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LIVRO
ADMINISTRAÇÃO DA
EDUCAÇÃ NO BRASIL
Genealogia do
Conhecimento
Brenno Sander
1. Genealogia do Conhecimento da Administração da
Educação Brasileira
a) Introdução:
A administração da educação no Brasil iniciou no âmbito
da política econômica, científica e cultural do país. A administração da
educação surgiu como campo de estudo intervenção social para a
formação cidadã.
A influência externa na concepção e prática da administração
pública e da gestão da educação no Brasil tem influências positivista e
funcionalista (séculos XIX e XX), desenvolvendo as teorias clássicas e
comportamentais da administração, na Europa e EUA. Na II Guerra
mundial instalou-se a orientação comercial e modernizante.
Modelos acríticos de administração foram importados gerando
custos mesmo que fossem apenas para atender objetivos políticos
daqueles do Brasil.
Com isso ocorreu, no século XX, a criação de perspectivas de
que a gestão escolar não é neutra de desempenha um papel político e
cultural específico, situando no tempo e espaço.
O livro objetiva contribuir para a compreensão das orientações
teóricas e perspectivas analíticas adotadas nos estudos sobre a
organização e administração do ensaio. Também, o autor pretende
elaborar quatro modelos heurísticos de administração adotados em
fases distintas da administração do país já República. Ainda, objetiva
apresentar uma nova síntese teórica da prática administrativa.
A metodologia de trabalho é analítica e seu enfoque transdiscipli-
nar para identificar distintas fases da história brasileira do pensamento
administrativo da educação. O texto mostrará a estreita ligação entre o
progresso do conhecimento da administração pública e o progresso do
conhecimento na gestão da educação. Política e administração são inse-
paráveis na vida das organizações humanas.
1.1 Administração da educação no Período Colonial:
Do período colonial até o início do século XIX utilizou-se um enfoque jurídico,
interpretado a partir do código napoleonico, influenciado por Portugal e
França. Ainda a norte-americana.
Mas, a partir de então, a dialética entre o legalismo de origem eurolatina
( ênfase na ordem, regulamentação e na codificação – formalismo,
discrepância entre a leia e a realidade) – pensamento dedutivo (parte-se dos
princípios gerais para aplicá-los a fatos concretos) e o experimentalismo
anglo-americano – pensamento indutivo ( partindo da experiência e dos fatos
empiricamente observados numa série para então formular princípios gerais)
marcaram a trajetória da administração escolar no Brasil.
O enfoque jurídico somou-se aos valores próprios do cristianismo,
especialmente da Igreja Católica Romana e posteriormente ao ideais
positivistas, pois chegaram ao Brasil oito frades da Ordem Franciscana na
Caravela de Pedro Alvares Cabral, chefiados pelo frei Henrique de Coimbra.
Outras ordens religiosas chegaram a Colônia, porém a que
a que mais influenciou foi a Companhia de Jesus (Jesuítas). A experiên -
cia Jesuítica só foi interrompida temporariamente, no século XVIII, pelas
reformas pedagógicas do Marquês de Pombal (Iluminismo e Absolutismo)
A influência católica na educação brasileira aumentou na primeira
república com a presença dos lassalistas, maristas, salesianos e
dominicanos, mas o modelo jesuítico ainda plasmou mais o sistema de
organização e administração escolar. Também a Igreja Protestante
conseguiu penetrar com firmeza (Luteranos, Prebisterianos, Metodistas e
Batistas).
A filosofia positivista e sociologia organicista marcaram
profundamente o pensamento científico dos últimos dois séculos (ambos
de caráter enciclopédicos, enfocando harmonia, equilíbrio, ordem e
progresso). Comte foi a grande síntese do organicismo e do positivismo
com o Consensus Univesalis, que mais tarde se refletiu nas teorias
consensuais e universalistas de organização e administração da escola
clássica.
O Positivismo impôs o modelo vinculado ao status quo político e
social, além de valores dos centros de poder econômico internacional.
Na
educação, manifestou-se através do conteúdo universalista de seu currí-
culo enciclopédico, sua metodologia científica de natureza descritiva e
empírica e nas práticas prescritivas e normativas de organização e ges -
tão educacional. Originou-se o modelo hipotético-dedutivo e normativo.
RESUMINDO: O positivismo também se manifestou pela
crescente adoção de perspectivas comportamentais de administração; a
tradição jurídica enraizada no direito administrativo romano, com seu ca-
ráter normativo e seu pensamento dedutivo; introdução do método cientí-
fico empírico, do enciclopedismo curricular e dos modelos normativos de
gestão da educação.
