Вы находитесь на странице: 1из 27

Teses

Sobre o conceito de
história
BENJAMIN, Walter. Sobre o conceito de história. In:
O anjo da história.
Tradução de João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2019;
Magia e técnica, arte e política. Tradução de Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 2012.
Aula 4 de ST1: IMAGENS POLÍTICAS NO CARNAVAL DAS ESCOLAS DE SAMBA
Fátima Costa de Lima, PPGT, 2020/1
Preliminar 1: Revoluções do século XIX:
Revolução Francesa (1789-1793) - Queda da Bastilha (1789) destitui o
rei -> Assembleia Nacional Constituinte (89->91), Primeira Constituição
da 1ª democracia burguesa capitalista (x feudal aristocrática),
Monarquia Constitucional (proíbe sindicatos e greves); Comuna de Paris,
Danton e a plebe, os sens culote (89-95) -> Convenção Nacional muda o
calendário (92-95), Terror Jacobino de Robespierre (93-94), Luís XVI na
guilhotina (93), Convenção Nacional (92-95), Convenção Termidoriana
(94-95) -> segunda Constituição (voto censitário x voto universal) ->
Diretório (95-99) domínio da alta burguesia, Babeuf e o povo perdem a
Conjuração dos Iguais (socialista), por direitos e contra a propriedade
privada (96) -> Golpe de Napoleão Bonaparte: 18 Brumário (99-1815,
Waterloo) -> volta dos Bourbons pelo Congresso de Viena (punição da
França): Luís XVIII (15-24) moderado -> Carlos X absolutista (24-30):
Ordenações
-> Revolução de 30, liberal antimonarquista -> Luís Felipe de Orleans, o
“rei burguês” apoiado pela burguesia financeira na Monarquia de Julho
(30-48) -> Segunda República (breve) -> Revolução de 48: revolta de
junho perde e Luís Napoleão assume a 1ª República -> 2º Império (1951)
Preliminar 2
WIZISLA, Erdmut. Construído com astúcia: um modelo para o modo de escrever de Walter Benjamin. In:
MACHADO, Carlos Eduardo Jordão e outros (Orgs.). Walter Benjamin: experiência histórica e imagens
dialéticas. Tradução de Marlene Holzhausen, Carlos E .J. Machado, Artur S. Bez, Fabio R, Uchôa e Rafael M.
Zanatto. São Paulo: Unesp, 2015, p. 13-22.
Benjamin: “pensamento assistemático” e “laboratório multiforme”.
Artigo de 38 sobre Um instituto alemão de livre pesquisa: Como
escrever ocultando a posição política desconforme com o IPSocial e
o revisor Ferdinand Lion da revista Mass und Wert (Medida e Valor)?
Questões e condições:
1. revisor: “não comunista” e pouco extenso (seção de crítica),
revista para “atrair a burguesia culta”;
2. IPS: “rebolar” para esconder a posição crítica a ideias diferentes
Burckhardt Lindner: “Uma estratégia consistente em passar
criticamente de contrabando a própria posição, com o gesto da
exposição leal” por exemplo, contra o conceito afirmativo de
“cultura” de Marcuse
Sobre IPS: estudos exaustivos, “catálogo de críticas”
“requisitórias” – protesto, objeção e procedimento, elementos
intelectuais -> contra a intelectualidade livre [liberal], o
pragmatismo e o conceito de sistema [ver ODTA: constelação]
Sobre limitação de espaço na revista:
1. a “construção variável”, a carta que wB enviou ao redator
revela sua queda por adivinhações, mensagens cifradas,
escritos enigmáticos...
PARECE IDIOSSINCRASIA, mas é LÓGICA DE CONSTRUÇÃO DE
ARTIGO
“para não se entregar ao jogo da censura, ocultar a posição
política” [para pensar alegorias invisíveis como as da minha
tese...]
2. “velha inclinação [...] animar meus próprios pensamentos por
meio da perseguição dos pensamentos alheios [uso de
CITAÇÃO]
Dialética: ocultar posição política e mostrar o prazer do
proibidor de intervir nos textos a que ele dá oportunidade
de publicar [banca...]
artigo com 8 partes e 11 combinações possíveis (redator:
12ª)
wB paginou, contradição: “constelação” x fixa -> dialética
em suspensão:
“construção flexível, variável, ao mesmo T citável e
vedada x abusos”
No Baudelaire, saber humano despedaçado em peças
arbitrárias e recortadas = gesto do alegorista (ODTA)
x linearidade e hierarquia no “adiamento das teses por
meio de modificação e decifração”; jogos de crianças com
pequenas letras = “modelo para o modo de escrever
político de Benjamin”;
1
Dialética teologia x falso materialismo histórico
Mesa de xadrez: parece que mostra tudo, prisma esconde a parte de
baixo
Na mesa: um autômato ou fantoche “o Turco” = “materialismo
histórico”
Embaixo da mesa: corcundinha mestre de xadrez = teologia
O corcundinha guia o jogo do Turco, que pode desafiar todos e sempre
ganha, desde que tenha o corcundinha a seu serviço (que não pode
aparecer)
Imagem da cena do jogo de xadrez = alegoria da aposta política
esquerdista que crê na sua própria hegemonia, que “materialismo
histórico” ganha da teologia,
Tarefa: decifrar a teologia
= crença no progresso: conceito do modo de produção capitalista
incorporado pela SD (tese 13); corcundinha (Imagens de pensamento);
Capitalismo como religião: a religião do dinheiro
2
Herança do passado: a frágil força messiânica
A imagem de felicidade depende da época, “está no ar que
