobre a história de sua formação (em nosso caso: alfabetização), e o fascínio da escrita autobiográfica, que desencadeia o prazer de escrever sobre si mesmo. Essa situação de ambivalência decorre, portanto, da própria natureza desse tipo de escrita institucional. Por um lado, sua dimensão avaliativa, sobre a qual se centra o projeto institucional e, por outro lado, sua dimensão autoformativa, sobre a qual centra-se o sujeito no processo de reflexão sobre a trajetória de sua formação. Ferrarotti (1988, p. 27): uma (auto)biografia “[...] não é só uma narrativa de experiências vividas; é também uma micro relação social.” O sistema social “[...] encontra-se integralmente em cada um dos nossos atos, em cada um dos nossos sonhos, delírios, obras, comportamentos. E a história deste sistema está contida por inteiro na história de nossa vida individual”. (FERRAROTTI, 1988, p. 26). • Narrar, refletindo sobre o que se fez, é uma prática humana, mas fazê-lo dentro de modelos narrativos próprios a uma esfera cultural é algo que se adquire na relação com seus membros. • O memorial, tal como se pratica atualmente, pode ser percebido como uma tentativa de objetivação da escrita subjetiva. • O grande desafio é conciliar olhares divergentes: o da instituição que vê o memorial como instrumento de avaliação e o do narrador que descobre, ao escrever, a sedução de seu alcance autoformativo. O que será avaliado • Avalia-se, no memorial, não a vida de quem narra, mas sua capacidade para selecionar e analisar os eventos significativos: • Que fatos marcaram minha aprendizagem da leitura e da escrita? O que eles fizeram comigo? O que faço agora com o que isso me fez? • Observam-se ainda: o bom ou o mau uso dos conceitos da área de conhecimento do(a) autor(a), as referências teórico-metodológicas orientadoras da reflexão; o modo como contextualiza sua narrativa e seus questionamentos, como compreende e identifica as lacunas, dá coerência às descontinuidades, tira lições das inflexões e se projeta em devir. A escrita institucional de si tem êxito quando o narrador, ao responder às exigências institucionais, descobre o potencial formativo do memorial e se deixa envolver pelo encantamento estético e ético de fazer da vida intelectual e profissional um texto acadêmico como arte autoformadora da existência.
• Fonte: PASSEGGI, M. C. Memoriais autobiográficos: escritas de si como
arte de (re)conhecimento. In: CORDEIRO, V. M. R.; SOUZA, E. C. Memoriais: literatura e práticas culturais de leitura. Salvador: EDUFBA, 2010.