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versus determinismo
Natureza do problema
Uma ação não será livre se o ser humano for coagido a agir, seja
por um constrangimento exterior – por exemplo, um conflito armado –,
seja por um impulso interior a que não consegue resistir – por exemplo,
insanidade mental.
Formulação do problema
Neste enquadramento, não parecia restar muito espaço para a liberdade da vontade.
Hoje, ao nível da ciência física, surge um outro entendimento da realidade física, diferente
do proposto pelo paradigma mecanicista; a realidade é vista como algo essencialmente
dinâmico e continuamente conectado em que tudo está em relação com tudo.
Daqui decorre uma importante consequência: as interações dos corpos materiais são
contínuas e existe constante reciprocidade e retroação.
Numa conceção dinâmica da realidade, em que tudo está conectado com tudo, nem é
concebível um livre arbítrio ilimitado nem um determinismo ilimitado. Graças às
interações e retroações constantes, não há apenas um futuro, há vários futuros
possíveis, embora não sejam ilimitados.
Visto desta maneira, o conceito clássico de determinismo deixa de fazer sentido para nós,
humanos (e é bom não esquecermos que este conceito não existe fora de nós, é uma
construção nossa).
É neste novo contexto, em que se considera que tudo está interconectado, que o futuro
não está rigorosamente determinado – porque há vários futuros possíveis* –, que se deve
colocar o problema do livre arbítrio versus determinismo.
*
A ideia de que não há apenas um futuro possível é ilustrada por um exemplo simples, referido pelo filósofo da
ciência Geoff Haselhurst (A simple solution to the problem of free will and determinism) que nos convida a
imaginar um pêndulo com o seu constante vaivém, da esquerda para a direita e da direita para a esquerda, e um
botão que pode ser pressionado. Se o agente da experiência pressiona o botão quando o pêndulo está à
esquerda, recebe um choque elétrico; se pressiona o botão quando ele está a direita, obtém uma barra de
chocolate. Portanto, nesta situação, há pelo menos dois futuros possíveis e o ser humano pela sua ação pode
tornar um mais provável do que o outro, exercendo uma liberdade limitada «num universo necessariamente
conectado».
Filosofia 11.º ano
O problema da liberdade
versus determinismo