1.2 Administração da Educação na Era Republicana:
Durante o período republicano, a administração pública pode ser
dividida em quatro fases que correspondem a um modelo específico de
gestão da educação, definido segundo a eficiência, eficácia, efetividade e
relevância.
a) FASE ORGANIZACIONAL: efervescência intelectual no começo do
século XX, marcou os movimentos reformistas na administração do Esta-
do e na gestão da educação. Fundação da Associação Brasileira de
Educação (ABE)- 1924 e o Manifesto dos Pioneiros da Educação Nova –
1932. A pedagogia tradicional dá espaço a pedagogia nova, além dos
movimentos de renovação católica. Durante o Estado Novo se instalou a
tecnocracia (quadro técnico, adoção de soluções racionais em organiza -
ção e administração). REFORMISTAS. Não se extinguiu a tradição do di-
reito administrativo romano no Brasil. Os protagonistas estavam inseridos
no movimento acadêmico internacional no campo da ciências políticas e
Administrativas. A teoria administrativa está baseada nos princípios da
escola clássica de administração, com três grandes movimentos:
administração científica (Taylor), administração geral e industrial (Fayol),
administração burocrática (Weber). Benedito Silva (1965) fez uma síntese
brasileira dos princípios da administração clássica de Taylor e Fayol. O
período colonial tinha um enfoque jurídico semelhante a orientação do
enfoque tecnobrocrático da fase organizacional, sendo a organização nor-
mativa e dedutiva. Houve a separação entre política e administração na
linha de Goodnow (1900). Assim, a adminitração pode ser definida como
uma prática particular da política, esta concebida como prática global da
convivência humana.
Características da fase organizacional: reduzido papel dos fatores
econômicos, políticos e culturais sobre o comportamento administrativo;
preocupação com a identidade cultural e a promoção dos valores caracte-
cterísticos da sociedade brasileira (modelo ultramar, quando cumpriam
parcialmente o importado devido a diferença com a realidade brasileira –
reduzida atenção a dimensão humana)(p. 36).
Conceito criado pela ANPAE para a fase organizacional: A administra –
Ção escolar supõe uma filosofia e uma política diretoras pré-estabelecidas; consiste no complexo de
processos criadores de condições adequadas às atividades dos grupos que operam na escola em divisão
do trabalho; visa a unidade e economia da ação, bem como o progresso do empreendimento. O complexo
de processos engloba atividades específicas – planejamento, organização, assistência à execução (gerên-
cia), avaliação de resultados (medidas), prestação de contas (relatório) – e se aplica a todos os setores da
empresa – pessoal, material, serviços e financiamento (ANPAE , 1961 IN SANDER, 2007, P. 35).
Finalidades da ANPAE: congregar pesquisadores e professores de
educação superior, dirigentes e técnicos dos sistemas de ensino, professo-
res e diretores de escola e outras instituições de educação, para lutar pela
afirmação do direito a serviços de educação de qualidade para todos os
cidadãos.
b) FASE COMPORTAMENTAL: resgatar a dimensão humana da adminis-
tração nas reações nas fábricas, nas organizações governamentais e nas
escolas e universidades. Eclode os movimentos psicosociológicos das rela-
ções humanas, deflagrados a partir dos estudos de Hawthorne (1924 –
1927).
Bases teóricas encontram-se nas ciências da conduta humana,
particularmente nos estudos de psicologia e sociologia de orientação fun-
cionalista. (Disciplina de Sociologia e Psicologia). – dinâmica de grupos,
análise transacional, desenvolvimento organizacional, formação de líderes
e teoria dos sistemas. Enfoque sistêmico de natureza psicossociológica.
Dois representantes: Pestalozzi e Froebel. A intersecção entre Psicologia e
Sociologia deu origem à psicologia social, influênciando os estudos sobre
Administração.
Tentando superar o enfoque tecnoburocrático de administração e-
ducacional destaca-se a perspectiva fenomenológica concebeu a adminis-
tração da educação como ato pedagógico.
c) FASE DESENVOLVIMENTISTA: “Administração para o desenvolvimen –
to”. Resultou de um conjunto de fatores entre os quais se destacam a exposição internacional dos pesqui-
sadores e executivos norte-americanos durante a II Guerra Mundial, e a necessidade de organizar e admi -
nistrar os serviços de assistência técnica e ajuda financeira na etapa do pós-guerra, especialmente os Pla-
nos Marshall na Europa e os da Aliança para o Progresso nas Américas. (SANDER, 2007, p. 43).
O enfoque era predominantemente normativo e prescritivo, com -
promentendo-se com a elaboração e com a implementação das metas e-
conômicas e sociais do desenvolvimento. Ocorreu a inserção no Movimen-
to Internacional da Economia da educação e a formação de recursos hu -
manos para o desenvolvimento, as teorias do capital humano e do investi-
mento no ser humano e suas taxas de retorno individual e social.
No Brasil, o enfoque desenvolvimentista está relacionado com as
concepções pedagógicas produtivas e identificadas na leitura crítica de
Saviani. O planejamento da educação foi impulsionado pelas agências, or-
ganizações intergovernamentais e organizações internacionais de crédito.
O papel da educação está ligado ao desenvolvimento econômico, como
Instrumento de progresso técnico e como meio de seleção e ascensão so-
cial. A educação era fator estratégico de desenvolvimento nacional e a
função de mão-de-obra para atender às necessidades do processo de in-
dustrialização. A educação desenvolvia-se em função do mercado de tra-
balho que pedia indivíduos mais eficientes e economicamente produtivos.
Mas em muitos países ocorreu o fracasso deste enfoque em ter -
mos humanos, de qualidade de vida e de inclusão social. Conclusão: O va-
lor econômico é uma dimensão importante, mas não suficiente para a ges-
tão da educação.