OS TEMAS NA POESIA

DE PESSOA ORTÓNIMO E HETERÓNIMOS

Idalina Ferreira, Purificação Silvano, Sónia Valente Rodrigues
Revisão científica: Fátima Oliveira

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12.º ano
  O fingimento poético

 A dor de pensar

 A nostalgia da infância

 A fragmentação do eu/ O tédio existencial

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12.º ano
  Expressão que sintetiza a teoria desenvolvida por Fernando Pessoa
para explicar o processo de criação poética/literária/artística.

 Afasta completamente a explicação desenvolvida na anterior

geração literária da expressão sincera da emoção experienciada
pelo indivíduo.

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12.º ano
 De acordo com Fernando Pessoa,

apartir do momento em que se vivencia uma emoção, ela

passa a objeto de análise pela consciência;

eao transformar-se em linguagem é já outra emoção

representada/ fingida, distinta da vivida, porque esta é da
ordem do individual, e a emoção fingida é da dimensão social.

Se é comunicável é transformada em linguagem, logo é

para ser entendida pelos outros: por isso, é outra «coisa»
distinta.

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12.º ano
 Poemas que ilustram este tema:

«Autopsicografia»

Versos:
«O poeta é um fingidor»; «…chega a fingir que é
dor/ A dor que deveras sente»

«Isto»

Versos:«Eu
simplesmente sinto/ Com a imaginação./ Não
uso o coração.»

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12.º ano
  Fernando Pessoa lamenta a consciência que tem dele próprio
e de tudo o que o rodeia.

 Se, por um lado, este estado de lucidez é um privilégio, por

outro lado, é um tormento, que o impede de alcançar a
felicidade.

 Por isso, paradoxalmente, deseja ser o outro pela sua

inconsciência, mas mantendo a consciência disso.

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12.º ano
  Poemas que ilustram este tema:

 «Ela canta, pobre ceifeira!»

 Versos: «Ah, poder ser tu, sendo eu!/ Ter a tua alegre
inconsciência,/ E consciência disso!»

 «Gato que brincas na rua»

 Versos: «Invejo a sorte que é tua», «Eu vejo-me e estou sem
mim,/ Conheço-me e não sou eu»

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12.º ano
  Pessoa recorda com melancolia a infância.

 Apesar de se questionar se terá sido realmente feliz nessa

época da sua vida, associa-a a uma felicidade que não sente
no momento presente.

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12.º ano
  Poemas que ilustram este tema:

 «Pobre velha música!»

 Versos: «Com que ânsia tão raiva/Quero aquele outrora!/ E eu
era feliz? Não sei:/ Fui-o outrora agora.»

 «Quando as crianças brincam»

 Versos: «E toda aquela infância/Que não tive me vem./ Numa
onda de alegria»

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12.º ano
  Pessoa insiste na autoanálise e na reflexão sobre a vida e o
que o rodeia.

 Dissolução do eu: repressão de ambições e sentimentos

comuns, alheamento do que é para se conhecer melhor.

 Tédio e mágoa: dificuldade em lidar com as consequências da

sua lucidez.

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12.º ano
  Poemas que ilustram este tema:

 «Boiam leves, desatentos»

 Versos:«Boiam leves, desatentos/Meus pensamentos de
mágoa,», «Leve mágoa, breve tédio,»

 «Tudo o que faço ou medito»:

 Versos:«Querendo, quero o infinito./ Fazendo nada é
verdade», «Que nojo de mim me fica ao olhar para o que faço»

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12.º ano
  A poesia das sensações e da natureza:

 A Natureza ocupa um lugar central.

 Poeta como pastor para estar em contacto permanente com

a Natureza, para a poder sentir num deambulismo que lhe
permite absorver através de todos os sentidos tudo o que é
natural.

 Relação íntima, objetiva e sensorial com a Natureza.

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12.º ano
  Poemas que ilustram este tema:

 «I-Eu nunca guardei rebanhos,»

 Versos: «Toda a paz da Natureza sem gente/ Vem sentar-se a meu lado»,
«Pensar incomoda como andar à chuva», «Que sou qualquer coisa natural -»
 «II – O meu olhar é nítido como um girassol»
 Versos:«Pensar é estar doente dos olhos», «...porque a (Natureza) amo»
 «XIV- Não me importo com as rimas. Raras vezes»
 Versos: «Penso e escrevo como as flores têm cor», «E a minha poesia é natural
como o levantar-se o vento»
 «XXXVI-E há poetas que são artistas»:
 Versos:«Que triste não saber florir»

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12.º ano
  O neopaganismo

 O epicurismo e o estoicismo

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12.º ano
  Reis acredita em deuses que estão acima de todas as coisas,
são superiores em tudo aos homens, controlando o seu
destino e são tão reais como a realidade física que nos
rodeia.