respiramos”, nos amores e amizades que não concretizamos ->
está ligada à redenção
Todo passado traz um “índice secreto” que se orienta a esta
redenção: sopro de ar, eco de vozes, irmãs
O materialista histórico sabe que há um encontro marcado entre
nós e as gerações anteriores: “alguém na terra esteve à nossa
espera” e nos deu a frágil força messiânica com a qual o
passado apela a nós e nos interpela
Imagem messiânica = alegoria do horizonte metodológico da
relação do historiador materialista histórico com o passado
Tarefa: perscrutar o passado à busca da frágil força
messiânica
Redenção: seremos perdoados e entraremos no
reino dos céus = felicidade
3
Procedimento do historiador 1
O cronista que não diferencia pequenos de grandes
acontecimentos
sabe que nada do passado está perdido para a história
Passado completo = redimido, quando cada momento será citável
Este dia é o dia do juízo final
Imagem da redenção = alegoria da revolução,
Imagem (temporal) do dia do juízo final = momento
revolucionário
Tarefa: relacionar memória e produção de conhecimento
histórico
A memória individual integra a metodologia do historiador: ela
pode encontrar os pequenos acontecimentos (os grandes já estão
dados na história burguesa) que completam a história e nos
redimem
Epígrafe: luta por comida e o reino de Deus virá por si
mesmo (Hegel)
A luta de classes (MARX) é por coisas brutas e materiais
-> refinadas e espirituais que não são “despojos do
vencedor” e sim “confiança, coragem, humor, astúcia,
firmeza” com que, desde o passado remoto,
questionamos cada vitória dos dominadores.
Flores->sol (“heliotropismo misterioso”) = passado->sol
da História, a mudança + imperceptível, a que o
materialista histórico deve estar atento
Imagem de flores -> o sol = alegoria de manter o foco no
que muda na história sem que a gente perceba
Tarefa: tendo como pressuposto a luta de classes
(sentido infra->superestrutura) prestar atenção à
direção para onde se orienta a história
5
Os momentos da história a serem percebidos
A imagem do passado passa voando, relampeja no momento de
sua conhecibilidade/cognoscibilidade x “a verdade não nos
escapará”
Esta imagem desaparece se o presente não se percebe visado
por ela
Imagem do relâmpago = alegoria da percepção do quase
imperceptível que vem do passado pelo presente do historiador
Tarefa: ficar atento às imagens fugidias que vem do
passado
Cita: (como antagonista) Goetfried Keller, literato realista suíço
mais famoso do século XIX, narrou suas histórias de pobreza na
infância, de discípulo de Feuerbach (radicalismo político e
religioso) -> moderado: ataques à moral pequeno burguesa e a
Romeu e Julieta: “patético”.
6
A força do conformismo da tradição x agarrar o momento histórico
Articular o passado não é contar “como ele de fato foi”,
e sim algo da ordem da memória, do apropriar-se de uma
recordação como imagem que relampeja (tese 5) num momento
de perigo, inesperadamente pelo sujeito histórico (tese 4: da luta
de classes)
Perigo: tornar-se instrumento das classes dominantes
Alegoria do Messias = imagem do revolucionário que vai redimir (o
povo) e vencer o Anticristo. Despertar a esperança no passado,
pois nem os mortos estão seguros quando o inimigo vence (e está
vencendo)
Tarefa: contra a percepção conservadora da tradição,
vencer politicamente
Atenção ao momento histórico: versões nazistas da tradição alemã
7
Empatia com o vencedor x escovar a história a contrapelo
Empatia = acedia do coração retira a energia revolucionária,
empatia com o vencedor (x FC: para conhecer a história de
uma época, esquecer as anteriores).
Dominantes herdam dos que venceram antes, fazem o
cortejo sobre os corpos caídos no chão e carregam os
despojos = bens culturais, produzidos pelos gênios mas
também pela servidão anônima [cultura: sentido negativo]
Olhar para isto com distanciamento e horror, pois... “Nunca
houve documento de cultura q n fosse documento de
barbárie”, que atinge tb bens culturais e sua transmissão
Tarefa: escovar a história a contrapelo
Cita: bB, escuridão, frio e lamentos; Flaubert: quanta tristeza
para ressuscitar Cartago; e (contra) Foustel de Coulanges
8
Verdadeiro estado de exceção x “estado de exceção”;
falso assombro
[Da transmissão] a tradição dos oprimidos diz: estado de
exceção é regra
Para melhor posição na luta contra o fascismo
Tarefa: produzir um verdadeiro estado de exceção
Não gera conhecimento o assombro com a catástrofe, a
não ser o conhecimento de que esta concepção é
insustentável
9
Tempestade do progresso x anjo da história
O anjo da história olha para o passado querendo
se afastar da história como catástrofe que
acumula ruínas, quer juntar os fragmentos e
acordar os mortos, mas a tempestade chamada
progresso não deixa, impele-o para o futuro
Tarefa: parar a tempestade
Cita Scholem, saudação do anjo: asas prontas
para voar, mas retroceder, pois seguiria infeliz
Paul Klee, quadro Angelus Novus
Até aqui, teses sobre o conceito de história = teoria