 Reis deseja a liberdade e só pode ser livre aquele a quem os

deuses nada concedem. Por isso, rejeita todas as emoções.

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12.º ano
  Poemas que ilustram este tema:

 «Acima da verdade estão os deuses.»

 Versos: «...e mais alto estão os deuses», «Mas adorar
devemos/Seus vultos como às flores», «São tão reais como reais
as flores»
 «Quero dos deuses só que me não lembrem»
 Versos:«A quem deuses concedem/Nada, tem liberdade.»
 «Aos deuses peço só que me concedam»
 Versos:«Quero erguer alto acima de onde os homens/Têm prazer
ou dores.»

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12.º ano
  Procura de um estado de tranquilidade e/ou serenidade
que deriva da renúncia aos bens materiais, às paixões ou
prazeres complicados e de aceitação da morte como
fenómeno natural (ataraxia).

 Busca de um prazer natural, sem inquietação, em equilíbrio

com a Natureza.

 Carpe diem – gozar a felicidade do momento presente.

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12.º ano
  Poemas que ilustram este tema:

 «Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira do rio»

 Versos: «Sossegadamente fitemos o seu curso (do rio) e
aprendamos/Que a vida passa», «Quer gozemos, quer não
gozemos, passamos como o rio.»

 «Não tenhas nada nas mãos»

 Versos: «Senta-te ao sol. Abidica/ E sê rei de ti próprio.»

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12.º ano
  A vanguarda e o sensacionismo

 A abulia e o tédio

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12.º ano
  Excitação fisiológica provocada pelo desejo febril de sentir o
progresso da civilização moderna, de se fundir com as
máquinas, de «sentir tudo de todas as maneiras».

 Sensacionismo visto como a única forma de apreender o

real, dando-se, por isso, primazia à sensação em detrimento
da razão.

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12.º ano
  Poemas que ilustram este tema:

 «Ode triunfal»:
 Versos: «Em febre e olhando os motores como a uma Natureza
tropical», «Ser completo como uma máquina», «E arde-me a
cabeça de vos querer cantar com um excesso/...ó máquinas”.

 «Ode marítima»:
 Versos:«Toda a vida marítima! tudo na vida marítima!/Insinua-
se no meu sangue toda essa sedução fina»

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12.º ano
  Nesta fase, a poesia de Campos reflete a sua abulia, cansaço
e frustração.

 A justificação para este estado de espírito reside na tomada

de consciência da inutilidade das sensações e das paixões.

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12.º ano
  Poemas que ilustram este tema:

 «O que há em mim é sobretudo cansaço»

 Versos:«A subtileza das sensações inúteis,/As paixões violentas
por coisa nenhuma», «Tudo isso faz um cansaço», «Um
supremíssimo cansaço».

 «Lisbon revisited»
 Versos:«Já disse que não quero nada.», «A única conclusão é
morrer.».

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12.º ano
 Temas Poemas ilustrativos
«Autopsicografia»
O fingimento poético «Isto»
«Ela canta, pobre ceifeira!»
«Gato que brincas na rua»
A dor de pensar «Ditoso a quem acena»
«Não sei ser triste a valer»
«Cansa sentir quando se pensa»
Pessoa
«Pobre velha música!»
ortónimo «Quando as crianças brincam»
A nostalgia da infância
«Não sei, ama, onde era»
«Quando era criança»
«Boiam leves, desatentos»
A fragmentação do eu/ o «Tudo o que faço ou medito»
tédio existencial «Meu coração é um pórtico partido»

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12.º ano
 Temas Poemas ilustrativos

«I-Eu nunca guardei rebanhos,»

«II – O meu olhar é nítido como um
girassol»
A poesia das «XIV - Não me importo com as rimas.
Alberto
sensações e da Raras vezes»
Caeiro natureza «XXXVI - E há poetas que são artistas»
«IX - Sou um guardador de rebanhos»
«XVIII - Quem me dera que eu fosse o
pó da estrada»

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12.º ano
 Temas Poemas ilustrativos

«Acima da verdade estão os deuses.»

«Quero dos deuses só que me não
lembrem»
O neopaganismo «Aos deuses peço só que me
concedam»
«Não consentem os deuses mais que
a vida»
Ricardo Reis

«Vem sentar-te comigo, Lídia, à beira

do rio»
O epicurismo e o
«Não tenhas nada nas mãos»
estoicismo
«Sábio é o que se contenta com o
espetáculo do mundo»

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12.º ano
 Temas Poemas ilustrativos

«Ode triunfal»
A vanguarda e o «Ode marítima»
sensacionismo «Saudação a Walt Whitman»
«Passagem das Horas»
Álvaro de
Campos
«O que há em mim é sobretudo cansaço»
A abulia e o tédio «Lisbon revisited»
«Esta velha angústia»

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12.º ano