Daqui em diante, aplicação das teses na crítica


à atuação política da esquerda alemã
10
A meditação dos monges medievais servia para desvia-los
do mundo, tal como as reflexões dos políticos antifascistas
quando traem a causa.
Três aspectos da mesma realidade: fé no progresso,
confiança no apoio das massas e subordinação ao
aparelho (incontrolável)
Embora seja custoso a nossos hábitos mentais...
Tarefa: formular uma concepção de história não
cumplice destes políticos
11
Conformismo; disputa do conceito de trabalho
O conformismo de práticas políticas e ideias econômicas da SD
causa o colapso, ao corromper os trabalhadores fazendo-os crer que
o progresso técnico do trabalho industrial os favorece =
secularização da moral protestante do trabalho, já no Programa de
Gotha [organização de trabalhadores depois da Rev burguesa]
MARX [2ª x]: quem só possui sua força de trabalho -> escravo dos
proprietários [capitalistas x trabalho = fonte da riqueza, Das Kapital]
Contra SD (Dietzgen): “o trabalho salva os tempos modernos”
Conceito de trabalho que não pensa o trabalhador na posse do que
ele produz, só valoriza a dominação da natureza x retrocessos da
sociedade = tecnocracia que faz aflorar o fascismo, ideia mais
atrasada que a de antes de março de 1848: trabalho vai de
exploração da natureza -> da natureza humana = proletariado,
+ fantasioso que Fourier: libertar da natureza, que (Dietzgen) “está
aí, grátis.”
12
Sujeito do conhecimento histórico
Imagem que inspira o revolucionário
Precisamos da História, mas não como os ociosos no jardim da ciência
(Nietzsche, Vantagens e desvantagens da história para a vida)
O sujeito do conhecimento histórico é a classe combatente
oprimida
[MARX] a última classe oprimida vingar e libertar as gerações
derrotadas
Consciência do movimento espartaquista [revolução alemã 18-19,
liderada por Rosa Luxemburgo, assassinada] x SD: apagou da história
Louis Auguste Blanqui [socialista utópico, girondino, encarcerado no
Terror e liderança das Revoluções de 30 e 48, 37 anos na prisão] e
entende a classe operária = redentora das gerações futuras -> perdeu
o ódio e o espírito de sacrifício [aburguesou; Ira e Tempo Peter
Sloterdijk] = imagem de antepassados escravizados >x descendentes
libertados SD
13
O progresso da Social Democracia (SD)
Cita Dietzgen por terceira vez
[Materialista histórico socialista XIX, seguidor do ateísmo
humanista de Ludwig Feuerbach (que Marx critica nas
Teses sobre F: práxis revolucionária, educador deve ser
educado) -> EUA]:
“a causa está + clara, o povo + esclarecido”
Conceito de “progresso” da SD: sem limites e inexorável,
se desenvolve no tempo homogêneo e vazio
x realidade
14
Jeztzeit = tempo da história = tempo de agora
Conceito de moda; salto do tigre
O passado carregado de “agoras” faz explodir o contínuo da
história
A Revolução Francesa citava a Roma antiga [rebelião
escravagista] como a moda cita a veste do passado. A moda
tem um faro para o atual que se oculta no passado, ela dá o
salto do tigre [animal que salta para o lado] em direção ao
passado, mas o passado da classe dominante
O salto dialético da revolução (MARX)
= salto de tigre do trabalhador sob o céu aberto da história
Cita Karl Kraus “A origem é o alvo” [ver fragmento Origem
ODTA]
15
Valor político do calendário

Consciência necessária para explodir o contínuo da história


= das classes revolucionárias no momento da ação
A grande revolução troca de calendário, o 1º dia é
acelerador da história, feriados são dias de reminiscência
[e os desfiles que estudamos? E o carnaval como um todo?
Buck-Morss: encenação da revolução russa]
Calendários não são relógios, são monumentos da
consciência histórica que a Europa não tem + faz um
século
Julho de 1830 [Rancière, A noite dos proletários], no fim do
1º dia de luta, Imagem de atirar nos relógios das torres =
alegoria da revolução feita
16
T Historicismo x T do materialismo histórico
Imagem eterna do passado, “era uma vez”
x
passado = experiência única de explodir o contínuo da
história
No “presente” do historiador, o tempo se imobiliza
17
Historicismo x historiografia materialista; constelação
Princípio aditivo: na massa dos fatos no tempo homogêneo e
vazio x
Princípio construtivo: imobilização do pensamento =
choque que cristaliza a consciência numa mônada (objeto) =
constelação saturada de tensões = imobilização messiânica
dos acontecimento = oportunidade revolucionária na luta pelo
passado oprimido = oportunidade para explodir a época fora
do contínuo histórico = arranca a época de uma vida
(conformismo, tese 11) e arranca a obra da obra dessa vida;
resultado: Aufhebung = superação dialética
(nega, preserva e supera): na obra o conjunto da obra, no
conjunto da obra a época e na época toda a história
Fruto da compreensão histórica = T = semente preciosa, mas
insípida
Tempo messiânico = sociedade sem classes (MARX
secularizou), mas a SD fez deste conceito um ideal
neokantiano = tarefa infinita
no tempo homogêneo e vazio = antessala de espera da
revolução
Todo instante carrega o potencial revolucionário,
mas ele é definido pela atuação política
[crítica à não concretização da Revolução alemã]
Sem classes não é meta do progresso e sim interrupção
da história
Sobre secularização: boas ideias de Schmitt, como
exceção na jurisprudência = milagre na teologia, mas
posição contrarrevolucionária [teoria da soberania;
Maquiavel?], = diabo
x Benjamin: legitima com energia do messiânico, mesmo
18
A vida humana na terra = 2 segundos no final de 24 horas
História da humanidade = 1/5 de segundo ->
Jetztzeit = modelo do messiânico
resume a história = lugar da humanidade no universo

Jogo de escalas
A
História é nexo causal entre fatos históricos, mas
fatos só são históricos depois de terem acontecido,
por causa de outros acontecimentos depois deles
e deles separados às vezes por milênios
Imagem: não lidar com os fatos como as contas de um
rosário, mas
captando a constelação em que a época faz contato com
a anterior ->
presente =
“tempo de agora” com estilhaços do messiânico =
revolucionário
B
Adivinhos judeus vivem o tempo das reminiscência x
homogêneo e vazio
Proibidos de perscrutar o futuro, que a reminiscência
desencanta
(ao qual sucumbem os proibidores)
No tempo das reminiscências,
cada segundo é a porta estreita pela qual o Messias pode
penetrar
Tarefa: perscrutar o futuro consultando o passado

Вам также может понравиться